Po\/ Natsu

–Você? O que faz aqui? - eu perguntei.

–Como assim? A gente estava te procurando durante a noite toda. E o que você tá fazendo aqui com ela?

–Loki, nós nos perdemos... – Eu olhei para a Lucy que estava um pouco envergonhada.

–Natsu.. é a última vez que você me deixa preocupado,viu? – disse Loki – A Lisanna estava preocupada com você, eu disse pra turma que ia procurar vocês nessa direção.

–Eu já devia saber que a Lisanna não teria coragem de vir sozinha me procurar aqui como você fez. -  eu falei.

–Não fala assim, ela estava preocupada!E ela é uma mulher! - Loki falou.

–É preocupada com uma coisa tão importante como eu, né!- disse sarcasticamente- E idaí que ela é mulher?Ela não é corajosa!Diferente da Lucy aqui.

–Então.. está tudo bem com vocês? – ele perguntou olhando pra mim e para a Lucy.

–Está tudo bem, exceto que nós passamos a noite aqui. – eu disse.

–Vocês passaram a noite aqui? Nossa!Vocês devem estar morrendo de fome e sede.

–Muita pra falar a verdade – falei –Mas cadê a turma?

–Ah, é mesmo, já ia me esquecendo... PESSOAL, ACHEI ELES, ESTÃO AQUI! – gritou o Loki.

De repente apareceu os meninos que suspiraram aliviadas ao me ver e logo atrás delas apareceu o restante das meninas sendo seguidos por nada mais, nada menos que Lisanna. Então a turma inteira apareceu e logo Erza, Levy e Ultear abraçaram a Lucy.

– Lucynha, que bom que você está bem! – falou Ultear.

–Ai Lucynha que bom que você está bem! – repetiu Evergreen com a voz fina – Nós ficamos a noite inteira procurando esse patético e irresponsável - apontando para o Natsu - que provavelmente arrastou a pobrezinha da Lucy pra longe do acampamento, fazendo ela se perder também!

–Na verdade – disse Lucy se aproximando – A culpa foi toda minha – prosseguiu olhando pro professor que claramente esperava uma explicação. – A culpa não foi do Natsu, eu corri pra longe dali e tudo o que ele fez foi tentar ir atrás de mim pra evitar que eu me perdesse.

–Natsu, que bom que você ta bem. – falou Lisanna correndo em minha direção e me dando um abraço, porém eu não a abracei, estava ocupado pensando porque a Lucy colocou a culpa toda nela.

–Então quer dizer que foi você quem causou este mal entendido? – perguntou o professor apontando para a Lucy.

–Sim, a culpa foi minha.

–Pois bem, você fez todos ficarmos preocupados e poderiam ter morrido... Detenção Sábado ás duas horas ouviu mocinha? – disse o professor.

–NÃO! – falei – a Lucy não teve culpa.

–Natsu o que você está fazendo, ela já disse que a culpa foi dela!Quer ficar de detenção é? – Disse Lisanna  irritada por eu ter a defendido.

–Só estou fazendo o que é certo e justo. – respondi. Direcionei-me ao professor Freed e falei:

–A culpa não foi só dela, eu fui procurar sinal pro meu celular e a Lucy veio me chamar pra voltar pra onde todos estavam, mas eu não quis, por isso discutimos e acabamos perdendo a noção de onde estávamos.

–Isso é verdade? – perguntou o professor olhando para Lucy. Eu balancei a cabeça para Lucy em sinal de afirmação, indicando pra ela dizer que sim.

–S-sim, é verdade. –ela disse.

–Tudo bem Natsu, detenção sábado pra você também.

–O QUE? Por quê? – perguntei irritado.

–Porque vocês se separaram da turma sendo que tínhamos avisado para não saírem dali de perto e sem falar que fez a turma inteira a passar a noite passeando pela mata a procura de vocês.

–Mas professor... – insisti, mas ele me interrompeu:

–Mas nada Natsu! Detenção. – falou e depois balançou a cabeça em sinal de desaprovação. Virou-se e foi até o professor Saggitarius. Loki veio até mim e falou:

–Ah Natsu, que chato, eu ia te convidar pra ir à lanchonete sábado.

–Deixa pro outro sábado então né?! – disse ainda irritado com o professor de ciências, aquele chato, só porque a gente se perdeu ele tem que nos colocar de castigo, mas por outro lado, eu vou ficar 1hora e meia com a Lucy... “Natsu para com isso, se não você vai acabar ficando maluco com tantos pensamentos estranhos que vem a sua mente, e provavelmente minha mãe vai me colocar em uma psicóloga do jeito que ela é escandalosa.”

–É, pois é turma, a viagem foi um fiasco – falou o professor, ele prosseguiu: - Fazemos de novo semana que vem...

–NÃÃÃÃOO!!! – Gritaram todos os alunos juntos, até mesmo eu e Lucy.

–Tudo bem, tudo bem – falou o professor – deixamos pra outro ano então.

–é... Pro ano de 2023! – exclamou Max.

–Mas aí vocês já vão ter se formado – disse o professor Freed.

–Ah, relaxa, eu vi as notas do Max... Ele vai ter muitas viagens pela frente – disse Romeo.

–EI! – exclamou Max indignado. A turma começou a rir da situação.

–Pois é, espero que vocês tenham dormido bem essa noite, porque a nossa noite foi de puro terror. Ficamos caminhando pela floresta que parece ser mal assombrada, a Ultear gravou tudo com a câmera dela, poderíamos fazer dessa gravação um filme de terror, foi totalmente sinistro. – disse Romeo.

–Foi mesmo, a gente passou o maior medo de noite. – Disseram Elfman e Max.

–Bem acho melhor írmos! – disseram os professores.

A turma foi andando, junto com os professores, vi que  Lucy andava mais devagar e comecei a andar mais devagar também.

–Ei Lucy, por que disse aquilo? – perguntei.

–Não queria que você assumisse a culpa, mas fiquei contente que você assumiu,Natsu!

–Obrigado, mas eu acho que posso assumir minhas responsabilidades – falei. Ela sorriu e eu retribui com um sorriso sútil.

–Ei Natsu, vamos logo, não quer se perder de novo né?! – Disse Lisanna me puxando pelo braço e saindo de perto da Lucy  como se ela não a tivesse visto.

Chegamos ao ônibus e partimos, foram mais de quatro horas dentro daquele ônibus.

–CHEGAMOS! – gritou Loki que estava do meu lado.

–Até que enfim! – disse me levantando e pegando minha mochila em cima do ônibus e saindo. Chegamos à escola e eu liguei pra minha mãe e pedi pra ela vim me buscar, o que ela entendeu já que tinha sido cansativo dentro do ônibus. Desliguei o celular e fui ao portão da escola esperar minha mãe.

–O que aconteceu ontem a noite? – disse Lisanna que chegou de surpresa me assustando.

- Que susto,Lisanna!Não faça mais isso!

–Você não respondeu minha pergunta!

–Que pergunta?

–O que aconteceu ontem a noite quando você e aquela loira oxigenada ficaram sozinhos?

–É Lucy Lisanna! LU-CY, entendeu? – falei separando as sílabas do nome dele para que Lisanna entendesse bem. – e não aconteceu nada.

–Nada? – perguntou ainda suspeita.

–NADA! – Disse alto e claro.

–Eu não gosto dela! – disse ela irritada.

–Por que? Ela não te fez nada!

–Não, mas parece que ela sempre está tentando me provocar.

–Nada a ver Lisanna!Deixa ela em paz!Olha a infantilidade!

–Você está defendendo ela,Natsu? Tá defendendo ela! – gritou ela indignada.

–O que? Você está maluca, MALUCA! Lisanna você pirou, não estou defendendo ninguém!

–Está sim!

–BIIIIIIII! – Minha mãe buzinou com o carro que já havia chegado.

–É-é a minha mãe, eu tenho que ir, tchau. – saí correndo e entrei no carro.

–Oi filho, como foi a viagem? – perguntou minha mãe assim que entrei no carro.

–Foi bem... – falei. – Muito bem. – falei me lembrando de quando eu e Lucy nos perdemos.

–Uau, parece que se divertiu! Conheceu alguma garota?

–Mãe, isso é coisa pra se pensar? Eu tenho namorada!

–Ah, tá falando daquele garota de cabelos brancos que está sempre com ciúmes de você com outras garotas, mas que nunca te respeita e te dá atenção?

–Essa mesma! – disse ignorando o conceito da minha mãe.

–Filho você sabe o que eu penso dela e... – eu a interrompi:

–Mãe, guarde suas opiniões pra você mesma, não preciso que me diga com quem eu devo ou não sair.

–Natsu Dragneel, isso são modos? Eu não te eduquei desse jeito não. – ela falou irritada, eu odiava quando ela dizia meu nome completo, ela só fazia isso quando estava brava.

–Af mãe, eu só disse pra você não dar opiniões sobre minha namorada!

–Como quiser – disse ela ainda aborrecida.

Minha mãe permaneceu em silencio até chegarmos em casa. Fui correndo pro meu quarto, liguei o meu mp4 e escutei a musica Scream -Usher. A musica sempre me relaxava, fiquei ali escutando musica por quase duas horas, pensava em como estaria a Lucy, o que ela estaria fazendo, no que estava pensando e etc... Não conseguia entender o por que de não parar de pensar nela, ela mexia comigo de alguma forma que eu não entendia, não conseguia compreender, como poderia ser tão fácil uma pessoa entrar na minha vida e tão difícil de sair? Pensei naquilo que ela me disse “Tente tomar suas próprias decisões” Tomar minhas próprias decisões? O que ele queria dizer com aquilo? Aí eu me lembrei de outra coisa que ela me disse “Quero dizer que se pelo menos uma vez tentar fazer o que você quer e não o que os outros querem ou esperam que você faça, vai ver como vai se sentir diferente, vai se sentir livre”. Isso fazia todo o sentido, ela tinha razão, eu nunca experimentei fazer o que eu quero, o que eu gosto de fazer. Eu sempre neguei me sentir bem comigo mesma, queria que as pessoas se sentissem bem comigo, nunca fiz o que eu realmente gosto, eu sempre deixei que os outros determinassem os meus gostos. Os meus gostos, os meus interesses, os meus pensamentos, tudo, tudo era os outros quem escolhiam e quem determinavam pra mim.

Desliguei o mp4, me levantei da cama e abri a janela do meu quarto, queria respirar ar puro. Abri a janela e me deparei com... Lucy. Ela olhava pela janela assim como eu, pensando na vida.O quarto dela era no mesmo andar que o meu, e a janela de seu quarto era na mesma direção que a minha, quando abri a janela ele logo me viu, deu um sorriso torto e acenou.

–Oi! – ela disse.

–Oi! – respondi acenando.

Ficamos que nem dois bobos nos olhando, até que eu fechei a janela sem dizer mais nada, ela fez o mesmo. Deitei-me na cama de novo e voltei a pensar, e aquela mesma frase invadia os meus pensamentos “Tente tomar suas próprias decisões”.

–Covarde! – pronunciei pra mim mesmo, me sentia assim naquele momento, um covarde por não ter minhas próprias decisões, um covarde por não conseguir ser quem eu realmente sou. Mergulhei meu rosto no travesseiro fechando meus olhos, desejando que aquele momento nunca passasse e que eu nunca saísse dali de meu quarto, pois eu também era um covarde por não enfrentar o mundo.

Po\/ Lucy

Fechei a janela do meu quarto e me deitei na cama. Fiquei lembrando do momento em que olhei pela janela e vi a pessoa que me fazia sentir algo que eu nem sabia que existia, um sentimento estranho, mas bom, muito bom, era prazeroso estar ao lado dele, porque apesar dele se apresentar como um metido e irritante, eu sentia insegurança nele (também só um pouco de insegurança), ele sabia o que queria, sabia o que sonhava, mas não corria atrás de seus sonhos por medo!Quando olhava para aqueles lindos olhos brilhantes, eu via medo dentro deles e insegurança.

–Mas porque ele se sente assim? Eu não entendo. – eu pensava alto. Eu realmente não entendia, qual era o problema? Um garoto rico, bonito e esperto como ele geralmente ia se achar muito, bom, foi isso que eu pensei quando o conheci, mas ele não se achava tanto como eu pensei, ele não se sentia confiante de si mesmo, será que ele não era quem ele gostaria de ser? Provavelmente são os amigos dele que devem desencorajá-lo sempre que tenta uma coisa nova, e que amigos em, principalmente aquela menina estupida, Evergreen.. perto dela, o Natsu não é tão arrogante assim.

Eu fui fechando os olhos devagar, tentando não pensar nele, mas os pensamentos continuavam surgindo, eu só sabia que realmente estava interessada em saber mais sobre o Natsu, uma coisa que me deixava curiosa era ele, não que eu queira ser bisbilhoteira... Mas eu queria muito saber sobre aquele garoto que antes me parecia de coração amargo e com sangue frio, e agora me parece apenas um garoto com um doce coração e que possuía sangue azul.

–TRIIIIIM! – o despertador tocou de manhã.Tenho que ir pra escola!

Aprontei-me e fui andando a caminho da escola.

–Lucy! – me virei e vi que era a Levy.

–Oi Levy! – a cumprimentei.

–Ia te ligar ontem pra ver se você queria ir tomar um sorvete no shopping, mas você não atendeu o celular então eu liguei para o Gajeel!

– Gajeel?Que nome é esse?

–É, ele tem o nome estranho... também acho um pouquinho..– ela caçoou.

– Concordo plenamente! Gajeel,hein?É o seu melhor amigo? - ela ficou vermelha quando ouviu a minha pergunta.

- Peraí... - eu falei pensando no primeiro dia em que eu e Levy nos esbarramos e vários livros caíram - ... no primeiro dia que nos conhecemos,aquele livro era para ele,né? - eu perguntei e ela ficou surpresa.

- Lucy!Como você sabe???Você conhece o Gajeel?Como descobriu?Como?Sua vidente! - ela me olhava  com os olhos arregalados e com a cara toda vermelha.

- Calma Levy!É que quando você toca no assunto desse Gajeel,a cor da sua cara muda para um vermelho meio alaranjado... - eu falei.

- KYAAA! Tem isso agora?Quando você fala de uma pessoa que gosta,você muda de cor vermelha para laranja? - ela falou pensando.Depois ela queria cavar um buraco para sair dali - KYAAA EU ME ENTREGUEI DE BANDEJA!EU DISSE QUE GOSTAVA DO GAJEEL!

- Levy,Levy,Levy...Por acaso eu sou um monstro para espalhar pra todo mundo? - eu perguntei bem séria.Ela olhou para mim e balançou a cabeça negando.

- N-Não Lu....mas eu f-fico com vergonha m-mesmo assim...desculpa... - ela falou totalmente envergonhada.Ela estava um tomate!

- Tudo bem.Conta uma coisa...como é esse Gajeel?? - perguntei para ela e ela se animou um pouco.

–E o que mais tem pra contar? Ele é lindo, fofo, inteligente (Autora: .. sério? Levy:TÁ TÁ!NEM TANTO!),cozinha bem ( Autora:essa é nova!),maravilhoso, canta bem ( autora: Canta muito bem mesmo! Levy: PARA DE ZOAR O GAJEEL,DERY! Autora: Mas eu não estou zoando!Está achando que fui sarcástica? Levy:E-Eu não! Autora:Ah tá!), é carinhoso e... – eu a interrompi:

–Tá, tá, já entendi, não precisa me fazer vomitar.

–Hunf... Também não te dou o brownie que ele me fez.

–Ele te fez Brownie? Eu adoro brownies! São tipo uns bolinhos cremosos e crocantes de chocolate né?!

–Claro... Toma – falou Levy, tirando da mochila um brownie. Eu peguei e dei uma mordida nele.

–Hum... é muito bom – Eu disse.

–Eu falei que ele cozinha bem – disse Levy.

–Hehe... Vamos pra escola?

–Claro né?! Até a gente se formar!

–há ha – ri sarcasticamente. – Vamos logo.

–Tudo bem.

Fomos andando... Aquela viagem me deixou exausta, eu me sentia indisposta para caminhar...finalmente chegamos a escola. Fomos pra sala de aula e eu me sentei em uma carteira da frente e atrás de mim, sentou Levy. A aula de matemática realmente era chata, mas felizmente eu era bom, ao contrário de Natsu que parecia cada vez pior em matemática, eu queria poder ajudá-lo, mas acho que não éramos amigos.Lucy,o que está dizendo?!Você foi beijada pelo Natsu e ainda diz que não é pelo menos amiga dele?Mas eu fiquei muito chateada com o Natsu porque nos beijamos e ele não toma vergonha na cara por ter namorada!Se eu fosse ele,terminava com a Lisanna agora!LUCY,VC NÃO TOMA CONTA DA VIDA DO NATSU!VOCÊ SÓ É CURIOSA!Afinal,por que o Natsu se importou tanto naquela história que eu contei sobre a Kitty,minha coelhinha Lili e...ah esquece Lucy!O sinal pro intervalo tocou, saí da sala e me sentei numa mesa vazia como sempre, até que Levy, Erza, Wendy,Cana e Ultear  chegaram e se sentaram comigo.

–Oi gente.

–oi – disseram as garotas.

– E então, o que aconteceu entre você e o Natsu ontem? – perguntou Cana.

- Epa!Cana,como sabe disso se você nem estava lá?!E por que não foi? - eu perguntei.

- AH,notícias correm.E tenho um ótimo motivo para não ir! Eu e um garoto da escola Blue Pegasus,Hibiki,saímos para tomar umas bebidas...só isso!E não exageramos! - falou Cana.Provavelmente mentindo!Eu,agora,conheço perfeitamente a Cana e ela não consegue beber apenas um copo de cerveja!Ela pega uns 1000000000000000000000000000000000000 copos!E isso pra ela é pouco!

- Bom,não aconteceu nada!

–Nada? Mas como foi que vocês se perderam? - ela perguntou curiosa.Parece que a notícia não se espalhou por inteiro!

– Ele estava procurando sinal pro celular, eu fui atrás dele e a gente acabou se perdendo.

–Lucy na boa, a gente acredita, mas essa história está mal contada pra Lisanna.. - falou Ultear.

–Eu não ligo para o que ela pensa. – falei irritada.

–Tudo bem então.

–hahahahahahahahahahahaha! Ai com você é engraçada! – escutamos risadas da mesa ao lado, as mesas das pessoas metidas estavam rindo e se divertindo.

–Você não sente inveja deles? – perguntou Levy pra Wendy.

–Ai, como eu queria estar no lugar de algum deles. – respondeu Wendy.

Eu não entendi muito bem, será que todo mundo desejava fazer parte daquela turminha? Será que era tão bom assim? Não foi isso que me pareceu quando Natsu falou comigo sobre eles.

Po\/ Natsu

Eu estava sentado naquela mesa estúpida e sem graça, quando Lisanna falou uma coisa que não tinha sentido algum:

–Ei gente – todos prestaram atenção – eu vi um programa ontem de noite e era tão idiota que me deu vontade de chorar de tão ridículo que era. – Então todo mundo começou a rir, eu não entendi nada, como aquilo poderia ter graça? Eu sou burro e não entendi a piada ou o que? Eu ri forçadamente e depois parei, que coisa mais patética!Isso não tinha graça nenhuma!Eu olhei disfarçadamente para trás, e olhei para a mesa em que Lucy estava sentada.Ela parecia se divertir conversando com aquelas garotas... senti inveja delas, por que eu não podia ter aquilo que eles tinham, a diversão, alegria e a felicidade de estar com os amigos? Eu nem se quer tinha amigos de verdade.

–Natsu, tá tudo bem? – Lisanna me perguntou.

–Sim. – respondi.

–Por que estava olhando para aquela mesa?

–Eu não estava. – neguei.

–Estava sim... E acho melhor parar. É patético, uma pessoa como você, ficar olhando pra pessoas da classe baixa.

Eu abaixei a cabeça, tentando concordar com aquilo. Mas então, veio de novo na minha cabeça aquela frase: “Tente tomar suas próprias decisões”, eu estava fazendo exatamente o contrário, estava me deixando levar por uma opinião ridícula da Lisanna, eu tinha que ser eu mesma para poder me sentir livre, assim como disse Lucy. Eu não estava fazendo nada daquilo, eu não sentia liberdade em mim, eu sentia covardia, covardia por não conseguir ser quem eu realmente sou, eu não queria sentir aquilo.. me lembrei de que ela também havia me falado que se pelo menos uma vez eu tentasse fazer uma coisa por minha própria vontade e não pela dos outros, eu ia me sentir diferente. De repente, uma força maior tomou conta de mim, uma força inesperada, mas que chegou na hora certa, me levantei da cadeira e todos olharam pra mim surpresos.

–Aonde você vai? – Lisanna indagou.

–Vou fazer uma coisa que eu quero fazer.

–E o que você vai fazer Natsu? – perguntou ela impaciente e me tratando feito uma criancinha.

–Vou me sentar em outro lugar. – disse olhando pra mesa onde estava sentado Lucy.

–Não me diga que você vai se sentar ali? – ela disse apontando para aquela mesa, eu balancei a cabeça afirmativamente e ele disse: - Natsu me poupe vai, você não vai sentar ali de jeito nenhum, senta aqui logo e larga de frescura. – falou ela puxando meu braço pra eu voltar a me sentar.

–Não Lisanna! – soltei meu braço dos dele com força – Eu vou fazer isso porque eu quero e não porque você quer e você não manda em mim, pare de agir como se fosse o dono da minha vida porque você não é... Minha vida, minhas decisões. – falei sério e com firmeza.Lisanna me olhou surpresa e sem palavras, era a primeira vez que ela me via agindo por mim mesma.

– N-Natsu, você não pode ser visto com esses nerds, temos uma reputação a zelar.

–Não Lisanna, você tem. Eu cansei. – me virei e saí dali, Lucy estava certa, eu realmente me sentia mais forte, mais confiante, mais livre.

Po\/ Lucy

Estávamos ainda conversando quando a Ultear nos chamou a atenção:

–Gente, me belisquem porque eu acho que estou sonhando, olhe só quem vem aí! – disse ela olhando pra frente. Todos olharam pra ver quem era e todo mundo ali, principalmente eu, ficaram chocadas... Natsu estava vindo em nossa direção, o que será que ele queria?

–Oh,é o Natsu! – exclamou Wendy.

Ele se aproximou e parou bem na nossa frente.

–Oi Lucy, oi meninas, posso me sentar com vocês? – ele perguntou.

–CLARO! – falaram todas as garotos juntos. Ele riu e se sentou ao meu lado.

–Natsu... Não é por nada não, mas, por que está sentado aqui com a gente? Não quer ficar com seus amigos? – perguntou Ultear.

–Não, hoje eu quero ficar com as minhas novas amigas! – ele falou olhando pra mim, eu entendi bem? Ele me chamou de amiga? OH GOD, realmente aquela não era o Natsu que eu pensava ser, ele estava totalmente diferente, mas diferente bom. As meninas viram que ele olhou pra mim quando disse “novas amigas”.Elas ficaram um pouco tristes, porque queriam ser amigas do garoto mais popular da escola (interesseiros), mas compreenderam, acharam que estava rolando alguma coisa entre a gente e estranhamente arranjaram desculpas pra se retirarem dali:

–Olha, eu acho que o Gajeel tá me chamando... Tchau – disse Levy que logo saiu dali correndo.SE ELA CONTINUAR FALANDO "GAJEEL,GAJEEL,GAJEEL",TODO MUNDO VAI REPARAR QUE ELA GOSTA DELE!Se ainda não repararam...

–É!E minha mãe tá me chamando também! – disse Wendy.

–Ué, sua mãe vem pra escola? – perguntou Natsu.

–É, é que ela gosta de garantir que eu estou estudando. – falou Wendy que saiu dali de pressa.

–Garantir que está estudando? – repetiu Natsu confuso.

–É e nossas mães também deve estar nos esperando não é mesmo,Erza ? – falou Cana.

–É isso aí, tchau gente.

–O que deu nelas em? – perguntou Natsu ainda confuso.

–Não sei... Talvez elas tenham um pouquinho de medo da Lisanna arrebentar a cara delas por você estar sentado aqui e não com ela.

–Lisanna.... ela sempre quer mandar em mim, me trata feito criança, acha que eu não posso fazer o que eu quero só o que ela quer que eu faça.

–Então quer dizer que veio aqui por vontade própria?

–É isso, o que tem de errado?

–Nada, só estou meio surpresa, só isso.

–Estou tentando fazer uma coisa por minha própria vontade, sem precisar de ordens de ninguém.

–E o que te fez tomar essa decisão? – perguntei contente e curiosa.

–Você.

–E-e-eu? – me surpreendi.

–Sim... Você. Aquilo que você me disse sobre me sentir livre se tentar fazer alguma coisa por que eu escolhi e sem precisar ser mandado por ninguém.

–Sério?

–Sério.

–Obrigada então.

–Eu é que tenho que agradecer.

–Tem certeza que não tem problema se sentar aqui?

–Não se preocupe... – Natsu olhou para Lisanna e aproveitei também.Vi que ela estava com o rosto vermelho de raiva e me encarava friamente, eu desviei rapidamente o olhar dela.

–Escuta, por que você escolheu vir se sentar aqui? - eu perguntei.

–Estava super entediante aquela mesa, aquele povo é totalmente sem noção!

–Não me pareceu isso quando vocês estavam rindo!

–É por isso que eles são sem noção, aquilo não tinha a menor graça.

–hehe.

–Me desculpe por ter te colocado de castigo.- ele falou se sentindo culpado.

–O que? A culpa não foi sua e além do mais, você também ficou de detenção!

–É, pois é,além da gente ter se perdido, temos que aturar detenção, que ridículo!

–PRIIIIIIMMM!

–Vamos pra sala, o sinal tocou. – ele disse.

–Ok! – falei.

Fomos até a sala e finalmente chegamos a porta quando...

–Natsu, posso falar com você? – perguntou para Natsu. Ele pareceu confuso e perguntou:

–O que você quer?