All For You escrita por Komorebi


Capítulo 28
Invisible (Part 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas =)
Podem me amar. Farei meu melhor para quinta depois de Glee sair o próximo capítulo porque eu quero comentar. Minhas notas finais sobre os capítulos são épicas, não são? Não? Ok ;-;
Esse capítulo não será Faberry, será mais a Quinn, foi dividido em duas partes porque no final eu decidi trazer um personagem de volta, porque eu que escrevo e eu posso u.u
Adivinhem à quem eu dedico esse capítulo (digo, sobre quem ele é)?
Boa leitura =)



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Reparou como algumas vezes a vida pode ser cruel com as pessoas? Não a vida, as pessoas que fazem parte dela. Geralmente é algo tão intencional e malvado que nós caracterizamos de bullying, com raras exceções essa exclusão e crueldade por ser não planejada. Talvez a primeira opção machuque menos porque não é tão ruim saber que uma ou outra pessoa te odeia, ruim é saber que as pessoas pelas quais você preza são capazes de te esquecer com você ao lado delas.

Ela divagava sobre isso quando Tina saiu pela porta do coral.

Will dava sua aula normalmente, então a discussão boba entre Rachel, Kurt e Mercedes sobre solos começou, Blaine se adicionou na conversa. Agora Finn segurava a diva negra com ajuda de Schuester, Kurt era barrado por Artie com a ajuda de Mike, Blaine era segurado por Sam e Puck. Rachel usava Rory como um escudo. Santana apenas jogava lenha na fogueira acompanhada de Sugar enquanto Brittany apenas pedia para eles pararem aquilo. Todos estavam envolvidos naquilo exceto Tina e Quinn. A Cheerio ficou sentada observando Rachel atear fogo no circo, Kurt derramar um pouco de gasolina e Santana explodir a paciência de ambos e Mercedes como uma bomba. Já Tina murmurou algumas vezes, e então seus olhos brilhavam, antes que ela pudesse deixar a lágrima escapar o rastro de seu perfume adocicado foi tudo o que restou para Quinn.

“Já notou como ninguém repara nela?” Quinn cruzou as pernas sobre uma cadeira.

“Nunca tinha notado isso, eu costumava estar lá ajudando a bater na Rach, mas agora que eu estou de fora...” Quinn massageou as têmporas.

“É triste”.

Ela assentiu para si mesma.

Todos ainda discutiam e nem mesmo o namorado de Tina reparara que ela não estava mais lá.

Depois de um tempo Rachel e Kurt se cansaram, Mercedes também e a paz foi restaurada. Todos se sentaram e por mais vinte minutos Tina continuou lá fora, ninguém, ninguém mesmo, notara a ausência dela.

(...)

Ele passou pela grade sem o menor problema, seu corpo era pequeno e não se tornou um impasse, ele precisava fugir ir para longe de toda aquela dor. Era demais até para ele, sendo que sua obrigação nem era ser forte.

Então alcançou o galho da árvore que se alongava para a direita, nela uma corda de balanço de pneu pendurada. Tudo apenas para acalmar a dor. Queria voltar no tempo, quando tudo era fácil, talvez o pequeno preço para tal fosse remediável, ou não. Ele podia perder pessoas, mas quando não havia dor era melhor.

Adormeceu entre duas ramificações do grande galho, o curto cabelo esvoaçando, a brisa fresca que preenchia seu nariz. Calmo e sereno como deveria ser.

(...)

Blaine estava distribuindo alguns socos no saco de areia quando ela entrou, então parou para contemplar a visão. Ela só estava naquilo por ele, Blaine estava sendo tão legal com ela, ao contrário de seu namorado que se esquecia dela completamente por dias por razões babacas. Tina sabia que ele é cem por cento gay, mas sonho é algo gratuito.

– Desculpe, não quis interromper – sua voz não saiu mais que um choramingo. Ela estava envergonhada pelo modo assustado como ele parou o saco de areia e a encarou.

– Oh, não tem nada. – Ele pegou um pano para secar o suor da testa. – Nem tinha percebido você aqui, há quanto tempo está aqui?

– Não muito.

Ela olhava todo o corpo suado de Blaine, mas não percebia o sorriso presunçoso dele, porque ele entendia a razão dela “estar” nessa era sua quedinha por ele. Um ponto para se contar.

– Precisa de algo? – Ele agitou a mão na frente de seu abdômen como um “oi”.

– Não, só vim ver como você estava. Já estou indo. – Ela quase bateu na porta enquanto espalmava as bochechas na falha tentativa de fazer-se parar de corar.

(...)

Ela sentiu o tronco da velha árvore afastada do lago, um terreno tão conhecido quanto à palma de sua mão direita, tão conhecida quanto sua própria voz, quanto à cor pálida de sua pele, mas o tom bronzeado que cobria seu rosto segurando cada lado era de alguém que lhe permanecia um mistério, um completo mistério, o eterno mistério no qual queria viver. Sentiu sua língua ser sugada com certa violência e urgência.

– Você chupou bala diferente hoje?

Quinn piscou algumas vezes, sentindo uma mordida ser deixada no seu queixo.

– O que? – Quinn recuou a cabeça um pouco. – Bala?

Rachel assentiu e depositou outro beijo nos lábios rosados e inchados da loira.

– Geralmente sua boca tem gosto doce igual ao artificial de bala de morango, ou tutti frutti. Agora tem o gosto refrescante* de bala de eucalipto.

– Jura? – Quinn franziu o cenho.

Rachel assentiu com um sorriso brincando nos lábios.

– Mas eu odeio bala de morango e tutti frutti é muito doce para mim, é o gosto natural da minha boca – ela roçou o nariz do da menor –, se responde tua pergunta, sim, dessa vez é gosto de bala.

Rachel sorriu de canto e voltou a atacar a outra, dessa vez o pescoço branco era o alvo de beijos, lambidas e mordiscadas. Ela sentia saudade de tudo em Quinn.

Elas perderam o controle do tempo, de seus corpos e da mente. Quinn apenas voltou a si quando percebeu a dificuldade de Rachel em livrar-se da blusa da loira. Lutando para segurar o rosto de Rachel e manter seus olhos abertos, Quinn viu a dominância das pupilas sobre a íris.

– Tem certeza que é assim que quer sua primeira vez?

Rachel fitou-a por alguns minutos sem abrir a boca, apenas o movimento de seu peito sobre Quinn esvaziando e enchendo e a força que o vento quente de sua respiração batiam contra o pescoço da maior foi a garantia de que o coração da morena não parara.

– Só precisa ser com você – ela assimilou depois de muito tempo.

Quinn pôs-se sentada ao lado de Rachel que recompunha sua postura.

– Eu não permitirei – Quinn tomou as mãos dela para si. – Será a coisa mais especial da sua vida. Sabe como nos sonhos? Um campo florido, embaixo de uma sombra de árvore, o sol brilhando no alto do céu azul, a brisa fresca balançando seus cabelos e a maneira como eu te ajudo a se livrar a última uva da cesta de piquenique.

Rachel deu de ombros.

– Você me ganhou no campo florido.

(...)

Escutava a voz simples e forte dela, nem deveria estar lá, mas estava. Precisava se esconder porque por mais que quisesse aplaudi-la, abraça-la e falar que ela é importante, simplesmente não pode, não deveria estar fora da sala agora. A outra podia até ter aula vaga.

A lágrima que nem havia visto cair foi enxugada depois de arder friamente sobre a pele pálida.

Acompanhava cada palavra da música, interessantemente de Ke$ha, Invisible. Era uma letra triste durante o refrão. “O que eu tenho que fazer para você me notar?” isso esmagava qualquer um. De certa forma aquela letra lembrava de alguém muito especial, uma criança bonitinha e ruiva, de sardas no nariz e um fiel labrador.

Quinn enxugou a própria lágrima que escorria tão solitária quando a asiática no palco.

As pequenas pernas dela se direcionaram para fora do auditório pela porta superior e ela não demorou em ir ao encontro da morena pelo lado de fora.

– Desculpe. – Quinn apertou Tina num abraço desesperado.

Ela quis pular do abraço, mas o calor da outra, a forma como sem intenção os fios loiros esbarravam nos caminhos ardentes onde lágrimas escorreram fazendo a queimação amenizar, Quinn em si era reconfortante. Tina não se questionou porque a loira a abraçava, nem queria. Ela apenas devolveu o abraço. Esquecendo todas as palavras maldosas de Blaine sobre Quinn, ou como Tina deveria evitar falar com ela, olhar em seus olhos e odiá-la com todo seu coração. Como odiar a única pessoa, ou melhor, o único ser vivo que estava lhe abraçando?

– Pelo o que? – Sua voz saiu mais áspera do que queria.

Quinn alisou o braço da menina até agarrar o pulso dela, sem soltar seu abraço.

– Por mim e todos aqueles que não reparamos em você.

Ela sabia do que uma pessoa era capaz quando sentia que o mundo todo lhe dera as costas. Era desumano e desalmado. E as coisas que isso pode te acarretar são extremamente autodestrutivas.

(...)

– O que acha Quinn? – Will cutucou o braço da loira.

Ele falava da decisão de músicas para as Nacionais. Uma sugestão de dueto vindo de Puckerman.

Desde que Finn e Rachel terminaram, Will pensara na sugestão de Santana em escolher um novo líder para ficar no lugar do menino para terem certeza de que até as Nacionais não rolaria nenhuma tensão no Glee Club por conta dos hormônios descontrolados de Finn e Rachel, era apenas um plano diabolicamente preparado por ela. Depois do dueto de Quinn e Rachel, Will aderiu à ideia e Santana praticamente chutou Quinn para a votação. Foi quase unanime.

Ela suspirou, reunindo todas as forças que tinha, vestindo sua carapuça de HBIC, mordeu o lábio inferior e variou o olhar de Rachel para Will, então para o resto do Glee Club.

– Não estou certa quanto ao solo de Rachel.

Rory parou instantaneamente sua brincadeira com Mike, Sam e Artie, os quatro encaravam a capitã do coral. “Ela fumou, foi?” – eles pensaram igualmente.

Tina, Sugar e Mercedes fecharam o semblante na hora, a negra carregando um olhar para lá de incrédulo, Sugar compartilhava da expressão e Tina só se perguntava que espécie de merda Quinn estava tentando fazer.

Will tossiu falsamente para dar um alerta silencioso à Quinn de que Rachel surtaria se ela não concertasse aquilo.

– Ou nosso dueto. Ou ambos. – Quinn empinou o nariz.

Rachel ainda tentava sentir o chão. Era demais para ela lhe dar.

Blaine apenas se deliciou quando o corpo de Kurt instintivamente apertou-se contra ele apenas garantindo que não fosse alvo de uma cadeira voadora quando Rachel esquecesse seu amor por Quinn e começasse a gritar, provocando a latina melhor amiga de Quinn que defenderia a loira por instinto e pedidos de Brittany. Quinn teria o cuidado que Santana esqueceria.

Então Noah mordeu o lábio contendo um sorriso empolgado. Para extravasar ele golpeou o ombro de Finn, este nem reparou por estar na mesma posição de medo que Kurt, a diferença é que ele não se agarrava em Puck, apenas apertava-se na cadeira do lado.

– Desculpe? – Rachel limpou a garganta antes de pedir. Precisava apenas ter a certeza de que ela e todos ouviram direito.

– Isso que vocês todos ouviram.

Então Schue teve um ataque de tosse, nem que ele morresse ele tossiria até Quinn se retratar, por precaução ele foi fazer tal cena de crise atrás do piano. Nunca se sabe quando Santana daria louca. “Proteger Quinn” seria um pretexto muito bom para “descer Lima Heights” na morena. Reza a lenda que ela carrega navalhas no cabelo, então ele se escondeu atrás de Brad.

Santana explodiu em risada, se maravilhando com a força como Brittany agarrava seu pulso, e como ela sussurrava para Santana proteger Quinn. Ah, nada desmerecia a tensão entre as duas capitãs no centro dos holofotes. Seria engraçado ver a pequena e secreta discussão de relacionamento.

– Fumou, foi? – Rachel fez uníssono com Sam que se pronunciou atrás de Puck.

Quinn negou com a cabeça.

– Só que este é o último ano de muitos, e Kurt sempre quis brilhar, Mercedes também. Não há nada de errado em permitir que eles sigam o destino deles. Rachel brilhou em toda vez. – Quinn se explicava, contudo isso não desfazia a carranca de Rachel. – Falamos tanto de como todos merecem uma chance, e sobre bullying e nós praticamos isto.

– Você está muito enganada Quinn.

A loira conteve um sorriso. Ela olhou pelo canto dos olhos apenas para ter certeza, não falaria nada, absolutamente nada, apenas deu as costas murmurando “amanhã terminamos isto” quando o sinal bateu.

(...)

– Para onde estamos indo? – Tina observava cada centímetro do parque central de Lima, a última vez que estivera ali era Ano Novo com o coral.

– Você vai conhecer um grande amigo meu. – Quinn passou os olhos sobre as mesas do parque, achando o que procurava ela arrastou a asiática.

Um homem de barba bem feita, camisa xadrez azul com preto e vermelho estava sentado na mesa que incrivelmente ficava na direção em que iam. Ele brincava distraído com um cubo mágico.

– Quinn – ela sussurrou – seu amigo tem uns sessenta anos.

– Setenta e nove na verdade. – Ela deu de ombros. – Ele não é pervertido, na verdade é companhia mais segura que muitos garotos que eu conheço.

Tina sentou-se à mesa, Quinn permaneceu em pé ao seu lado, ela não se mexeu um milímetro, nem o homem distraído em seu cubo. Ele mexia de um lado para o outro, podia ver as garotas, mas não se importava.

– Thomas, essa é Tina de quem lhe falei – Quinn empurrou o braço da morena para que ela cumprimentasse o homem.

Ele assentiu e esperou Quinn se afastar para olhar Tina nos olhos. A expressão cansada e feliz em seus olhos preencheu Tina com um calor que ela só sentia quando estava na casa de sua avó recebendo o maior pedaço de bolo. Talvez porque ele a remetesse em lembranças dessa época, onde alguém a amava.

Um menino ruivo assustado e meio sujo no rosto de aproximou, o homem de camisa xadrez o cumprimentou. Damon era o nome do garoto e aparentemente ele conhecia Quinn e estava se escondendo dela. Thomas sentou-o ao lado de Tina, então olhou nos olhos dos dois.

– Ela está aqui pelo mesmo motivo que você, Damon.

O ruivo apenas coçou o nariz, meio incomodado.

(...)

E como sincronia ele arrumou o cubo à última sílaba de sua frase, então esticou o cubo para que os dois observassem.

– Quando você arrumar os pontos de sua vida, tudo será perfeito e organizado...

– Como o cubo – Damon sorriu de canto.


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Notas finais do capítulo

Erros? Sério, perdão.
Opinião construtiva? Review =)
Gostando bastante? Favorite =)
Acha que eu mereço um voto de confiança? Recomende =)
Notaram um asterísco em "refrescante"? Então, agora que fui lembrar que ele estava lá, na verdade não derevia, mas sou preguiçosa para tirar.
Era para me lembrar de comentar que: eu ia escrever "refrescância", mas daí descobri que essa palavra nem existe! Para quem fala e/ou escreve isso, saibam que essa palavra é uma invenção publicitária com maior divulgação pela publicidade de creme dental porque eu acho que usar "refrescamento" não seria agradável aos ouvidos da massa à qual o comercial é destinado e nem empregável, tipo "o refrescamento do eucalipto e o doce do morango em uma só pasta? Agora isso é possível - le Polishop moment -". Eu não sabia e agora evitarei isso. Queria compartilhar tal informação com vocês =) Eu também sou cultura.
Para o próximo capítulo vocês podem esperar um dueto não dueto, tipo isso ou algo assim, New Directions conhecendo o garoto que mudou a vida da Quinnie, Rachel e Quinn brigando =), Blaine e sua cara de pau... adivinhem? Faberry dinner com Berrys e a Fabray chegando =)



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