Better Off This Way escrita por CWritting


Capítulo 23
It Can't Get Any Better


Notas iniciais do capítulo

Cap sem muitos acontecimentos, mas importante para os futuros ;) estou sentindo falta dos reviews de vcs, pessoal! Comentem e digam o q acharam.



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A grama recém-aparada fazia cócegas nos meus pés descalços. Eu estava de pé no jardim da casa de Chase observando a vizinhança pacata e a rua sem movimento. A xícara de café fervente descansava entre meus dedos e o vento ameno do inicio da manhã eriçava minha nuca exposta pela camisa de tecido fino.

Minha cabeça retumbava nos meus ouvidos anunciando uma provável dor de cabeça por conta do número de cervejas da noite passada. O celular marcava as horas como 5:20 AM quando eu resolvi voltar para sala infestada pelo cheiro pesado e pelos corpos largados no sofá.

A noite passada tinha sido divertida. Os rapazes e eu não havíamos feito nada muito além de beber algumas garrafas de cerveja, conversar e jogar videogames até John chegar, é claro.

O jogador de lacrosse trouxe consigo seu famoso narguilé que acabou por tomar os ânimos de muitos por uma euforia intensa, já que o aparelho de fumaça era uma tradição nas conhecidas reuniões masculinas.

Ninguém havia ficado bêbado ou chapado, mas de fato, pela metade da noite, Mike já não falava frases com sentido completo. O resultado via-se ali na sala de estar da casa de Chase.

O anfitrião se encontrava largado no tapete e dormia profundamente ao lado de um pacote de salgadinho pela metade. John e Robert estavam esparramados no sofá em formato de L e assim como David, Mike sussurrava palavras ao caso enquanto descansava no chão.

Calcei os sapatos rapidamente e larguei-me no banco do motorista do meu carro. Eu sabia que não deveria dirigir, mas nenhum dos outros estariam dispostos ou em melhores condições para me darem uma carona.

As ruas se encontravam vazias e os poucos carros que rondavam pela área pareciam ir diretamente para à praia. Provavelmente surfistas aproveitando o final da madrugada para surfarem sem impedimento de banhistas e turistas.

Desliguei o motor e girei a chave da casa na porta dos fundos. Passos lentos eram exatamente a solução para passar despercebido por qualquer funcionário que já estivesse de pé em tal horário da manhã.

Cruzei a cozinha e tive a atenção detida por um aviso grudado na porta da geladeira de inox. A letra preta se destacava sob o tom pastel do papel, rápida e bem desenhada era definitivamente de minha mãe.

Iremos almoçar todos juntos hoje, se é que você estará em casa ou se conseguirá acordar a tempo não é mesmo, Zachary?

Eu sorri debochadamente e fiz meu caminho até o quarto onde enterrei o rosto no confortável travesseiro e adormeci, cedendo ao cansaço e aos efeitos colaterais da bebida.

“Eu se fosse você tomaria um bom banho e me arrumaria para o almoço. Melhor, compraria uma máscara para esconder seu rosto e tentar afastar os sintomas dessa ressaca” eu pude distinguir a voz risonha de Thomas que me sacudia pelos ombros “Levante ou sofrerá as consequências, mocinho” meu irmão mais novo forçou um tom mais grosso, e ainda assim cômico, que arrancou de mim um pequeno sorriso.

Levantei preguiçosamente da cama e bati a porta do banheiro atrás de mim. Água gelada serviu para acordar-me e me causar calafrios que nem mesmo o toque de Catherine causava. Eu sorri com a comparação involuntária e deixei o box, enxugando o cabelo molhado em uma das toalhas dispostas ao canto do suporte de metal.

O espelho mostrava os olhos azuis escuros cansados e as olheiras marcadas abaixo dos mesmos. A barba cerrada só acrescentava ainda mais ao aspecto relapso. Escovei os dentes com agilidade e não tardei a vestir roupas limpas que mascarariam o ar esgotado.

“Pensei que você perderia o almoço” minha mãe murmurou ao aparecer no batente da sala de jantar “Depois da sutileza no seu bilhete, eu não perderia por nada” eu sorri ironicamente ao passar pela figura da mulher mais baixa do que eu, já no andar de baixo.

“Como foi a festa?” meu pai perguntou ao sentar-se em uma das cadeiras da longa mesa que estava meticulosamente posta com os pratos favoritos dele e com as melhores taças da casa.

Notícia importante a caminho.

“Tranquila, nada demais” eu sorri, me colocando ao lado de Thomas que se servia com uma sobrancelha arqueada “Muita bebida?” o homem de cabelos em parte grisalhos perguntou com uma risada suave “Um pouco” eu menti sobre a quantidade, segurando o riso ao receber o olhar de reprovação da mulher que mantinha o semblante calmo.

“Eu não vou nem te repreender, Zachary ou Richard” ela lançou ao marido um olhar de crítica que foi recebido por um sorriso largo “O garoto é jovem, o deixe aproveitar um pouco” ele argumentou ao encher meia taça de vinho tinto “Como se ele já não tivesse tido diversão suficiente em Londres” ela retrucou, revirando os olhos.

“Qual é o motivo disso tudo?” Thomas interrompeu ao entupir a boca com parte da comida em seu prato que fora reposta sem demora pelo garoto “Seu pai tem uma novidade para vocês” minha mãe sorriu ternamente e eu fixei o olhar no rosto dela “Contanto que ele não diga que você está grávida” eu zombei, fazendo meu pai sorrir divertidamente e Thomas engasgar com a própria bebida.

“Tommy sua comida não vai fugir” ela balançou a cabeça para o filho mais novo que simplesmente chacoalhou os ombros.

“Voltando...” meu pai trouxe a atenção para si e eu direcionei meus olhos para ele “Como vocês sabem, sua mãe e eu estaremos fazendo quinze anos de casados. Por isso, resolvemos nos dar certo presente. Como os negócios na empresa estão adiantados e bem regidos e o hospital vem reajustando a equipe de neurobiologia, ou seja, esbanjando médicos. A mãe de vocês tem pendências na carga horária que seriam descontadas sem problemas nessa fase pela qual o hospital está passando. Sendo assim, nós resolvemos tirar férias” ele comunicou receosamente, temendo minha reação e a de Thomas que fora uma simples troca de olhares e sorrisos refreados.

“Serão somente duas semanas no Caribe e creio que vocês não encontrarão dificuldade nenhuma em sobreviver” meu pai brincou sendo acompanhado pela explicação de uma mãe preocupada “Os funcionários irão continuar na casa. Zack você leva seu irmão para o colégio e Joseph estará com o carro a todo o momento caso vocês precisem. Nós deixaremos dinheiro e você tem seu cartão de qualquer jeito” ela sorriu para mim.

“Vocês partem quando?” Thomas perguntou, arrancando de mim uma risada fraca “Não se anime tão cedo. Em cerca de uma semana e não há com que se preocupar. Os pais de Mike estarão disponíveis para qualquer coisa que vocês precisarem e os ajustes finais para a viagem não estão completos ainda” minha mãe explicou voltando-se para sua comida.

“Vocês não se livrarão de nós tão cedo, garotos” meu pai riu ao prosseguir informando-nos sobre a viagem.

O restante do almoço correu no mesmo ritmo. As risadas eram audíveis e a preparação para as férias do casal parecia atrair tanto minha atenção quanto a de Thomas.

Aquilo tudo não podia ficar melhor. Eu realmente estava feliz por meus pais tirarem aquele tempo para os dois, mas os beneficiados também seriam eu e o caçula que definitivamente aproveitaríamos a casa para nós dois. Mike literalmente adoraria aquela ideia.

Após o almoço, meus pais tinham subido para o escritório enquanto eu e Thomas nos encontrávamos largados no sofá, conversando sobre os possíveis planos para as nossas férias particulares, mesmo que não houvesse pausa alguma na rotina do colégio.

Eu fui retirado dos devaneios intensos e programados, ao sentir o celular tremer no bolso da bermuda.

Belo amigo você! Ao menos não fugiu com a cerveja.

Mike era um completo otário. Eu sorri e digite habilmente uma mensagem contando os acontecimentos que foram saudados com alegria pelo garoto loiro que já maquinava toda uma programação via mensagem de texto.

Catherine. Meu pensamento foi levado até a garota, o que me fez resolver ouvir sua voz mesmo sem ter absolutamente nada o que falar.

“Hey Cat” eu a cumprimentei ao discar seu número e ser atendido pouco depois do terceiro toque “Hey Zack” ela murmurou rapidamente para logo depois alfinetar-me “Nós nos vimos sexta, já está com saudades?” ela zombou rindo e sendo acompanhada por mim.

“Tem planos para amanhã?” eu perguntei sem realmente saber por que “Nada” ela respondeu calmamente.

Eu planejava chama-la para sair e era aquilo que eu estava fazendo naquele exato momento, mesmo sem saber o motivo de ser tão repentino.

“Eu te pego as 4:00 PM então?” indaguei, camuflando a expectativa “Temos destino certo?” eu pude perceber que ela sorria mesmo ser vê-la e não pude deixar de sorrir também “Talvez, mas mesmo que tenhamos eu sei que você gosta de surpresas” eu disse sabendo que ela iria me contrariar. Caminhei de um lado para o outro já fora da sala quando a tão esperada resposta foi ouvida “Não, eu não gosto, mas as suas até que não são tão ruins” ela brincou com o mesmo tom sarcástico de sempre “Amanhã às 4:00 PM. Esteja pronta” eu recomendei e arqueei uma sobrancelha ao ouvi-la questionar “Você sabe onde eu moro?” ela riu.

Eu não sabia, mas o que não seria da vida sem desafios, não é mesmo?

“Não deve ser tão difícil descobrir. Qualquer coisa você me conta mais tarde” eu sorri involuntariamente e nós nos despedimos.

Eu finalizei a chamada e repassei a conversa mentalmente.

Era indiscutível que a ligação fora repentina, mas o desejo de ter ligado antes com certeza não era momentâneo.


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Notas finais do capítulo

Ps: consegui botar num padrão melhor :)



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