A Scar Eternal escrita por Zoey Thompson


Capítulo 1
Cicatrizes


Notas iniciais do capítulo

Ah sei lá, espero que alguém goste. :b



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Dor. Decepção. Angustia. Humilhação. Era tudo que sentia agora. As lagrimas se misturando com o sangue, que escorria continuamente pelo seu pulso. Um soluço rasgou sua garganta, ecoando no banheiro vazio. Mais lagrimas, mais um corte. Seu pulso direito vertendo sangue, os cortes profundos e doloridos aliviavam sua dor. Ela escorregou até o chão, colocando a cabeça entre os joelhos. Estava tudo rodando, mas ela se obrigou a abrir os olhos. Queria ver o sangue se esvair pelos cortes extensos, acima da dor, um sorriso maldoso se formou no seu rosto. Olhou para as mãos, estavam lavadas em sangue, a lamina ainda pendendo em sua mão esquerda. A escuridão se aproximava, lenta e sorrateira, mas ela estava lutando contra. Ouviu passos abafados no lado de fora e trincou os dentes. Batidas suaves na porta a fizeram despertar por completo.

–Vá embora. –Sua voz estava tremula de raiva.

–Por favor, abra a porta. –Ele pediu com a voz baixa.

–Não, me deixe sozinha. Vá embora. –Gritou frustrada.

–Você fez de novo, não é? Você quebrou a promessa mais uma vez. –A voz dele estava com um leve indicio de raiva. A raiva e a humilhação a fizeram levantar e abrir a porta.

–Sim, eu fiz de novo. Quebrei minha promessa, porque não suportei a dor novamente. –Falou, seus olhos se enchendo de lagrimas novamente.

–Eu deveria saber que você não cumpriria essa promessa. Eu deveria saber que você sempre vai ser fraca. –Ele gritou, como se a culpa fosse toda dela. Ela abaixou a cabeça por um momento, suas palavras penetrando na alma dela.

–Você nunca vai ser capaz de suportar os problemas, não é? Sempre terá que recorrer a isso. É isso que a torna fraca. –Ele estava fazendo de proposito? Ele estava cortando-a com suas palavras. Mais uma vez.

–Você não sabe de nada. –Murmurou, quase desistindo.

–Eu sei sim. Eu sei que você é uma fraca, estupidamente fraca. Você nunca suportou a realidade, por isso você faz isso. –Ele a magoara repetidamente, então porque estava doendo ainda?

–Você fala como se fosse inocente, mas você por acaso sabe o motivo de cada corte? De cada cicatriz? –Sua voz estava baixa, suave e perigosa. Ele hesitou, então voltou a mesma mascara fria de sempre.

–E você precisa de motivos? Você é egoísta, você quer chamar a atenção e não sabe como, estou certo? –Perguntou presunçoso.

–Talvez você esteja certo. Talvez me ferir durante anos por você, seja um ato egoísta. Talvez eu queira atenção, talvez eu queira que você saiba que eu sei tudo o que você faz. Mas saiba, que cada corte, cada cicatriz, só tem você como motivo. –Enfim ela despejara tudo que sempre quis dizer. Ele a olhou chocado.

–Por mim? Mas eu sempre estive aqui, e você sempre esteve fazendo isso. –Falou como se a ideia fosse absurda.

–Sim por você. Você estava aqui, mas estava ausente. Você nunca se preocupou realmente comigo. Onde você estava quando tudo estava desmoronando e eu gritei seu nome? Onde você estava quando eu implorei para você cuidar de mim? Onde você estava quando eu pedi por um minuto de atenção? Onde você estava quando a dor foi demais para eu suportar ? Onde você estava quando tudo que eu precisava era de um abraço apertado? Diga, onde você estava? –Ela explodiu, junto as lagrimas, que escorriam sem piedade por seu rosto. Ele estava atordoado.

–Eu nunca soube, meu Deus, eu não sabia disso. –Ele murmurou, parecendo arrependido.

–Exato você não sabia. Nunca soube de nada, mas sempre sentiu prazer em me julgar, sempre sorriu ao jogar tudo isso na minha cara como se tudo fosse culpa minha. –Ela estava despedaçada, mais uma vez. Estava tudo desmoronando, mas dessa vez seu orgulho a impediu de pedir por consolo. Ela se trancou no banheiro novamente, antes mesmo de ele se mexer e mais um corte sangrava em seu braço, profundo, extenso, como a sua dor.

–Me desculpe, por favor, me perdoe. –Ele sussurrava apoiado na porta. Finalmente sentindo uma parte da sua dor. Mas ela não respondeu, a escuridão finalmente a havia tomado por completo. Seu rosto estava marcado pelas lagrimas, seu coração destroçado, seus batimentos falhos. O sangue tomando conta de tudo, assim como a dor. O desespero o tomou, porque ela não respondia? Segundos depois a porta estava arrombada, revelando a garota no chão, envolta de uma quantidade exorbitante de sangue, os olhos fechados.

–Não, você não pode estar morta, não, por favor. –Ele murmurava desesperadamente. Seus batimentos já não existiam. Ele olhos para suas mãos, a lamina ainda estava ali, e então, olhou para o seu pulso, marcado a sangue, estava escrito “I’m not weak” *. As lagrimas escorriam pelo rosto dele, soluços escapavam da sua garganta. Com as mãos tremulas, ele pegou a lamina das mãos frias dela. Olhou para o seu pulso e, sem pensar em mais nada, fez o seu primeiro corte, descobrindo a sensação de alivio, mesmo que momentâneo, que ela sentia. Jurou a si mesmo nunca mais julgar alguém. Então largou a lamina no chão e aninhou ela nos seus braços. Levantou e caminhou até a cama, a deitando cuidadosamente. Deitou ao seu lado e a abraçou, como se ainda pudesse a proteger. Ele fechou os olhos, só pedindo a Deus, para nunca mais os abrir.



I'm not weak (eu não sou fraca)*


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Notas finais do capítulo

Review's? Alguém? AUSHAUSH



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