Dean dirige seu Chevy Impala 67 com Claire ao seu lado e Sam no banco de trás. Ela dá as coordenadas até ao cemitério da cidade. Quando eles chegam, descem do carro, pegam suas armas e seguem afim de encontrar o “livro do esquisito”.

- Por onde começamos? – Sam pergunta.

- Bem, pelo que eu sei deve estar ali. – Claire responde apontando para uma pequena e velha cabana nos fundos do cemitério que servia de depósito, mas, que nunca ninguém tinha coragem de entrar.

- Vamos lá. – diz Dean.

Eles então se direcionam até a cabana, quando entram no local percebem que está em péssimas condições, escuro e cheio de teias de aranha e poeira.

- Deve ser mesmo aqui! – Dean observa divertido.

- Aqui! – Claire aponta para um alçapão no chão, trancado com um cadeado e uma corrente bem grossa.

Os irmãos se apressam em abrir o local e encontrar o que procuravam. O livro era antigo, grande e pesado e eles o levam até o carro.

- Puxa, essa cidade é mesmo esquisita! – Dean observa.

- Vamos procurar o nosso fantasma. – diz Sam revirando as páginas.

- Aqui, esse é Dylan. – observa Claire apontando para a foto.

- OK! Dylan Hopkins, tinha 17 anos e era considerado estranho pela família e por todos que o conheciam, era tímido, fechado e motivo de zombaria na escola. Os pais o levaram até um psiquiatra, mas, nenhuma doença mental foi constatada, ele se enforcou em seu quarto e ao seu lado foi encontrada uma carta dizendo que ele voltaria para se vingar de todos que um dia riram e zombaram dele. Em seu quarto foram encontrados também, artigos satânicos e de magia negra. Seus pais com medo do que dizia a carta deixada por ele, enterraram seu corpo longe da cidade, em meio a uma floresta fechada. Aqui está a localização – Sam leu tudo com atenção.

- Ah que ótimo! Vamos ter que entrar no meio do mato! – Dean bufa fazendo Claire rir.

- Se temos que fazer isso, vamos de uma vez. – Claire diz e ao mesmo tempo os irmãos entram no carro e seguem para o local indicado no livro.

Ao chegar eles se deparam com uma pequena mata fechada na beira da estrada, com uma minúscula entrada que formava uma estreita trilha. Tudo era muito escuro e silencioso. Dean para o carro no acostamento da estrada, eles pegam lanternas, suas armas, o livro e seguem pela trilha. Sam vai na frente seguindo as coordenadas do livro, logo seguido por Claire e atrás Dean a protegendo.

- Chegamos! – diz Sam apontando para uma pequena cruz fincada na terra em um espaço um pouco mais aberto do que o resto da mata.

- OK, vamos lá Dylan! – diz Dean pegando uma pá para desenterrar o corpo e incendiá-lo.

E então um tempo depois, tudo acontece muito rápido, Dylan aparece e joga Claire longe, fazendo com que ela se choque contra uma arvore alta e com tronco bem firme.

- Claire! – grita Sam que corre ao encontro do fantasma entrando em luta corporal com ele. Dean vendo a cena se apressa na escavação enquanto o irmão desvia a atenção de Dylan. Claire se levanta de onde havia caído, mesmo um pouco tonta vai tentar ajudar Sam. Os dois estavam quase sendo vencidos quando Dean ateia sal e fogo no corpo do fantasma que na hora desaparece. Todos estão exaustos, mas, felizes por tudo ter acabado. Dean se aproxima de Claire para verificar se ela está bem e os dois se beijam fazendo Sam sorrir. Assim eles voltam para o hotel.

- Acabou! – disse Sam se jogando na cama, aliviado.

As palavras de Sam entristecem a face de Dean, porque ele sabia que havia chegado o momento de partir e deixar Claire. Ela percebe a mudança no rosto do amado e resolve falar.

- Vamos Dean, acho que precisamos conversar. – diz Claire.

Dean não consegue responder, apenas assente. O caminho até a casa de Claire foi silencioso, um silencio que torturava os dois. Quando eles chegam vão direto ao quarto de Claire, ela se senta na cama e Dean permanece em pé. Alguns minutos se passam e a cena ainda é a mesma, então, Claire decide tomar alguma atitude. Ela se levanta, caminha até onde Dean está e se joga contra seu corpo, ele automaticamente a evolve em seus braços.

Ela o beija. Era um beijo cálido, tranquilo, muito diferente de todos os outros que eles já haviam trocado. Lagrimas rolavam do rosto de Claire sem que ela quisesse, isso estava fora de controle. Ela com carinho tira a jaqueta que Dean usava, fazendo-a escorregar lentamente por seus braços e jogando-a em um canto do quarto. Dean fecha os olhos e por alguns momentos se deixa levar pelas carícias de Claire, porém, ele sabe que não poderia deixar isso acontecer, por ela. Ele não poderia magoá-la. Assim, ele gentilmente se afasta dela.

- Dean me escuta, por favor! – ela exclama em desespero.

- Eu...eu não posso Claire. Não posso. Não quero magoar você. – ele responde visivelmente triste.

- Me magoar? – ela indaga.

- Olha, Claire, eu não podia ter me deixado envolver por você e essa situação toda, eu...eu não posso.

- Do que está falando Dean?

- Eu vou embora Claire, e quando isso acontecer como vai ser? Não me faça sofrer e te fazer sofrer.

- Não me importa que você vá embora depois Dean, eu te quero agora. – diz Claire quase implorando.

Isso era tudo o que ele precisava ouvir. Ele então colou seu corpo no dela e a beijou de forma apaixonada. Os dois perceberam a diferença do beijo, era intenso e ao mesmo tempo tranquilo, era quase desesperado, como se ambos quisessem sugar tudo um do outro antes da separação. As mãos de Dean percorriam toda a extensão do corpo de Claire ao mesmo tempo em que as mãos dela passeavam pelo seu corpo. Dean empurrou gentilmente Claire e os dois caíram na cama e a partir daí os amantes se tornaram um só e a noite, para eles, parecia não ter fim e os únicos ruídos que se ouviam eram os sussurros, gemidos e, algumas vezes, o choro emocionado do casal.

Perto da hora do sol nascer, os ruídos se cessaram, Dean estava apoiado nos travesseiros da cama com Claire deitada em seu peito, os dois no mais profundo silêncio, apenas as mãos de Dean estavam em movimento, acariciando as costas nuas de Claire.

- Eu te amo. – diz Claire erguendo o rosto em direção a Dean.

- Claire...eu... – Dean não teve tempo de responder, pois, Claire tapou sua boca com uma das mãos.

- Não diga nada Dean, apenas me deixe ser sincera com você. – ele assente e ela continua.

- Eu...eu nunca pensei que viveria algo tão maravilhoso com alguém como estou vivendo aqui com você Dean, e agora eu posso dizer com toda a força e toda a verdade do meu coração que eu te amo, muito. E não importa se você vai embora ou não, isso não muda em nada o que eu sinto por você. – algumas lágrimas caem enquanto ela fala.

- Claire, eu queria muito que as coisas fossem diferentes. Queria de verdade que essa porcaria toda de sobrenatural não existisse, mas, eu não posso, eu... – Dean tenta explicar.

- Eu sei Dean! Você é um caçador e as pessoas precisam de você, eu não quero e não vou te prender comigo, seria egoísmo de mais. Eu só peço que aqui, agora, você seja apenas você Dean, quero que seja sincero, que diga o que sente, só isso, por favor. – pede Claire.

- Eu te amo Claire, demais. Te amo muito minha bruxinha. – diz Dean em meio a beijos que depositava por todo o rosto de Claire.

- Do que você me chamou? – Claire pergunta curiosa e surpresa.

- É eu sei, parece que eu consegui superar de vez minha aversão por bruxas, até me apaixonei por uma. – responde Dean sorrindo.

Dean e Claire passam o resto da manhã na cama, sem sair de lá para nada. Era como se eles quisessem decorar o corpo um do outro para se lembrarem quando estivessem longe. Mas, como Dean havia combinado com Sam de almoçarem juntos, a hora havia chegado.

Claire e Dean então chegam ao restaurante de mãos dadas e em um clima contagiante de romance. Sam que já esperava pelos dois se impressiona com a cena. O almoço correu da melhor maneira possível, descontraído e animado. Depois de comerem, os irmãos foram levar Claire em casa. A hora da despedida havia chegado. Todos desceram do carro e se entreolharam. Dean se afastou dos dois e andou em direção a porta da casa de Claire.

- Então, é hora de dizer adeus. – exclama Claire.

- Obrigada por tudo Claire, sem sua ajuda seria bem mais difícil encontrar o Dylan. – diz Sam.

- O que é isso Sam! Os heróis aqui foram vocês, eu é que tenho que agradecer por você ter salvo minha cidade e por me apresentar o amor da minha vida. Obrigada meu amigo! – diz Claire abraçando fortemente Sam.

- Ele te ama Claire, muito, pena que...

- Eu sei, e quer saber Sam? Eu ainda irei amá-lo, mesmo de longe, eu nunca esquecerei então eu te peço uma coisa, cuida bem dele para mim OK? Não deixe ele fazer nenhuma besteira, por favor.

- Claire, eu venho fazendo isso a minha vida toda! – diz Sam e os dois se abraçam mais uma vez.

Depois disso Claire se afasta de Sam e caminha lentamente até Dean. Eles se abraçam e assim permanecem por alguns minutos.

- Eu te amo. – diz Claire.

- Me perdoe. – diz Dean.

- Não é culpa sua Dean.

- Isso não muda nada.

- Eu sei, só me prometa que vai se cuidar, OK? Que vai ligar e até, quem sabe, aparecer quando puder, por favor Dean.

- Acha que vai dar certo?

- Podemos tentar.

- Tudo bem, eu prometo e...eu te amo.

Sam que olhava de longe se emociona com a cena de despedida do casal, mas, nada podia fazer para mudar a situação. Depois de muitos beijos e abraços Dean caminha de volta para o carro.

- Se cuidem meninos. – diz Claire tentando conter as lágrimas, sem sucesso.

Eles apenas assentiram e entraram no carro enquanto Claire entrava em casa.

- Você está bem? – Sam pergunta ao irmão.

- Eu não sei. – Dean responde confuso.

- Como ficou tudo?

- A gente se fala pelo telefone e se vê quando não tiver trabalho.

- Acha que vai dar certo?

- Vou tentar Sam, eu preciso tentar. Agora vamos, por favor, parar com esse papinho sentimental e dar o fora daqui.

- Esse é o velho Dean!

Mesmo Dean bancando o forte, Sam sabia que por dentro o irmão estava sofrendo, mas, ele estava decidido a ajudar Dean a enfrentar essa situação, afinal, ele torcia muito por um final feliz entre Claire e o irmão. Assim eles partiram de volta para estrada e para a vida de caçadas.