POV Annabeth

A árvore estava se... Mexendo. Ainda bem que eu não sou
lerda, pois se fosse, eu e Percy estaríamos ferrados. Provavelmente, alguém
tinha cortado a cabeça da Hidra, pois ela tinha duas a mais (na verdade, não lembro
quantas cabeças tinha).

- Percy, para o carro. –disse. Ele parou o carro em um
freio quase violento, e me olhou com uma cara de ‘’qual é o problema?’’ e continuei- tenho que fazer uma coisa.

Olhei para a árvore, como se avisando Percy.

Sai do carro e tirei um apito transparente, mas como
se fosse de prata. Percy me olhava muito curioso e surpreso. Tá bom, vou
explicar.

Um dia, exatamente o dia que já não ia mais para o
Acampamento Meio-Sangue, Thalia foi se despedir de mim, pois provavelmente
nunca mais nos veríamos. Nesse dia ela me deu aquele mesmo apito que segurava
fortemente em minhas mãos. Ela me disse que um semideus nunca tira férias, e se
um monstro aparecesse e eu não desse conta, eu somente assoprava o apito e ele
iria emitir o som da lua, os lobos de Artêmis iria perceber e guiar as caçadoras
até onde o som vinha. Eu nunca precisei usar tal apito, mais agora eu
precisava. Ainda mais, as caçadoras estavam perto, não era muito esforço.

Assoprei o apito com todo o meu folego. Um leve gosto gelado de Eucalipto entrou
na minha boca. Me perguntava se aquele apito era como o apito que Quintos deu
para Percy, ou seja, feito de gelo.

Ouvi uivados ao largo da rua de asfalto. E uma luz
prata ofuscante me cegou, obrigando-me a cobrir meus olhos com as mãos. Quando
abri os olhos, Artêmis estava lutando contra a Hidra com suas caçadoras. Agora,
você deve de estar se perguntando:

- Porque vocês não lutaram com a
Hidra?

Simples.

Motivo 1 - Não tínhamos armas. Apenas uma espada, que não
seria o suficiente para matar o monstro.

Motivo 2 - Estávamos enferrujados. Não praticávamos fazia
anos.

Motivo 3 – A preguiça estava me abraçando.

Mas no momento que vi Artêmis com uma cabeça de Hidra
na mão (provavelmente havia cortado de lembrança, pois ninguém em sã consciência
cortaria a cabeça de uma hidra), eu comecei a achar que deveríamos comprar uma
adaga de bronze celestial para mim. Artêmis me olhou como se tivesse captado
meu pensamento, se acercou e tirou um arco de prata com recarga de 12 flechas
prateadas como a flecha, com detalhes ressaltados. Ela me estendeu as flechas e
o arco.

-Já que você necessita de uma arma Annabeth, eu posso te
ajudar – ela disse- Eu sempre ajudo as donzelas.

Eu dei um sorriso. Agarrei a arma pus ela no meu
ombro.

- Você deve estar se perguntando que se você perder as
flechas onde vai arrumar outras, - ela disse compreendendo minhas dúvidas –
simples! Elas são como Anaklusmos, sempre voltam a sua bolsa!

Ela falava normal, mas eu podia ver uma lagrima sendo
formada no canto de seus olhos. Ela olhou pro céu, diretamente para a constelação
de Zoe ‘’Doce-Amarga’’, e aquela lágrima escorreu pela sua face. Decidi não tocar
no assunto (Zoe havia sido caçadora de Artêmis, e Anaklusmos era uma arma que
Zoe deu pra Hércules, até que chegou a Percy. Zoe morreu nas mãos de seu pai,
de acordo com a profecia.).

- Obrigada, senhora- eu disse me ajoelhando- Sempre a
terei.

-Eu te abençoo, Annabeth. –ela disse- Nessa batalha,
deveras ser uma verdadeira guerreira, e com minha benção, será mais fácil.

Uma luz prateada me envolveu por completo,
desaparecendo depois e deixando somente uma rastro prateado a minha volta. Me
ajoelhei em forma de agradecimento, e as caçadoras partiram.

Nesse momento percebi a cara de chatice que Percy tinha no rosto. Ele tinha a cabeça
apoiada em uma mão, ainda dentro do carro.

Entrei no carro e falei que tinha visto a Hidra e contei sobre o apito. Ele
escutava com atenção. Ao final, estávamos de novo na estrada, rumo a
Albuquerque.