Heart Never Lies escrita por Clarke Griffin


Capítulo 1
I will try to fix you




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Os pesadelos eram constantes. Mesmo após semanas de volta ao Distrito 12 dormindo sozinha naquela cama, vivendo sozinha naquela casa... A única certeza que eu tinha era de que eles nunca iriam embora. Viveriam comigo pra sempre, mostrando que o passado doloroso era real e nunca poderia ser deixado pra trás. Por noite a fio eles invadiram minha cabeça com imagens de bestantes com olhos profundamente vermelhos, banhos de sangue, crianças indo pelos ares. Toda noite um novo e horripilante pesadelo dominava o meu sono, fazendo-me acordar aos berros, totalmente soada e assustada. Então demoro horas para conseguir recuperar o sono. Aquela tinha sido minha rotina por semanas, até então.

Naquela noite fria de inverno, o pesadelo começará igual a todos os outros, bestantes... Sangue... Crianças... Até que uma dessas crianças se tornou Prim. Prim estava tão bem no sonho, tão viva e tão feliz, brincando com Buttercup, que não consegui distinguir a principio que aquilo era um pesadelo. Pra mim, aquilo era pura felicidade. Até a cena mudar, e ir para aquele ultimo dia de vida de Prim, aquele dia cujo o qual eu joguei todas as minhas barreiras para não lembrar, pois era insuportavelmente doloroso. Então, ali na minha frente estava Prim, tirando seu casaco para ajudar uma das crianças que choravam de frio e de repente, no outro segundo ela não estava mais lá, ela tinha ido pros ares como centenas de outras crianças. Havia grito, dor e sangue pra tudo quando é lado. E Prim tinha sito tomada de mim. Tentei correr em sua direção, mas quando mais eu corria mais eu caia na escuridão total. Prim se fora.

Acordei assustava e com a respiração descompassada, já sentindo a loucura que a dor daquele pesadelo ia me proporcionar. Justo agora que eu estava tendo uma pequena melhora. – Penso comigo mesma. E então sinto braços fortes me abraçando. Não braços fortes. Não braços quaisquer. Os braços fortes de Peeta. – Respiro fundo, tendo certeza que ele não estava aqui, que era só mais uma parte da minha loucura tentando me proporcionar algo bom antes da escuridão me pegar novamente.

– Você está aqui? Real ou não Real? – Pergunto quase como um sussurro e percebo que estou tremendo. Não por causa do pesadelo, mas porque estou com medo de não obter resposta, de que aquilo seja só mais a minha cabeça me pregando uma peça.

– Real. – Diz Peeta calmamente, então ele prossegue. – Não agüentava mais ouvir você gritando Katniss. Ou você acha que não consigo ouvi-la? Pensei em vir outras noites... Mas, até hoje não sabia o porquê eu queria tanto vir aqui, protegê-la. – Peeta sorri de uma forma boba, como se tivesse lembrado algo realmente importante. Então, ele continua antes que eu possa dizer alguma coisa. – A gente já fez isso antes não é? Proteger um o outro do pesadelo. Foi no trem... Ainda está meio confuso. É real ou não real?
– Muito Real – Sinto os braços de Peeta me envolvendo mais fortemente, mantendo a minha sanidade. Peeta estava comigo, a dor se fora. Naquele instante em que os braços dele estavam envolta do meu corpo mal conseguia me lembrar do porque estava tão assustada minutos atrás. Pela primeira vez em que voltei para o Distrito 12 me senti verdadeiramente segura. Sã e Salva.

Viro-me lentamente, ficando a centímetros do rosto de Peeta, apenas olhando para seus lindos olhos, que me olhavam de volta com a mesma intensidade que o momento estava proporcionando.

– Fica aqui... Comigo... Esta noite? – Digo apreensiva. Lembrando uma outra vez em que havia pedido para que Peeta ficasse comigo. Desejei com toda a minha alma que ele falasse a palavra que eu esperava que ele falaria... Então ele sussurrou em meu ouvido a palavra “SEMPRE”. Ao ouvir essa palavra saindo por sua boca meu estomago se revirou em uma espécie de ansiedade e desejo. No segundo seguinte nossos lábios se encontraram. Era a primeira vez que eu beijava Peeta desde que tudo acontecerá. E era estranha a forma como eu me sentia inteira naquele momento, inteira como eu achei que jamais sentiria. A medida que o tempo passava o beijo ficava mais apressado e intenso, as mãos de Peeta passeavam sem pudor por toda a extensão de meu corpo, assim como as minhas brincavam com seus cabelos desesperadamente. Estava tudo em chamas. Meu corpo me lembrava do fogo que eu havia sentido naquele dia na caverna, e depois na praia. Desci minhas mãos pela lateral do corpo de Peeta, e ao chegar na sua cintura parei. Deixei minhas mãos passarem por sua barriga desajeitadamente enquanto tentava tirar a sua camisa. Olhei para os olhos de Peeta que por um breve instante transmitiam o mesmo desejo que o meu. Eu disse por um breve instante, porque ao piscar eles não estavam mais assim. Peeta segurou minhas duas mãos que tentavam subir sua camisa com uma força exagerada e me olhou com uma cara que eu não conseguia decifrar. Talvez duvida, talvez desespero. Não sabia ao certo dizer o que era. A única coisa que eu sabia, era que aquele não era o olhar do Peeta, mas sim o olhar que a Capital havia criado para ele.
Ficamos assim por vários minutos. Enquanto eu tentava reestabilizar minha respiração, Peeta tentava entender o que se passava em sua cabeça.
– Não consigo lidar com isso. – Peeta balançou a cabeça e se sentou na ponta da cama, respirando fundo, lutando contra o monstro que a capital tinha implantado dentro dele. Calmamente me levando e vou até ele, sentando ao seu lado.
– Me diga Peeta. Me diga o que está acontecendo. – Tento pegar sua mão, mas ele rapidamente a tira da minha. Aquela atitude me magoa, mas, sei que não é o momento certo para deixa transparecer.
– Eu não consigo distinguir quem eu sou, Katniss. Existe alguém dentro de mim que ama você, e quer que eu jamais te deixe. Mas, existe outro alguém que não te quer por perto, que te quer morta. Essa luta interna me deixa louco. – Peeta começa a balançar a cabeça rapidamente, literalmente como um louco.
– Quando eu começo achar que lembro das coisas, que me lembro de você... Esse outro eu vem e me diz que você é um monstro. Mas eu sou um monstro, Katniss. Eu nunca mais vou poder ser normal. – Quando Peeta termina de falar não sou capaz de reagir. Não sei o que fazer. Até aquele momento estava tão preocupada com meus próprios problemas que tinha esquecido como Peeta precisava de mim. Como eu não era a única que tinha saído totalmente quebrada com tudo isso.
– Peeta, Peeta! Olhe pra mim. – Tiro as mãos que ele tinha colocado em volta da cabeça, e o obrigo a olhar pra mim. Seu olhar é de confusão, um olhar puramente perdido.
– Nós vamos achar o verdadeiro você, ok? Eu vou te ajudar! Vamos concertar tudo isso juntos. Você está me entendendo? Eu vou concertar você. Concertar tudo isso. Entedeu? – Praticamente grito essas palavras. Peeta assente, deixando que as lagrimas rolem por seu rosto. Nunca tinha visto ele tão vulnerável assim, eu realmente não sabia o que fazer para ele parar de chorar, só sabia que não aguentaria ver mais uma lagrima caindo do rosto dele. Então, sem pensar no que essa ação poderia gerar agora, junto meus lábios com os dele com o mesmo desespero que tínhamos alguns segundos atrás. Peeta fica sem reação por alguns instantes, mas logo retribui com a mesma intensidade. E então o quarto está em chamas mais uma vez.




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