Kouta caminhou lentamente até a porta. Seu coração batia rapidamente, a ansiedade tomava conta de seu ser. É impossivel. Sua mão tremia ao tentar abrir a porta.

  Seus olhos arderam ao ver tão maravilhosa visão, as lágrimas escorriam pelo seu rosto de forma libertadora.

  - Nyu... – Sussurrou ao ver sua amiga extremamente machucada. E apesar do estado dela, ele estava feliz. – Eu vou cuidar de você.

  Ao ouvir isso, ela deu um pequeno sorriso e desmaiou nos braços daquele que amava.

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  Um barulho irritantemente alto acordou Lucy. Ela lenvantou-se da cama e, ainda confunsa por não se lembrar do que aconteceu depois que chegou à casa de Kouta, procurou acender a luz. Ela viu que tinha um espelho naquele quarto, caminhou até lá e sorriu tristemente. Agora sou humana. Riu do próprio pensamento ao olhar para a faixa que cobria os ferimentos causados quando arrancaram seus chifres.

  Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta se abrindo. Ela olhou rapidamente e viu os olhos de Kouta a encarando. Queria beija-lo, mas não foi o que aconteceu:

  - Kouta, precisamos conversar, por favor...

  - Vamos Nyu... Hãm... Lucy. Há muito estou, ou melhor, estamos esperando por você.

  - “Vamos”?

  - Sim, você precisa comer!

  -Mas...

  -Não se preocupe. A Yuka-chan ainda não sabe sobre “certas coisas”.

  Lucy nada disse; sentiu um nó se formar em sua garganta. Não tinha direito de estar ali, não depois de estragar a vida dele. E aquilo não tinha justificativa. Ela ia chorar, ia falar o quanto estava arrependida e jurar que sumiria da vida dele de uma vez por todas. Mas o toque da mão de Kouta segurando suavemente a sua fez com que afastasse aquela ideia. Os olhos de Lucy ficaram ainda mais umidos.

  -Vamos. – Ele falou sorrindo, segurando a mão dela com mais força ainda. – Deixe-me secar isso pra você. – E passou a outra mão delicadamente sobre o lugar umido ao redor dos olhos dela.

  Lucy segurou a mão de Kouta com muita força, mas nada que machucasse. Esse ato arrancou um sorriso do garoto, que a conduziu até a sala onde faziam as refeições. Yuka olhou diretamente para as mãos entrelaçadas. Isso intimidou Lucy, mas quando viu que Kouta nada fez, resolveu seguir o exemplo. Antes de se separarem, Kouta levou a mão dela até a boca e deu um leve beijo, depois separou as mãos gentilmente. Ambos foram para seus lugares, e minutos depois, Yuka começou com a provocação:

  - Você está muito intimo dela, né, Kouta?

  - Ela é muito especial para mim.

  - Mais do que sua prima?

  Kouta se sentia aflito; não queria magoar sua prima, muito menos Nyu. Tinha que ser sincero:

  - Digamos que gosto de maneira diferente.

  - Gosta mais dela! – Yuka gritou, nem tentando esconder as lágrimas. – Gosta mais dela, uma estranha, do que sua própria prima!

  - O que está querendo dizer?! – Kouta gritou o mais alto que pôde. – Pensei que gostasse da Nyu!

  - E gosto! Porém gosto mais de você! E me doi saber que prefere uma desconhecida, esquesita... Uma pessoa que nem de sua especie é... – Lucy, que até agora estava assistindo tudo cala, saiu da sala dizendo um rápido e quase inaudível “licença”. Ela infelizmente não saiu a tempo de esconder as lágrimas. – Kouta, eu... Eu... Eu te...

  - Yuka, depois eu resolvo isso. E é melhor ficar preparada.

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  Kouta sabia onde Nyu estava. Depois de sua saída desesperada, ela teria ido, com toda certeza, para um lugar muito especial para ambos. A escada que tinha vista para o mar. E não era à toa que aquele era um lugar extremamente especial. Kouta aproximou-se dela e viu que a mesma estava sorrindo, ao notar a presença dele, ela não hesitou em falar:

  - Desculpe Kouta. Após essa conversa, juro que sumirei de uma vez por todas!