Lady Rin escrita por ShiiaChan


Capítulo 5
Perto de Você


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: Inuyasha pertence somente à Rumiko-sensei.
Ficwriter: Shiia-chan :3
Betadado: Rayane Luzes.
Uma boa leitura a todos :)



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A vida nada mais é que um grande livro repleto de histórias escritas pelas mãos delicadas dos Deuses. Entenda isso, Mi Lady. Nossa história já está escrita e nela estou perto de você...

"Ai Meu Deus! Meninas olhem lá fora!", falou uma as empregadas apontando o dedo para algum lugar.

"Ami-chan não é a Chüi Satomi?", disse outra empregada.

"Ai é sim...", entusiasmada falou outra empregada. "Satomi-sensei-sama! Olhe pra cá!"

"Ami-chan, Anny-chan, vamos lá! Provavelmente Satomi-sensei-sama trouxe alguma coisa para gente do estrangeiro! Vamos meninas, vamos!", disse a primeira moça.

"Hai!", respondeu as outras duas.

As três empregadas largaram suas vassouras em pleno serviço no meio do pátio central só para ver o que Satomi havia trazido de presente. – Já era o esperado!

Seu pouso na esplanada do castelo foi devidamente delicado como uma pluma. Com seu velho cigarro nos lábios pintados de carmim e seu haori colorido sobre seus ombros. Um quimono singular num tom de azul anil, pés calçados com sandálias de madeira, um obi branco e suas fabulosas espadas. Essa era Satomi, que em seu ombro direito trazia uma grande sacola cheia de coisas fúteis.

Era incrível, até para mim, como Satomi poderia ser facilmente confundida com um homem. Apesar dos longos cabelos loiros e olhos bem azuis, Chüi Satomi, apresentava características masculinas. A voz grossa, a altura exagerada, a falta de seios e o rosto meio quadrado. Tudo isso era uma grande ilusão para qualquer moça. – Ela seria um belo... Rapaz. – Até porque Satomi possuía um gosto um pouco peculiar, ela realmente gostava de mulheres.

Assim como eu, Satomi era uma Inu-Daiyokai, só que de uma raça diferente, por ela apresentar características dessemelhantes das minhas. Por ser loira, por ter olhos azuis e outras coisas. Ela era praticamente da minha altura, adotava roupas masculinas e tinha duas espadas de lâmina invertida. Ela era forte, veloz e extremamente inteligente. Não era a toa que ela era minha Chüi – Primeira-Tenente. Uma samurai de sangue frio, racional e cautelosa com seus inimigos.

"Ohayo meninas. Como estão?", disse mostrando seus dentes perfeitos num sorriso que fazia qualquer moça do castelo se derreter. "Trouxe tantas bugigangas que talvez vocês gostem de alguma...", tragou mais um pouco e depois expirou a fumaça de cheiro forte.

"Ai, ai Satomi-sensei... Você é tão linda", disse Ami.

"Eu sei que eu sou linda", disse inclinando seu corpo ligeiramente para frente e dando um beijo cálido nos lábios da moça. "Agora eu vou visitar meu chefe e depois minha tão adorável Lady, aí se eu tiver um tempo volto para falar com vocês.", piscou.

"Satomi...", suspira a empregada com as mãos em seu coração."Satomi-sensei-sama..."

Era sempre assim, Satomi era muito popular entre as garotas do castelo, e as mesmas não se importavam se Satomi era realmente uma mulher, isso, para elas, era o de menos.

Suspirei, eu tinha acabado de presenciar uma cena um tanto estranha. Duas mulheres se beijando era realmente bizarro e ao mesmo tempo muito excitante. Dei as costas e voltei para minha mesa, tentando me concentrar nos relatórios enviados a mim sobre as fronteiras das Terras do Oeste. – Totalmente em vão.

Lá fora as árvores de cerejeira enfeitavam o imenso chão do jardim do castelo com suas pétalas no estranho e lindo tom de rosa. Ao leste eu conseguia ouvir, sem esforço nenhum, o barulho da água corrente da pequena nascente. Um pouco mais a frente, sob as árvores de magnólia cantavam alguns passarinhos e algumas abelhas faziam suas comeias nos galhos mais altos. Alguns servos colhiam tomate na horta que ficava no sul do castelo e a oeste... Ficava o quarto em que Lady Rin descansava intensamente. – Dormindo, sonhando e talvez recuperando sua memória.

"Ohayo Sesshy-kun!", gritou Satomi entrando em meu escritório de forma abrupta.

"Satomi.", limitei a dizer seu nome.

"Meu querido chefinho...", falou se aproximando com um imenso sorriso nos lábios. "Como tem passado?"

"Trouxe o relatório?"

"Arg!", ela rosnou desfazendo o grande sorriso e fazendo uma careta. "Você tinha que perguntar né?", disse baixo quase num sussurro, mas que eu infelizmente consegui ouvir.

"Ande. Quero os relatórios para ontem, Satomi.", estendi a mão ainda olhando os relatórios dos outros Tenentes sobre minha mesa.

"Sabe...", ela engoliu em seco.

"Você tem até o final do dia para trazer o relatório para mim, caso ao contrário você estará estritamente proibida de ver Rin", falei levantando e a fitando intensamente. "Entendido, Satomi?"

"Hai...", disse num fio de voz.

Irresponsável, mas uma boa guerreira. Só que às vezes eu devia pegar pesado com ela. Talvez para ela parar de ser tão relaxada com os deveres de sua patente.

Em passos pesados, ela saiu do recinto, indo talvez ao telhado do castelo. Satomi tinha esse velho costume e sempre inventada uma desculpa para tal ato. "Daqui tenho uma visão mais ampla de todo castelo", disse-me uma vez. De fato, era uma verdade, mas eu não gostava.

Foi graças a ela que eu senti pela primeira vez um sentimento estranho. Ciúmes e talvez um pouco de Inveja. – Tolice – Só que quando conheci Satomi, Rin tinha apenas oito anos. Nós ainda vagarmos pelas terras nipônicas atrás de Naraku. Derrotando yokais e perambulando pela densa floresta. – Satomi... Você é muito corajosa para enfrentar este Sesshoumaru. – pensei em delírios enquanto ia até o pátio do castelo.

Mimos, bugigangas, atenção, carinho. – Sempre assim, sempre tentando roubar Rin de mim.

O cheiro do tabaco pelo castelo ainda era forte. – Como eu odiava quando Satomi fazia isso! – Aquele fino e extenso graveto envernizado fazia muito estrago. Principalmente para Rin. O objeto lembrava um cachimbo, mas muito mais refinado e comprido. O ato de tragar era viciante, segundo Satomi; aliviava as tensões do corpo e fazia com que ela fugisse do estresse. – Tudo besteira.

Fechei os olhos por um breve momento e depois os reabri para ver que Lady Rin havia finalmente acordado e estava no balanço debaixo da árvore de cerejeira.

Os belos cabelos presos em dois rabos de cavalos, um em cada lado da cabeça, decorados com fitas coloridas de seda; um quimono simples e de uma cor mais tranqüila – rosa claro. Suas tão delicadas mãozinhas agarradas as cordas do balanço, suas pernas bem juntas e seu olhar divagava por algum lugar. – Incrivelmente encantadora.

"Rin."

"Bom dia, Lorde Sesshoumaru."

Seus olhos – agora com brilho – fitaram-me com intensidade, mostrando um sorriso singelo enquanto a brisa fria da primavera passava pela gente. Suas bochechas estavam levemente ruborizadas e ela parecia está mais forte. – graças a Kami. – agradeci em silêncio. Seu lindo sorriso era a maior prova de que ela estava se recuperando.

Sim, desde último acidente, em que ela teve uma parada respiratória, Minha Senhora havia passado por um tratamento fechado com Kagome e o médico vindo da China. Depois daquela noite, na noite em que contei um pedaço de sua infância, da nossa história, ela havia caído novamente em coma. Dormindo tranquilamente durante muitos dias, dos quais não me recordo agora.

"Como você se sente?", perguntei.

"Como uma borboleta.", respondeu olhando para os próprios pés se balançando levemente e lentamente no banco do balanço. "Sinto-me mais... Viva."

"Fico contente em saber.", limitei a dizer e expressar minha felicidade em ouvir tais palavras. Fechei os olhos e inspirei um pouco mais de ar.

"Enquanto dormia... Sonhei com muitas coisas estranhas...", ela iniciou um diálogo. Eu, em surpresa, esperei pacientemente que ela continuasse. "Lobos, uma yokai chamada Kagura, com Jaken-sama, com Você, com Kagome.", ela suspirou tensa e engoliu em seco. "Não sei explicar, as imagens viam de forma aleatória na minha cabeça, sem contexto, sem nexo.", suspirou cansada.

"Entendo..."

"Isso... Faz com que minha cabeça comece a latejar...", fechou os olhos e passou as mãos em suas têmporas enquanto balbuciava uma frase. "Eu não consigo ligar os pontos e..."

"Não se esforce, Lady Rin. Com o tempo as coisas vão se ajeitar.", respondi antes que ela ficasse confusa e entrasse em pânico novamente pelos pensamentos e imagens sem sentido.

"Obrigada, por entender...", sorriu finalmente encarando-me.

Por alguns minutos ficamos em silêncio, ouvindo o cantar dos pássaros e o barulho que as árvores faziam quando o vento passava por elas.

"Sesshoumaru-sama...", quando ela referiu-se a mim de forma respeitosa fiquei um pouco espantado, então eu a encarei, fitando seus olhos amêndoas.

"Sim."

"O Senhor é um homem de poucas palavras... Porém, amo estar em sua companhia...", ela sorriu a mim, levantando-se.

"Aonde quer chegar?"

O vento passou novamente entre nós, numa brisa leve e fresca. Os fios de seu cabelo começaram a dançar e seu sorriso só aumentou, deixando-me intrigado. Rin nada dizia talvez entretida olhando atentamente o lugar em sua volta. – ela colocou para detrás da orelha uma mexa que tinha desprendido de seu penteado e olhou para pequena ponte que ficava perto dali.

Ignorando-me ela saiu a andar até a ponte: em calmos, sutis e, levemente, apresados passos. Olhando sempre para o horizonte. Chegando até o local almejado, ela colocou suas mãos sobre o batente da ponte, olhando o lago que passava embaixo desse e vendo – através da água líquida e transparente – vários peixinhos.

Fui até seu encontro, analisando cada minúsculo detalhe de suas reações. Tentando entendê-la, ousando buscar em seus olhos as respostas para minhas perguntas. – Praticamente em vão.

"O que lhe aflige?", perguntei quebrando aquele silêncio entre nós.

"Sesshoumaru-sama... Pra quê tanto empenho?", Rin balbuciou algumas palavras amenizando seu olhar para uma expressão mais calma.

"Por quê?", a pergunta era mais para mim mesmo do que para ela.

E era verdade. Por que eu me empenhava para ajudá-la? – Ela sabia não é? – Pensei vagamente. Era de conhecimento de Rin, com memória ou não, que eu não me importava com os seres humanos. Eu não me empenhava tanto para certas coisas, para certos sentimentos. Até que depois de uma longa pausa eu falei:

"Porque este Sesshoumaru que vê-la feliz."

"Hãm?", assustada ela me encarou arregalando seus olhos.

"Esse é meu dever como seu Senhor. Ver você feliz, curada..."

"Mas, por quê?", ela me interrompeu.

"Porque eu, Sesshoumaru, quero ficar perto de você... É pedir muito?"

Seu rosto corou violentamente e rapidamente ela desviou o olhar cobrindo-os com sua franja. "Você é muito egoísta...", foi a última coisa que ela falou antes de sair correndo até onde Kagome estava. – A poucos passos dali só presenciando aquela cena.

"Egoísta?", sussurrei.

Eu não sabia se ficava feliz ou triste pela resposta dela. Feliz talvez por ter finalmente a chance de ter uma conversa um pouco mais apropriada, triste talvez pela forma como ela respondeu minha última pergunta. Pelo menos ela estava mais curada, lembrando-se de coisas passadas, tendo mais sonhos sobre seu passado, em meio a flashes, devaneios e alucinações. Isso certamente me deixava mais próximo dela, alcançando-a e livrando-a de suas mazelas.

Não sei quanto tempo fiquei ali naquela ponte. Talvez a tarde inteira divagando entre um pensamento e outro. Refletindo, meditando... Engolindo meu orgulho diversas vezes... De fato eu quero muito a Rin. almejava-a totalmente curada para junto dela ficar, aproveitar nossas vidas sem pedras em nosso caminho, eu simplesmente não me importava com ela, eu só me importava comigo mesmo, com os meus desejos, meus almejos, minhas necessidades, minha vida. – Fato, eu era muito egoísta.

"Sesshoumaru-san!", gritou Satomi chegando perto de mim. "O que houve?"

"O relatório, Satomi.", estendi a mão sem ao menos olhá-la.

"Pega essa droga de relatório!", falou emburrada entregando-me o pergaminho com suas anotações. "Posso ver Mi Lady?", entusiasmada falou.

"Vá."

"Eba!", levantou os braços contente. "Domo arigato Sesshoumaru-san!"

Satomi saiu muito contente indo até a ala oeste onde ficava Rin para fazer suas refeições noturnas. Com muito entusiasmo ela abraçou Minha Senhora e perguntou como ela estava e entre outras perguntas; Rin sorria de forma receosa, ainda não se lembrando quem era Satomi, talvez o susto maior não fosse esse e sim pelo fato de que Rin se decepcionou pela simples ocorrência de Satomi não ser um homem e sim uma mulher. "Que decepção!", ela falou entre um suspiro e outro.

Era por isso que eu tinha tanta inveja de Satomi. Ela demonstrava seus sentimentos de forma eufórica, não se importando se as pessoas tinham ou não preconceito. Ela amava incondicionalmente sua Senhora para chegar ao ponto de fazer de tudo para um buquê simples de lírios brancos chegarem intactos depois de uma longa viagem. Pela sua musa, Satomi fazia relatórios chatos, se fazia de responsável e me afrontava.

Eu sentia ciúmes porque Rin parecia se sentir mais a vontade com ela; sorria de orelha a orelha mesmo não se recordando de Chüi Satomi, acariciava sua face e se empenhava para ter sua companhia.

Suspirei.

"Que seja...", falei dando as costas para aquela cena e indo para os meus aposentos.

Lady Rin, meu empenho não é puramente egoísmo meu, entenda isso... É também uma forma de mostrar tudo que se passa comigo em relação a tudo, em relação a você, a nós...


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Notas finais do capítulo

Nota da Autora: Konnbawa Minna-san! *-* Acho que nem demorei muito para atualizar essa fic dessa vez! Hehehe. Espero que tenham gostado da(o) Chüi Satomi. *-* Mas há frente vocês conheceram um pouco mais dela quando Sesshy contar para Rin.
Espero que vocês não tenham ficado chateados pela falta de Spoilers nesse capítulo. Eu não queria que tudo ficasse enjoativo e repetitivo. E com duas histórias a Rin começou a reconhecer algumas coisas né? Enfim...
Agradeço muito a Rayane Luzes por disponibilizar de seu tempo para betar essa fic e agradeço a Isis Silvermoon por ter aprovado a personagem Chüi Satomi (uma lésbica) na fic.
Espero também que não olhem com maus olhos o Shoujo-Ai, porque esse universo é maravilhoso... *-* E também pelo fato que eu queria fazer uma coisa diferente xD
Okay falei demais.
Deixem reviews pra mim comentando o que vocês gostaram do novo personagem.
Beijinhos Coloridos,
Shiia-chan.



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