A Casa Dividida escrita por Redbird


Capítulo 41
Lutadores e Amantes


Notas iniciais do capítulo

Hey babys da tia Red!!!
Mais um capitulo. Aleluia. Deus é pai. e gente... 2 anos. 2 FUCKING ANOS!!!!!!!. Não acredito que vocês ficaram comigo todo esse tempo. Obrigado por torcerem por Peeta e Katniss, por toda as vezes que quisemos matar o Snow, os porres do Haymitch e para aqueles que já se foram nessa fic... ainda escuto os canhões!!! Anyway... desculpem o momento beijo da xuxa, mas é que né.... só tenho a agradecer vocês. Beijos e divirtam-se.



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A fazenda de Snow não ficava tão longe do centro da cidade. Peeta estava em uma colina que dava as costas para o rio e ficava de frente para o burburinho. Ele pode ver a Catedral da Missão de São Francisco. O Forte conhecido como O presídio, aparecia bem a o norte da península. Ele tinha sido fundado por espanhóis para ser uma prisão e agora era um importante local de concentração militar. Alguém sugeriu que os abolicionistas queimassem o forte também. No entanto, todos concordaram que isso seria perda de tempo. Um incêndio na prefeitura já seria distração suficiente.

Apesar de não estar na cidade há mais de um ano, ano esse em que uma guerra estourara, ele já conhecia o local como a palma da sua mão. Não só o local como sua história. Graças a ela.

Ele se lembrava de como Katniss gostava de falar da cidade, de cada curiosidade. Contar histórias de mulheres de longas tranças negras e vestidos sujos que entravam nas minas para resgatar algum amante perdido. Homens que vinham de todos cantos do mundo para conseguirem um pouco de ouro. Mulheres destemidas que vinham tentar a sorte e amores em uma cidadezinha da costa Oeste da América. Ele também tinha vindo de longe. E agora iria resgatar sua pepita de ouro.

Esperar nunca fora um problema para ele mas, agora, a cada segundo que esperava as chamas invadirem a cidade todo seu corpo ardia em antecipação. O pior era não saber se Katniss estava viva ou morta.

Ela se lembrou de uma história que Katniss lhe contara há séculos atrás, quando ele a pegou lendo uma noticia sobre uma mulher que morrera soterrada em uma mina. Estranhamente a noticia fizera Katniss lhe lembrar de uma história que os negros contavam e tinha acontecido não muito antes, quando começaram a descobrir o ouro do local.

Uma mulher que tinha vindo do sul do continente havia se perdido em uma mina recém criada. Nenhum dos patrões se preocupou em salvá-la claro. Ela era apenas mais uma latina. A mulher ficou presa durante dias. Ela sobreviveu milagrosamente comendo minhocas e bebendo a água com gosto de areia que caia das rochas.

Acontece que essa mulher tinha um amigo, um dos chinas, que secretamente era apaixonado por ela. Com a ajuda de um de seus compatriotas o homem desesperado entrou na mina. Ele tinha em sua posse duas coisas. Uma flauta que trouxera de sua terra e uma tocha. Ele ia marcando o caminho enquanto descia cada vez mais fundo nas profundezes da terra. Ele começou a tocar flauta e assim que a moça ouviu o som cada vez mais próximo começou a gritar por ajuda. Graças a música os dois conseguiram sair daquele local.

"Eu vou te tirar da mina Katniss, você não vai ter que ficar sozinha por muito tempo nesse lugar úmido e escuro". A principio ele viu apenas uma luz fraca a distancia. De repente uma fumaça subindo fraca e crescendo conforme os segundos. Esse era o sinal. Os abolicionistas já tinham começado o incêndio na prefeitura. A noite logo começaria e a batalha também.

Peeta foi o mais rápido que pode, rastejando entre as árvores para ficar fora de vista até a entrada da fazenda. A Fazenda ficava num lugar alto. Snow tinha uma vista privilegiada. A Casa dava de frente para a Baia. De um lado o rio, de outro o centro da cidade. "Como se ele fosse o rei de São Francisco", pensou Peeta amargo.

Ele levou cerca de 20 minutos para chegar até a fazenda, tomando todo o cuidado, se tornando invisível. Peeta lembrou de Rue e Haymitch. "Sua vantagem vai ser o fator surpresa. Chegue o mais silenciosamente e inesperadamente que puder". A voz dos dois lutava contra o zumbido nos ouvidos. Seu coração estava tão acelerado que ele ficou com medo que pudesse ser ouvido a quilômetros. "Estou chegando" pensou desesperado. "Apenas mais um pouco"

Assim que chegou viu que a entrada estava enfestada de soldados que corriam de um lado para o outro, sem saber muito bem o que fazer e tentando seguir as ordens de Snow. Eles estavam indo para o centro. O inferno que os abolicionistas criaram funcionara. Ele aproveitou e correu até os fundos da casa, protegido pela discrição das árvores que eram muitas no local.

Peeta achou que ficaria aterrorizado quando voltasse lá. Achou que ao ver a casa as lembranças ruins voltariam com tudo, mas na verdade a única coisa em que ele conseguia pensar era em Katniss. Ele só tinha cabeça para tirá-la de lá. "O amor faz de você corajoso" observara Haymitch. " Mantenha-se focado". Ele pretendia manter- ser focado.

Quando barulho dos soldados finalmente sumiu, Peeta viu que era hora de entrar. Ele sabia que haveriam soldados dentro da casa. Snow não seria burro de deixar o local desprotegido, por isso ele fez o possível para se tornar mais silencioso que uma sombra.

Assim que conseguiu entrar pela janela do quarto ele viu que a casa estava estranhamente silenciosa. Ele não poderia sair chamando por Katniss, teria que arriscar. Ele checou mais uma vez o revólver que havia trazido. "Seja rápido", aconselhara Haymitch. Ele saiu da sala em que estava, um quarto desocupado, e começou a andar pelo casarão. Peeta se lembrava muito pouco do local, mas sabia que a fazenda tinha três andares. Katniss provavelmente estaria no mais inferior.

Desceu uma escada que havia antes de entrar na sala de estar, com um arrepio lembrando do dia em que Snow os sequestrara. Viu as costas de dois soldados, vestindo uniforme da união, vigiando a sala de estar. Silenciosamente desceu as escadas, agradecendo a Deus pela confusão lá fora.

Ele queria ter uma canção, alguma coisa para sinalizar Katniss, alguma forma de encontrá-la. Concentre-se, era o que pensava, no entanto sua mente começava a vagar por lugares mais escuros. E se ela estivesse em algum lugar, ainda ferida? Se estivesse morta? Ele queria parar de pensar nessas possibilidades horríveis e elas vinham rebeldes como águas de um rio.

Ele sentiu as pernas fraquejarem ao ouvir um barulho que vinha do final do corredor, foi em direção a ele, se movendo como se estivesse em transe. De repente foi como se seu ouvido ficasse cheio de água. A única coisa que ele podia ouvir claramente era a voz no final do corredor. Snow. Peeta sentiu o sangue ferver apenas por ouvir aquela voz. Os dedos apertaram com mais força o revólver que ele tinha na mão. Por um instante ele imaginou o que o pai pensaria se o visse. Afastou o pensamento, não ajudava em nada.

Ele deu mais dois passos silenciosos. E então encontrou o que estava procurando. Não se atreveu a espiar dentro do quarto, mas sabia que eles estavam ali. Segurou a respiração enquanto ouvia o diálogo e esperava, tentando pensar no que fazer. "Escolha o momento certo para atacar" a voz de Rue era incisiva em sua mente. "Aproveite o tempo, ele será seu aliado, mas um aliado traiçoeiro".

–Então seus amigos resolveram fazer uma surpresa- Ouviu Snow, mal contendo o tom de irritação na voz- Estou indo lá para resolver isso. É melhor que você vá para um quarto no andar superior. Aqui não é seguro.

–Quem disse que foram meus amigos que incendiaram a prefeitura? - Questionou Katniss. Peeta quis gritar de alivio ao ouví-la, mas conseguiu se conter- Além do mais, se estivesse tão preocupado com minha segurança, já teria me deixado ir embora.

Snow, contra todas as expectativas riu. Ele tinha uma risada que fazia o estômago de Peeta revirar e uma raiva quente correr nas veias. "A qualquer momento", pensou Peeta "A qualquer momento".

–Você com certeza tem uma personalidade e tanto- disse Snow.

Então, aconteceu. Os dois saíram do quarto e deram de cara com Peeta. Snow apenas teve tempo de lançar um olhar intrigado ao homem na sua frente. Peeta não pensou, apenas investiu contra Snow. Ele sentiu o golpe da parte de trás do revólver atingido o crânio do intendente.

–Vamos- Gritou para Katniss que não precisou de segundas instruções. Ela segurou a mão de Peeta e saíram os dois correndo. Ele estava ciente dos olhares apavorados da garota para ele, ele queria dizer muitas coisas. Deus como ele tinha sentido falta dela nos últimos dias. Ao invés disso se concentrou em correr pela casa.

Peeta a levou para o quarto de onde ele tinha entrado sorrateiramente. Foi até a janela e verificou se não havia soldados lá embaixo. Provavelmente todos eles tinham ido socorrer Snow. Fez um sinal para a garota que entendeu. Katniss pulou e ele a observou cair no gramado. Só então Peeta a seguiu.

Não havia muito tempo. Os dois refizeram o caminho que Peeta trilhara. Ele percebeu que Katniss ofegara, mas só se deu o luxo de parar quando estavam cerca de 3 quilômetros da fazenda. As árvores lhes dariam proteção. Uma vozinha chata lhe lembrou que ele acreditara nisso da ultima vez. Eles se encararam. Todas as fantasias desse reencontro passaram pela mente de Peeta. Katniss correndo para os braços dele, um beijo apaixonado. Ele se obrigou a esquecer todas elas.

–Você está bem?- Perguntou Peeta percebendo Katniss se sentar segurando a perna machucada. Eles não deviam ter corrido. Ela havia levado um tiro na perna e agora tinha usado o membro até levá-lo a exaustão.

–Estou bem- respondeu Katniss o encarando. Os olhos cinzas pareciam contrastar com o céu azul. Pareciam uma tempestade em formação- Você....

–Deveria tê-lo matado. Eu sei. Deveria ter colocado uma bala diretamente na cabeça dele. Não consegui. Fui Fraco.

Katniss se levantou com dificuldade e foi até ele. Peeta ficou gratamente surpreso quando ela lhe beijou na bochecha. Sentiu seu coração ficando cada vez mais leve.

–Não há nada fraco em você Peeta Mellark. Há coisas que não se deve fazer nem por amor. Você não é um assassino.

–Queria ter sido hoje. Isso teria nos poupado milhares de problemas.

Katniss suspirou.

–Eu o teria matado sabe. Sem pensar. Isso não faz de mim mais forte que você. Você foi um lutador.

Inesperadamente Peeta viu a si mesmo sorrindo.

–Você sempre foi uma lutadora- disse ele indo dar uma olhada na perna machucada de Katniss. Felizmente, não parecia haver nada sério. Ele viu que ela ficaria com uma cicatriz, mas isso não era um problema.

–Acho que sim- sussurrou Katniss- Mas você transformou essa lutadora em uma amante.

Os olhos de Katniss faiscavam. Ele achou que nunca tinha visto nada tão lindo na vida. De repente toda tensão dos últimos dias, todo o desespero foi demais para Peeta segurar. Ele levantou Katniss e a puxou para um beijo.

Eles já tinham se beijado inúmeras vezes antes. Todos os beijos estavam na memória de Peeta. Mas esse...Foi como se todo o corpo de Peeta tivesse sido derretido em uma lava quente. Ele podia sentir cada célula do corpo com uma dolorosa precisão. Todas elas gritavam por Katniss, querendo cada vez mais. Ela era como ópio. Mas ele não se importava. Podia morrer ali e agora sentindo os lábios dela, as mãos da garota em sua nunca e o cabelo suave, uma massa de negro que ele não se cansava de tocar.

–Peeta- sussurou Katniss- Não podemos ficar aqui. Temos que....

Ela não terminou de falar, eles ouviram barulhos ensurdecedores vindo de longe. Peeta não saberia dizer o que era, mas tinha certeza de que não era nada bom.

– O que foi isso?- Perguntou Katniss assustada.

–Você acha que consegue andar? Acha que consegue lutar se for preciso?- Perguntou Peeta assustado.

Katniss o olhou surpresa, mas assentiu.

–Vamos. Acho que os abolicionistas precisam de nós.


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Notas finais do capítulo

Então seus lindos, o que acharam? Espero realmente que tenham gostado e que continuem acompanhando as aventuras de Katniss e Peeta que, infelizmente, começam sua contagem regressiva para o final. Não esqueçam de me darem suas opiniões. Praticamente vivo delas hhehehe Beijos.



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