‘Hime queria recolher rosas’

- Ne Gamma! – Uma garotinha de cabelos verdes escuros e olhos tão azuis quanto o mar acenou para o homem de cabelos loiros. Ela estava sorrindo. Um sorriso puro e gentil que Gamma aprendeu a apreciar depois da morte da antiga líder, a dois meses atrás.

- Hime? O que foi? Você não estava correndo pelo campo com um dos cavalos do estabulo?

- Hai! Mas eu queria recolher rosas...

- Então você quer minha ajuda?

- Hai, se importa?

- Não, vamos. – Gamma sorriu enquanto se levantava do gramado conforme o vento passava entre os dois, ondulando os cabelos da menina, e bagunçando os cabelos do loiro.

- Arigato. – Ela sorriu estendendo a mão para o loiro que a pegou.

- Você é a chefe, estou a seu dispor.

- Baka!

Depois desse pequeno dialogo ambos não falaram mais nada, e foram andando lentamente em direção ao campo de rosas próximo á mansão da família Giglio Nero, a família a qual Uni era a chefe. – Gamma...

- Hai?!

- Você gosta de passar esse tempo comigo... Ou só faz isso por que eu sou a chefe? – A garota perguntou insegura, ela gostava de Gamma, ele era sempre gentil com ela, mas não sabia se era por que ela era a chefe, ou se ele realmente gostava de passar um tempo com ela.

- Que pergunta é essa Hime? É claro que eu gosto... – Gamma disse sorrindo bagunçando os cabelos da menina, que agora estavam desprotegidos pelo chapéu de Arcobaleno do céu, algo comum quando ela estava caminhando ou recolhendo frutas ou flores. – Eu admito que fiquei um pouco receoso depois que você assumiu, mas... Eu realmente gosto de você. – Uni corou, ela provavelmente tinha ouvido ‘Eu realmente amo você’.

- Arigato, Gamma.

- Você fala muito isso, Hime, mas tudo bem. – Ela sorriu se ajoelhando na frente de um canteiro de rosas, as recolhendo com cuidado, as guardando em uma cesta de palha que ela levava na outra mão.

- Ai! – Ela gemeu baixinho ao sentir o espinho de uma das rosas perfurando seu dedo indicador, fazendo um pouco de sangue brotar dele e começar a escorrer em direção ao chão.

- Hime, tome mais cuidado. – O homem loiro com precisão retirou cuidadosamente o espinho que estava fincado no dedo da garota, ele havia estudado um pouco de medicina antes de entrar para a Giglio Nero, por isso não teve dificuldade em retirar o espinho e estancar o sangue. – Ainda esta doendo, Hime?

- Um pouquinho...

- Pronto, vai melhorar logo. – Gamma disse sorrindo beijando o dedo machucado, fazendo a garota corar, coisa que ele não percebeu.

- Arigato. – Uni disse corando ainda mais ao notar que tinha agradecido ao homem loiro novamente, ela sempre ficava tímida quando ficava perto dele.

- Não precisa agradecer. – Gamma pegou a rosa que havia ferido a garota do chão e a depositou na cesta de palha.  – Aqui, me deixe te ajudar a recolher as rosas.

- Hai! – Eles passaram algumas horas recolhendo as rosas, felizmente Uni não se machucou novamente o sangramento já havia desaparecido, assim como o ferimento. Quando acabaram a cesta já estava totalmente cheia, apesar de Gamma não ter muita certeza de para que servissem tantas rosas.

- Hime, se me permite perguntar, para que precisa de tantas rosas.

- Hi-Mi-Tsu! – Ele sorriu, Uni sempre seria aquela criança adorável, mesmo que ainda sim fosse a Arcobaleno do Céu e estivesse destinada a carregar um grande fardo nos ombros. – Vamos voltar para a mansão, Gamma, eu preciso fazer algo.

- Tudo bem, Hime. Vamos, suba nas minhas costas dessa vez.

- H-Hai. – Ela se aproximou de Gamma segurando com cuidado seu pescoço, envolvendo suas perninhas em sua cintura enquanto ele a levantava, fazendo-a rir. – Eu fico muito mais alta daqui de cima... Queria ser mais alta.

- Você ainda vai crescer, garanto que vai ser tão alta quanto eu.

- Mas ai eu não poderia mais subir aqui... Prefiro continuar baixinha mesmo!

- Hai, Hai... – Não demorou muito e logo ambos já estavam dentro da mansão dos Giglio Nero. E apesar da insistência de Gamma para que ela almoçasse, já que não havia comido nada desde manha ela apenas negou e subiu correndo para o quarto, dizendo que tinha de fazer algo e que logo estaria de volta, pedindo para ele a esperar ali.

- Acabei! – Uni disse sorrindo depois de alguns minutos. Ela havia tido bastante trabalho para fazer aquele colar com as pétalas das rosas, por isso esperava que Gamma gostasse dele, ela ainda faria para todos os membros da família mais próximos a ela, como Tazaru e Nozaru. Genkishi. Nigella. Todos eles eram seus preciosos e amados amigos. Menos Gamma... Por ele, Uni nutria um sentimento diferente, que ela de alguma forma sabia se chamar ‘amor’.

- Hime? – Gamma perguntou ao sentir uma textura de pele delicada lhe tapando os olhos, ele sabia que era Uni, mas mesmo assim fez a pergunta.

- Surpresa, Gamma! Acabei o que estava fazendo, você gostou? – No pescoço dele estava um lindo colar de pétalas de rosas, elas possuíam as mais variadas cores, desde o mais profundo branco até o mais intenso vermelho. Eram lindas.

- O colar ficou lindo, Arigato. – Gamma sorriu tocando o rosto de Uni, que se abriu em um sorriso enquanto suas delicadas bochechas coravam pelo toque e pela proximidade dos dois.

- Lie... Eu fiz isso por que eu gosto de você, Gamma.

- E eu agradeço, Hime. – Entretanto, Uni não esperava o próximo ato de Gamma, que quebrou a distancia entre os dois e depositou um rápido selinho nos lábios da menina. – Eu te amo, Hime-Chan.

- Eu também, Gamma. – Uni sorriu abraçando o maior, deitando a cabeça no peito dele. Aquela não seria a ultima vez em que eles se beijariam, mas o destino ainda aguardava muitas surpresas para eles.

E talvez.

Só talvez.

Eles tivessem um final feliz.

Apenas o destino pode dizer isso.

Afinal, o Destino é caprichoso, assim como as nuvens, que em um momento estão calmas e no momento seguinte espalham trovões pela terra.

O Destino é uma mulher caprichosa, ela cuida bem dos seus filhos, mas não hesita em puni-los caso façam algo errado.

Pensando nisso, que final essa relação teria?