P.O.V Angie

Dias depois as aulas retornaram. Como eu e Sophia estudávamos em salas diferentes nos separamos e cada uma foi para sua classe. Ouvi vários múrmuros quanto a um novo aluno na minha turma, mas acabei não dando muita importância.

Eu estava de cabeça abaixa quando o professor entrou. Ergui meus olhos e ao lado dele estava um garoto forte, de cabelos escuros, com o rosto mais lindo que já havia visto e ele era... Familiar? Eu conhecia aquele rosto de algum lugar...

Seu olhar se encontrou com meu e me perdi em seu mar negro, um olhar que eu reconheceria em qualquer lugar. Então ele me deu um sorriso torto único, me deixando tonta, reafirmando que eu estava certa... Era o meu anjo mal.

-Bom dia turma – disse Sthefan – esse é o nosso mais novo colega de classe, Azel..- escutei as meninas suspirando, fazendo a raiva brotar em mim. Ele era o meu anjo. - Pode se sentar, Azel... – disse Sthefan novamente, fazendo borboletas brotarem em meu estômago já que o único lugar vazio era ao meu lado.

Azel caminhou até a mesa ao meu lado e se sentou, eu estava a ponto de desmaiar quando ele finalmente resolveu falar algo.

-Lembra de mim? – olhei para ele que estava com aquele sorriso torto de novo me deixando sem falas.

Eu. Definitivamente. Odeio. Aquele. Sorriso.

A quem eu quero enganar? Eu amo aquele sorriso, amo ainda mais como ele me deixa. E amo aquele olhar hipnotizante. Eu... Eu o amo por completo. Se ele me dissesse agora que me queria, eu seria dele, para sempre, até quando ele me quisesse... Como se pode amar alguém assim tão rapidamente?

-Angie? – Azel me retirou de meus devaneios – te fiz uma pergunta...

-Hum? – respondi ainda meio tonta...

-Você lembra de mim?

-Sim Azel, eu lembro... Aliás, você esta me seguindo?

Sua resposta foi me dar um sorriso, nada mais.

A aula passou rápida, apenas com troca de olhares e de sorrisos. Depois da minha descoberta, eu já havia criado maneiras de falar para ele, mas achei melhor aguardar pois eu não sabia qual seria sua resposta, e eu estava com medo.

Descobri que nossa próxima aula era coincidentemente a mesma. Ele me seguiu ate meu armário para irmos juntos, e peguei meus livros. Assim que me virei, ele me prensou contra o armário, fazendo meus livros caírem ao chão.

-Estava com saudade do seu cheiro...- falou beijando meu pescoço – com saudade desse corpo colado ao meu bem assim – me prensou mais na parede – e dessa sua boca deliciosa – então me beijou, como nunca alguém havia me beijado, seu beijo foi cheio de desejo, cargas elétricas passavam de seu corpo ao meu, nossos corpos colados e nossas línguas brigando pelo poder.

Então ele se afastou, e ficamos nos encarando. Seus olhos negros pareciam ter mil histórias para contar. Eles pareciam mostrar sua alma. Se eu duvidasse, poderia até mesmo enxergar seu coração.

-Desculpa... – pediu e olhei confusa para ele, que abaixou o olhar – eu não consigo me controlar ao seu lado.

-Ei – pedi para que olhasse para mim e ergui seu rosto com meus dedos – eu amo quando você não consegue se controlar. Você me faz sentir coisas que nunca ninguem conseguiu me fazer sentir. Eu... Eu gosto de você – eu ainda não podia falar que o amo, não ainda...

Ele me beijou novamente, um beijo apaixonado, suave... Logo depois de terminar o beijo, encostou sua testa na minha e olhou em meus olhos e ficamos assim até o sinal tocar para irmos para a aula. Ele me ajudou a pegar os livros e fomos para a aula de mão dadas.

Os olhares foram direcionados para nós durante todas as aulas, e logo quando acabaram, Azel pediu para que eu o deixasse me levar para casa no carro dele. Relutei um pouco, mas no final acabei aceitando.

Quando estávamos na entrada de casa, percebi que Sophia ainda não havia chegado e resolvi convidá-lo para entrar.

-Azel, não quero ficar sozinha... Quer entrar?

-Angie, eu nunca irei te deixar sozinha, entendeu? – disse – e sim, eu quero entrar – então saiu do carro e me seguiu até a porta de casa.