Adaptação escrita por Letícia Vitali


Capítulo 5
Capítulo 5 "Tear The Pages"


Notas iniciais do capítulo

- Oláá galera, I'm baaack :3 Depois de umas semanas sem computador, finalmente consegui voltar pra postar mais um pouquinho de Adaptação pra vocês >.< Bem, esse capítulo é diferente, eu falei o nome de alguns personagens, criei outros... E é basicamente só uma passagem pro capítulo 6, que falará mais sobre o espetáculo "Angel's Eye". Espero que gostem e é isso aí, até a proxima ;) ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/286923/chapter/5


– 5:45 da manhã de domingo, e eu ainda me revirava na cama para tentar dormir. Estava tentando colocar minha cabeça no lugar, depois de ver a cena de Nicholas beijando Alice. Eu não sabia o que pensar, eu estava sentindo uma dor dentro de mim, que nunca tinha sentido antes. Nossa, adaptação. Como pode ser tão cruel? Por que é que eu nunca me adapto? O que há de errado comigo? As vezes parece fácil, mas não é. Sem nada o que fazer, levantei da cama e fui em direção a cozinha para pegar um copo de qualquer coisa forte.

“Não consegue dormir, anjo?” Ouvi uma voz suave vinda do corredor.

“Oi, pai.” Respondi.

“Sua mãe me contou da festa, não deveria ter saído sem minha permissão.”

“Para falar a verdade, eu nem deveria ter saído.”

“O que aconteceu? Por que está tão triste, meu amor?” Meu pai se aproximou.

“Pai, eu não gosto dessa palavra.”

“De qual palavra?”

“Adaptação.”

Meu pai me abraçou e disse baixo no meu ouvido:

“Eu também não gosto, anjo. Eu sei que é difícil, mas você precisa se acostumar. Já faz algum tempo que estamos aqui, e acho que não iremos sair tão cedo.”

“Eu sei, mas sabe... às vezes eu queria poder ser outra pessoa.”

“Não diga isso, meu bem. Querer ser outra pessoa é um desperdício da pessoa que você é.” Meu pai sorriu, e me abraçou mais forte. E eu abracei-o de volta.

“Eu te amo.” Sorri.

“Eu também te amo, anjo.”

“There's a lady who's sure all that glitters is gold

And she's buying a stairway to heaven

And when she gets there she knows if the stores are all closed

With a word she can get what she came for

Oh, and she's buying a Stairway to Heaven...

There's a sign on the wall but she wants to be sure

'Cause you know sometimes words have two meanings

In the tree by the brook there's a songbird who sings

Sometimes all of our thoughts are misgiving...”

– Levantar, tomar um banho, tomar café e fazer algo que geralmente eu não faço. É aí que complica, fazer o que?

“Quem é?” Alice disse com uma voz sonolenta.

“Sou eu, Kris.”

“Ah, oi.”

“Eu... é... queria me desculpar por ontem.”

“A culpa não é sua, a culpa é dele. Na realidade, de nenhum dos dois. Ele estava drogado e você... bêbada?! Há-há-há!”

“Eu não estava bêbada! Qual é!” Risos.

"Tudo bem... olha, vamos esquecer isso, ok? Você é legal e eu não sou dessas que brigam por causa de homem. Então... você vai sair hoje?”

“Não, eu acho que não. Talvez, é... espere tem alguém na porta.”

“Olá! Nós somos do grupo de teatro ‘The Rocks’ e viemos convidar você e a sua família para o nosso espetáculo ‘Angel’s eye”, que será realizado hoje às 20:30 no local indicado no panfleto.” Eram várias vozes femininas e irritantes juntas, como se fosse um coral.

“Ahm... sim, claro! Por que não?” Sorri e peguei um panfleto.

“Obrigada!” Fecha-se a porta.

“Olá, voltei.”

“Diga, quem era na porta?”

“Algumas meninas de um grupo de teatro me convidando para um espetáculo.”

“Os ‘The Rocks’? Elas bateram aí? Fala sério, o grupo é uma porcaria!”

“São só crianças, Alice! Vamos dar uma chance à elas.”

“Ai, ai... bem, qual será o belíssimo espetáculo desse mês?”

“Angel’s eye.”

“Sinopse, por favor.” Disse Alice não tão interessada.

“A história se passa na época antiga, antes dos animais, do homem e até de cristo. Fala sobre um anjo que foi enviado para a terra sem saber que era um anjo. Toda vez que ele fechava os olhos, lembranças vinham em sua mente e coisas se formavam ao seu redor.”

“Parece ser bom! Mas se for feito por esse grupinho, to fora!”

“Eu acho que é algo como uma terceira teoria de como o mundo foi formado. Parece ser mesmo bom, aqui diz sobre uma participação especial de um ator de um grupo de fora. O que irá interpretar o anjo.”

“Legal, qual o nome dele? É gato? Pelo amor de deus, me diga que tem uma foto dele no panfleto!”

“Não seja boba. Não tem nada aqui. O nome dele é Seth McFlurry.”

“McFlurry? Isso parece nome de sorvete! Há-há-há!”

“Vamos lá... Olha que legal. Ele fará papel de si mesmo. O nome do anjo também será Seth. Isso é meio babaca, você interpretar você mesmo e...”

“Kristen! Desça aqui meu bem, por favor!” Minha mãe deu um grito.

“Alice, preciso desligar. Mais tarde combinamos sobre o teatro. Até.” Desligo.

“Oi mãe, o que foi?”

“Sua tia Patty chegou!”

Que ótimo! A última coisa que eu precisava eram parentes de longe, que eu não via já tinha mais ou menos uns 3 séculos.”

“Olá só, como você cresceu!” Minha tia Patty disse. “E aqui estão... Alex e John Coppola. O casal mais lindo, e velho da família! Há-há-há!”

“Ora vejam só, e você continua a mesma solteirona com cara de biscate da família! Há-há-há ainda bem que não perdemos nossos postos, não é mesmo?” Minha mãe retrucou.

Sim, minha família não era daquelas mais educadas e gentis do mundo, mas eu gostava de ficar com eles.

“Eu aqui estão meus bebês, Charlie e Rosie!” Patty disse.

Charlie e o que? Pensei

“Oi, eu sou Charlie.” Um garoto de olhos verdes reluzentes e cabelos loiros compridos até as orelhas disse.

“Sim, eu acho que Kristen não os conheceu. Vocês sumiram de Los Angeles muito cedo, e nem deu tempo de conhecer a família toda.” Minha tia disse.

“Não, não conheço.” E tenho certeza de que se estivesse conhecido, não iria esquecer tão cedo. Pensei.

“Rosie não fala muito, ela é meio tímida. Deve ser a idade.” Charlie disse.

“Quantos anos ela tem?”

“14.” Ele sorriu.

14 anos e não falar? Ok, tinha algo muito estranho nela.

“Kristen, não é?”

“Sim, sim.” Sorri para Charlie.

“Bem, desculpe se pareço muito folgado, mas como vou passar uns dias aqui, gostaria de te conhecer, já que não tive a chance de fazer isso mais cedo.”

“Claro.” Mas que primo gato, pensei

“Então... quantos anos tem? Que tipo de música você curte? Etc, etc...

“Bem, eu tenho 15 anos. Gosto de rock. Hard rock, clássico, um pouco de rock pesado. Curto um pouco de pop, dance e etc. E você?”

“Tenho 17 anos. Gosto de rock pesado e... Michael Jackson!” Ele riu.

“Isso é legal! Tenho uma discografia inteira dele! Realmente um astro do pop!” Sorri.

“Alô?” Atendi.

“Oi? Tem alguém na sua casa? Estava indo comprar pão e passei na frente da sua casa. Vi um carro diferente, então achei que poderiam ser...”

“Parentes.” Interrompi.

“Ah isso é legal! E aí, o que tem de bom? Um daqueles tios chatos que ficam perguntando sobre os namorados?”

“Não... tia, prima, primo.”

“Primo? Idade, por favor, querida?”

“Alice, depois conversamos.”

“Por favooooor, só a idade! Convide ele para ir ao teatro. Claro, isso se não tiver menos que 13 anos.”

“Ok, tchau.” Desligo.

“Desculpe... a minha amiga é muito curiosa.” Ri.

“Ah, tudo bem. Eu vou descer, talvez precise desfazer as malas e etc. Até depois.” Ele saiu.

Momentos depois, eu estava no quarto sentada tocando a música “Love is blind” do cantor David Coverdale. Eu adorava aquela música, apesar de não ser um bom dia, eu gostaria de tentar mudar as coisas. Visita, família, estudo, futuro. Era difícil se concentrar em todos de uma vez só, sem me dispersar, mas eu ia tentar.

“Kristen!” Ouvi uma voz e um som de pedras batendo na minha janela.

“O que é isso?” Claro, Nicholas.

“Desça aqui em baixo, precisamos conversar. É sério, agora, por favor.”

“Não!” Bati a janela.

“Kristen! Se você não descer, eu vou entrar aí!” Ignorei-o.

“Se é assim que você quer, então tudo bem!” Naquele momento tudo ficou quieto, e eu achei que ele tinha desistido e ido embora. Que nada! Ouvi passos na escada, e logo na porta do meu quarto estava Nicholas. Todo machucado, descabelado e com os olhos cansados e gastos.

“Nicholas! Saia daqui! Como entrou aqui?! Saia, já!” Eu gritei.

“Espere! Kristen! Por favor, você precisa me ouvir!”

“Já ouvi demais ontem, Nicholas. Não preciso das suas palavras. Eu pedi atitudes, e você falhou.” Passei para trás da minha cama, sentando na janela aberta.

“Não! Entenda! Não era eu ontem, eu não estava no meu corpo. Seja lá o que eu tenha te dito ou feito, desculpe! Eu estava bêbado, drogado. Perdão!” Ele estava a ponto de quase chorar.

“Drogado? Me diga para que usar drogas? Estava fugindo do que? A sua realidade não é ruim, Nicholas. Você não precisa fazer isso!”

“Por favor, saia comigo. Me dê mais uma chance, deixe-me fazer tudo certo dessa vez.”

“Não. Nicholas eu não posso viver em um mundo de ilusão, eu tenho a minha realidade. E no momento, a minha realidade é de que você não está bem e que não devo aceitar de sair com você.”

“Kristen, por favor! Eu te amo!” Ele me agarrou e tentou me beijar, mas eu desviei e gritei o primeiro nome que me veio a cabeça. Charlie.

“O que está acontecendo aqui? Solte-a!” Ordenou Charlie, puxando Nicholas e tirando-o do meu quarto, levando-o para a saída.

“Não, espere! Eu... eu a amo! Você não pode fazer isso comigo! Me solte! Ela precisa saber, eu a amo! Eu não posso ficar sem ela, ela precisa me perdoar!” Nicholas gritou, tentando lutar contra as forças de Charlie.

“Eu já ouvi! Agora leve-o daqui Charlie, por favor.” Insisti fechando a porta do quarto.

“Ela precisa me ouvir! Kristen!” Ouvi gritos e berros de Nicholas, de fora da casa. Charlie o levou para a saída, trancou a porta e subiu.

“Meu deus! O que era aquilo? Quem era? Ele te machucou?” Charlie disse preocupado.

“Ninguém.” Eu disse.

“Como ninguém? O cara aparece aqui do nada e se declara pra você, e continua sendo ninguém?”

“Ele já foi alguém, pelo menos eu queria que ele estivesse sido uma página virada, mas ela voltou pra mim e me atacou novamente...”

“Kristen, lembre-se de uma coisa, nunca somente vire a página." Charlie sorriu. "Como rasgue-a também.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Músicas: Stairway to Heaven - Led Zeppelin & Love is Blind - David Coverdale.
Personagens: Kristen (Principal); Alice (amiga); Nicholas (amigo); Alex e John Coppola (pais); Patty (tia); Rosie (prima) & Charlie (primo).
Obs: O grupo de teatro e o espetáculo não são existentes, foi apenas mais uma ideia da minha cabeça, portanto relaxem ;)
Beijão, obrigada :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Adaptação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.