We know the name of the flower escrita por Miahh


Capítulo 5
A palavra probida


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, desculpe a demora e obrigada pelos reviews e indicações *--* amo vocês :)



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O clima dentro do quarto de hospital estava no mínimo, desconfortável. Anaru e Poppo estavam confusos do porquê de eu chama-la de “Menma” – o nome proibido. Nós não contamos para eles o que havia acontecido no dia anterior, onde ela havia sussurrado meu nome.

Aparentemente mais confusa do que os dois, estava a Menma, ou melhor Miya. Ela não mais chorava, mas ainda estava aflita e me encarava com aqueles olhos azuis brilhantes. O cabelo branco estava solto e suas mãozinhas frágeis os enrolavam pelos dedos e soltavam, tentando se distrair com algo, envergonhada.

A porta do quarto se abriu e um casal entrou. Ambos surpresos. Pareciam ser simpáticos.

-Papai, mamãe – Miya os chamou. Sua voz estava rouca, quase falhando e seus olhares não saiam de cima de mim.

O pai dela se virou para mim.

-Quem são vocês? – Perguntou com a cara de sério. Estava pronto para me atacar se achasse que devia.

-So... F... – Um nó na minha garganta não deixou que eu continuasse. Menma. Rio. Tudo se repetindo na minha cabeça. Estou ficando louco.

-Fomos nós que a salvamos ontem – Yukiatso revelou, sorrindo orgulhoso. Foi ele que mais ajudou, graças suas sabedorias medicas – Viemos ver se estava tudo bem.

O homem olhou para a mulher, que acariciava os cabelos da jovem Miya e ambos se curvaram a nossa frente.

-Muito obrigado – Eles agradeceram em uníssono.

Todos nós cinco estávamos com as bochechas queimando de tão envergonhados.

-Não temos palavra para agradecer o que fizeram por  minha filha ontem – O homem disse – Vocês trouxeram nossa pequena Miya de volta para nós.

-Muito obrigado – A mulher concluiu o marido –  Mas acho que, deveríamos agradecer de outra forma.

-Outra forma?! – Anaru perguntou.

-Sim, que tal um jantar na nossa casa, querido? Seria uma ótima forma de agradecê-los.

Ele pareceu concordar levemente com a cabeça, ajeitando os óculos que usava.

-Não, não prec...

-Amanhã as quatro na minha casa – A mulher me cortou, tão feliz e radiante como se não recebesse visitas há meses – E não aceito um não como resposta.

-Não prec...

-Disse que não aceito um não – Ela repetiu em tom sério, mas com o sorriso amável no rosto – Vocês vão amar nosso curry. É uma receita tradicional da familia Koyama.

Curry. Era esse o prato preferido da Menma.

-Então acho que aceitamos – Poppo disse, encantado pela possibilidade de ganhar comida de graça. Recebeu um tapinha no braço por isso.

-Ótimo. Vou passar o endereço para vocês – A senhora Koyama arrancou um pedaço de papel de sua agenda, que estava dentro da bolsa bege que carregava e escreveu com um lápis fino, o endereço e numero da casa.

Para minha surpresa, a casa ficava não muito longe da minha. Alguns minutos de caminhada e chegávamos lá.

-Nós nos vemos amanha – A senhora disse, nos expulsando do quarto, gentilmente – Hora da minha pequena Miya descansar um pouco...

O casal se curvou de novo na nossa frente, antes de sairmos.

-Obrigado por salvarem nossa filha. Até amanhã – O senhor disse. Logo depois saímos do quarto, encostando delicadamente a porta.

Nós cinco seguimos para a base secreta. O caminho todo – percorrido a pé – foi silencioso. Todo mundo estava tentando entender o que se passava. Principalmente eu.

“Jintan... Você me encontrou”.

Tsuruko fez um chá de camomila para nós e o serviu nas nossas devidas xícaras coloridas. Sentamos em roda como antigamente, esperando o momento que alguém corajoso iria se manifestar sobre o ocorrido.

-B..Bem... – Poppo gaguejou e todos os olhares se voltaram a ele – O.. O que você quis dizer com “Menma”? – Perguntou olhando diretamente para mim.

-É... O que você quis dizer? – Anaru acompanhou o amigo, e ex-namorado.

Não sabia o que responder. Poderia dizer que foi um impulso? Ou que foi um erro fatal? Poderia revelar as palavras ditas pela garota ou poderia dizer que a similaridade absurda da Miya com a Menma me fez dizer aquilo?

Acabei calado. Virei os olhos para o outro lado da base, vendo a escrita na madeira.

“Super protetores da paz – são amigos para sempre”.

-Ela lembra a Menma mesmo – Tsuruko comentou, pegando um pacote de biscoitos de cima da mesa de madeira.

-Quer dizer... Sabemos que a Menma não vai voltar – Yukiatso revelou com um tom zangado, como se estivesse com raiva do assunto. Ele realmente não gosta de falar sobre ela, mesmo depois de dezesseis anos – Não adianta mais acreditar nisso, é perda de tempo.

-Yukatso – Tsuruko o repreendeu, lançando olhares fulminantes contra os dele – Você sabe que isso é mentira.

-Qual é? Até você? Você sabe muito bem que não tem como ela voltar do paraíso. Você sabe que não tem como ela voltar.

-Claro que têm! – Anaru defendeu a amiga – Ela disse que ia voltar, você estava lá, você viu.

-E se ela se transformou em uma flor? Ou em um cachorro? – Poppo comentou baixinho.

-Se for mesmo ela, então por que a demora? – Yukatso esbravejou. Não mais alto que todos os outros, que gritavam e esperneavam. Tudo por minha causa.

Tudo por causa da palavra proibida.

Menma.

-CHEGA! – Gritei, calando todos ali presentes. Deixei minha xícara sobre a mesa e corri para fora daquele lugar.

Não importa mais o que eles acham. Eu sei que aquela menina é a Menma. Eu sei que ela cumpriu a promessa de voltar depois de tanto tempo.

“Menma, nós te encontramos”.

De novo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do cap, eu tô baixando os epi. de novo, pra esse meu computador :) Assim eu posso escrever com mais detalhes :)

Obrigado e desculpe pela demora, novamente :)
Beijos *--*