Eternamente escrita por Neline


Capítulo 1
Capítulo Único - Eternamente


Notas iniciais do capítulo

Olá! Então, essa pode parecer a nota mais prepotente que eu já escrevi na vida, mas vou correr o risco.
Escrevi essa história para um trabalho de aula, e peço para que antes de ficaram confusas, leiam até o fim. É realmente importante que vocês leiam até o fim antes de pensar qualquer coisa.
Eu quero dedicar essa história as minhas leitoras, maravilhosas, que sempre me apoiam.
Isso porque vocês são as melhores leitoras do mundo, e sei que quase todos os autores dizem isso, mas eu falo de coração.
Isso porque sempre que eu posto, tenho uma resposta muito positiva. Nenhuma outra escritora de GG, e não digo isso desmerecendo o trabalho de ninguém, já que não conheço mas tenho certeza de que todas são boas, tem o número de leitoras que eu tenho, algo pelo qual eu tenho muito orgulho.
Claro que isso não tem nada a ver com números, e sim com a qualidade. Cada review, cada recomendação... Deus! Eu tenho recomendações em quase todas as minhas histórias e isso é surreal!
Essa fic é curta e é bem diferente, mas eu espero que vocês gostem. E, talvez, no futuro vocês possam dizer "Ah, eu lia as histórias dela na internet". Se tudo der certo, vou fazer questão de dar a noticia para vocês em primerissima mão, porque foram vocês que me incentivaram e ainda incentivam a escrever, mesmo quando eu passo meses sumida.
Verdadeiramente, eternamente grata a vocês.
Agora... Enjoy!



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A rua estava repleta de carruagens. O barulho do cavalgar dos cavalos e murmúrios animados preenchiam o ar. Esse clima de animação era apenas o anúncio do grande evento que estava por vir. O famoso Duque de Chateaham ia promover um grande baile a para a cidade. É claro que aquela cidadezinha já havia sediado vários bailes, mas aquele era especial.

– Fiquei sabendo que a casa dele tem o salão mais bonito de toda a Europa. - Susan disse, enquanto olhava pares de sapato claros, descartando os que custavam mais de 10 libras.

– É claro! Dizem que ele ganha mais de 15 mil libras ao ano. - Lauren comentou, carregando duas sacolas repletas de fitas. Eliza estava alheia as duas, mexendo nos cachos escuros. Ela admirava um lindo vestido de armação, em um tom cinza que, ela pensou, destacava seus os olhos azuis. Suas duas irmãs pareceram perceber a distração dela, e para não aborrece-las, Eliza deu de ombros.

– Não posso acreditar que um homem em tal condição financeira possa estar solteiro e, ainda por cima, isolado em uma propriedade tão grande. - Susan e Lauren se entreolharam. O Duque era um homem muito misteriosos, reservado. Ele deixara sua propriedade poucas vezes para ir ao centro da cidade, algo que obviamente o desagradava. Esse era o motivo da animação que rodava a cidade: o solteiro mais misterioso e rico do país finalmente estava abrindo as portas para o mundo. E mães de todos os cantos estavam preparadas para casar suas filhas com aquele belo homem. - Vou levar esse vestido. Acha que tem uma fita que combine para me emprestar, Lauren?

– Certamente! Desde que arrume meus cabelos. Se uma de nós não casar nesse baile, mamãe não ficará nenhum pouco feliz. - As três pagaram as compras, um valor alto demais para uma família de cinco pessoas com uma propriedade pequena. Mas os pais da garota, assim como todos os outros, não consideravam aquilo um gasto. A mulher que fosse escolhida pelo Duque seria a galinha dos ovos de ouro de toda a família.




Enquanto terminava de prender suas cabelos em um coque, Eliza pensou em como jamais conseguiria ter sequer uma dança com o Duque. Não sabia para que estava se arrumando. A filha dos Thomson, seus vizinhos, era a mais bonita de toda vila. Não havia como se igualar as curvas discretas e ao sorriso encantador de Roxane. E, mesmo que Roxane não fosse a escolhida, definitivamente Eliza não seria. Ela era magra, pálida, com dedos longos demais pelas horas gastas praticando o piano. Nunca foi mulher da sociedade, não teve um tutor e nunca aprendeu mais do que duas línguas como as filhas dos coronéis. O que iria um Duque querer com ela, ou qualquer uma de suas irmãs, ainda menos cultas que ela? As duas nunca haviam pego um romance na mão, ou feito qualquer coisa além de fofocas. Eram bonitas, sim, mas não ao nível do Duque. Eliza o vira apenas uma vez na cidade, quando estava comprando legumes frescos. Ele entrou no atelier do alfaiate mais caro da região, com os ombros retos e suas costumeiras roupas pretas. Eliza percebeu que ele parecia andar de lado, como se tivesse medo de encostar acidentalmente em algo. Ela não resistiu. Correu até o beco que ficava do lado do atelier e ficou espiando na janela.

É claro que aquele era um ato infantil, e embora o beco em que ela se enfiou fosse escuro e úmido, não pode deixar de pensar no constrangimento que passaria caso alguém resolvesse entrar ali. Mesmo assim, cedeu ao instinto e se abaixo, levantando a barra do vestido, enquanto viu o lindo homem de olhos e cabelos tão negros quanto de pode imaginar entrando na sala e abrindo os dois braços em falar uma palavra. Ela franziu o cenho. Aquilo era tão arrogante. Mas o alfaiate não pareceu se importar, tirando as medidas com cautela. Tudo parecia normal, até que o alfaiate tocou acidentalmente no braço do Duque.

Segundos depois o Duque já havia empurrado o alfaite com tanta força que o último foi parar do outro lado da sala. O que continuava de pé suava como se tivesse feito demasiado esforço e não encontrasse uma maneira de se recuperar. Parecia atordoado. Murmurou alguma coisa que pareceu um pedido de desculpas, deixou uma gorjeta gorda para o senhor e foi embora.

– Vamos Eliza, mamãe conseguiu uma carruagem para nós! - Susan desapareceu tão rápido quanto apareceu. Eliza suspirou, levantou a barra do vestido e foi até a carruagem com as duas irmãs.


Todos os rumores sobre a casa do Duque estavam errados. Eles nem se comparavam a real magnitude. A propriedade da família de Eliza, a família Geller, tinha em sua totalidade o mesmo tamanho do salão da propriedade do Duque de Chateaham. Ela estava de pé, observando as pessoas dançarem animadamente sobre o impecável chão de mármore branco. Percebeu que o anfitrião estava do outro lado do salão, com um copo de vinho tinto na mão, e olhava com desgosto para cada um que vinha lhe dar tapinhas nas costas. Ela o observou por minutos a fio, até ser pega.

Ele a encarou de volta. Permaneceram daquela maneira por alguns segundos, e ela desviou o olhar. Antes que pudesse perceber, o homem parou na sua frente, com roupas pretas. Ele a vontade com aquele monte de gente estranha dentro de sua casa, e sorria ocasionalmente para as pessoas por cima dos ombros de Eliza. Era era mais baixa que ele, cerca de um palmo. O Duque tinha a aparência magra e pálida da Realeza da Inglaterra, refletindo toda a importância intelectual do seu trabalho, diferente dos vários operários músculos que rodopiavam pelo salão.

– Boa noite, senhorita. - A voz dele parecia tão familiar que Eliza chegou a se arrepiar. Várias mulheres a sua volta bufaram, indignadas, e ela chegou a entender. O que ele foi fazer com ela? Não era a mais bonita, nem a mais altiva, nem a mais engraçada, nem a mais bem vestida da festa. Mas de alguma maneira, brilhava mais do que qualquer outra no salão.

– Boa noite, Duque. - Ela se curvou lentamente, e ele colocou a mão no ombro dela. Ela sentiu sua pele formigar por baixo do vestido. Eliza percebeu que o Duque não estava a tocando de leve, ou com desprazer, como fazia com todas as outras pessoas e objetos. Aquilo alegrou alguma coisa no fundo da sua alma, e ela simplesmente não sabia explicar o que.

– Me concede o prazer dessa dança?

– Desculpe, tive a impressão que contato físico não é algo do seu agrado. - O homem franziu o cenho, e depois gargalhou, como se tivesse entendido uma piada que há séculos havia sido esquecida.

– Está certa, minha senhora. Mas me desagrada apenas o toque de pessoas erradas. Algo que a senhorita certamente não é. - Se sentiu confusa, mas pegou a mão estendida do homem. Este a segurou com firmeza, e da mesma maneira a conduziu pela pista de dança por três canções seguidas, enquanto ambos eram acompanhados por vários pares de olhos enciumados.




Ela subiu as escadas gargalhando, com o homem ao seu lado. Sentou-se em um degrau, escutando a música ecoar ao fundo, distantes de toda aquela conversa.

– Eu gostaria de saber, Duque...

– Kyle. - Ele a interrompeu. - Meu nome é Kyle, minha senhora. - Eliza corou. "Minha senhora" era um título de mostrava reverência. Algo que parecia errado saindo da boca daquele homem tão rico e poderoso para um garota simples como ela.

– Certo. Kyle. Eu gostaria de saber por que, dentre todas as belas mulheres que desfilaram pelo seu salão hoje, o senhor me escolheu. - Ele se sentou ao lado dela, pegou a mão da garota entre as suas e começou a falar em um tom tão baixou que Eliza pensou estar sonhando.

– Porque você foi a única mulher que vibrou em um vestido cinza. Acredita em magia, Eliza? - Ela franziu o cenho. - Reencarnações, energia cósmica...

– Não, meu senhor. - Ela respondeu rapidamente, e ele riu.

– É estranho ser tratado com sinceridade e não eufemismo. A senhora me trata quase com rispidez. - Eliza corou. - Eu gosto.

– Desculpe. Passo muito tempo com minhas heroínas literárias e esqueço que na vida real os amores de nossas vidas fogem quando não são mimados, como gatos.

– Amor de nossas vidas... Gosto de como isso soa. Escute, você pode não acreditar, mas está destinada a mim. É minha há tantas vidas quantas viveu. - Eliza inclinou a cabeça para trás e riu.

– Não quero zombar de suas crenças, nem da sua ilusão de propriedade sobre mim, mas de onde vem toda essa certeza?

– Sua alma, Eliza. Sei que sente também. Quando te toco... eu sei o que você foi há 500 anos se sei o que foi durante cada um dos anos que passou nessa vida. Sei do medo que tem de nunca ser especial o suficiente, sei da sua habilidade no piano e como seu francês fluente provem de aulas auto-didatas no quarto escuro que está reservado para teus estudos. Essas roupas escuras são para não absorver energia, mas a tua é tão poderosa que minha alma absorveu. E o vez porque a tua completa a minha, e vice versa. Tu fostes a minha esposa na vida passada, e eu quero que seja nessa.

– Espere. - A cabeça da mulher girava. Não entendia toda aquela loucura de energia, nem o repentino pedido de casamento. Mas algo dentro dela... na alma, como ele disse, entendia. E os olhos azuis de Eliza refletidos dos olhos quase sem luz de Kyle pareciam finalmente brilhantes. - Está dizendo que... as roupas, o pavor do toque...

– É uma habilidade que todos temos. - Ele disse, parecendo envergonhado e ao mesmo tempo desesperado em faze-la perceber. - Quando aquelas senhoras me tocavam, me oferecendo suas filhas como porcos para o abate... é simplesmente desgostante. São almas comuns, mundanas. Mas tu... Eu sei que é você desde o dia em que te peguei me espionando na janela do atelier. Algumas pessoas, como eu, nascem com a capacidade de sentir a energia com muita facilidade: um toque, um contato visual... - Ele deu de ombros, tentando se acalmar. Eliza ficou paralisada.

– Acredito em você. Por maior que pareça essa loucura, eu acredito em você. - E acreditava. Ele se levantou, passou a mão pelas calças para retirar qualquer possível poeira, e se voltou para Eliza.

– Estou indo até o salão encontrar seu pai e pedir sua mão em casamento. Mas primeiramente, você a concede para mim? - Eliza sorriu.

– Para sempre, meu amado. - Ela repetiu mesmas palavras que dissera há 107 anos para o mesmo homem, em Amsterdã, quando de chama Luysa e ele, Paul. As mesmas palavras que repetiria 112 anos mais tarde como Augusta, para Tyler, em uma cidade do interior do Texas. As mesmas palavras que ecoariam por vários anos, fazendo jus ao "para sempre" que carregava.

Eles não sabiam que cinco séculos depois, aquelas palavras se repetiriam em uma encarnação difícil. Uma encarnação na qual as duas almas viveriam em um vilarejo moderno chamado Manhattan. No meio de todos os prédios e falsidade, as mesmas almas ainda eram capazes de se encontrar, mesmo depois de anos e anos de encontros, desencontros e reencontros.

Mais de 500 anos depois, Chuck Bass se ajoelhou no meio do Central Park, igualmente intácto há anos, e escutou Blair Waldorf, em uma vida muito mais rica, pronunciar com a mesma voz calma e o mesmo sorriso humilde no rosto.

"Para sempre, meu amado."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! É um pouco diferente mas eu me diverti escrevendo.
Espero minhas reviews!
XOXO. Neline :*