Only Chance - 5 Massacre Quaternário escrita por Pacheca


Capítulo 27
Vitorioso


Notas iniciais do capítulo

Ainda não acabou,ok?



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POV Albriech

    Martika era louca . Quer dizer, o problema não era mata-la, mas mata-la daquele jeito era loucura. Florence agonizava no gramado, com as chamas cobrindo todo seu corpo. Ela estava rolando na grama.

    Eu não consegui chegar nela. Eu corri pra perto dela, mas não consegui ver se ela estava bem agora. Se ficaria viva. Martika corria se escondendo, brincando comigo. Ela realmente era louca.

    Consegui ver Florence se levantando devagar atrás de mim, mas ignorei pra arrumar a flecha no arco. Puxei a corda e olhei a minha volta. Ela estava na Cornucópia, ou seja, muito longe pra eu acertá-la com a flecha.

    Eu me aproximei devagar pelo outro lado, pra pega-la de surpresa. Ela não me via ali onde eu estava. Levantei o arco de novo e puxei a corda. Seria um tiro certeiro nas costas dela. Se não matasse ela logo eu atiraria de novo.

    Mirei por mais um segundo e soltei a flecha. E foi ai que tudo aconteceu. Foi rápido e confuso aquilo tudo. Florence que tinha corrido pra Cornucópia sem se esconder empurrou Martika. Minha flecha arranhou o braço dela. Martika veio pra cima de mim.

    Ela carregava uma faca e uma lança. Atirou a faca, mas eu desviei. Agora era só a lança. Se ela fosse inteligente ela não atiraria a lança. Mas ela o fez e se desarmou por completo, porque eu também desviei da lança.

    Ela correu atrás de algo da Cornucópia. Mirei na nuca, mas eu não tinha certeza se acertaria. Olhei de lado, Florence estava caída no chão agonizando de novo, só que dessa vez ela parecia não conseguir respirar.

    Martika jogou a faca que achou. Fez um corte na minha perna, mas quando ela virou de novo eu atirei. Pegou na nuca certinho. Ela cambaleou um pouco e depois caiu junto com o som do canhão.

    Corri na direção de Hawk pensando em alguma coisa que poderia ter acontecido. Talvez ela tivesse comido algo venenoso mais cedo , eu não sei. Ela continuava procurando ar, não via nada a sua volta. Meus olhos caíram sobre o arranhão no braço dela e eu entendi.

    Peguei uma das flechas e cheirei a ponta de uma. Tinha um cheiro forte, igual ao daquelas plantinhas venenosas que crescem na beira do lago. Olhei pra ela de novo. Ela estava parando de respirar de vez.

    – Hawk, fica comigo! Eu não vou ganhar isso Hawk, mas você vai! Por favor, Hawk! – Eu estava basicamente gritando com ela, desesperado. Ouvi um aerodeslizador aparecer no céu.

    Não ganhamos ainda. Ela parou de se debater no chão e eu comecei a chorar. O canhão soou distante. A voz de Angus me anunciava como o vitorioso da 125ª edição, mas eu não queria ir.

    Por que ela fez aquilo? Eu ainda não entendia por completo, mas sabia que eu gostava muito de Hawk e eu não suportaria vê-la morrer. Já era tarde agora. O aerodeslizador desceu uma escada e jogou um tipo de garra metálica para recuperar o corpo dela. Chorei mais ainda.

POV Martika

   Depois de perceber a burrada que eu fiz atirando todas as minhas armas eu vi que não tinha mais jeito. Eu não queria mais ganhar, depois de ver como o garoto ficou abalado com minha irmã morrendo.

    Eu sabia que ela era minha irmã. Tanto ela quanto a outra garotinha Sanxene. Minha mãe sumiu um dia e voltou pra casa como se nada tivesse acontecido. Uns meses depois ela teve a menina e entregou-a pro pai.

    Com a mais nova foi a mesma coisa. Meu pai nunca descobriu nada, mas também, quem consegue ver o que está acontecendo quando se está bêbado o dia todo.

    Eu não sei o que ele sentia por ela, mas era mais do que eu jamais teria. Minha mãe nunca ligou muito pra mim. Ela só me teve porque meu pai a encontrou em um bar uma noite. E ele era bem mais forte que ela. Eu nasci forte e saudável, mas ninguém me queria.

    Me virei e rezei pra que ele não me torturasse pela dor que eu impus à Florence. Senti a flecha na minha nuca. Vi todas as memórias felizes que eu tinha e percebi que na última Hawk aparecia.

    Nossa conversa na sacada, como eu queria ganhar. Eu concordei em mata-la mas sabia que não conseguiria. Ao menos naquele momento eu não conseguiria. Vi o monstro que eu virei na Arena e vi o lado bom da morte. Ficou tudo escuro.

POV Florence

   Eu não devia, mas me sentia mal por Martika. Mesmo que eu nunca tivesse confirmado ela era minha irmã. Eu sei que ela tentou me matar, mas não era isso que todo mundo estava fazendo lá dentro.

   Meus pulmões queimavam implorando por ar, mas eu não conseguia respirar. Minha garganta estava completamente bloqueada, eu não tinha como repirar.

   Albriech estava debruçado por cima de mim, falando alguma coisa ,mas eu não ouvia. Eu conseguia enxerga-lo mas ele também estava sumindo, ficando escuro.

   Como eu queria poder dar um último abraço em San e em meu pai. Rir com Roran por horas a fio na floresta, sabendo que aquela história de Snow apaixonado era só desespero ,como eu quando Ian estava morrendo. Ian, queria que ele estivesse ali.

    Albriech estava chorando. Eu percebi que se eu parasse de me debater eu conseguia respirar um pouco. Eu não sabia mais o que estava acontecendo. Ouvi um canhão ao longe, acho que indicando minha morte, o que não fazia sentido já que eu ainda estava viva. O escuro me abraçou por completo mas eu ainda escutava uma ou outra coisa. Talvez aquilo fosse a morte.               


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Notas finais do capítulo

Ainda tem fic, guenta ai!
Mandem reviews :)



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