- Eu sou seu tio, irmão do seu pai.

Eu não sabia se eu ficava com raiva, chocada ou ficava feliz. Na verdade, eu não estava com raiva dele, até que fiquei feliz por ter ainda um parente meu perto de mim. Owen parecia que ia chorar, ele estava suando e estava nervoso.

- Eu te adoro! – falei para ele.

Owen abriu um pequeno sorriso e pareceu se acalmar um pouco. Até que eu suspeitava um pouco, ele me lembrava muito meu pai.

- Você é... Humm... Gêmeo dele? – perguntei.

- Não – respondeu – na verdade nasci dois anos depois que ele.

- Por que eu nunca te vi?

Ele pareceu ficar triste novamente. Será que meu pai não deixava ele me ver? Não, meu pai não faria uma coisa dessas, faria? Agora era eu quem estava ficando nervosa, queria que Owen me respondesse logo.

- Eu consegui um trabalho sem ser no mesmo estado que seu pai e tive que ficar durante trinta anos lá, até que aconteceu isso.

- Você foi preso – comentei.

Eu não conseguia imaginar que um parente meu foi preso. Mas eu fiquei calma, eu não precisava ficar chateada com Owen, o importante era que eu ainda tinha alguém, se ele não morresse como meus pais, Natasha, Sam, Sarah e Bryan. Eu estava sentindo muita falta deles e até que da Camila também, para poder bater nela, eu não a via fazia dois dias.

- Chegamos, agora vamos mudar de país – disse meu tio.

Na frente do carro onde estacionamos, dentro do mar, havia um navio que mais parecia do Titanic.

- Uau! – exclamei, era lindo.

Entrei no navio.

- Como o navio vai funcionar? – questionei.

- Fácil – disse Owen.

Ele desceu até o final do navio. Depois de vinte minutos, subiu novamente.

- Pronto – avisou.

- Por que não estamos indo? – perguntei.

Ele apertou um botão e saímos do país. Fiquei olhando para o mar, eu não mais o imaginava como uma água onde muitas pessoas nadaram, eu conseguia imaginar como uma passagem dos zumbis.

- Owen, papai sabia que você foi preso? – perguntei.

- Infelizmente não, nem a mulher dele soube, mas meus pais souberam – ele respondeu.

DIAS DEPOIS...

Foi estranho passar dias e não vermos nenhum zumbi, mesmo que dentro da água. Chegamos ao próximo país. Não havíamos passado nos países de fronteira do nosso, fomos diretamente pelo norte. Não tinham buracos nem rachaduras na terra, eu fiquei muito feliz.

- Não houve o terremoto aqui, acho que só na América do Sul – disse para Owen.

Ele também parecia feliz, mas não tanto como eu, ele parecia ter visto algo estranho.

- Owen, estamos em outro lugar, nada mais pode acontecer com a gente, vamos ser uma família mais ou menos unida – eu disse, mas Owen não prestou atenção.

- Owen! – eu gritei e ele olhou para mim – eu estou falando com você!

Ele assentiu com a cabeça como se eu tivesse feito uma pergunta. Sentei numa pedra, mesmo eu tendo alguém, essa pessoa me ignorava, principalmente sendo meu tio.

Eu fiquei seguindo a direção dos olhos de Owen e vi para onde ele olhava. Havia alguns zumbis ali.

Bom, vamos precisar continuar fugindo, não achamos o lugar certo.