Alice Human Sacrifice (fanfic) escrita por Lyzzy N Straberry


Capítulo 2
Rosa Azul de Ouro


Notas iniciais do capítulo

Gomen! Gomen! Gomen! -le cogumelo da desculpa-
E AVISO: Acho que ficou com fansevice yaoi... Desculpa! Não resisti! Mas e ler até o final vai entender o por que dele. Eu acho...

Boa leitura!



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Era uma vez um sonho.

Ninguém sabe quem o sonhou. E era um sonho pequeno mesmo.

E isso fez o pequeno sonho pensar... "Eu não quero desaparecer... Como eu faço para as pessoas continuarem a me sonhar?"

O pequeno sonho pensou e pensou... E no fim teve um ideia.

"Eu farei as pessoas irem ate mim, e eles farão meu mundo..."

Os Sacrifícios Humanos de Alice

Rosa Azul de Ouro

Longe da cidade, numa casa perto de um campo morto, ouviam-se gritos de uma criança desesperada, que era levada a força por um homem e jogada com brutalidade em um espécie de gaiola . Uma mulher – que aparentava estar gravida – olhava a cena com sem quer uma emoção no rosto. O menino esticava a mão para ela enquanto chorava.

– Mãe! Por favor! Não deixe que me levem! - Gritava o menino, mas ela nem emoção em seu rosto tinha.

O menino não entendia. Como poderia sua própria mãe fazer aquilo? Ele a amava, demais. Ele demonstrava também. Ele cuidava da casa quando sua mãe estava cansada. Ele cuidava do campo também. Ele ajudou a mãe e foi forte quando o pai se matara devido a pobreza. E não havia um dia em que ele não dissesse que a amava. Mas porque? Por que ela estava fazendo isso? Sua mãe. A carroça onde estava aprisionado começou a andar, e ele insistiu:

– Mãe! Não deixe que eles me levem! Eu te amo! - Disse o garoto esticando suas mãos magras sobre a grade.

Sua mãe se virou e, com um pequeno saco de dinheiro, se direccionou para a casa. O menino continuava a chorar e implorar para voltar para ela, quando o carcereiro falou com raiva do choro do menino:

– Cala a boca, moleque! Sua mãe te vendeu! Ela não te ama! E agora fica quieto.

O menino ficou desolado. Mas o que o homem disse era verdade, sua mãe o vendera. Aquela pessoa que ele mais amava o vendera. Aquela que cuidava e presava o enganara. Aquela quem ele daria vida, não o amava. O garoto sentiu seus sentimentos mudarem sobre aquela pessoa. E chorou mais um vez, chorou de raiva. Ah! Como ele queria ver sua irmã ou irmão que estava na barriga de sua mãe... Mas agora, ele queira que aquele feto morresse junto com sua desgraçada mãe. Sabia que o feto não tinha culpa. Não... ele tinha! Roubara sua mãe dele, se bem que ele não se importava mais com ela. Não confiaria mais em ninguém. Ele juntou toda sua raiva para dar um poderoso e carregado grito:

– EU TE ODEIO! QUERO QUE VOCÊ MORRA! - Mas logo desmaiou, o carroceiro o acertou na cabeça para que ficasse quieto.

Kaito não viu quando sua mãe se virou com olhos mortos. Ele não sabia, mas ele já estava morta, por dentro e logo morreria por fora.

–oOo-

Kaito sentiu o impacto em um chão gelado e acordou bruscamente. Levantou apenas seu tronco e olhou em volta. Era um calabouço onde ele só podia ver a luz que vinha da única saída, que era alta e ficava no teto e no meio do lugar.

– Ficara aqui ate amanha. Depois será exposto para ser vendido. Vai dar uma boa grana. - Falou o carcereiro.

Não sabia o que fazer. Só encostou na parede e pôs-se a chorar. Se sentia tão solitário, tão triste. Como...? Por que...? Nada era claro em sua mente. O tempo foi passando. Não se sabe quanto, mas Kaito dormiu enquanto chorava. Assim que acordou, estava decidido. Não confiaria mais em ninguém. Se não pode confiar em sua mãe, não poderia confiar em ninguém. Caíra lágrimas de novo, tinha raiva de elas terem escapado, era simplesmente triste. Mas o que fazer agora? Secou suas lágrimas. Tinha que pensar num jeito de fugir. Mas sua mente estava muito agitada. Como se acalmar? Pensou. Sem perceber começou a cantar. Numa melodia que só ele parecia saber. E que foi aprendida só por ele. Sua voz era muito bela.

Já estava chegando a hora de pegar o garoto para exposição para ser vendido, quando o carcereiro escuta uma musica, e não acredita de onde esta vindo. Corre para imediatamente chamar o seu chefe. Não podiam vender aquele garoto. Com aquela voz, ele era a galinha dos ovos de ouro!

O garoto se assustou quando ouviu o abrir da porta do calabouço. Parando imediatamente de cantar.

– Você escutou, chefe? - Disse o carcereiro.

– Sim... Que bom que me avisou. - Kaito escutava eles falando, mais só se encolhia mais para a parede. Para onde é que o iriam levar.

– Você deu sorte, ô azulinho. Não vamos de vender! - Gritou quem estava no comando. - Você agora trabalhara pra agente! Cantando na rua! - O menino arregalou os olhos surpreso. Não iria ser vendido? - Se você fizer sucesso, te tiramos dai de baixo e te damos uma comida melhor! Mas por hoje, você fica aqui. - E foi embora.

– E aqui esta a sua comida de hoje! - Disse o carcereiro jogando um prato de comida. - Boa noite donzela! - E fechou a porta do calabouço num brusco.

Kaito saiu correndo para pegar a comida. Estava morto de fome, e mesmo que aquela comida tivesse um gostou horrível, ele comia, pois parecia boa. Ele então escutou um barulho vindo da parte mais escura do calabouço, e se assusta.

– Quem é? - Pergunta inocentemente.

Da sombras sai alguém. Ele mau acredita. De la sai um garoto, que aparentava ter sua idade e, para Kaito, eles pareciam ser bem parecidos. Só que aquele garoto tinha cabelos e olhos vermelhos. Ele o encarava com muito medo, mas depois passou seu olhar para a comida que Kaito tinha na mão, lambendo os lábios.

– Será que você poderia me dar um pouco? - Disso o garoto com uma voz bem fraca.

– Não. - Respondeu cuspida e rapidamente, virando para o outro lado.

– Por favor. Eu respondi mal ao carcereiro e ele não me dá comida a dois dias. - Insistiu o garoto.

– E como posso acreditar em você ? E se você já comeu e só quer a minha comida? - Não confiaria nele. Não confiaria mais em ninguém.

– Não é verdade. Por favor, me de só um pouco... - Disse com a cabeça baixa. - Eu não e sinto nada bem.

– Isso não é problema meu. Foi você quem respondeu ao carcereiro. - Continuou comendo. E depois escutou um baque no chão. Se virando pata ver que o menino havia desmaiado. - Serio? - Disse para si mesmo. Colocou seu parto de comida no lado e foi verificar se ele estava desmaiado de verdade.

Chegou perto do garoto, se sentou ao seu lado e o virou de barriga para cima. Pegou sua bochecha e a apertou de modo que alguém fingindo se queixasse da dor. Depois notou que o menino estava ate que um pouco magro e apertou sua barriga ele parecia realmente vazia, como se não comece a um tempo. Decidiu acreditar. Tentou acorda-lo. Mas ele não se mexia. Será que ele tinha morrido? Kaito se desesperou. Se ele tivesse dado a comida talvez isso não teria acontecido e... Escutou um gemido do outro. E viu que seus olhos começaram a abrir. Se aliviou.

– Tudo bem com você? - Perguntou Kaito.

– Sim... Desculpe por ter desmaiado. Tenho o corpo frágil. - Disse ele, sentado.

– Você não devia se desculpar, eu também tenho corpo frágil, foi por isso que eu não te dei minha comida. Iria desmaiar também se não comece. - Kaito comeu mais um pouco e deu o prato para o garoto. - Coma, você também precisa.

– Porque esta me dando sua comida agora?

– Não sei... Acho que você meio que me convenceu que precisa. - Ele foi se arrastando ate Kaito e pegou timidamente a comida de sua mão.

– Obrigado. - E começou a comer. E comeu bem rápido com um sorriso. Sorriu satisfeito ao terminara comida. - Mais uma vez brigado! - Kaito não entendeu. Parecia um garoto bem diferente agora sere que ele tinha lhe enganado? Não, aquela hora ele desmaiara de verdade. E agora seu sorriso era encantador... Ele só estava a lhe agradecer.

– Qual é seu nome? - Quis saber Kaito. - Meu nome é Kaito. - O garoto vermelho lhe encarou assustado e lhe custou a responder.

– Akaito. - Respondeu nervoso e receoso.

– O que?! Você só pode esta mentindo para mim! È igual a meu nome! Só com o A na frente! - Disse nervoso. Não deveria ter lhe dito o nome primeiro. - Porque não me diz seu nome verdadeiro?!

– Não estou mentindo... - Disse com um pequeno sorriso enigmático. Parecia feliz.

– Me diga! É claro que você inventou esse nome agora! - Começou a elevar a voz.

– Já disse que não estou mentindo! Pode confiar em mim. - Elevou mais ainda a voz. Aparentava estar bravo. Para Kaito a ultima frase o abalou por dentro. Virou para o lado.

– Eu não posso confiar em ninguém. - Disse baixo o bastante para Akaito não ouvisse, mas este ouviu.

– Você pode acreditar em mim. Mesmo pelo o que você tenha passado. Eu nunca vou te trair! - Disse ele confiante. Kaito ficou bravo.

– Quem é você para dizer isso?! Você não me conhece! Você não sabe pelo o que eu passei! E se eu te trair?! O que você vai fazer? E que motivo você tem para acreditar nisso?! - Akaito o encarou preocupado.

– Eu sei que você não vai fazer isso. - Falou com um sorriso. - Você me deu aquela comida. Me ajudou. Já sei que você não é uma pessoa má. Pode confiar em mim. - Estendeu a mão para Kaito. Ele olhou para sua mão, esticou a sua e abaixou a dele, não aceitando o a perto.

– Não... - Disse Kaito. Akaito pareceu triste.

–oOo-

A noite se passou e o dia veio. De acordo com o que disseram a Kaito iriam lhe buscar para que cantasse na rua. Mas não iria fazer isso. Tentaria fugir, devia ter alguma brecha entre os guardas ele conseguiria. Ou então, na hora em que o colocassem para cantar sairia correndo. Essas parecia ser a melhor opção, pois devia ter muitas pessoas onde o colocaria para cantar. Sua face parecia bem pensativa.

– Se eu fosse você, não tentaria fugir. É muito perigoso. - Disse Akaito.

– O que? Eu não estava pensando em fugir. - Tentou mentir.

– Da para ver na sua cara que esta pensando em como vai fugir assim que tiver a chance.

– Não vou ficar aqui parado e preso para sempre que nem um estranho com você!

– Quem disse que nunca tentei fugir? Estava dizendo que não deveria por experiência própria. E você ainda tem um corpo frágil como eu...

Kaito iria responder quando a porta do calabouço se abriu. Era o carcereiro, este jogou uma coda e falou para que o menino subisse. O de cabelos azuis pegou na corda, determinado que conseguiria fugir. Mas antes Akaito gritou:

– Não fuja!

– O qu- Cala a sua boca retardado!

– Com quem estava falando? - Perguntou confuso o carcereiro assim que Kaito chegou no topo. Achou estranho, ele tinha realmente se esquecido de Akaito?

– Com ninguém... - Respondeu.

– Esta ai só uma noite e já esta louco... - Disse mais para si mesmo.

O garoto foi levado para a cidade e em nenhuma parte do trajecto tentou fugir. Não podia. O carcereiro devia ter ouvido o que Akaito disse, e estava em alerta. E provavelmente não teria uma brecha. Decidiu ficar quieto durante um tempo ate que esquecessem que queria fugir. Se bem que, era óbvio que queria fugir. Porque ele gostaria de estar ali? Era obvio que estariam sempre em alerta. Começou a ficar irritado e sem esperança, e era só o segundo dia que estava preso. Bom, pelo menos não iria ser vendido para um velho pedófilo.

Quando chegaram ao centro da cidade, Kaito foi jogado em uma espécie de palco. Mas estava impossibilitado de correr pois seus pés estavam presos a uma bola enorme de ferro. Se sentia muito desconfortável com aquilo. Mas ficou com vontade de chorar. E as lágrimas teimaram em sair. Ora, era apenas um criança, impossível não se sentir triste ou assustado.

– Ei! Comece a cantar, agora!

– E se eu não quiser? - Disse em lágrimas.

– Eu vou te bater.

– Bata então! Eu não me importo. - Esticou os dois braços em cruz dramaticamente e depois tentou secar suas lágrimas.

– Ora, moleque... - Ficou bravo e deu um soco na face de Kaito, o que fez o garoto cair no chão. Pegou pelo colarinho de sua camisa e lhe disse. - Se você não cantar, já tenho a ordem de te vender a qualquer um que pague mais! Então cante aquela musica que você estava cantando no calabouço!

– O que... Eu estava cantando no calabouço...? - Foi um pergunta retorica, mas realmente não sabia.

– É! Agora cante. Eu vou, e quero esta caneca cheia quando eu voltar.

O carcereiro foi embora, não precisava se preocupar. Com aquele peso nos pés, Kaito não iria a lugar nenhum.

– O que... Eu cantei no calabouço...

Se sentou e fechou os olhos, respirando fundo e tentou ignorar todo o barulho a sua volta. Começou a cantarolar, e esse cantarolar se transformou em palavras. E tudo se transformou em uma bela canção, que começou a ser ouvida por todos. Alguns pararam para ouvir em um breve momento, mas outros ficaram lá, a sua frente, hipnotizados com a bela voz do menino. Ele era tão jovem, mas sua voz parecias ter tanta tristeza e sentimento.

Algumas pessoas jogaram moedas na caneca o que fez barulho, fazendo Kaito perder a concentração e parar de cantar, abrindo os olhos. Se assustou com o tanto de pessoas a sua volta. As pessoas o encaravam e pediam para que ele continuasse a cantar, mas não pediam violentamente. Clamavam por ela, pois seus corações precisavam do alivio que a musica trazia.

Kaito fechou os olhos. Não entendia, ele podia sentir o quanto precisavam dela. O quanto, em tão pouco tempo, já amavam a sua voz. Começou a cantar novamente, no melhor que podia exercer sua voz. E estava gostando daquilo. Não se importava no momento que não ligavam para ele e sem para sua voz. Como se ele fosse um simples pássaro que passa pela sua casa. Não se importava. Aquilo parecia aquecer coração.

–o0o-

Já passava quase dois anos, Kaito tinha doze anos de idade e ainda ansiava por fugir, mas tinha medo de que o pegasse. Akaito acabou convencendo de que era perigoso. Um dia, enquanto parava um pouco para descansar a voz, uma menina veio ate Kaito.

– Ei... - Disse ela baixinho. Kaito a olhou. - Bem, eu vim aqui dizer que... Eu amo muito sua voz! - Corou um pouco.

– Esta tentando dizer que me ama?

– An... Bem, a-acho que sim... - Kaito a olhou incrédulo e decidiu testa-la.

– Sério? Mesmo eu sendo praticamente um escravo?

– An... Um escravo?

– Sim... Na verdade eu sou forçado a cantar, não gosto nem um pouco do que faço. - Mentiu. - Então, mesmo que eu não tenha vida em meus olhos e que eu te ache repugnante, você me ama?

– Sim... - Não gostou da ultima frase mas não se importou muito.

– Então me ajude a fugir.

– Mas eu não posso fazer isso...

– Por que não?

– Por que... Por que... Eu simplesmente não conseguiria. - Dizia ela já enchendo seus olhos de lágrimas.

– Então seu amor é falso. E pense como você é nova para dizer que ama alguém que não seja sua mãe ou seu pai. Se realmente me amasse, faria ate o impossível para me ajudar. Seu amor é falso, igual ao dos outros. - Kaito sentia que o que dizia era totalmente verdade.

–o0o-

O garoto estava voltando em uma carroça de mais um dia de "trabalho" para o "covil"- bom, era assim que ele chamava o lugar aonde agora morava -. Estava morrendo de cede, cantou muito. E seus pés doíam, não porque estavam presos a bolas de ferro, não mais.

O guarda que acompanhava estava com um garrafa de vinho na mão e Kaito estava a cobiçar muito um gole.

– Ei, será que você pode me dar vinho? - Perguntou o azulado.

– Não. Só no jantar. E você é muito jovem para tomar vinho.- Respondeu o guarda que o acompanhava na carroça. Kaito o encarou e lhe disse sorrindo:

– Quer que minha voz se estrague? Minha garganta esta ceca! Se eu não tomar algo posso perder minha voz. O anterior a você também não quis me dar água... Eu perdi minha voz por dois dias. Dizem que ele foi morto pelo chefe por fazer ele perdeu lucro.

Assustado, o guarda lhe deu a garrafa. Kaito deu um pequeno riso e tomou um gole. As coisas tinham realmente mudado nos anoas que se passavam. Kaito agora fazia apresentações em anfiteatros, e agora não doíam por estarem presos a bolas de ferro, seus pés doíam por ele ficar em pé. Não usava mais trapos e sim roupas chiques que praticamente comprara com seu dinheiro. Comia comida a vontade agora, era ate que mimado por Mihawk, a quem sua mãe o vendeu. Kaito dava muito lucro a ele, então é lógico que ele gostava do jovem. Depois desses cinco anos, Kaito não era mais um prisioneiro, mas sim um dos funcionários e fonte de lucro do mercenário.

Só uma coisa não mudou, ele continuara a dormir no calabouço. Não porque era obrigado, mas por que queria ficar la. Pois la estava a única pessoa que ele considerava igual a ele, Akaito. Não conseguia deixa-lo sozinho.

Ao chegar no lugar, logo foi comer. Tinha que fazer aquela sensação de bêbado papar. E estava realmente com fome. Ao terminar de comer, Kaito juntou mais prato, consideravelmente grande, de comida e foi em direção ao calabouço. Mihawk perguntou porque ele continuava a dormir la. Kaito mentia respondendo que era porque havia se acostumado em ficar lá. Mas ele nunca contou sobre Akaito, alguma coisa o fazia não dizer.

Desceu pela corda, e olhou ao seu redor. O lugar era bem mais iluminado agora que Kaito colocara velas e tinha também alguns moveis. Olhou para um cantou e viu Akaito deitado em uma das camas. Se é que poderia ser chamadas assim. Ele colocou a comida em uma mesa e foi acordar o avermelhado.

– Ei, acorda. - Disse colocando a mão em seu rosto e mexendo-o. Akaito abriu lentamente os olhos e deu um sorriso caloroso de boas-vindas. Kaito não pode ficar sem sorrir também.

– Ah, você chegou. Bem-vindo de volta. - Deu um salto da cama e puxou o braço de Kaito. - Tenho que te mostrar uma coisa.

– Aqui? - Estranhou.

– Sim! É muito raro uma coisa assim acontecer. - Akaito o puxou ate o cantou mais escuro do quarto. E lhe mostrou o que poderia ser chamado de milagre.

– Isso é...

– Uma rosa. Não é linda?

No canto das paredes, na parte mais escuras crescera uma rosa. Ela não era murcha e sem brilho. Ela era encantadoramente bela e viva! Seu vermelho era intenso de forma a parecer que foi preciso matar uma pessoa para conseguir um vermelho tão vivo. Mesmo no escuro, a rosa simplesmente brilhava. Ele nascera lá sem sol, sem água, mas era mais bela do que todas a rosas que Kaito já havia visto. No entanto, parecia que um simples encostar a faria se despedaçar de tão frágil.

– É... Realmente é. Desde quando ela esta ai? Parece que já faz tempo que seu broto estava crescendo...

– Estranho, né? Eu também não tinha reparado. Reparei só hoje.

– Realmente...

– Ela me lembra alguém. - Disse com seus olhos encantados pela flor.

– Quem? - Acabou ficando curioso.

– Não sei. - Essa resposta parecer surpreender muito Kaito, ate irrita-lo um pouco. - Né, Kaito! - O grito do garoto o assustou. - Eu nunca te vi cantar. Quero saber se você é encantador como todos dizem! Vai, canta para mim? Por favor!

– Não diga encantador...- Ficou meio sem graça. - E- Eu canto. Só não sei o porque de você estar pedindo isso só agora.

– Começou cantarolando, e passou para as palavras da canção. Era uma musica rápida, só para que Kaito demonstrasse o potencial de sua voz. Akaito ficou maravilhado ao acabar de cantar.

– Eu já sei quem a flor me lembra. - Estava sorridente.

– Quem?

– Você. - Disse simplesmente. Kaito se superientendeu e ficou confuso.

– Po- Por que?

– Porque mesmo em um lugar tão escuro e sem vida ela continua a ser linda e a encantar os outros. Ela não precisou de luz para crescer, foi por pura vontade dela. Mesmo rodeado de escuridão, ela ainda brilha! Ninguém sabe como ela ficou assim, e é por isso mesmo que ela considerada um milagre.

– O q- O que você quis dizer com isso? - Corou um pouco.

– Exatamente o que eu disse. - Sorriu.

– Po- Pois eu acho que você é que lembra ela.

– Por que?

– Porque você também é vermelho... - Akaito riu.

– E agora? Já não acha que esta na hora?

– Do que?

– De falar que você confia em mim. - Akaito estava a surpreende-lo muito hoje! Mas ele tinha razão. Já estava na hora de dizer abertamente que ele confiava nele e que ele era seu único amigo.

– Sim, Akaito. Eu quero dizer que eu confio em você já faz ate que um tempo, e dentre todas as pessoas que eu conheço você é o único a quem posso chamar de amigo. - Akaito apenas sorriu carinhosamente e o abraçou.

– Então vamos fazer uma promessa. De que, mesmo que nos separemos estaremos sempre juntos. - Kaito aceitou o abraço e o retribui.

– Claro. - Apertou mais ainda Akaito. - Eu nunca vou me separar de você.

– Não é isso. Eu não quero isso. - Sussurrou tão baixo que nem Kaito escutou. Cerrou seus olhos.

–o0o-

Kaito chegava novamente de outra apresentação e foi direto até o calabouço para ver Akaito. Ele estava pensando, agora ele tinha dinheiro -bastante dinheiro- e os guardas já não se importavam se ele saia ou não 'covil', ele era livre. Ele poderia, pode fugir. E agora -agora mesmo, oque esperar?- ele pegaria Akaito eles iriam fugir. Para qualquer outro lugar que eles não tenham este sentimento de prisão, de solidão. Eles poderiam fazer isso, afinal, Kaito confiava nele agora.

– Akaito. - Disse enquanto descia por uma corda pelo buraco.- Eu tive um ideia, e espero realmente que você aceite. - Kaito olhou a sua volta e não viu ninguém. - Akaito? Você esta se escondendo de mim de novo? Que infantil, saia logo de onde você estiver! - Nada, não tenha nada ali. Mas Kaito procurou mesmo não tenho lugares para procurar. Akaito não estava ali. Então ele percebeu uma coisa, no canto onde estava a rosa, não havia nada. Nem sequer vestígio de que fora arrancada.

Kaito ficou desesperado, aonde estava Akaito? Subiu novamente pela corda e saiu perguntando para os guardas ,quase sempre sem resposta. Nenhum deles conhecia ou sabia desse Akaito. Mas como poderiam saber?

Estava desesperado. Confiava nele, iria fugir com ele. E agora ele tinha fugido sem lhe dar nenhuma explicação. Tinha Ido embora. Tinha o deixado... Sozinho de novo. El só aguentara tudo aquilo porque que ele era sue único amigo, quantas vezes ele já apanhara de Mihawk por não ter feito um bom show. Quantas vezes já sofrera por ele ser seu amigo. Ele já teria fugido se não fosse por Akaito. Por ele também era sozinho. E agora... Ele e não queria ficar sozinho de novo! "Que raiva, eu confiava em você. E você foi embora. Eu não era sozinho com você. E você me abandonou. Eu... Gostava de ti. Mas mesmo assim, você..."

O azulado se direcionava para a saída, quando alguém pegou em seu ombro.

– Vai aonde, Kaito? - Era Mihawk.

– Vou lá fora tomar um ar, não estou me sentindo bem. - Mentiu.

– É mesmo?

– Sim. - Se virou para ele.- Depois de tanto tempo, você não confia em mim? Eu não tenho nenhum lugar para voltar, lembra? E por que eu sairia daqui. Diria até que sou bem tratado. - Falou com um sorriso. - E você acha que eu voltaria para aquela vadia que me vendeu. Só se fosse para ver que ele esta morta. - Kaito fitou e Mihawk o fitou um pouco e percebeu que seus olhos estavam vermelhos.

– É, você não parece bem. - Tirou a mão de seu ombro. Kaito continuo seu caminho sem dizer mais nada.

Do lado de fora, Kaito observava o horizonte ao lado de uma árvore. Não podia ir agora, haviam dois guardas do lado de fora também. Mas Kaito sabia que logo eles iriam embora. Ele ira fugir, é claro. Sozinho. Nada o prendia ali. Cerrou os olhos e socou a árvore ate seus punhos começarem a sagrar. Isso assustou os guardas fazendo eles saírem dali. Quando os guardas saiam um deles deixará cair um livro de capa marrom. Kaito chamou atenção do guarda e devolveu o livro. Pode ver que o livro tinha em sua capa: Alice in Wonderland. O guarda sorriu dizendo que era para sua filha, e Kaito lhe respondeu um " e eu com isso" e se virou. Quando o guarda foi embora começou a andar e de súbito, correr. Correu para longe. Tinha que sair logo de perto dali rápido. Quando se deu por conta estava em uma floresta. O que ele faria agora? Para onde iria? Simplesmente não sabia. Ele era um inútil em trabalho manual. Ele só sabia cantar. Cantar... Ele só podia cantar.

Queria cantar. E começou a cantar qualquer coisa que saísse da sua boca. Talvez elas saíssem sem nexo, mas não importava. O que vinha era do coração, mas magoava. Aquela floresta era escura ate mesmo assustadora, e Kaito nem percebeu que estar ali poderia ser pior que fica sozinho no covil. Ele já estava o observando. "Ah, nem precisarei leva-lo, ele ira ate lá sozinho. Ele precisa daquele lugar." Pensava ele. Kaito cantava de olhos fechados, não via o que tinha sua frente. Foi quando que abriu a fresta de seus olhos e não sentiu o chão. A canção se tornou um grito desesperador.

–o0o-

Tinha medo de abrir os olhos, sera que tinha morrido? Na queda fechara os olhos e não quisera ver nada, simplesmente deixou-se cair. Sentia o chão gelado em seu rosto, mas não sentia dor, não sentia que estava morrendo ou que era um fantasma. Era como se simplesmente ele tivesse deitado ali para repousar.

Abriu os olhos, onde sera que ele estaria? Olhou em volta e se viu em uma imensa sala rodeada de portas, no centro, uma única mesa de vidro. Sentiu uma especie de coceira na mão esquerda, e quando olhou para ela havia o naipe de ouros em azul. Se assustou e na hora tentou limpar mas não saia, era inútil. Tentou chamar por alguém diversas vezes, mas sem resposta.

– O que é esse lugar?

Estava virado para as portas de costas para a pequena mesa, quando ouviu um barulho de algo sendo colocado sobre a mesa. Virou instantaneamente para trás, e se deparou com uma caixa. Abri-a, dentro havia um pequeno bolo que em cima estava escrito : coma-me. Colocou a caixa na mesa novamente. Ate parece que ele iria comer uma coisa estranha que acabara de aparecer por mágica.

Virou-se novamente para as portas e foi tentar abrir uma delas, sem sucesso, claro. Escutou mais uma vez o barulho de algo sendo colocado sobre a mesa. Quando se virou viu um vulto de algo correndo para a mais pequenina das portas e entrando nela. Correu para entrar também por ela, mas percebeu que era grande demais. Correu para a mesa, agora tinha uma garrafa escrito: beba-me.

Não tinha o que perder mesmo. Bebeu todo o liquido da garrafa e começou a diminuir rapidamente. Suas roupas não encolheram com ele, então se enrolou no cachecol que usava e correu para a porta.

Ao passar pela porta encara o que se parece com um jardim. E logo as rosas começam a chamar sua atenção.

– Minha nossa! Ele esta nu! - Diz a amarela. Sim, pelo visto Kaito crescera e só estava de cachecol. Que ficou apenas eu seu pescoço.

– Quem é você? Não tem decência? - Fala a vermelha.

– Garotas! Não falem nada! E se eles nos cortar também? - Perguntou apavorada a azul.

– Verdade! Vamos no esconder! - E desaparecem no mato. Kaito observou tudo sem entender nada.

– Pegou algumas folhas e se cobriu, indo pelo caminho a sua frente. Não sabia para onde ia, mas achava que por ali encontraria ajuda.

Andou ate encontrar uma casa, um tanto estranha... Ele bateu na porta e esperou. De dentro da casa saiu uma senhora, que vestia vestes muito estranhas e em seu havia uma maquiagem que mesmo estranha lhe deixava ate bonita. Kaito perguntou se ela tinha roupas para lhe dar. Ela perguntou onde suas roupas estavam, ele, brincando, disse que eles haviam simplesmente crescido demais para ele. A mulher aceitou como se fosse totalmente normal e falou para que ele entrasse.

Ela lhe roupas que seriam normais para sua época, só que de coloração estranha, nada combinava. Era um fraque de cor azul turquesa, o colete era de cor roxa, a gravata era borboleta e de cor preta com varias bolinhas verdes, vermelhas e amarelas, calça bege e os sapatos eram azuis escuro. A única roupa de cor normal era a camisa branca que usava por debaixo do colete e a calça. A mulher também lhe ofereceu uma cartola, mas Kaito a recusou. Ficou surpreendido por ela lhe dar tantas roupas e bom estado com aquelas. Mesmo tendo coloração estranha, ele ficou bem com aquela roupas, mas faltava uma coisa. Pegou seu cachecol e o colocou. Bem melhor, ao seu ver.

– Um pagamento?! - Diz Kaito.

– Sim! - Responde a senhora. Ele estava lhe cobrando pelas roupas que lhe havia dado, ou vendido...

– Mas eu não tenho nada... Tudo o que eu tenho... - fez uma pausa e abaixou a cabeça. - É a minha voz.

– Hora, então cante para mim. Se sua voz me emocionar , te darei essas roupas.

Decidiu cantar alguma coisa que não era dele, que não vinha de seu coração. Que era mentira. Começou a cantar a mentira de seu coração. Que era feliz, que não era sozinho. Que tinha esperança, que sempre acreditaria.

Mesmo que Kaito estivesse cantando mentiras, a mulher se maravilhara. E deixou com que ele ficasse com as roupas, mas pediu para que ele cantasse mais. Mas Kaito se recusou, ela implorou mas ele se recusou. O que havia com aquela mulher?

Saindo da casa percebeu que estava com fome, devia ter cantado mais uma musica antes para poder comer. Kaito sentia que estava sendo seguido...

– Ah, que fome.

Alguém o chamou com um 'psu' e ele se virou, não tinha ninguém. Quando voltou ao seu rumo, na sua frente havia uma bandeja com bolo, xícara e bule de chá. Como estava com muita fome, comeu o que estava em sua frente sem hesitar. Esperou uns minutos para ver se não acontecia-lhe nada, e não aconteceu. Seguiu em frente sem rumo.

De repente, se deparou com um campo com dúzias e dúzias de rosas vermelhas e belas com a que havia nascido no canto mais escuro do calabouço. Em vez daquela linda visão deixar Kaito maravilhado, o deixou apavorado. Apavorante por serem iguais aquela rosa vermelha como sangue, que de tão linda não parecia deste mundo. Mas estava surpreendido também por eles lembrarem tanto de Akaito. As encarou com um misto de apavoro e surpresa ate que ouviu alguém o chamar atenção.

– Ei, moço.

Olhou para trás. Havia uma criança atrás de si que ele não conseguiu identificar o gênero, era muito branca assim como mulher que lhe dera as roupas. Aquilo era maquiagem? Usava um casaco de cor azul com laços e detalhes em rosa que ia ate seus joelhos, na cabeça um chapéu branco que no topo o pano se alongava para os lados em dois e chagavam ate seus ombros, parecia algum tipo de orelha, não se podia ver seu cabelo. No seu rosto branco havia pintado de preto o naipe de ouros na bochecha esquerda e seus olhos eram vermelhos. E de algum modo, Kaito não conseguia identificar se era menina ou menino. Achou aquela lugar mais estranho ainda. Ela estava agarrado a uma parte de sua roupa, o encarando.

– An... Sim? - Decidiu falar. Parecia que se não falasse ela o encararia o dia inteiro.

– Era você que estava cantando na casa de minha tia?

– A casa que estava a pouco tempo?

– Acho que sim. Como eu poderia saber onde você estava? Se não, eu não estaria perguntando. - Essa frase deu um pouco de irritação à Kaito.

– Sim, era eu. - Decidiu falar que sim de qualquer jeito. A criança espantosamente abriu um grande sorriso, mas era um sorriso bonito e alegre, dando uma risada de satisfação. Apertou e puxou mais o fraque de cores exaltadas de Kaito e disse:

– Que legal! Moço, sera que poderia cantar para mim também?

– Ah... Eu não sei...

– O que?! Não sabe?! Mas você acabou de cantar para a minha tia, e já se esqueceu como se canta. Você tem amnésia?

– Não! Não é isso. Eu não sei se devo cantar para você.

– Hum... Porque?

– Por que não sei se devo. - A verdade é que ele estava procurando mais comida, o pequeno pedaço de bolo que comeu antes não o encheu e ainda esta com fome. Mas não queria tirar proveito daquela criança.

– Por que não sabe?

– Por que não sei! - irritou-se de novo.

– "Por que não sei" não é resposta! - Gritou a criança. Kaito queria corrigi-la de que não era assim que se falava, mas decidiu ignorar.- Ora! Vamos, cante para mim! Se cantar te darei uma recompensa. - Kaito queria muito aceitar, mas simplesmente não conseguia tirar vantagem dessa criança. Tirar sua comida por uma simples musica.

– Eu não estou aqui para isso.

– Então porque esta aqui?

Aquela pergunta pegou Kaito de surpresa. Por que ele estava ali? Por que ate agora ele não tentou sair daquele lugar louco? Por que lá parecia ser tão confortável para si? Quando fugiu ele só queria ir par longe, nunca imaginou que cairia, literalmente, em um lugar desses. Ele realmente não sabia porque estava ali, sozinho. Foi num momento confuso e triste que ele fora para aquela floresta. Ele não tinha mais ninguém, não tinha mais seu amigo. Que sumiu sem dar pistas, o abandonou. Ele sofrera tanto naquele lugar, só aguentou tudo e não tentou fugir por causa de Akaito. E este sumira sem lhe dizer nada ou deixar alguma pista para onde fora. Mas assim que ele pisara naquele lugar ele realmente não havia pensado naquelas coisas triste que passou. Mas ele só estava tão confuso, que simplesmente ignorou tudo e continuou indo. Mas isso não é bom? Sim, seria. Se você soubesse para onde ir.

– Ei, moço! - Acordou Kaito de seus devaneios e o fez olhar para ela. - Você é uma pessoa confusa e estranha... - Kaito a encarou irritado, preferia ficar só com o 'confusa'. - Então, vai cantar para mim? - Irritado e impaciente, Kaito disse:

– Sim! Eu canto! Depois disso vai para de me amolar?! - Que ele cantasse logo! Qual o problema dele cantar por alguma coisa que aquela criança lhe desse? Ele não sempre fazia isso? Cantava por dinheiro? Fazer isso com uma criança não seria o pior dos pecados! E provavelmente a recompensa da criança nem iria valer tanto assim. Seria ,no máximo, uns biscoitos.

– Ah! Que bom!- pulou de alegria a criança.- Vamos! - A criança pegou a mão de Kaito e o puxou para outro caminho que estava logo a sua frente. O jardim de rosas não estava mais lá, mas Kaito nem percebeu.

Este caminho o levou ate o que parecia os fundos de um anfiteatro, Kaito sabia muito bem como eles eram. Mas o que aquela criança estava fazendo? Não era para cantar para para ela? A criança abriu a porta ainda puxando Kaito, que ainda não dissera nada para ver aonde tudo aquilo ia dar. Quando começou a subir escadas um tipo de desespero tomou-lhe e se soltou de imediato da mão da criança.

– Para onde você esta me levando?!

– Para cantar ué!

– Mas eu pensei que iria cantar só para você! Por que esta me levando para um palco?

– Por que você vai cantar para uns amigos meus também.

– Não! Disse que cantaria para você!

–Ai, o que é cantar para algumas crianças para alguém como você, que já cantou para tanta gente!?

– O que? - "Escutei direito? Ele disse mesmo isso?" Kaito não entendia. Como aquela criança sabia que ele era cantor? Ela deu uma risada e saiu correndo. O azulado foi atrás dela, claro.

Ela correu para o palco sem Kaito perceber, atravessando rápido para o outro do palco, já Kaito petrificou no meio do dele, olhando para aquela multidão de gente. Havia gente de todas as idades, tamanhos e tipos. Tipos bem estranhos ele pode notar, mas voltou a si logo.

– Você não disse que eu iria cantar para crianças?! O que é essa multidão de gente? - Gritou Kaito para a criança.

– São as pessoas que querem te escutar cantar. Agora que você esta ai cante logo! - Ela retrucou.

– Não! Você me enganou!

–Ora! Pare de choramingar e cante! - As pessoas da plateia começaram a gritar para que Kaito cantasse. Que pessoas loucas eram aquelas? Eles deveriam ficar sentadas em seu lugar esperando pacientemente que o cantor começar a cantar e não ficar gritando que nem um louco para que ele comece.

Kaito se apavorou com aquilo, aquela multidão. Apavorar? Por que ele estava apavorado? Ele sempre cantava para multidões de pessoas. Mas por que todas elas o faziam se atrapalhar tanto? Por que ele estava com vontade de correr dali? Por que ele estava com medo de palco?! Ele já era acostumado com tudo aquilo.

Então se lembrou de algo. Quando era adolescente perguntou a Akaito se ele gostaria de ir um dia no palco com ele para poder ver como era os suas apresentações. Ele respondeu apavorado que não queria, pois tinha muito medo de multidões e palcos. Kaito pode ver o medo em seus olhos. Só o achou mais estranho depois aquele dia. Mas o mais estranho era ele que agora esta com uma das características de Akaito. Depois que percebeu isso o medo sumiu completamente, encarando a plateia que ainda gritava espantado mas não com medo. Suspirou. Tinha que acabar com aquilo logo.

– Esta bem. Eu canto. - As pessoas gritaram de felicidade. Kaito ainda achou essa atitude muito estranha mas suspirou e se preparou para cantar.

Mas, antes de começar, pensou: " O que eu poderia cantar? Sinto e já esta mais do que claro de que este não é meu mundo" O que ele poderia cantar? Os apavoraria..? Os encantaria..? Se ele cantasse seus verdadeiros sentimentos em seu peito? " Melhor não..."

Começou.

Só começou a cantarolar – como sempre – com um tom um tanto agudo e alto mas forte já que não havia musica par acompanha-lo. Depois foi depositando palavras tentando fazer com que elas, ao máximo, se encaixem uma nas outras. Não sabia exactamente o que saia de sua boca, nem mesmo Kaito entendia. Mas aquilo não vinha de seu coração era tudo mentira.

Ele cantava sobre alegria e amor, coisas que nunca sentira realmente. E ainda sim trazia paz de espírito para as pessoas que o assistiam. Quase fazendo com que eles esquecessem o trágico ocorrido de pouco tempo atrás com o primeiro estrangeiro. Elas precisavam, ele percebeu. Se perguntava o que aconteceu.

Mas também foi sempre assim. No seu país cantava coisas tristes sim, mas não tinha o mesmo efeito de quando cantava sobre coisas alegres. A voz de Kaito era doce e realmente ela não ficava muito bem quando cantava algo triste. Então ele optava mais por cantar algo alegre. Por que, apesar de tudo, ele precisava e queria ter sucesso.

Ao terminar de cantar todos o aplaudiram. Kaito pode ate sentir um calor no peito, mesmo com tudo o que passara ainda se sentia confortável em um palco. Mas logo esse sentimento se esvaiu de seu peito ao escutar o que o publico dizia: "Pela rainha Branca! Tua voz é linda!" " Amamos a sua voz!"

Tinha um problema, todos amavam a sua voz. Não que isso fosse de todo o mal, mas eles amavam apenas ea sua voz, Kaito já tinha reparado isso. Não queria que eles amassem só sua voz, queria que o amassem também. Mas todo o carinho que sentia deles eram direccionados a sua voz. Era como se ela fosse uma existência única e ele fosse apenas um receptáculo. A única pessoa que talvez tenha gostado dele sem ser pela sua voz seria Akaito, pois só escutou Kaito cantando uma vez na vida. No começo pensou que talvez não seria assim ali, pois num mundo tão sem lógica como aquele as coisas seriam diferentes. Mas no final, é mesma coisa.

Mais uma vez a criança lhe chamou a atenção puxando sua roupa. Olhando para directamente para seus olhos se sorrindo disse:

– Cante mais uma vez!

–oOo-

Cantar. Cantar. Cantar. Isso resume a vida de Kaito.

Kaito estava em seu camarim esperando para o anunciassem para cantar. Já havia se passado algum tempo desde que chegara e de que começou a cantar. Mais um show, mais uma vez ele cantando; contando mentiras. Não importava o quanto aquele mundo era louco, tudo já estava ficando monótono novamente, assim como a vida. E começara a sentir raiva, raiva de tudo. Ele não aguenta mais. Raiva de que não o amassem... Acabou. Que amassem apenas sua voz.

Bateram seu sua porta, era o sinal para que entrasse. Se olhou no espelho e se preparou. Mas não queria ir. Não queria que a amassem. Queria desaparecer. Queria desaparecer e deixar apenas a sua voz... Não... Queria que ela afundasse as profundezas junto com sigo.

Antes , sentiu uma vontade involuntária de abrir uma de suas gavetas, e o fez. Quando viu o que tinha dentro se surpreendeu. Era algo pesado, de metal, que tinha um cano e algo parecido um gancho. Era um arma. Uma coisa totalmente nova em seu mundo. "Já havia visto uma com... an? Com quem? Com quem me comprou... Quem me comprou? Quem me vendeu? Quem me amou?"

– Como uma isso veio parar aqui? Não existe esse tipo de coisa nesse mundo...

Bateram a porta. Kaito ainda em seus pensamentos. "Quem me acolheu? Quem me enganou? Quem... sou eu?"

– Acabou. - Disse quem estava na porta.

– Não... - Riu Kaito. - Apenas começou... - Mirou em quem estava na porta, viu apenas um vulto branco, a pessoa já não estaca mais lá. Foi, então, atrás dela. - Volta aqui!

Kaito, de certa forma, foi guiado ate o palco. Quando chegou ao meio dele, foi aclamado pelo povo, isso só o fez sentir mais raiva.

– Calem a boca! Eu odeio vocês! Não quero que gritem amor ao falso! - O povo não se calava, como se não o escutasse. - Calem a boca!

Então viu o vulto branco na plateia e apontou a arma.

– Eu vou matar você! - Disse com toda a raiva. Por que aquele era seu alvo? Quando apontou a arma para a plateia todos se assustaram e ficaram em silêncio. - Humph! Agora vocês pararam, não é? Apareça! Eu só quero acertar você!

Neste momento alguém segurou a arma, quando Kaito se virou para olhar, tudo e todos a sua volta pareceram sumir. Era Akaito. Não pode fazer nada a não ser ficar paralisado. O tempo havia passado para Akaito assim como tinha passado para ele. Os dois continuavam iguais. A única diferença: o cabelo vermelho.

Ele vinha com a mesma roupa de Kaito. O único detalhe diferente era que preso em seu cabelo havia uma rosa azul.

– Akaito... - Disse com as lagrimas nos olhos. Mesmo que tivesse sumido. Mesmo que sempre estivesse mentido... Ainda estava tão feliz em vê-lo.

– Faz um tempo né? - Riu. - Abaixa essa arma. - Disse já sério.

– Não! Eu tenho que mata-lo!

– Por que ele é seu alvo?

– É tudo por causa dele! - Abaixou a cabeça e fechou fortemente os olhos. Segurando as lágrimas.

– Não. - Balançou a cabeça. - Isso tudo é culpa nossa. Ele que escolheu errado.

– Ninguém me ama por causa dele!

– Eu te amo.

Kaito levantou a cabeça, abaixou a arma e olhou directamente para Akaito. Deixando que, finalmente, as lágrimas cobrissem seu rosto. Akaito chegou mais perto e o abraçou, fazendo com que Kaito chorasse ainda mais.

– Eu vim para de buscar.- Com uma das mãos pegou na mão de Kaito que segurava a arma, enquanto a outra o abraçava as costas. - Kaito... - Levantou a mão com a arma até sua cabeça e colocou seu dedo sobre o dedo que já estava sobre o gatilho. Sorriu e disse doce e alegremente: Acabou.

–oOo-

Não acreditavam no quem viram. O pânico ficou sobre a plateia. Kaito, o cantou que tanto amavam... Havia enlouquecido no palco e dado um tiro na própria cabeça. Uma rosa lindamente azul respingada de sangue nasceu sobre seu ferimento. Talvez isso tenha sido apenas para selar sua loucura. Ou, quem sabe, para eternizar Kaito. Mas pare quem sabe da história, aquilo era apenas uma representação perfeita de Kaito. De tudo havia acabado.

–oOo-

No outro mundo, procuraram Kaito. E quando o encontraram na floresta, seu corpo não se mexia e estava mole, era como se estivesse morto. E estranhamente, alguém havia preso uma rosa azul em seu cabelo, que já tinha raízes fincadas, presas em seu cabelo. De modo que não dava para tirar, e se arrancasse a rosa, rapidamente nascia outra ainda mais bela.

"Pobre essa Alice! Foi baleada! Por um homem. Um homem louco! Você a enlouqueceu. Mas ainda sim deu o que ela queria. Descobrir que era amada, mesmo que por si mesma. Mas essa Alice era fraca, nunca pensou que a voz é dela, que é ela. Essa Alice era muito frágil. Mas a história dela acaba aqui."


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Notas finais do capítulo

Nossa! Escrevi demais! Isso é imenso comparado ao primeiro capítulo! Acho que tenho que pedir desculpas para quem lê ( se tem alguém que ainda ve seu eu postei algo) por ter demorado MUITO para postar isso aqui! Entao: Me desculpem! -se reverencia-

E esse capitulo ficou imenso porque Kaito é meu vocaloid favorito então... Deu nisso! Mas acho que também vou escrever muito no próximo... porque também gosto muito da Miku *3*`mas nao sei quando vou postar... OuO'''

Próximo: Paus e Esmeraldas não machucam.



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