CAPITULO 09 - Prioridade

O que ele vai fazer? O que Byakuya vai fazer?

Quando perguntou sobre o assunto, a única coisa que ele disse era que tudo iria voltar a ser como era. Mas como assim? E porque pela primeira vez viu uma certa melancolia no olhar do frio capitão? Tudo estava confuso. Perguntas sem respostas e que traziam a tona mais questionamentos. Parecia um circulo vicioso.

O fato era... Deveria confiar? Deveria confiar no que o irmão iria fazer, sendo qualquer coisa que fosse; qualquer atitude. Deveria ou poderia?

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- Pois bem... - o homem idoso começou a falar – Estamos aqui para uma reunião repentina, no entanto... - olhou para o homem que estava na ponta da grande mesa – Kuchiki Byakuya é quem irá nos informar o seu desejo.

 

Após a conclusão do ancião, todos os olhares se voltaram para ele. Não havia um par de olhos que não estivesse em sua direção. Droga. Manter a postura era o correto, e acima de tudo, manter a sua decisão. Não havia outra saída.

Kurosaki Ichigo... Aquele moleque mais uma vez abriu os seus olhos, mostrou o que era “correto”. Maldito! Como um nobre poderia ter sua mente mudada pelas simples palavras de um humano? Isso era uma incógnita. Mas de alguma forma ele sabia a resposta. Sabia que pela segunda vez ele iria proferir aquelas palavras em sua mente. - “Obrigado Kurosaki Ichigo.”

Por que isso acontecia? Muito simples... Porque tudo o que aquele moleque dizia e que clareava a sua mente, era conseqüentemente para a felicidade de Rukia. E por mais que quisesse negar pra si mesmo, essa era a prioridade de sua vida.

- Convoquei está reunião para informar uma decisão definitiva... - finalmente Byakuya se pronuncio, laçando aos membros o seu conhecido olhar intimidador – O casamento entre Kuchiki Rukia e Hyega Dan deverá ser cancelado.

- O que está dizendo, Kuchiki Byakuya? - um dos homens presentes se pronunciou, possuía os cabelos amarrados como o de um samurai – Sabes muito bem que este casamento está definido. Sua irmã aceitou se casar com Hyega Dan, e acima de tudo... – falava por todos os membros – Um herdeiro para o Clã Kuchiki é o motivo concreto deste casamento. Não há cabimento nesta sua decisão.

- E creio que não será acatada pelos membros deste Clã – falou o ancião dando uma breve olhada para os presentes do local.

- Como líder do Clã Kuchiki, sei os meus deveres e o que é melhor para o Clã. - Byakuya estava mais sério do que o de costume. Esperava não ser retrucado após dizer essas palavras... - Sendo assim, informo que irei me casar novamente.

 

Choque. Seria essa a palavra pra descrever o espanto de todos?

- O que disse, Byakuya? - indagou Kuchiki Seiji para o espanto de todos, até do próprio Byakuya. Este era um dos homens mais influentes de todo o Clã, porém, durante as ultimas reuniões, ele não disse nenhuma palavra, apenas observava tudo.

 

Byakuya até se viu confuso pela atitude do homem maduro, que tinha cabelos escuros que vinham até a sua cintura, amarrados por um fio de ouro. O olhar era semelhante ao seu, porém, Seiji ainda deixava escapar um tratamento gentil, dependendo do seu humor; o que era diferente do líder dos Kuchiki.

O fato era que sempre que uma decisão muito importante era tomada, Seiji vinha a procura de Byakuya para orienta-lo, sendo que curiosamente, dessa vez não o fez, sendo esses um dos assuntos mais importantes a ser tratado.

- Como já foi dito...- Byakuya retornou a falar - A prioridade deste casamento é um herdeiro para o Clã. Portanto, mais do que racional que este herdeiro possua o meu sangue, um Kuchiki puro. - não tinha a intenção de ofender Rukia, o motivo era que teria de ser convincente naquele momento... - Por tanto decidir me casar novamente para este fim.

- Mas por que cancelar o casamento entre Rukia-dono e Hyega Dan? - tornou a falar um dos membros.

- Por que acho que com o meu casamento este acordo não irá mais ter um proposito. - respondeu Byakuya mostrando um pouco de irritação em seu tom, tanto que chegou a usar um termo irônico em relação ao casamento.

- Mas nós do Clã Kuchiki não voltamos com a nossa palavra – insistiu o homem – O acordo de casamento com o líder do Clã Hyega foi aceito e não devemos dar margem a vergonha de não cumprir o combinado. - ficou em um tom mais autoritário - Kuchiki Rukia deve se casar com Hyega Dan.

- Pois digo que só irei me casar se este casamento for cancelado. - franziu o cenho. Queria mostrar que o seu desejo não poderia ter argumentos contra. Era para isso que estava ali, pra acabar com toda aquela loucura. - Não irei repetir novamente.

- Mas Byakuya-sama o senhor deve... - parou de falar ao ver a pessoa que se botava em pé diante de todos. Kuchiki Seiji iria falar algo que provavelmente iria ser a decisão final.

- Byakuya, você já tem em mente a moça com quem quer se casar? - indagou Seiji o olhando atentamente.

- Na verdade não, pretendo escolhe-la ainda. - respondeu friamente. Paciência? Estava no seu limite...

- Então ficará acertado deste modo...- olhou brevemente os presentes ao seu redor – Kuchiki Byakuya, você terá um mês para escolher sua noiva. Se durante este prazo você não nos apresentar sua futura esposa, Kuchiki Rukia irá se casar com Hyega Dan – Byakuya se espantou com tais palavras, mas antes que pudesse se pronunciar, Seiji continuou... - Está é a decisão final. Não aceito argumentos contra.

- E a sua esposa deve ser de preferencia nobre – completou o ancião próximo a Byakuya. Ressaltando isso, estaria dando uma indireta a primeira esposa do Kuchiki?

- Exatamente. - assentiu Seiji – Sendo assim, está reunião está finalizada. - olhou brevemente a ponta da mesa onde estava... - Byakuya, você tem um mês.

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Que droga. Por que tanta ansiedade? Por que tanta curiosidade? Aquilo a estava matando. Não conseguia nem se concentrar nos documentos do esquadrão a sua frente. Agora sabia quando Kaien reclama as vezes, o trabalho de um tenente é cansativo; mas conseguia tomar conta dele sem problemas.

O único problema era aquele dia. Começando pela manhã quando foi tomar café e foi informada de que Byakuya havia saído bem cedo, aumentando ainda mais a sua preocupação. - “O que o Nii-sama vai fazer?” - a pergunta que rondava a sua mente, e tudo culpa do Ichigo e do Renji. Com certeza iria dá uma boa surra nos dois a próxima vez que o encontrassem.

- O que aconteceu, Kuchiki? - indagou Ukitake – Você está meio pensativa hoje... - o doente capitão geralmente não fica muito em seu esquadrão, sendo que hoje resolveu ir por ter se sentido mais disposto.

- E-Está tudo bem, Taichou. - respondeu, só que levada pelo susto acabou deixando cair um dos seus lápis no chão – Droga. - murmurou.

- Você não me engana, Kuchiki. Aconteceu alguma coisa, não? - a fitou enquanto ela o olhava surpresa – Gostaria de compartilhar?

- N-Não Taichou, eu só... - desviou o olhar para o chão, dando suspirou – Ukitake Taichou, será que... Eu poderia sair mais cedo hoje?

 

O capitão ficou em silêncio por alguns segundos, até que mostrou um dos seus sorrisos gentis.

- Mas é claro Kuchiki. Pode ir agora se quiser.

- Muito obrigada, Taichou. - fez uma pequena reverência, tinha muita sorte por ter conseguido um capitão tão calmo e gentil como Ukitake.

O assunto em questão agora era - “Será que o Nii-sama irá ficar chateado se eu for visita-lo?”

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Um mês somente para escolher a mulher ao qual será a mãe de seu filho. Um prazo muito curto para uma escolha tão importante, não é? Mas não iria colocar dificuldades, o mais importante conseguiu. Com o cumprimento deste prazo, o casamento de Rukia irá ser cancelado.

Tudo estava indo do jeito que queria, apesar de que casar novamente é... Mas o que estava pensando? Kuchiki Byakuya não deveria se abalar com isso; sentimentos são relevantes. Iria cumprir o combina. Deveria cumprir!

- Espero não está lhe interrompendo, Byakuya. - disse uma conhecida silhueta abrindo silenciosamente a porta.

- Seiji-sama. O que faz aqui?

- Você já deve saber o que vim fazer aqui. - respondeu se assentando na cadeira em frente a mesa de Byakuya – Apenas vim conversar com o meu sobrinho.

- Hum. - murmurou o Kuchiki cruzando os braços e fechando os olhos, sua pose preferida.

- Fiquei muito surpreso com a sua decisão, Byakuya. - sorriu levemente – Pensei que não fosse mais se casar após a morte daquela garota de Rukongai. - o fitou cúmplice – Por acaso está interessado em alguém?

- Estou apenas cumprindo o meu dever, Seiji-sama. Sentimentos não estão envolvidos neste acordo, na verdade, não dou margem para esse tipo de coisa. - respondeu friamente. Parecia convincente, mas seria essa a verdade?

- Sei disso, só estava perguntando. - comentou sorrindo mais ainda. Byakuya pode perceber que ele estava de bom humor naquele dia, tantos sorrisos... - Hoje você terá a visita da primeira candidata para esposa. Escolhi ela pessoalmente, assim como as outras, se esta não lhe agradar.

- Tão cedo? - exclamou Byakuya o olhando surpreso. Já iria começar?

- Mas é claro. Você só tem o prazo de um mês se for querer que o casamento de Rukia seja cancelado. Não acha melhor se for assim? - Byakuya confirmou com a cabeça retomando a sua postura impecável – Perfeito. Todas a que selecionei são de boa família, bonitas e educadas. O melhor para o querido filho de meu falecido irmão.

- Seiji-sama, o senhor... - Byakuya foi interrompido pela batida na porta – Entre. - franziu um pouco o cenho ao ver de quem se tratava.

- Com licença, Nii-sama – disse Rukia entrando cautelosamente, logo percebendo quem estava ali. Ficou um pouco espantada, a quanto tempo não via Kuchiki Seiji – M-Me desculpe está interrompendo, eu posso retornar depois...

- Não se preocupe, Rukia-chan – falou Seiji se colocando de pé – Eu já estava me retirando. - deu alguns passos se aproximando dela – A muito tempo eu não lhe via. Você está muito bonita.

- Obrigada, Seiji-sama – respondeu meio corada. Elogios sempre a deixavam desse jeito, principalmente quando não concordava com eles... Que estranho, não é?

- Foi bom lhe rever novamente. A causadora da decisão mais importante na vida de Byakuya – sorriu – Logo irei visita-lo para saber como foi o seu encontro, meu querido sobrinho. - após dizer isso, saiu da sala.

 

Byakuya o seguiu com o olhar. Então ele sabia, mas como não? Se essa foi a única condição que ele impôs para se casar novamente, deixar Rukia live deste casamento arranjado. Agora, não precisava falar aquilo na frente de Rukia. Odiava quando Seiji fazia isso, comentários desnecessários.

Rukia ficou meio confusa com aquela afirmação. - A causadora da decisão mais importante na vida de Byakuya – O que significava isso? Será que tinha haver com o seu casamento com Dan? Só poderia ser, estaria sendo tola ao pensar ao contrario. Essa era a prioridade na vida de Byakuya, não era? E além do mais... Espera! Encontro!? Que encontro era esse?

- O Senhor irá ter mais uma reunião, Nii-sama? - indagou, só poderia ser.

- Não. - respondeu ele – Apenas irei sair mais cedo para o encontro com uma das candidatas. - deu de ombros.

- Candidatas? - que candidatas seriam? Por acaso ele estava querendo tirar Renji do cargo de tenente? E por que raios tinha que ser uma mulher?

- Rukia... - Byakuya a fitou novamente – Quando disse que as coisas iriam ser como antes, estava falando a verdade. - suspirou – Tudo será como antes, para você. - o coração da baixinha só faltava sair pela boca naquele momento – Você não deverá mais se casar com Hyega Dan.

- Nii-sama. - arregalou os olhos, seria verdade? - Mas como? Os membros do Clã mudaram de idéia? Eles...

- Em função disso... - a interrompeu – Irei me casar em um prazo de um mês.

 

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- Não acredito... - resmungava Dan – Se eu tivesse vindo mais cedo. - cruzou os braços emburrado.

- Não fique assim, Hyega-san. A Kuchiki não estava muito disposta hoje, por isso eu preferi deixar ela sair mais cedo. - tentava confortar Ukitake.

- Deve ser bem por causa daqueles barraqueiros – cerrou os punhos ao lembrar do incidente com Ichigo e Renji.

- O que aconteceu?

- Nada! Nada! Não tem mais importância. - passou a mão pelos cabelos dando um largo sorriso.

 

Apesar de tudo, foi até engraçado. Pelo menos conseguiu conhecer melhor os dois amigos de sua noiva, já que conversaram um pouco após a saída da mansão Kuchiki. O fato era que eles eram muito escandalosos... Mas deixa pra lá! O importante agora era Rukia. Será que o Cunhado-san tinha dito algo pra ela?

- Bom, eu estou indo agora, Ukitake-san. - informou. - Vou tentar falar com a Rukia.

- Claro! - sorriu, mas logo se lembrou de algo – Hyega-san. - o jovem o olhou – Já que você é um capitão agora, não gostaria de se juntar a Associação dos Homens?

- Eu já tinha ouvido falar. Dizem que é bem bacana!

- É sim! Temos roupas, celulares, reuniões, até óculos escuro. - sorriu gentilmente.

- Então eu vou querer participar! - fez um sinal positivo com a mão – O Cunhado-san também vai?

- Não. - Ukitake suspirou decepcionado – O Byakuya é a única pessoa que eu não consigo convencer. E ele seria ótimo para a Associação. Enfrentamos muitas dificuldades com a Associação de Mulheres, sabia?

- Isso é porque eu não falei com ele. - deu de ombros – Pode deixar Ukitake. Eu vou convencer o Cunhado-san. - sorriu confiante.

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Tudo o que ouviu. Tudo o que Byakuya acabou de lhe falar: um mês, casamento...

Por que ele estava fazendo aquilo? Em nenhum momento ela queria que isso acontecesse. Em nenhum momento esperava que Byakuya fizesse aquilo para... Que ela fosse feliz? Não. Não deveria ser isso. Mas mesmo assim... Não queria. Não aceitava.

Preferia está casada com Hyega do que ver Byakuya com outra mulher. Morando na mesma mansão? Não. Não iria agüentar. Mas porque? Deveria está feliz por não ter mas que se casar, mas envés disso estava...

- Nii-sama – começou a falar enquanto fitava o chão – Acho que o Senhor não deve fazer isso. - ergueu a cabeça – Eu aceito me casar com o Dan, eu já tinha aceitado. O Senhor não deve... - engoliu seco – Não deve fazer isso por mim.

- Rukia. - Byakuya desviou sua atenção para outro lugar, não estava conseguindo olhar para aqueles olhos que estavam... Melancólicos? - Não estou fazendo isso por você. - respondeu friamente causando um certo espanto na garota – Tudo o que estou fazendo é para o bem do Clã Kuchiki. É o meu dever. - passou por ela indo em direção a porta – Agora vamos embora. Não posso ficar perdendo tempo aqui.

 

Rukia mordeu os lábios. Aquele jeito frio dele sempre a atingia. Sempre chegava nela como um tapa em seu rosto. Aquilo a quebrava por inteiro, mostrava o quanto Kuchiki Byakuya era fechado em relação a sentimentos, afeto... Sempre procurou aceitar isso. Mas não dessa vez, não estava suportando. Isso não era certo.

- Nii-sama. - levada pela emoção, Rukia segurou a mão de Byakuya, impedindo com que ele continuasse a caminhar.

 

O Kuchiki ficou espantado com tal ato. Se virou para fitar a pequena mão que segurava a sua, pode perceber que a garota estava tremendo naquele momento. Por que? O que a estava motivando a fazer aquilo?

Continue...