Shooting Star escrita por Morgana Black


Capítulo 5
Resultados não tão negativos




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21 de Setembro de 1976.


-Tonks, não fica chateada!

Sirius passou um braço protetor ao redor do ombro da garota, que parecia bem desanimada.

-Desculpa mesmo, Tonks, mas você entende que não foi tão bem assim no teste, né? - James falou cautelosamente, ajeitando os óculos que escorregavam pelo nariz.

A única coisa audível nos corredores de Hogwarts, enquanto Sirius, Tonks e James vinham do campo de quadribol, eram as palavras de consolo para a bruxa metamorfamaga.

Tonks ergueu o rosto e abriu um pequeno sorriso para os dois rapazes.

-Gente, relaxa. - Ela tentou deixar a voz mais animada. - Foi só um teste de quadribol. Eu sei que não sou uma jogadora tão boa, mas não custava nada tentar, né?

Sirius parecia um pouco mais aliviado em ver o quanto a garota era desencanada.

-Mas você realmente acha que o Davies é uma boa opção? - Ele perguntou à James, enquanto subiam um lance de escadas. - Não sei, fiquei meio cismado com ele.

-Ei, Almofadinhas, se o cara não for bom, a gente azara ele e arruma outro artilheiro. - James abriu um sorriso tão maroto, que parecia quase assustador. - Simples assim!

Os três sorriram e continuaram o seu caminho até a sala comunal da Grifinória.

Já estava um pouco tarde, mas como eles tinham uma permissão especial da Profª McGonagall para ficaram até um pouco além do horário permitido fora da sala comunal, eram os únicos que estavam no corredor.

Os três chegaram em frente ao quadro da mulher gorda, que cochilava preguiçosamente apoiada na moldura de seu quadro, e passaram bem mais de dez minutos tentando acordá-la. Quando finalmente conseguiram, passaram mais alguns minutos ouvindo as reclamações desta, dizendo o quanto era absurdo os maus modos dos alunos daquela época, que não respeitavam nem o sono de um pobre quadro.

-Hipogrifos galopantes. - Sirius falou, abrindo um sorriso galante para a mulher do quadro.

“Cara, nem as mulheres do quadro o Sirius perdoa”, Tonks soltou uma risadinha diante de tal pensamento e adentrou a sala comunal.

-Graças a Merlin vocês chegaram!

Um Rabicho extremamente ansioso veio de encontro a eles, parecendo uma criança animada para dar um passeio no parque.

-Eu achei que vocês não fossem terminar nunca aquele tal teste. - o garoto falava rapidamente, agitando as mãos. - Demoraram demais...

-Ih, Peter, tudo isso foi saudade da gente? - Tonks gracejou, largando-se numa das poltronas fofas.

-Não, é que...

Mas um olhar significativo de James e Sirius o calou instantaneamente.

-É que...? - Tonks ergueu uma sobrancelha, parecendo curiosa.

-Nada não, Tonks! - Sirius interveio. - É que o Rabicho fica assim quando fica muito tempo longe da gente.

-Fica calmo, Rabicho, que você ainda faz parte do grupo. - E James deu uma piscada cheia de significado para o amigo.

Peter parecia mais animado e também se sentou.

Logo os marotos e Tonks acabaram entrando no assunto do teste de quadribol outra vez e Tonks já nem parecia chateada por não ter sido escolhida. Inclusive a garota ria das próprias trapalhadas, como quando arremessara a goles na cabeça de um dos candidatos.

-Viu, eu falei que a Tonks era um desastre! - James quase chorava de rir, enquanto eles relembravam os piores lances do treino.

-Mas foi sem querer! - Ela tentou se explicar, mas também gargalhando muito. - Eu juro.

Mas apesar do clima descontraído, havia algo diferente que Tonks notara naquela noite: os marotos pareciam estranhamente ansiosos e animados com algo. Como se estivessem esperando por alguma coisa. De tempos em tempos, Peter olhava para o seu relógio de pulso, assim como James.

Mas o sono, um grande companheiro de Tonks, começou a ganhar espaço. O papo estava realmente animado, mas a garota sentia as suas pálpebras cada vez mais pesadas.

-Rapazes, eu já... - Ela soltou um grande bocejo, enquanto esfregava os olhos. - eu já vou dormir.

-Tudo bem, Tonks, vai lá. - James disse.

-Vocês ainda vão continuar aí? - A garota parecia desconfiada das supostas caras inocentes dos três rapazes.

-Não, nós também já estamos subindo! - Sirius deu um cutucão em James, que concordou enfaticamente.

Os marotos também se levantaram e tomaram a direção do dormitório masculino, enquanto Tonks ia pro dormitório feminino.

Sirius viu Tonks andando a passos lentos e pesados até o quarto das garotas do sétimo ano e aguardou até que ela fechasse a porta, tendo a certeza de que ela não voltaria mais.

-Nossa, achei que ela não fosse dormir nunca! - James passou a mão pelos cabelos eriçados, deixando-os mais arrepiados do que o normal.

-Será que ela desconfiou de alguma coisa? - Peter perguntou.

-Eu acho que não. - Sirius falou. - Não tem como a Tonks desconfiar de alguma coisa assim tão rápido. Digo... ela só estuda aqui há algumas semanas, né?

-Tomara que você tenha razão, Almofadinhas, porque o Aluado ficaria arrasado se mais alguém soubesse, né? - Peter comentou, enquanto tirava algo do bolso das vestes. - Juro Solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

Os três rapazes se inclinaram sobre o mapa do maroto, mas, ao que tudo indicava, as pessoas em Hogwarts estavam em seus respectivos dormitórios, entregues nos braços de Morpheus.

-Vamos.

James jogou a capa de invisibilidade sobre si próprio e Sirius, enquanto Peter abria a passagem para fora da sala comunal e se transformava na sua forma animaga.

Os três não encontraram nenhum obstáculo que os impedisse de chegar até a pesada porta de Carvalho, que ficava no saguão de entrada do castelo. Tomando o máximo de cuidado possível, (e nisso eles já eram especialistas, afinal, tinham aquela mesma rotina desde o quinto ano) eles abriram a porta e saíram pela noite clara, onde uma brilhante lua cheia iluminava os jardins da escola.

Peter correu até o salgueiro lutador agilmente. Como ele era capaz de se transformar em rato, conseguiu encontrar sem dificuldades o nó que paralisava os galhos violentos da grande árvore, que anteriormente estalavam e chicoteavam no ar ameaçadoramente.

Peter foi o primeiro a sumir por um buraco entre as raízes, sendo seguido por Sirius e James.

-Hora do passeio, Aluado. - Sirius murmurou.

No momento seguinte, os últimos rapazes que chegaram ali, deram lugar a dois animais grandes: um enorme cachorro negro e um cervo. Os três animagos desceram por um caminho de terra que dava para o leito de um túnel baixo. Caminharam por alguns minutos e quando já eram capazes de ver um pontinho de luz no final do túnel, ouviram os uivos altos de um lobisomem transformado.

Como se aquilo fosse um incentivo maior para prosseguirem, os três animagos correram ainda mais rápido, até chegarem num quarto decrépito, com móveis quebrados e poeirentos.

No fundo do quarto, o enorme lobisomem de pêlos cinzentos rosnava assustadoramente, enquanto afiava as enormes garras na perna quebrada de uma mesa. As íris amareladas da enorme criatura brilharam ameaçadoras na pouca iluminação do aposento, para logo em seguida assumir uma expressão dócil.

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27 de Setembro de 1976.

Aulas com matérias cada vez mais complicadas, pilhas e mais pilhas de deveres...

É, a vida de estudante de Tonks andava bem cheia. Não havia absolutamente nada de anormal acontecendo, exceto o fato dos marotos estarem estranhos. Ficavam de segredinhos pelos cantos, parecendo excitados e animados com algo.

Seria apenas a chegada do início da temporada de quadribol?

Até poderia ser isso, mas havia algo mais. Apesar dos rapazes serem fanáticos por esse esporte bruxo, não era só animação por causa dos jogos de quadribol.

E também havia outra coisa...

Obviamente Tonks era o cúmulo da curiosidade, e apesar de ser uma pessoa alegre e descontraída, ela também era muito observadora. Além do estado de animação contida dos marotos, ela também notara que eles pareciam cansados, como se passassem as madrugadas em claro...

-Ei, Tonks, você ainda vai comer essas tortinhas de chocolate?

A voz de Peter chegou aos ouvidos de Tonks e libertou a metamorfamaga de seus pensamentos. Ela deu uma olhada em volta, e viu que Rabicho olhava ansiosamente para ela.

-Não, Peter, pode ficar com elas.

A garota empurrou o prato com as tortinhas para Peter e se levantou do banco onde estava sentada.

-Gente, eu vou indo pra sala comunal. - Tonks coçou a nuca, parecendo cansada. - Tenho uma pilha de deveres pra fazer.

-Mas já? - Alice franziu a sobrancelha. - Você não quer esperar eu e a Lilly terminarmos de jantar? Aí a gente estuda com você.

-É isso mesmo, Tonks. - Lilly concordou, abrindo um sorriso para a outra garota.

-Valeu, garotas, mas eu já vou subindo. - Tonks deu uma piscada. - A gente se vê por lá.

Nos últimos dias, Tonks tivera um comportamento no mínimo inconstante. Às vezes era a velha metamorfamaga atrapalhada e divertida de sempre, com seu jeito alegre e descontraído. Mas havia momentos em que ela ficava pensativa e acabava por querer se isolar dos outros, como ela havia feito no momento anterior.

Tinha tanta coisa que ela via e ouvia que a deixava mal. E o pior de tudo era a perspectiva de conhecer o futuro trágico de algumas daquelas pessoas que já lhe eram queridas e não poder fazer nada para mudar o seu destino ou dar um jeito de avisá-las.

Era o que ocorria quando ela via Alice e Lilly. As duas garotas eram tão legais com ela, sempre com palavras gentis, fazendo o possível para deixar Tonks à vontade para se adaptar à escola nova, achando que Tonks fosse apenas uma aluna de intercambio.

Se ela pudesse ajudar de alguma forma... Mas ela sabia que não seria possível, não só por causa do feitiço feito por Dumbledore, mas por causa das coisas que seriam alteradas. E várias suposições malucas começaram a povoar a mente de Tonks.

Quando chegou na sala comunal, que estava silenciosa por causa dos alunos que ainda permaneciam no salão principal, Tonks se enroscou numa das poltronas em frente à lareira, abraçada aos próprios joelhos e ficou observando as chamas crepitantes.

Naquele momento ela se sentia tão sozinha, tão pequena...

Se as coisas estivessem em seu estado normal, Tonks saberia exatamente o que fazer. Mandaria uma coruja para D. Andrômeda e tudo se resolveria facilmente. Sentia tanta falta de se comunicar com a mãe, dos seus conselhos práticos e ao mesmo tempo amorosos.

Mas como ela iria fazer isso naquela circunstancia? Iria enviar uma carta para a Andrômeda daquela época dizendo: “Olá, Mamãe, como vai? Eu estou bem, tirando o fato de que sou a sua filha adolescente que veio do futuro e não sabe o que fazer para voltar à sua época real”

-Patético - Tonks resmungou para si mesma, mas logo em seguida soltou uma risadinha, ao imaginar a situação inusitada.

Tonks, então, ouviu o ruído da passagem do retrato sendo aberta. Quando ergueu os olhos, viu Lupin entrando na sala comunal, parecendo mais pálido e abatido do que o normal. Ele parecia ter perdido alguns quilos, pois suas vestes estavam mais frouxas, e também tinha olheiras fundas e escuras no rosto.

-Olá, Remus! - Ela o saudou com um sorriso simpático.

Lupin parecia surpreso. Não esperava encontrar ninguém àquela hora na sala comunal da grifinória, pois sabia que todos estariam no salão principal, terminando de jantar.

-Ah, olá Nymphadora! - Ele cumprimentou, sorrindo fracamente.

Tonks fez um barulhinho de impaciência com a garganta, por ter sido chamada pelo primeiro nome.

-Remus, por favor, é Tonks! - ela replicou, revirando os olhos. Levantou-se de onde estava sentada, aproximou-se de uma das mesinhas que ficavam na sala comunal e começou a revirar os seus pergaminhos que estavam ali dispostos.

Lupin também se aproximou e sentou numa das cadeiras que ficavam ali.

-Ué, não foi você que disse que chamar pelo sobrenome era muito impessoal? - Ele perguntou, com um sorrisinho divertido.

-Nesse caso, eu sou uma exceção. - Tonks respondeu. - Afinal, me chamar de Nymphadora é praticamente uma ofensa. Não sei de onde a minha mãe tirou esse nome, viu.

O rapaz riu ao ver a expressão de desgosto que a garota fizera.

-O que você está fazendo aqui? Não quis jantar? - Lupin perguntou.

-Ah, eu vim estudar um pouco. - Tonks apontou a pilha de pergaminhos que ela tinha sobre a mesa, parecendo desanimada.

-Sentada na poltrona, olhando pra lareira? - Lupin franziu ligeiramente a testa. - Você me parecia preocupada com alguma coisa.

-Sei lá, Remus... -Tonks soltou um suspiro cansado. - Sabe quando você vê algumas coisas e você sabe que não tem poder para mudar aquilo?

“Sei, eu sei muito bem como é isso. Convivo com um problema assim desde que sou criança”

-Imagino. - Lupin falou vagamente, o olhar detendo-se numa das vidraças da sala, perdendo-se no escuro azul do céu, como se procurasse ali a causa de seus problemas. - É algo muito sério? Eu posso te ajudar em algo?

-Relaxa, Remus, eu vou conseguir sobreviver. - Ela sorriu e emendou com voz divertida. - Credo, como eu ando dramática.

Os dois ficaram em silêncio por alguns poucos segundos, tempo suficiente para Tonks respirar fundo e mudar de assunto rapidamente.

-Ei, os rapazes me falaram o que aconteceu com você, Remus. - Diante do olhar confuso do rapaz, ela explicou. - Sobre a sua avó, sabe.

-Ah, isso. - ele murmurou, desviando a vista de Tonks.

-É. Deve ser uma situação bem chata, né? - Ela falou gentilmente, pousando a sua pena sobre a mesa. - Espero que fique tudo bem.

“Infelizmente, para o meu real problema, não tem como ficar tudo bem.”, Lupin pensou sombriamente, e aquele pensamento se refletiu em seu semblante que ficou carregado, dando a impressão de que o rapaz era mais velho do que realmente era.

-Obrigado, Tonks.

Lupin sorriu fracamente.

-Tá vendo? Você me chamou pelo meu sobrenome. - A garota bateu palmas, animada. - Nem foi tão difícil assim.

Lupin parecia surpreso. Como aquela garota conseguia mudar o clima tão rápido, sem deixar de ser natural?

-Mas eu ainda acho que chamar de Tonks é impessoal. - Ele lançou um olhar de esguelha para a garota, que cruzara os braços. - Tudo bem, tudo bem não vamos discutir isso.

-Você é um cara legal! - Tonks concluiu, olhando atentamente para o rapaz. - Apesar de ficar se fazendo de ‘eu sou o monitor quietinho e certinho’ que eu tenho certeza de que é fachada - e nesse momento a garota dera uma piscada cúmplice. - Tenho certeza que isso tudo aí é charme, não é, Sr. Aluado?

Lupin fez uma expressão altamente fingida.

-Eu? - e apontou para si próprio. - Baseado em que você concluiu isso?

A garota se empertigara na cadeira onde estava sentada. Tirou a franja de seu cabelo azulado de frente dos olhos negros, que pareciam brilhar de entusiasmo.

-Vamos aos fatos. - o tom de voz da garota parecia pomposo. - Baseado de que você é um maroto. Desculpe, querido, mas a fama de vocês aqui nesta escola não é a de rapazes santinhos. E sendo um dos marotos, eu duvido que você não apronte com os outros rapazes.

-Ei, eu protesto! - Lupin abrira um sorriso maroto. - Eu não apronto tanto quanto os outros marotos.

-A-há, te peguei! - Tonks parecia triunfante. - Então você admite que apronta também?!

-Ok, ok, eu admito. - Lupin ergueu os braços, num sinal de rendição. - Mas na maioria das vezes, eu apenas ajudo a arquitetar os planos e os rapazes executam.

-Eu sabia, eu sabia! - ela bateu um dos punhos na mesa, entusiasmada. - Os que se fazem de santinhos são os piores.

Os dois começaram a rir. Mas o rapaz viu que Tonks massageava o punho que batera contra a mesa.

-Você se machucou? - ele perguntou gentilmente.

-Ai, droga. - Tonks murmurou. - Eu sou uma estabanada mesmo. Acabei batendo com força demais na mesa.

-Vem cá. - Lupin sentou-se na cadeira ao lado de Tonks e tomou a mão dolorida dela, massageando-a. - Você precisa tomar mais cuidado com isso, viu.

-Eu não tenho mais jeito. O dia em que eu não bater, tropeçar ou me esborrachar em algo, o Snape vai se tornar o cara mais simpático do mundo.

Lupin apenas ergueu uma sobrancelha, uma sombra de sorriso no rosto e continuou massageando a mão da garota.

-Eu acho que os rapazes aprontaram alguma coisa durante a sua ausência, Remus. - Tonks comentou de olhos fechados, sentindo a dor em sua mão se esvair lentamente.

-Ah é? O que eles fizeram?

-Isso eu não sei, mas eu tenho quase certeza que eles ficaram perambulando pela escola de madrugada.

Lupin largara a mão da garota bruscamente em cima da mesa, surpreso.

-Ai, desculpa. - Ele tomou a mão dela novamente e continuou o que estava fazendo. - Mas você viu eles saindo?

-Bem, ver eu não vi. - Tonks parecia pensativa. - Mas eu tenho quase certeza, sabe. Porque eles sempre iam pro dormitório mais cedo do que todo mundo e no dia seguinte ficavam dormindo nas primeiras aulas. A Profª McGonagall tirou dez pontos do Sirius porque ele cochilou numa das explicações dela.

Mas, então, os dois se sobressaltaram ao ouvir o ruído da passagem do retrato sendo aberta.

Remus deu graças, pois não estava gostando muito do rumo que a conversa tomara. Mas ao erguer os olhos em direção a entrada da sala comunal, sentiu algo estranho revirando o seu estômago. Claire estava entrando e conversava distraidamente com Alice.

A garota lançou um olhar estranho a Remus, que distraidamente ainda segurava a mão de Tonks, e subiu para o dormitório feminino.

Lupin seguiu a garota com os olhos, até que ela sumisse pelas escadarias que levava ao dormitório e voltou a olhar para Tonks.

-A sua mão ainda está doendo? - Ele perguntou gentilmente.

-Não, Remus. - Tonks esticou os dedos algumas vezes. - Valeu, cara.

-Disponha. Só não bata na mesa com tanta força da próxima vez. - Ele acrescentou ironicamente.

-Pode deixar. Mas é que às vezes eu me empolgo demais. - Tonks deu uma piscada marota. - Afinal, não é todo dia que eu escuto a confissão de um maroto.

O rapaz se levantou.

-Só espero que você não saia espalhando isso para a escola inteira. - Lupin falou baixinho.

-Pode deixar, Sr. Aluado. -Tonks cruzou os dedos, beijando-os. - Esse vai ser o nosso segredo.

-Bem, eu acho que vou pro dormitório. Estou um pouco cansado.

E realmente o rapaz parecia cansado, como se precisasse dormir pelo menos por doze horas, para poder se recuperar.

-Tudo bem, bom descanso. - Ela falou gentilmente. - Eu vou continuar aqui, tentando enfiar alguma coisa na minha cabeça. - E nisso apontou para os pergaminhos sobre a mesa.

Lupin se despediu e foi em direção às escadas que levavam ao dormitório masculino. E pouco antes de entrar, foi capaz de ouvir um “você é um ótimo massagista” gritado ao longe.

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Notas do Lupin: Por um momento, eu pensei que a Tonks tivesse desconfiado de alguma coisa. Sabe, sobre ‘aquele’ problema. Mas acho que era só cisma da minha cabeça. Não tem como ela descobrir tão rápido.
Aquela garota é estranha. Não estranha do tipo esquisito, mas estranha porque ela é diferente das outras garotas. Não que eu seja um cara tímido, mas eu sou um pouco reservado com pessoas novas e com ela foi diferente. Nunca conversei com alguém assim, tão... sei lá, tão espontâneo. Isso, acho que o termo seja esse.
E ela ainda acha que eu sou um bom massagista...


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