Entre a Razão e o Coração! escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 14
Capítulo 14 - O desabrochar da flor de cerejeira.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo [+ 16] - explicações no final do capítulo!



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CAPITULO 14 – O desabrochar da flor de cerejeira.

 

    - Isto é um ultraje! Não aceitaremos esta decisão!

    - Creio que já tenha dito que esta decisão não precisa de uma discussão. Eu apenas estou informando. - Byakuya olhava friamente os membros do Clã a sua frente – Brevemente me casarei com Rukia.

     

Seiji que estava ao lado do sobrinho, observava a discussão sem dizer uma palavra.

 

Os membros olhavam Byakuya de várias formas: espantados, indignados, curiosos... Byakuya conseguiu despertar várias reações.

 

    - Acho que deixamos bem claro o que queríamos, Byakuya-dono. - o ancião se pôs de pé – Um casamento deveria ser realizado e este matrimônio deveria ter como objetivo produzir um herdeiro para este Clã. Porém, escolhemos deixa-lo longe deste fardo, o entregando a sua irmã.

     

Byakuya franziu o cenho. Fardo? Desde o inicio eles sabiam o quão difícil seria este casamento para Rukia e mesmo assim não se importaram!

 

    - Sabíamos que o senhor não era de acordo com o casamento de Rukia-dono com Hyega Dan, mas graças ao seu senso de dever com o Clã Kuchiki e principalmente o de sua irmã, o casamento foi acertado.

    - Isto foi de grande satisfação para nós. - outro membro tomou a palavra – E esta satisfação aumentou ao vermos que o senhor decidiu se casar novamente. Mas avisamos que aceitaríamos apenas uma esposa de sangue e família nobre.

    - Rukia é uma nobre. - esclareceu Byakuya – Ela pertence ao Clã Kuchiki.

    - Não tente passar pelas leis deste Clã, Kuchiki Byakuya. - um homem de cabelos castanhos e bigode se pôs de pé. Perante os outros, ele era o mais indignado – Rukia-dono foi adotada pelo senhor e devemos ressaltar que mais uma vez contra as regras do Clã Kuchiki. Ela não passa de uma garota das ruas de Rukongai, assim como sua falecida esposa.

     

Byakuya tomou uma expressão irritada. Não estava gostando do rumo desta reunião, e muito menos do tom de voz de um de seus parentes.

 

    - Pensei que desta vez o senhor iria fazer a coisa certa. Kuchiki Rukia não é o tipo de mulher que esperávamos para este Clã. Quebrou as leis da Soul Society ao entregar seus poderes a um mortal; colocou o Clã Kuchiki em um estado de total vergonha perante os outros Clãs ao deixar o altar no dia de seu casamento com Hyega Dan. - o homem bateu na mesa fortemente, fazendo com que o som se alastrasse pela sala – Kuchiki Rukia só traz vergonha para este Clã. Ela envergonha o Clã Kuchiki ao usar nosso sobrenome. Não passa de uma rata de Rukongaia com sangue impuro.

    - Chega. - Byakuya se levantou – Não aceitarei que insulte Rukia.

    - Se acalme, Byakuya. - Seiji necessitou intervir.

     

Um clima tenso circulava. Byakuya - contrariado - se sentou novamente, dando oportunidade para que Seiji fala-se. Não iria perder a compostura, apesar de tudo deveria mostrar que era um líder controlado. Mas sabia que além da educação, se mais uma vez ousassem insultar Rukia, seria capaz de empunhar Senbonzakura.

 

    - O Clã Kuchiki é o mais respeitado entre as quatro famílias nobres. - começou o tio de Byakuya – Concordo plenamente que as regras devem ser respeitadas. O líder de nosso Clã deve priorizar os nossos desejos, que neste momento é um herdeiro. Agora não concordo com o posicionamento de vocês perante a decisão de Byakuya. Meu sobrinho disse que escolheria uma esposa e escolheu.

    - Acho que já dissemos, Seiji-sama, que a esposa de Byakuya-sama deve ser...

    - Nobre? - interrompeu Seiji ao ancião – Estou ciente disso, tanto que creio que o a nossa condição foi respeitada. Kuchiki Rukia é uma nobre. Ela pertence ao Clã Kuchiki. Não levem em conta o passado... - continuou antes de qualquer argumento contra – O passado ficou para traz, o que importa é o futuro. Um herdeiro deve nascer, é isto o que queremos, e ele terá o sangue dos Kuchiki. O sangue de Byakuya estará em suas veias.

     

Todos permaneceram calados o olhando atentamente.

 

    - O futuro do Clã Kuchiki deve ser priorizado, é o que dizem. Sendo assim, qualquer assunto relevante deve ser esmagado e tirado de nosso caminho. Independente de sangue ou de classe, Kuchiki Rukia é perfeita para ser a mãe de nosso futuro líder. Ela é forte, possui saúde e valores que e este Clã defende. Apóio a escolha de meu sobrinho. Sendo assim... - Seiji lançou-lhes um olhar intimidador - Quem se juntara a mim nesta decisão?

     

 

~o~o~o~

 

    - Se acalme criança. - Emi dizia enquanto caminhava em seus paços de veludo – Tudo acabara bem.

     

Rukia nada respondeu. Apenas continuou andando silenciosamente ao lado daquela mulher elegante.

 

    - Realmente o jardim da mansão Kuchiki é muito bonito. Fico fascinada cada vez que caminho aqui.

     

Silêncio. Emi, meio irritada, fitou Rukia do canto de seus olhos esmeralda.

 

    - É sempre um sinal de educação e respeito concordar com um elogio.

     

A garota despertou de seus pensamentos ao receber aquela pequena advertência.

 

    - Me d-desculpe, Emi-sama! - Rukia estava desconcertada – Eu sinto muito. Não é a minha intenção, eu só... Eu só estou...

    - Você tem que aprender a ser paciente e a manter o equilíbrio, criança. Se você tem a intenção de se casar com um Kuchiki, deve saber que estará sujeita a esse tipo de situação. Lhe digo isso por experiencia própria.

     

Rukia abaixou a cabeça em sinal de acordo.

 

    - Principalmente você que se casará com o menino Byakuya. Que além de líder de nosso Clã, também ocupa o posto de capitão.

     

Ela suspirou desanimadamente.

 

    - Mas eu não sei se o conselho irá...

    - Confiança também é fundamental. - Emi interrompeu a Kuchiki, lhe tocando os cabelos – Rukia, você precisa ser forte, decidida, saber dá apoio e opinião quando necessário. Precisa mostrar que é uma mulher com honra. Você tem que ser uma mulher digna. Se você não tiver essas virtudes, me pergunto se é a esposa certa para o menino Byakuya.

     

Rukia olhava atentamente a mulher de Seiji. A começar que a chamou pelo nome, sabia que Emi estava falando sério. Agora, será que possuía tais virtudes? Será que ela, Kuchiki Rukia, seria a esposa ideal para Byakuya?

 

    - Agora não fique se perguntando se é ou não a mulher certa. - Rukia a olhou surpresa. Por acaso esta mulher ler mentes? - Considerando o tempo que Byakuya levou para decidir se casar novamente, creio tenha escolhido uma boa mulher. E não somente por isso. Eu vejo potencial em você, criança. Por acaso você não é uma tenente? Não sabe o quanto isto é novo para nós. Ter uma tenente como esposa do líder do Clã Kuchiki.

     

Ambas sorriram uma pra outra. Um sorriso diferente brotou no rosto de Rukia.

 

    - Você é a esposa perfeita para Byakuya. Você possuí tudo o que é necessário e mais. - Emi afirmou – E o mais importante de tudo, vocês se amam. - sorriu - Creio que o que falta para sua relação com Byakuya é convivência.

    - Convivência? - Rukia perguntou não compreendendo o que ela quis dizer. Por acaso já não convivia há bastante tempo com Byakuya? Mais de 40 anos, não é?

    - Claro. Há muita coisa em você que o menino Byakuya desconhece, assim como há muito sobre ele que você, criança, não sabe. Mas esse conceito de intimidade virá com o casamento. Creio que poderá ser uma tarefa difícil para ambos, já que os dois tem personalidades fortes. Mas eu acredito em vocês.


Após dizer isso, Emi começou a caminhar novamente, fazendo com que Rukia apresasse um pouco o paço para acompanha-la. Aquela conversa havia lhe tocado de certa forma. Palavras rondavam em sua mente enquanto tentava arranjar uma resposta própria para a situação exposta por Emi. Convivência, não é?

 

De repente, tanto os seus pensamentos, quanto os seus paços foram interrompidos ao sentir aquela presença.

 

Em um reflexo, tornou o rosto para o dono daquela reatsu.


    - Nii-sama...

     

Byakuya estava parado a poucos metros. Tinha os olhos fixos em Rukia, que pode perceber algo diferente dentro daquele olhar congelante. O que seria? Não sabia distinguir.

 

Rukia comprimiu os lábios com força, temendo o que poderia ouvir de Byakuya. Na verdade, se preocupava com ele. Na reputação do líder do Clã Kuchiki ao tentar quebrar as regras novamente. Pelo menos, essa era a visão que tinha e sabia que o conselho da família concordava com ela.

 

    - Nii-sama... - mais uma vez aquela palavra escapou de sua boca.

     

O Kuchiki franziu o cenho. Fechou os olhos e por um pequeno momento, aquela sua expressão séria suavizou.

 

    - Acho que a partir de hoje você não poderá se dirigir a mim desta forma, Rukia.

     

O que!?

 

~o~o~o~

     

 

Um tecido refinado e elegante adornava o seu corpo. O kimono da cor branca se estendia até o chão, com detalhes de pétalas de sakura estrategicamente bordadas e contornadas por ouro. Uma fita da cor rosa dava o toque final na peça de roupa, prendendo-se abaixo de seu busto. Em seus cabelos, o broche em formato de uma flor de cerejeira chamava a atenção.

 

    - Suponho que desta vez você está pronta. - disse Emi enquanto olhava a noiva a sua frente.

     

Rukia via seu reflexo no espelho. Com um olhar confiante e um leve sorriso, respondeu aquele pequeno comentário:

 

    - Sim. Estou pronta.

     

Emi sorriu satisfeita.

 

    - Isso é bom. - afirmou ela – Mas como disse uma vez, uma noiva sempre precisa de um tempo para refletir antes do casamento. - andou em direção a porta – Estarei lhe esperando na sala de recepção.

     

Rukia afirmou com um simples movimento com a cabeça, sem desviar a atenção de sua imagem refletida. Estava pronta, não é? Dessa vez conseguia sentir. Sentia aquele fogo de satisfação e alegria queimar em seu coração.

 

Agora era diferente. Estava ali porque queria. Sorria por que tinha vontade. Não estava sendo forçada a nada, dessa vez iria se casar por vontade própria e com alguém que amava.

 

Nesta circunstâncias, um sorriso chegava a ser pouco para transparecer o que estava sentindo.

 

    - Olha só pra ela...

    - Parece que você quer se casar de qualquer jeito, não é nanica?

     

Rukia deu um salto, se virando para fitar os 'invasores'.

 

    - Ichigo! Renji! - sorriu – O que fazem aqui?

     

Renji se aproximou.

 

    - Eu vim ver como você estava. - o ruivo tatuado sorriu – E parece que esta muito bem. Eu não lhe disse? Você iria descobrir.

     

A garota sorriu ao se lembrar das frases que o amigo de infância lhe dizia. Cheias de mistério, para ser exato. Ficava muitas vezes irritada por isso.

 

    - Por que você nunca me disse nada, idiota!? - deu um leve soco no ombro dele.

    - Por que achei que um dia você iria descobrir. Toda aquela sua admiração pelo Taichou não era por acaso. - cruzou os braços – Apesar de que demorou um pouco... Como você é ignorante, Rukia!

     

Uma veia soltou da testa da baixinha.

 

    - Ora seu imbecil! - cerrou os punhos, mas exitou em socar Abarai ao olhar além dele – Ichigo?

     

Kurosaki Ichigo permanecia parado um pouco a frente da porta. Ao contrário de Renji, ele não estava sorrindo. Tinha uma expressão séria, aquela que sempre ganhava quando estava em meio a uma luta, Rukia pode perceber.

 

    - É isso mesmo o que você quer? - perguntou ele.

     

Rukia o olhava nos olhos. Andou em direção a ele, ficando cara a cara. A diferença de estatura dificultava um pouco, mas não chegava a atrapalhar a comunicação que estavam tendo naquele momento. Se conheciam muito bem.

 

A prova disso foi a conclusão que Ichigo chegou sem ela ao menos falar:

 

    - Então é. - suspirou passando as mãos nos cabelos chamativos.

    - Ichigo...

    - Não se preocupe. - aqueles sorriso confiante surgiu no rosto do ruivo – Você sempre faz a coisa certa, não é? Eu sei disso.

     

Rukia deu um leve sorriso diante as palavras dele.

 

    - Agora vamos. - Ichigo deu de ombros – Você já está atrasada. Nunca vi tanta moleza!

    - Mas noivas podem se atrasar, Ichigo. - ela arqueou uma sobrancelha.

    - Não quando vai se casar com o Taichou. - Renji interviu – Tenho até medo do que ele pode fazer...

    - Como você é medroso, Renji. - Ichigo o fitou provocativo – Deve ter sido por isso que você perdeu a luta contra o Byakuya, enquanto eu ganhei. - sorriu orgulhoso.

     

Renji – indignado – franziu o cenho, pegando-o pela gola do kimono.

 

    - O que você disse? - disse entre os dentes.

    - Além de medroso é surdo!?

    - Seu...!

    - Podem parar! - Rukia se colocou entre eles – Não é hora pra isso! Quem está me atrasando agora são vocês!

    - Você não tem pernas, Rukia!? - Ichigo apontou o óbvio – Não precisa da gente pra se casar! Vá andando por si só!

    - Claro que eu preciso de vocês... - ela entrelaçou as mãos nos braços dos dois – Se não, quem me levara para o altar?

     

Os dois a olharam surpresos, dizendo juntos:

 

    - O que!?

    - Não façam escândalo! Vocês dois iram me levar. - Rukia franziu o cenho – Agora se pisarem no meu kimono ou se me fizerem passar vergonha, eu acabo com vocês lá mesmo!

     

Ichigo e Renji ainda a olhavam surpresos, digerindo o que Rukia havia acabado de dizer.

 

O motivo de sua escolha era simples: quem melhor para lhe levar ao altar do que os seus dois melhores amigos!? Que sempre estiveram ao seu lado não importava o que ocorresse. Que a acompanhava em lutas, alegrias, tristezas... Eles eram a melhor opção.

 

    - Então... Vamos?

     

~o~o~o~

 

Não foi uma cerimônia demorada e teve fim em um momento aceitável para todos. Talvez fosse porque Byakuya não gostasse de muita enrolação, então o ancião da família foi direto ao ponto, mas claro, mantendo a cerimonia na altura de um Kuchiki.

 

Agora o salão de festa da mansão estava repleto de pessoas.

 

    - Pare de beber, Matsumoto! - gritava Hitsugaya á sua tenente.

    - Ah, Taichou! Aproveite! Não é todo dia que nós somos convidados a vir na mansão Kuchiki. - justificou a peituda, levando mais uma vez o copo de sakê aos lábios.

     

Hitsugaya cruzou os braços virando o rosto.

 

    - Orihime, você não quer também!? - Rangiku ofereceu.

    - N-Não obrigada, Rangiku-san. Eu sou de menor... - Inoue sorriu sem graça.

    - Poxa! Ninguém vai me acompanhar!?

    - Eu acompanho, Rangiku-san! - falou Renji já com um copo em mãos.

    - Esse daí não sabe nem andar direito lúcido, imagine bêbado. - Ichigo murmurou para Ishida, que concordou movimentando os óculos.

     

Na verdade, ele comentou em um tom audível, sendo fuzilado por Renji logo em seguida.

 

    - O que você quis dizer com isso? - o ruivo perguntou.

    - Você sabe o que eu quis dizer! Quase que você faz com que eu e a Rukia caíssemos na hora que entramos no templo! - apontou o dedo para o tenente do 6º esquadrão.

    - Eu!? Você que estava andando muito devagar!

    - E você queria que eu entrasse correndo, idiota!?

     

Os dois se encaravam, competindo para ver quem conseguia fazer a cara mais emburrada.

 

    - Por favor. - Ishida tomou a palavra – Nós estamos em meio a uma...

    - Cala a boca, Ishida! - disseram juntos.

     

Um pouco distante do alvoroço, uma certa pessoa olhava desprezadamente para aquele pequeno conflito (Ishida tentando separar Ichigo e Renji, enquanto Matsumoto oferecia sakê para Chad e Orihime). Definitivamente aquele lugar não era apropriado para esse tipo de situação, ainda mais que... Arg! Se ao menos pudesse coloca-los para fora!...


    - Eles são meus amigos. - disse Rukia olhando-o – Não olhe desse jeito para eles.

    - Eu sei. - Byakuya fechou os olhos como tentativa de ignorar o que estava acontecendo.

     

Até agora não acreditava no fato de Rukia ter escolhido Kurosaki Ichigo e Abarai Renji para leva-la ao altar. Lembrava-se que por pouco, Rukia não caiu com eles enquanto andava. Se isso tivesse acontecido...

 

Rukia sorriu ao ver uma breve movimentação nas sobrancelhas de Byakuya. Desviou a atenção dele logo em seguida, correndo os olhos pelas pessoas que estavam próximas e distantes. Seiji e Emi conversando com alguns membros do Clã. Seus amigos brigando. Capitão Ukitake e capitão Kyoraku... Repentinamente seu olhar caiu em um certa silhueta. Engoliu seco. Talvez esse fosse o momento de encara-la...

 

    - Byakuya, eu irei falar com a Hinamori. - ela disse se pondo de pé e seguindo em direção ao se objetivo.

     

Byakuya abriu os olhos, seguindo-a em cada passo. Não havia nenhum problema em ela ir falar com a tenente do 5º esquadrão, no entanto, o que lhe chamou atenção naquela frase foi o modo como Rukia se dirigiu a ele: Byakuya. Apenas Byakuya, sem nenhum termo de respeito ou algo do gênero.

 

Ficou curioso ao se lembrar que nem Hisana o chamava desse jeito. Ela sempre se referia a ele como “Byakuya-sama”, enquanto Rukia o tratava como se... Ela estivesse quebrando a barreira que antes os separava, tornando-os iguais. Era algo novo para ele. Byakuya gostou disso.

 

     

-

 

Rukia andou em direção a mesa onde Hinamori estava. Ela, ao perceber que se aproximava, levantou-se sorridente.

 

    - Parabéns, Rukia-san! - disse Momo, recebendo um sorriso gentil de Rukia.

    - Obrigada, Hinamori.

     

Ficaram em silêncio por alguns segundos. Momo olhava Rukia curiosa, esperando alguma pergunta, comentário ou algo do tipo... Afinal, foi Rukia que veio até ela.

 

A Kuchiki percebeu o que Momo esperava. Esperava que ela dissesse alguma coisa, e estava certíssima. Não havia ido até Momo somente para receber os 'parabéns'. Queria dizer algo que martelava em sua cabeça desde aquele incidente...

 

    - Hinamori... - Rukia começou, desviando o olhar da garota – Eu queria pedir desculpas pelo... Pelo que aconteceu. O Dan esta... A culpa foi minha. Ele foi embora porque eu...

    - Não se preocupe, Rukia-san. - Momo sorriu – O Hyega Taichou irá voltar. Ele disse que não iria decepcionar o nosso esquadrão. Todos nós acreditamos nele.

     

Rukia a olhou surpresa, sendo contagiada pela esperança que emanava de Hinamori.

 

De certa forma, se sentia mal com aquela situação. Sentia como se a culpa fosse sua. Onde será que Dan esta agora? Será que ele...

 

    - Rukia!

     

Acabou levando um leve susto ao ouvir o seu nome ser chamado tão euforicamente.

 

    - Essa não... - revirou os olhos. Eram eles!

    - Rukia! - Renji ficou em frente a ela – Diz pra esse idiota que eu não atrapalhei você! - se referiu a Ichigo, que o olhava furiosamente.

    - Do que vocês estão falando!? - ela perguntou.

    - Não fui eu! - Ichigo tentou se defender – É você que não sabe andar direito e quase derrubou a Rukia!

    - Imbecil! Isso é...

    - Parem com isso! - Rukia pela segunda vez naquele dia os separou – Será que nem no dia do meu casamento vocês me deixam em paz!? Todos estão olhando pra vocês, idiotas! - a ultima frase foi dita em um grito.

     

Os dois ficaram espantados. Rukia de certa forma causava medo a eles, mas não tanto para os impedir de provoca-la.

 

    - Acho que quem está chamando a atenção agora é você, Rukia. - Renji sorriu zombeiro.

    - O que? - ela percebeu que todos os olhares estavam em direção a ela, inclusive os de Byakuya, que estava um pouco distante.

     

Rukia corou em vergonha, abaixando a cabeça. Ichigo e Renji limitaram-se a rir.

 

    - Não faça isso com a Rukia-san, Abarai-san. - Momo interviu, lançando um olhar reprovador para o amigo.

    - Eu não fiz nada! - ele virou o rosto emburrado – Quem gritou foi ela, não eu! Tenho pena do Kuchiki Taichou por ter que aturar essa...

    - Abarai Renji.

     

A voz cortante de Byakuya despedaçou, em questão de segundos, o Renji audacioso e corajoso que ali estava. O tenente olhou para o seu Taichou, que se encontrava atrás de si.

 

    - T-Taichou...? - não pode esconder o temor que sentiu, acompanhado do medo – E-Eu estava dizendo pra Rukia q-que... Que o senhor tem muita sorte por se casar com ela! - foi rápido na resposta, mas não o suficiente para se sentir seguro do perigo. Procurou ajuda ao olhar para o lado, mas tanto Ichigo, Rukia e Hinamori agiam como se ele não estivesse ali. Malditos!

    - Hum... - Byakuya o ignorou, passando por ele.

     

Renji saltou o ar, a pouco presos em seus pulmões. Essa foi por pouco!


    - Aconteceu alguma coisa, Byakuya? - Rukia perguntou ao vê-lo parar em sua frente.

    - Vamos nos retirar.

 

~o~o~o~

 

 

O quarto estava escuro, apenas sendo iluminado pela luz da lua cheia que ultrapassava a janela. Permaneceu sentada. Vergonha, era isso o que estava sentindo. Não estava acostumada com aquele tipo de roupa.

 

Rukia usava uma camisola branca, “simbolo da pureza” - como Emi disse. Caindo levemente em camadas até o chão em uma seda macia, enquanto um laço adornava o busto; roupa cuidadosamente escolhida para ocasião, não por ela, claro. A camisola poderia se arrastar pelo chão, mas compensava ao possuir um material meio transparente, algo que não era comum em sua vestimenta.

 

Porque a Emi fez isso com ela!? - se perguntava soltando um suspiro.

 

Agora estava ali, sozinha. As empregadas da mansão a deixaram nos aposentos de Byakuya, quer dizer, também seu a partir daquele dia.

 

“Iremos avisar a Byakuya-sama que a senhora já esta pronta.” - foi isso o que disseram antes de sair.

 

Droga! Estava tão nervosa... E a empregada dizendo aquilo só fez aumentar o seu nervosismo.

 

“Pronta para quê?” - perguntou, recendo um leve sorriso como resposta.

 

Como era ingênua... Era uma mulher casada agora. Algumas coisas iriam mudar, não é? Só que não estava preparada para essa mudança. Nunca havia ficado tão nervosa. Nunca!

 

Soltou um suspiro. Kuchiki Rukia tremia na noite de sua lua de mel. Só que não por frio, mas sim por... medo? Estava sentindo tantas coisas ao mesmo tempo que não sabia distingui-las. Será que todas as noivas ficavam assim?

 

O ranger da porta se abrindo chegou aos seus ouvidos. Rapidamente olhou em direção a mesma podendo fitar a pessoa que acabara de entrar. Era ele.

 

Byakuya fechou a porta atrás de si. Calmamente dirigiu o olhar para a mulher não muito distante. Sua mulher.

 

Correu os seus olhos acizentados por todo o corpo de Rukia. Da cabeça aos pés, em perfeito momento de contemplação. O cabelos negros em contraste com a pele alva, os grandes olhos azuis-violetas cintilando com a luz invasora...

 

Rukia ao perceber aqueles olhos em sua direção, rapidamente se pôs de pé. Lembrou-se logo em seguida de como estava, instintivamente cobrindo os ombros enquanto suas bochechas ficavam coradas.

 

O que estava fazendo? Estava sendo estúpida. Provavelmente ele iria achar isso dela, ou então... - seus pensamentos foram interrompidos ao ver Byakuya se aproximando.

 

Paralisou. “Não trema. Não trema” - dizia para si esperando alguma ação dele. Algo que... O que!?

 

Contra as suas especulações, Byakuya passou por ela se sentando a cama. Virou a cabeça para fita-lo, e pode ver que ele levava as mãos até o cabelo com a intensão de tirar o kenseikan dos mesmos.

 

O que ele estava fazendo!? Será que... Ou então ele...!?

 

Suspirou. Deveria ficar calma. Deveria.

 

    - Deixe-me ajuda-lo. - ela disse erguendo as mãos para tocar os cabelos dele. Byakuya, em resposta, apenas deixou ambas as mãos caírem calmamente ao seu lado.

     

Rukia começou a tirar o assessório nobre do cabelo de Byakuya. O fato dele estar sentado enquanto ela permanecia em pé em sua frente ajudou muito, graças ao seu tamanho. Não gostava de admitir, mas altura não foi uma dádiva que recebeu.

 

Em pouco tempo conseguiu remover o kenseikan. Apesar de não ter sido difícil, sábia que era bem mais fácil tirar do que colocar. Olhava o objeto em suas mãos com um certo interesse. Pode perceber pelo formato... Como Byakuya conseguia coloca-lo todos os dias? Provavelmente já deveria estar acostumado. – concluiu imediatamente.

 

Acabou se reprovando mentalmente ao ver que estava pensando em algo sem muita importância, e conseqüentemente não apropriado ao momento.

 

Ergueu o rosto e conheceu a face dele. Diferente de antes, os cabelos negros agora caiam sobre sua face, em uma forma rebelde e ao mesmo tempo elegante. Como isso poderia acontecer? Aqueles olhos em sua direção, o rosto.... Não importava como estava... Ele era perfeito.

 

Rukia corou mais uma vez sem ao menos saber o porque, ou sabia?

 

Voltou sua atenção para o pequeno móvel ao lado da cama, onde colocou o assessório. Curiosamente ao fazer isso, um certo som pode ser notado. Droga! Estava tremendo!


    - Esta nervosa? - Byakuya se pronunciou pela primeira vez, lançado uma de suas perguntas diretas.

     

Ela ficou meio chateada com a sinceridade da pergunta. Será que ele não poderia ser um pouco discreto agora?


    - Você não é nada romântico, sabia? - ela cruzou os braços em frente a ele, arqueando uma sobrancelha.

    - O mesmo digo de você. - Byakuya respondeu sem exitar.

     

Rukia abaixou a cabeça ao soltar um sorriso tímido. Estava nervosa, o que poderia fazer? Diferente dele, esta era a sua primeira vez. Nunca havia passado por uma situação semelhante antes.

 

    - Não fique. - ele disse se levantando e se aproximando dela.

     

Apesar da frase não ser detalhista, ela compreendeu.

 

Rukia observou cada movimento de Byakuya, até ele ficar em sua frente a poucos centímetros. Por um momento pensou em recuar, mas rapidamente se convenceu de que aquilo não era necessário. Confiava nele.

 

Byakuya tocou o rosto de Rukia, acariciando-o levemente com o polegar de sua mão. Não era uma pessoa ignorante para não perceber o quão nervosa ela estava, e isso era totalmente aceitável.

 

Inclinou-se, logo fazendo com que as respirações se colidissem. Apesar da respiração dela está tremula, aquilo não pode impedi-lo de continuar, então seus lábios conheceram os de Rukia. Calmamente, gentilmente, carinhosamente... Em um ritmo lento eles começaram a apreciar aquele momento.

 

Especial, era a palavra que deveria descrever esse momento futuramente.

 

Rukia timidamente colocou as mãos nos ombros fortes de Byakuya. Apesar de tremer dos pés a cabeça, não poderia ignorar o toque das mãos dele, que começaram a passear por sua cintura.

 

Depois de alguns minutos daquele jeito, seus corpos começaram a reagir de uma forma diferente. O beijo antes calmo, começou a ganhar intensidade. As mãos de Byakuya começaram a ir mais além, chegando a passar desde seu quadril, cintura, até os seus ombros expostos e arrepiados graças ao toque. Ela começou a reagir de certa forma - tímida - mas não despercebida por ele.

 

Rukia tentava se controlar, mas a aproximação não deixava, estava despedaçando todo o seu temor. E porque deveria se controlar? O desejava com todas as forças. Confiava nele. Confiava.

 

Byakuya intensificou o beijo - pressionava Rukia contra o seu corpo. Ela respondeu esse gesto ao entrelaçar suas mãos nos cabelos dele, o puxando para mais perto.

 

Agora era inevitável. Estavam entregues um ao outro.

 

Rukia abriu os olhos por um breve momento ao ver que seus pés não tocavam mais o chão, mas a sua curiosidade foi apagada ao sentir ser colocado calmamente na cama, enquanto Byakuya se colocava por cima de si, tomando cuidado com o frágil corpo que ela possuía.

 

Os lábios de Byakuya agora não estavam mais sobe os seus, mas sim ocupados em beijar a linha de seu pescoço. Rukia limitou-se a ficar acariciando as costas dele, mas esse limite que se impôs não a impediu de retirar a parte superior do kimono de Byakuya, que começou a deslizar revelando as costas, e conseqüentemente, o tórax do Kuchiki, que tocou timidamente.

 

As mãos dele, em toques mais ousados, arrepiavam cada parte de seu corpo. Ele queria conhece-la em cada mínimo detalhe. Queria tê-la por inteiro. Queria que Rukia notasse através de seus toques o que ela lhe causava.

 

Byakuya correu sua mão pelo corpo de Rukia. Indo dos ombros, passando cautelosamente pelo busto e descendo até chegar em sua perna, que segurou firmemente - mas também não deixando que ela o embriaga-se totalmente com o seu cheiro. Será que ela conseguia perceber o quanto ele tentava ser cuidadoso?

 

Mas Byakuya se sentiu confiante a avançar ao ouvir discretos sons saírem dos lábios de Rukia. Tal ato ocasionado pela aproximação. Sabia disso, estava acontecendo com ele também.

 

Começou a fazer o mesmo caminho de antes, porém, parando no delicado laço que enfeitava aquele 'manto' branco.

 

No entanto, quando estava prestes desmancha-lo completamente e assim poder visualizar aquele corpo adornada pela pele clara, suas mãos foram impedidas pelas de Rukia.

 

Ficou surpreso. Indagativamente a olhou.

 

    - Algum problema? - perguntou Byakuya. Talvez tenha ido rápido demais... Ou talvez...? - Eu...


Os olhos acinzentados mergulharam no azul-violeta.

 

Rukia levou as mãos ao rosto de Byakuya, acariciando e tocando os cabelos que levemente caiam sobre a face dele. A respiração de ambos estava acelerada, assim como o coração de cada um que parecia querer saltar de seus peitos.

 

Na situação que estavam era quase impossível parar, mas o coração falou mais alto. De algum jeito, de alguma forma se viu na necessidade de dizer:

 

    - Eu te amo, Byakuya. - ela sussurrou.

     

Seus olhos estavam conectados. Caminhavam para um caminho que tinha como destino a união.

 

Antes que Byakuya pudesse abrir a boca e falar algo, Rukia o puxou para mais um beijo. Não precisava de palavras. O olhar dele demonstrava o que ele sentia: o mesmo que ela.

 

Após alguns instantes, Byakuya quebrou o beijo. Levou aos mãos ao laço novamente, mas antes lançou o olhar para Rukia como num ato de querer saber se poderia continuar.

 

Ela sorriu. Rukia dessa vez não o impediu.

 

 

~o~o~o~

 

O sol no horizonte se fez, despertando os pássaros e invadindo com seus raios as casas de Seireitei.

 

A mansão Kuchiki não ficou a par deste espetáculo, e logo os raios solares chegaram ao quarto do casal, incomodando os olhos de Byakuya.

 

Ele vagarosamente abriu os olhos. O dia havia amanhecido tão rapidamente, ou talvez fosse porque já fazia um bom tempo que não dormia daquela maneira e sentiu o tempo passar? É. Talvez fosse isso.

 

Fez um breve movimento com o intuito de se levantar, mas acabou sendo impedido pela pessoa que dormia calmamente sobre o seu peito. Levou o olhar até ela.

 

Rukia tinha os braços envoltos na cintura de Byakuya, apoiando a cabeça sobre o peito dele e dormindo pacificamente. Um leve sorriso adornava os lábios dela. Não sabia que isso era possível, até aquele momento. Será que ele também sorria quando dormia? Procurou afastar aquele palpite.

 

Byakuya inclinou-se até ela, passando as mãos pelos cabelos de Rukia e tirando uma mecha rebelde que caia sobre o rosto da garota.

 

    - Bom dia, Rukia. - disse próximo ao ouvido dela.

     

Ela franziu o cenho, mostrando que havia escutado. Se movimentou preguiçosamente, esticando um dos braços. Brevemente abriu os olhos, tendo como visão o belo rosto de Byakuya. Não pode deixar de sorrir.

 

    - Bom dia. - ela sussurrou. O seu cansaço estava amostra naquelas poucas palavras.

     

Rukia se aconchegou nos ombros de Byakuya, fechando os olhos novamente. Não queria levantar agora, estava tudo tão perfeito...!

 

    - Tenho que ir ao 1º esquadrão agora. - Byakuya falou, aproximando-a contra o seu corpo.

     

Rukia ergueu o rosto para olha-lo.

 

    - Agora? Por que? - perguntou.

    - Independente de nossas vidas pessoais, Rukia, os meus deveres como capitão continuam. Não posso apenas ignora-los. - ele respondeu em seu tom sério.

     

Ela abaixou a cabeça, se sentindo desconfortável pelo que disse.

 

    - Eu compreendo. Me desculpe.

     

Ao vê-la responder desta forma, Byakuya acabou se reprovando mentalmente por ter falado daquela maneira.

 

Tocou o queixo dela, erguendo-o para que ela olhasse em seus olhos.

 

    - Farei o possível para não demorar. - ele falou.

     

Rukia deu um leve sorriso. Byakuya se aproximou depositando um beijo em seus lábios.

 

~o~o~o~

 

No primeiro esquadrão, os capitães se encontravam enfileirados. Yamamoto Genryuusa estava entre eles, em sua expressão ríspida e autoritária – tipico do Comandante dos treze esquadrões.

 

 

    - Vamos dar inicio a reunião.

     

     

    Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo grandinho, em!? Bem ele esta dessa maneira porque eu queria manter o ritmo da leitura, mas eu gostaria de saber se esta bom assim. O que vocês acham? Quando for um capitulo grande, eu devo postar de uma vez só ou se eu devo partir no meio? Vocês que sabem! ^^

Agora, sobre o [+ 16]...
Bem gente, eu botei isso como precaução, por causa da cena da 'lua-de-mel'. Eu procurei não entrar muito em detalhes, já que a fic é [+13]. No entanto, eu quero saber se vocês preferem assim ou querem que eu mude a faixa étaria da fic para [+16]? Foimuito "forte" a cena pra precisar mudar a idade da fic? Outra perguntinha, e voces que sabem! ^-^

Anyway, eu também não procurei entrar muito em detalhes em relação ao casamento (não descrevi o casamento) e eu fiz isso porque acho que todo mundo sabe o que acontece! XD Também tivemos a participação de algumas pessoas da Soul Society, Ichigo e Renji...

Enfim, espero que tenham gostado. Me desculpem um pouco pela demora, mas vou tentar não demorar muito para o proximo! :)

Muuuito obrigada pelos comentarios e pelo apoio de vocês! *-*

E agora, reviews please!? Façam a felicidade dessa autora! ^-^