All For You escrita por Komorebi


Capítulo 22
Obsessed


Notas iniciais do capítulo

Olá suas people lindas!
Demorou um pouco para quem estava escrevendo o cap há uma semana, não é?
Mas eu estava sem ideias, até ouvir a música da Miley (título da fic) e então tudo saiu.
Eu também fiquei animada porque Glee volta hoje o/ (eu estava igual aquele povo "drogado" que fica em abstinência).
Dedico este cap ao wasp. Amei seu review!
Boa leitura =)



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            As Cheerios davam voltas pelo campo – aproveitando o sol que fazia no dia –, exceto Quinn que estava em sua posição de sempre ao lado de Sue. Ela observava Santana correr toda a extensão do campo atrás de Brittany, esta sempre saltitante como uma gazela sob o efeito de ecstasy, S. por sua vez corria caindo aos pedaços atrás da loira, porém elas sempre abriam um bom espaço com as outras Cheerios que se arrastavam como búfalos com a pata quebrada – aliás, a treinadora estava gritando algo sobre isto, mas sinceramente Quinn sequer prestava atenção nas palavras da mulher.

            – Sabe Q, eu queria falar com você – Sue se virou para a loira, virou-se bruscamente para as Cheerios – mais trinta e sete voltas suas lesadas! – Virou-se para a menina loira Becky – mantenha olho vivo nelas Becky.

            A menina assentiu para a treinadora, sorrindo divertida com os gemidos das outras Cheerios que sequer terminaram a bateria de cento e vinte e nove voltas. Sim, um número aleatório que Sue somou após pedir um número menor que cinquenta para Santana, Brittany, Quinn e Becky. – Santana quis se estapear por ter escolhido cinquenta e Brittany quarenta e nove.

            – Q. você sabe o apreço que tenho por você. – Quinn assentiu hesitante. A loira mais velha riu da expressão no rosto da outra. – Você me lembra da jovem Sue Sylvester, mas meu assunto é outro. Vocês jovens do Glee Club estão indo para as Regionais, certo?

            – Treinadora Sylvester, eu adoro ser uma Cheerio, mas se isso significa trair o Glee... Acho que já não preciso tanto da minha popularidade assim.

            Sylvester abriu outra sessão de gargalhadas.

            – Não é isto. Eu só queria lhe lembrar de que nós também temos Regionais para ir. – A treinadora colocou os óculos de leitura e apanhou alguns papéis jogados na mesa. “Ah” foi a resposta que ouviu de Quinn depois de um tempo. – Segundo o papel que tenho em mãos este evento seria dentro de uma semana. Preciso de vocês focadas um pouco mais nisto do que em qualquer coisa.

            Quinn estranhou a gentileza de Sue e tentou raciocinar por um tempo se não seria algum tipo sutil de instalar um plano maléfico no pobre coral.

            Suspirou e apenas assentiu para a mulher.

            – Mais uma coisa!

            – Sim treinadora Sylvester? – Parou no batente da porta.

            – Você e Berry?

            A loira sentiu-se corar furiosamente. Se até Sue sabia, elas obviamente não estavam fazendo um bom trabalho em esconder o que estava acontecendo – e Quinn ainda não sabia do que chamar.

            – Amizade estranha. – Sue sorriu de canto. – Acho que não estranharia nem se fosse você e Jacob, mas Berry?

            Quinn sorriu, chacoalhou a cabeça e deu as costas para a mulher sentada na mesa de sua sala.

            (...)

            Brittany sentou-se cansada ao lado da outra Cheerio loira, ela observava Santana voltar para dentro do colégio, seu destino: máquina de slushies.

            A loira menor suspirou antes de aspirar o cheiro da maior, apenas verificando se estava muito suada. Quando o teste olfativo deu negativo – era incrível, Britt podia correr uma maratona, mas ela no máximo derramaria uma gota, e olhe lá, de suor –, Quinn repousou sua cabeça no ombro da loira. Suspirou uma, duas, três vezes. A atenção da outra estava na porta de acesso ao campo de futebol, aguardando o retorno de certa latina.

            Quinn abaixou o olhar para a mão que a loira mantinha repousada no colo. No anelar direito estava um anel simples que ela nunca notara. “Desde quando está aí?” – Franziu o cenho. Tudo o que ele carregava por fora era um coração gravado. Quinn suspirou outra vez, nesta surtiu efeito, pois Brittany foi completamente arrancada de seus pensamentos.

            – Ok, pode falar...

            – Santana te contou por que ontem ela saiu com a Rachel e não voltou mais?

            – Não. – Brittany negou com a cabeça. Desta vez ela suspirou. – Mas ela disse que Rachel te contaria.

            Quinn assentiu.

            – Tudo bem, este anel é de namoro? – Foi um pouco mais direta.

            – Sim.

            – Desde quando está aí? – Arqueou a sobrancelha.

            – Desde o natal. – Ela observava o nada, rindo consigo. – Na festa do pijama na Rach.

            A loira explicou como fora exatamente. Ela detalhou que a latina levara-a para os fundos da casa, aonde havia um piquenique bem organizado, elas aproveitaram os lanches “preparados com amor” pela morena, ela e Santana namoraram um pouco, até a morena sugerir uma troca de presentes. A loira ficou chateada por não ter um presente, Santana riu garantindo que dependendo da reação da loira aquilo seria o presente de Santana. Então aconteceu, a morena levantou e voltou com um unicórnio grande, deu instrução para que a loira olhasse a pata do bicho de pelúcia para verificar o nome que ela lhe dera, lá estava um bilhete, dentro dele havia dois anéis – estes tinham um coração gravado por fora e dentro havia os nomes correspondentes das garotas com “purrr” antes – o bilhete estava decorado com coisas que lembravam gatos, nele estava escrito “Brittany S. Pierce, você aceita ser minha namorada?” claro que os R eram prolongados. Um canto da folha estava queimado. “Desculpa, pedi para Lord T. me ajudar com isto e ele deu seus toques felinos. E claro, deixou o cigarro cair na folha. Ele pediu desculpas por isto.” Santana disse com seu sorriso mais largo. Brittany só pode beijá-la em resposta.

            – Uau! – Quinn abriu a boca várias vezes para falar algo, mas não conseguia formular um pensamento. – Uau! Santana consegue ser fofa? – Parecia que alguém a chutara no fígado e pisara em seu cérebro. – Em que espécie de mundo paralelo eu estou vivendo? – Ria.

            – O mesmo em que você se apaixonou pela sem sal da Berry! – Santana apareceu de surpresa, assustando Brittany e Quinn, desta ela além de assustar apagou o sorriso do rosto.

            Brittany abraçou sua oficial não assumida namorada.

            – Sim, ela consegue! – Brittany puxou a bolsa. – Aqui o bilhete.

            Quinn conferiu-o. Era tão real quanto o anel, ou qualquer coisa que rodeava as garotas no momento, tão real quanto os órgãos no corpo da loira agora. Até a marca de cigarro. Tudo tão cuidadosamente preparado para Britt e sua fixação em seu gato “viciado”, se não fosse a lógica de que gatos não tem uma boa caligrafia – eles escrevem? – Quinn acreditaria que o gato o fizera. Talvez.

            – Quem diria!

            – Me supere agora, Quinn Fabray! – Santana desafiou a loira.

            – Espere e verá Satã Lopez.

            (...)

            Blaine se espremeu em um vão entre armários para se esconder de um professor que estava de bobeira pela escola. Ele saíra sem permissão da aula, acobertado por um colega devido a infeliz ideia de Finn – que tinha horário vago – de convocar os direitos da aliança e fazer uma reunião de emergência na sala do coral.

            Depois de encontrar com Mercedes e discutirem um pouco sobre a irritação com o grandalhão no momento, eles se encaminharam para a sala do coral, encontrando Artie na porta.

            – O que você quer Finn? – Blaine foi direto, ele sequer passara pela porta.

            – Quero saber como está o plano de vingança contra as Cheerios... – virou-se, tirando a atenção do piano.

            – Analisando uma forma de não envolver a Rachel desta vez. – Mercedes cortou Blaine.

            – Dane-se isto. Vamos com tudo. Rachel que se exploda! – Finn pulou da cadeira onde estava.

            Blaine estranhava o modo como ele falava – mês passado ele estava tão cuidadoso –, sorte do moreno que Blaine estava passos à frente de todos, enquanto todos analisavam ele traçava um plano destrutor, sua filosofia era a risca de Finn: que se exploda Rachel.

            – Uou! – Mercedes se pôs em pé antes de sentar-se. – Que mané “que se exploda Rachel”, ela não pode sequer ficar nos respingos disto – Mercedes franziu o cenho para Finn.

            – Por que tanta raiva? – Artie empurrou sua cadeira até a porta, virando-se para Finn novamente.

            Blaine sentou-se no piano, atrás de Finn e cobriu a cabeça com os braços, ficando cabisbaixo. Ele sabia tanta coisa, talvez mais do que as quatro garotas juntas, e guardava tudo para si. Ele ainda guardava rancor, por Sebastian, como ele arrancara Kurt, o quão fácil aquilo fora. Raiva pelo apoio de Rachel, a ajuda das Cheerios. Puck, além de tudo havia Puck. Com certeza ele se vingaria de todos.

            O moreno apenas ignorava Mercedes e Artie zoando Finn com sua raiva estúpida por Rachel ter terminado com ele. Talvez ele ficasse mais irritado quando descobrisse por quem fora trocado. Com certeza ele iria. Blaine sorriu para isto.

            Seu plano seria pensado com calma, ele sequer havia iniciado, na verdade vários planos foram descartados, o de agora era apenas outro a ser atirado pela janela. Precisava ser algo grande, precisava ser doloroso para as quatro, calculado, sem erros e acima de tudo: Blaine jamais deveria ser cogitado como o arquiteto de tudo.

            Ele suspirou fundo ao voltar para a realidade, observando Finn vermelho como pimentão lançando um olhar mortal para Mercedes, com o punho armado; Artie gritando para que a diva se calasse e o grandão voltasse ao seu juízo perfeito; Mercedes ria de Finn, apontando dedo e tudo. Escandalosamente como só ela conseguia.

            – Calem-se idiotas! – Blaine pulou do piano, indo em direção ao seu casaco jogado próximo à porta. – Cansei de vocês.

            Os três franziram o cenho ao mesmo tempo.

            Blaine bufou revirando os olhos. Como podiam ser tão babacas? Talvez esse fosse um dos motivos de que todos os vilões sempre acabam falhando miseravelmente no final de tudo.

            – Volte aqui Blaine, ainda não terminamos. – Finn dava pequenos passos até o garoto.

            O moreno parou na porta e respirou fundo, seguindo seu caminho para fora da sala do coral.

            (...)

            Ela ainda pulava de alegria, talvez esta fosse a melhor noticia que a latina já contara para Quinn em toda sua longa data de amizade.

            “Ouviu isto, agora Rachel não tem mais o que se sentir mal”.

            “Primeiro você vai ter que fazer as pazes com ela. Aposto que ela está chateada contigo, senhorita Fabray vulgo gênio.”

            Quinn e Santana pararam para conferir a maquiagem. Apenas mais dois períodos separavam as garotas de fazer algo muito legal e individual.

            O rangido da porta do banheiro abrindo ecoou pelo lugar sem assustar as meninas, mas o reflexo no espelho fez este pequeno e incomodo trabalho por ele. Blaine carregava um sorriso estúpido que expunha vários dentes.

            Santana sorriu para esconder o susto.

            – Você precisa ter uma vagina para usar este banheiro, não simplesmente gostar de homens. – Santana concentrou-se no rímel que segurava.

            – Muito engraçado, - Blaine forçou uma risada – eu estou aqui para outra coisa.

            Quinn fez bico, voltando-se para Blaine, cruzou os braços e fitou o garoto por alguns segundos. Ela lia a expressão corporal dele.

            – Fale logo, antes que nós o chutemos para fora. – Quinn fechou a cara mais ainda.

            Blaine riu se colocou ao lado de Quinn rente ao espelho e arrumou a gravata borboleta vermelha que usava.

            – Queria ajuda em uma canção. – Ele colocou a mão no bolso da calça e passou a outra pelo cabelo. – Na verdade é uma oportunidade para vocês. Eu cantarei esta música para Kurt – ele esticou dois papeis para as garotas – se quiserem hoje no coral vocês só precisam me ajudar. Eu por ser assumido canto diretamente para Kurt, e as duas unicórnias de Nárnia podem mandar indiretamente para as namoradas.

            Elas congelaram. Ele sabia? Era de se esperar, no fundo, no fundo elas sabiam disso.

            – Desculpe-me, Rachel ainda não é sua namorada, certo, Quinn? – Ele mexeu na gravata novamente. – Mas quem sabe após a música?

            Santana esperou a porta bater, dando certeza de que Blaine não estaria mais ali, para encarar Quinn e discutir sobre aquilo.

            (...)

            Quinn estava em período vago, por tanto Rachel sabia onde encontra-la. Era algo fácil de saber, ela estava no campo de futebol, o canto mais afastado das arquibancadas. Rachel sabia sobre isto muito antes de tudo entre ela e Quinn acontecer.

            Ela se aproximou da loira. A mesma se encolheu no lugar com a surpresa de ver a menina ali.

            – Desculpe, não quis te assustar. – Corou.

            – Tudo bem. – Sorriu em resposta.

            Rachel respirou fundo e mordeu o lábio.

            – Quinn, eu terminei com Finn.

            – Eu sei, Santana me explicou tudo.

            Elas passaram segundos em silêncio. Apesar da euforia de pouco tempo atrás, agora Quinn e sua adrenalina voltaram para a estaca zero.

            Rachel queria muito beijar a loira, ali mesmo, pouco ligando para o resto, mas ela podia sentir a tristeza em um simples respirar de Quinn. Mesmo depois de terminar com Finn, não foi como se a morena tivesse corrido para os braços da loira e feito tudo ficar ok. Ela continuou a ignorar a loira por um tempo.

            – O que eu fiz? – Quinn mordeu o lábio.

            – Você não correu atrás. – Rachel foi seca. – Desde que eu me lembro, eu fiz todo nosso sentimento funcionar, você não fez nada. Às vezes eu sinto que isto é apenas minha coisa e você está deixando o momento te levar.

            Rachel estava irritada com Quinn outra vez. Apenas levantou-se e foi embora.

            (...)

            Will estava prestes a obrigar Rachel cantar a primeira música que vinha em mente, ninguém estava muito para cantar, Mike tentou animar todos, mas todos estavam cansados e desanimados, exceto Brittany, mas nesta Santana conseguiu dar um jeito. Blaine atravessou a porta como um furacão.

            – Se eu puder. – Ele sorriu, fitando Brittany, Santana, Quinn, Kurt e por fim Rachel que estava ao lado do namorado do moreno.

            As duas Cheerios trocaram olhares. Quinn assentiu. Elas estudaram a música e mesmo sem treino nenhum eles conseguiriam cantar, não era difícil.

            Santana puxou Brittany, deixando-a na cadeira ao lado direito de Kurt.

            Blaine foi em direção aos instrumentistas, pegando para si o violão, Santana arrastava duas cadeiras, enquanto Quinn arrumava as duas cadeiras atrás de Kurt. O garoto de gravata borboleta puxou uma cadeira até deixa-la de frente para o namorado. Quinn e Santana sentaram-se de frente para Rachel e Brittany, respectivamente da esquerda para a direita.

            Elas viraram as cadeiras, cruzando os braços sobre as costas do objeto.

            As notas iniciaram. A voz de Santana fazia sons suaves, sendo acompanhada por Quinn. Blaine foi o primeiro a soltar a voz:

            Why do I just lie awake and think of you
            I need some sleep
            Tomorrow I have things to do

           

            A voz do moreno cessou. Esta era a deixa, Santana resolveu toma-la antes de o tempo acabar completamente errado, ela respirou fundo e fechou os olhos, na direção de Brittany.

           
            Everytime I close my eyes I see your face
            So I try to read
            But all I do is lose my place

           

            Santana e Quinn se levantaram, rastejando até as cadeiras atrás de Kurt, elas sentaram-se, puxando as cadeiras mais para frente. Santana com a cabeça repousada sobre o ombro de Britt e Quinn em Rachel, elas trocaram rápidos olhares com as amadas – deixando um sorriso bobo escapar – e voltaram sua atenção para Kurt.

            Era vez das três vozes se unirem.

           

            Am I obsessed with you?
            I do my best not to want you
            But I do all the time
            I do all the time
             

            Santana passou os braços entorno dos ombros de Britt, sorrindo para a mesma. Ela fechou os olhos e deixou a própria mão fazer o caminho inconscientemente até o anel da loira, apertou mais sua namorada, aspirando todo o perfume em seu pescoço. Ela não ligava se alguém acharia estranho. Era uma apresentação romântica, trocas de carinhos alheias eram ignoradas até, pois a música em teoria era para Kurt.

            Mordeu o lábio. Uma rápida memória lhe ocorrera. Então afastou a cadeira de Britt, segurou a mão de Kurt e fechou mais os olhos. Ela lembrava-se tão bem – ela fora até a casa de Brittany, mesmo a menina namorando Artie, Santana a convencera de fazer sexo com ela, elas estavam na cama nuas, Brittany olhava o corpo moreno e o pressionava cada vez mais contra o corpo. Mas a morena se sentia horrível por aquilo. Não sabia o porquê. Então ela comentou que em uma hora Puck passaria lá para leva-la para o Breadsticks. Brittany simplesmente surtou. Pulou da cama, chorando como uma criança, procurando as roupas dela e de Santana. Elas discutiram. Santana não se recorda de uma vez que a loira fora tão ácida em toda sua vida.

             
            I just had to call you up and say hello
            I know it's 3 AM
            And I saw you a while ago

           

            Santana se levantou, empurrou a cadeira, deixando-a de lado, trouxe a cadeira de Brittany de volta. Sentou-se no colo da loira, passando os braços ao redor da namorada. Ela abraçava Brittany agora, ela estava sobre a garota, seu coração batia tão rápido que poderia atravessar seu peito a qualquer instante, a loira sentia isto e apertava a coxa da morena de forma que ninguém via, exceto por Quinn e Blaine.

            Santana fechou os olhos novamente e isto trouxe mais lembranças. – Após o encontro ela não se sentia bem, um sentimento tão ruim assombrava-a, a latina resolveu ir até o parque e descansar o corpo em um balanço. Estava tarde, não era bom ficar na rua àquela hora, mas ela não ligava, ela era de Lima Heights Adjacent. Ela se balançava, então sentiu algo no bolso do casaco de Puck, (gentilmente tomado por ela) seu celular. Santana abriu a agenda e fitou a tela do aparelho por minutos, quando as lágrimas de arrependimento desciam, ela finalmente fez a maldita ligação. Brittany atendeu-a com a voz embargada em sono, quando percebeu ser Santana, a loira apenas fez silêncio, ela ainda estava brava, mas ao ouvir o choro fraco da latina, todo o sono e raiva foram embora. Ela suspirou, precisava manter seu ponto. Santana riu em meio às lágrimas, Brittany ainda hesitava. “Eu sinto tanto Britt, eu não queria magoa-la, eu só não sei o que fazer com este sentimento. Às vezes parece errado, às vezes parece tão certo.” Ela suspirou. Brittany fez o mesmo do outro lado da linha. Os soluços de Santana eram o único barulho na conversa. “Eu liguei porque queria ouvir a sua voz, para me acalmar, por favor, diga algo!”

             
            But I still have this aching need to hear your voice
            To know you’re there
            I don't seem to have any choice

             

            Brittany também se lembrava disto. Porque em sua mente veio clara sua voz respondendo “eu te amo”. Logo a chamada foi encerrada.

            Santana sorriu para a lembrança. Aquela resposta fora tudo o que ela precisara para dormir em paz.

            Mais uma vez as vozes se uniram.
             
            Am I obsessed with you?

           

            Blaine ajoelhou-se na frente de Kurt. Este era o momento dele explicar o porquê de tudo que fizera, e do que ainda fará, mesmo que Kurt não soubesse disto.

             
            I do my best not to want you
            But I do all the time
            I do all the time

           
           
Quinn repetiu a mesma ação de Santana, saiu de trás de Kurt e sentou-se no colo de Rachel, todos achariam ser parte da apresentação de qualquer forma, lá ela se sentia confortável. Este era seu momento de abrir-se para Rachel, mesmo que cantando para Kurt. Ela tinha uma lembrança, antiga e Rachel provavelmente nem se recordava. Na época Quinn não sabia o porquê do que fizera, mas agora ela sabia. E sorria por isto. – Eram duas horas da manhã, Russel e Judy discutiam algo sobre uma dívida do homem que a mãe da loira nunca ouvira falar e pedia explicações. Eles discutiam sério, começaram na frente da loira e logo a mandaram subir. Ela se sentia tão perdida, sozinha e abandonada. Segurou o celular forte e abriu a lista de contatos. Quem poderia ajuda-la? Ela não sabia, mas deixou-se guiar para o nome de Rachel e antes que pudesse entender a chamada estava sendo feita, por sorte em anônimo. Rachel atendeu quando a chamada estava perto do fim, ela xingava algumas coisas indiscerníveis devido ao sono preso em sua voz, então Quinn deu-se conta de estar chorando baixinho. Ela sempre se sentia sozinha naquela casa. Russel sempre a colocava para baixo e sua mãe submissa nunca fizera nada, a loira era sempre o lixo da casa e nunca podia se comprar à Frannie. “Quem é?” a voz de Rachel era suave, como música para os ouvidos de Quinn. “Eu me sinto tão sozinha” a loira respondeu. Então a diva fez a única coisa que sabia fazer quando se sentia daquela forma: cantou. – Foi a melhor noite de sono de todas.

           
            I'm so sorry I just had to wake you up
            I feel so lonely by myself

           

            Desde sempre ela recorria a Rachel, mesmo secretamente, quando algo a machucava. Este era seu amor pela morena.

           
            Is this the way you feel when you’re in love
            Or is this something else?
           
             

            Elas retomaram as posições originais do inicio da canção, juntas à Blaine. A voz do moreno era a mais marcante.

             

            Am I obsessed with you?
            I do my best not to want you
            But I do all the time
           

            Apenas Santana e Quinn cantavam, quando Blaine encostava o violão à cadeira e caminhava até Kurt.

           

            Want you all the time
            Am I obsessed
            With you

             

            Eles selaram os lábios ali mesmo.

            (...)

            Sam abordou Quinn na saída, arrastou-a até a frente do armário da loira.

            – Eu sei para quem cantou aquela música.

            Quinn ficou estática olhando o loiro. Ela procurou não demonstrar nada, afinal, Sam não era uma das mentes mais espertas do coral, – ela quase riu lembrando-se da história que contara sobre a mononucleose – e se ele estivesse falando de outra coisa ter um pânico atoa era idiotice.

            – Para o Kurt, ajudando Blaine? – Riu como se fosse óbvio.

            – Não! – Ele segurou-a pela cintura. – Eu vi quando olhou para mim e piscou. E queria agradecer. Agora viu a besteira que fez me trocando para correr atrás de Finn?

            Quinn ficou surpresa quando seus lábios estavam tomados pelos de Sam. – Em qual momento ela piscou para ele? – E agora sua preocupação era de Rachel ver Sam agarrando-a ali no meio do corredor.

            “Você não está correspondendo, então é só empurrá-lo e dar uma desculpa!”

            “Qual Lucy?”

            “Empurre-o e deixa que disso cuido eu!”

            Quinn respirou fundo, colocou as mãos contra o tórax de Sam e jogou o rapaz para trás o mais forte que foi capaz.

            – Mas que merda? – Sam limpou a boca. Acidentalmente Quinn mordera seu lábio inferior.

            – Não era para você, era para Puck, ele estava atrás de você!

            Quinn saiu correndo pelo corredor, gritando com todo o mar de gente que sem aglomerava para sair do colégio, chegou ao banheiro e trancou a porta.

            “Puck estava?”

            “Sim.”

            “Por que me ajudou?”

            “Digamos que estou começando a me acostumar com esta situação.”

            “Só para constar, por que você lembrou daquilo?”

            Quinn olhou-se no espelho, a água escorria pelo rosto que corava furiosamente. Esta era Lucy, sempre corando.

            “Eu não me lembrei de nada.”

            “Eu não lembrava daquilo, afinal, eu não fiz aquela ligação.”

            “Ok, eu liguei para a Berry, satisfeita?”

            (...)

            A loira foi puxada para baixo da arquibancada. Ela reconhecia o cheiro da pessoa, o toque, tudo. Rachel seria reconhecível para ela vestida de homem.

            Sem tempo de sequer formular um pensamento, Rachel capturou os lábios da loira com paixão. Ela sequer precisou pedir, pois sua língua tinha passe vitalício para o interior da boca de Quinn, explorar cada canto como bem estivesse afim. Entre o beijo Rachel soltava sorrisos bobos, facilmente correspondidos por Quinn. Quando o ar faltou, as bocas se separaram. O sorriso bobo, porém, não se apagou.

            – Era você. – Rachel riu ofegando.

            Então ela se lembrara.


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Notas finais do capítulo

GLEE PORRAAAAAAAAAAAAAA!
Ok, volta da minha droga à parte.
Erros? Sério, perdão.
Eu estou trabalhando em uma fic nova, só não sei como será a narração, e ela será postada quando estiver completa, o que será provavelmente no final do ano =)
Eu adoro todos vocês que me deixarão um review. E o próximo que deixar uma recomendação, vale meu corpo... (agora que ninguém recomenda '-')
Hey, e esses spoilers polêmicos? A tal Elaine, que eu provavelmente odeio agora e amo depois, mas tipo, Brittana é vida. E essa história de Quintana... eu quero que seja verdade, porque isso confirmaria tudo que eu penso sobre Faberry =)



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