Fomos dormir. Acordei com os gritos dos presos e quando e olhei, a cadeia havia sido invadida por milhões de zumbis.

Fernanda gritou.

- Fique quieta – avisei – vamos para debaixo das mesas.

E foi o que fizemos, nos escondemos dos zumbis. Várias pessoas imploravam para eu abrir a porta da sala, mas se eu fizesse isso, os zumbis também entrariam. Owen, Gabriel, Fernanda e eu ficamos calados, não nos movemos. Os gritos das pessoas foram diminuindo, consegui ver pessoas se trancando nas prisões. O meu grupo começou a sair pela janela da sala. Corremos até um ônibus escolar e nos escondemos lá dentro.

- Vamos sair daqui, os zumbis podem ver a gente – murmurou Owen.

Fui até a porta da entrada do ônibus, os zumbis já começavam a aparecer. Owen foi para o assento do motorista e Fernanda, Gabriel e eu ficamos nos outros assentos.

- Como tudo começou? – perguntou Fernanda – nós sentimos um tremor forte na cadeia e até achei mesmo que fosse um terremoto, depois os policiais foram embora e não voltaram mais. Foi tudo por causa do terremoto?

Eu assenti, Fernanda parecia entender o fato bem rápido. Ela suspirou e olhou para a barriga. Eu comecei a ficar com medo do que poderia acontecer com o bebê, e se durante o parto Fernanda virasse zumbi e o comesse? Me arrepiei.

- Está tudo bem? – ela perguntou colocando a mão no meu ombro.

Respondi que sim, mas não estava, comecei a ficar apavorada, fiquei com medo que acontecesse algo com Fernanda e, além de ela ficar em perigo, Owen e Gabriel também, até eu, mas eles não estavam acostumados com o que estava acontecendo.

- Humm, qual é o seu nome? – perguntou Fernanda.

- Bethy.

Gabriel ouviu também.

- Era o nome da minha mãe – ele afirmou.

- Era? Ela morreu? – na mesma hora descobri que não podia ter falado nada.

Ele não respondeu, o que me deixou feliz. Fiquei pensando se a morte da mãe dele que o levou para a cadeia.

- Estou pensando em ir para os Estados Unidos – eu disse – vão querer ir também?

- Vou seguir o seu caminho – falou Fernanda.

Eu sorri, pelo menos eu tinha um grupo.

- Pessoal – chamou Owen.

Fomos até ele. Estava cheio de carros a estrada, não conseguiríamos passar.

- Vamos a pé? – perguntou Gabriel.

- É o único jeito – confirmei.

Saímos do ônibus. Começamos a passar pelos carros, vimos um zumbi passando e paramos. O zumbi não estava mordido, era apenas um cadáver. Continuamos nosso caminho silenciosamente para não atraí-lo. Quando passamos muitos metros do zumbi, começamos a correr novamente. Conseguimos sair do amontoado de carros e entramos em um, já que nosso ônibus ficou para trás. Guardamos nossas coisas nas malas e continuamos a viagem. Era impressionante o nosso azar, sempre que precisávamos de um carro, a gasolina acabava, deixamos o carro perto de um prédio em construção, vi dois zumbis passando e peguei uma viga de aço e bati na cabeça dos dois, matando-os.

- Por que estamos indo para os Estados Unidos? – perguntou Owen.

- Na verdade nem sei, só quero ver se lá já tem zumbi, se não tiver, iremos morar lá – respondi.

Todos acharam a ideia boa, mas mesmo eu que inventei, não gostei.

No meio do caminho, Fernanda começou a se contorcer.

- Fernanda, o que houve? – Owen perguntou preocupado.

- O... Bebê... – ela nem conseguiu falar.

- Vai nascer? – gritou Gabriel – tem um hospital logo ali, vamos.

E a levamos para o hospital. Ele não estava em um bom estado como deveria estar, mas entramos do mesmo jeito. Consegui ver gente ainda na cama do hospital. Cruel da parte dos médicos deixarem pacientes sozinhos. Deitamos Fernanda em uma cama.

- O que vamos fazer? – perguntei – eu não sou boa em casos de hospitalidade.

Owen inseriu soro na veia de Fernanda.

- Não... Vai... O bebê – Fernanda gaguejava.

- Gente, eu acho que o bebê não vai nascer – confirmei.

A barriga de Fernanda começou a se mexer descontroladamente. Fernanda gritou.

O bebê era um zumbi e estava tentando abrir a barriga de Fernanda.

- Temos que tirar o bebê à força da barriga dela – avisei.

Owen começou a cortar a barriga dela para tirar o bebê. Fernanda começou a gritar e vi que o bebê começou a abrir a barriga dela. E conseguiu, a barriga de Fernanda se abriu e ela parou de gritar, parecia ter morrido.

Ficamos chocados.

- Fernanda? – perguntei me aproximando dela.

Vi o bebê se mexendo na barriga dela, sim, ele era um zumbi, estava comendo a carne da própria mãe.