The Torment Of A Sacrifice escrita por Emo de Nome Estranho


Capítulo 34
Mir resolve ajudar...Ou não!




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P.O.V: Mir

–Quíron, isso é sério! -insisti pela milésima vez -Eu preciso de uma missão. Solo.

–Mir, você sabe que aqui não é assim. Você precisa levar mais dois semideuses com você. Para sua própria segurança, até.

–Antes de vir para cá, tudo o que eu fazia era procurar aberrações por aí. Sozinho. Não acha que é um pouco tarde demais para se preocupar com a minha segurança? Passei a vida fazendo isso. E você vai precisar da maior quantidade possível de semideuses aqui.

–Porque tem tanta certeza?

O centauro colocou mais chá em sua xícara e me encarou. Puxei a folha de papel em que a Amanda escrevera e desenhara e o mostrei.

–Uma nova profecia? -ele franziu a testa

Balancei a cabeça:

–A segunda parte dela.

Quíron esfregou o rosto, deixando o chá de lado.

–Profecias nunca saíram assim.

–Quíron, aquela pilha de bost...quero dizer, Cristal de La Luna está começando o seu próprio apocalipse. As coisas estão saindo da ordem.

O centauro não hesitou.

–Vá para a Alemanha. Encontre a Cristal e a mantenha longe dos Elfos Negros.

–Quíron, isso não vai resolv...

–Não vamos matar a garota!

–Eu não vou conseguir protege-la dos Elfos Negros! Como você espera que eu faça isso?

–Use o seu cheiro para esconder o dela. Faça com que ela desapareça para as outras pessoas. Esconda-a de algum jeito

Eu poderia deixa-la em um lugar óbvio...Tão óbvio que passaria despercebido. Mas ainda assim...

–Eu vou fazer o possível. -suspirei -Cuide da Amanda. Nos falamos toda noite de domingo, certo?

O centauro assentiu.

...

Viajei nas sombras até a Alemanha, fazendo pequenos intervalos graças a distância. Quando cheguei, invoquei esqueletos para procurar a pilha de bosta. Depois fui para um restaurante comer aos montes porque eu sei viajar nas sombras(saio sem pagar MUAHAHAHAHA) e perder o meu tempo atrás daquele projeto poseidônico de emo eu não vou nem que chova Boulette (oi?)

Depois de algum tempo, comecei a escutar um festival de palavrões sendo gritados de maneira nem um pouco discretas. Não precisei nem olhar para o esqueleto que vinha carregando a filha de Poseidon sobre um dos ombros enquanto ela esmurrava sua coluna vertebral e agitava as pernas pra saber que era a pilha de bosta. Eu só não contava com a gata e com a entidade pálida vestida de negro que berrava "Volte! Volte!" que vinham atrás dela. O que é isso produção? Eu fui substituído e não sabia?

O esqueleto colocou a Cris de pé na minha frente e ela bufou irritada. Estava tão acabada que eu comecei a rir da cara dela.

–Você está péssima!

–Deixa eu ver se eu entendi:- ela me encarou, começando a gesticular freneticamente- Eu paro a merda da moto porque o Fast tava me irritando a umas meia hora porque precisava "eliminar água amarela", como ele mesmo disse, uma multidão desses carinhas aparece na minha vida, e, enquanto eu jurava que tinha entrado no apocalipse zumbi por engano, esse filhotinho do Hades me joga nos ombros e me traz para ver você? Rindo do meu estado? Adalgamir, meu bom amigo só que nunca, eu preciso me livrar da sujeira, dos machucados, e de uma escova de cabelo, você precisa de uma vida, porque no seu caso, queridinho, nem plástica resolve. Quer mesmo saber quem deveria rir de quem?

–Bem, você precisa de três coisas e eu de uma. Quem é a criaturinha Haderesca atrás de você?

–Quem? O Fast?- ela gesticulou com a mão, como se não desse importância- Ele não é ninguém.

–Ei! -O tal de Fast protestou -Foi você quem disse que ninguém é perfeito!

–Não, Fast. Ninguém é perfeito quando eu sou ninguém. Quando é você, ninguém é ninguém mesmo.

–Bugou meu cérebro... -murmurei

–Porque você é burro -ela pulou para o meu lado -Que coisa é essa que você tá comendo?

–Bratkartoffeln... -respondi

–É, dá para o gasto. -ela puxou o prato, sentando sobre a mesa e cruzando as pernas. -Velho, esse nome parece uma daquelas risadas virtuais...

Eu revirei os olhos.

–Tem uma cadeira do outro lado, notou? -perguntei

–Claro que e notei -ela disse, com a boca cheia -só não me importo. Agora fala aí, o que você quer comigo?

Abri um sorriso:

–Nós dois sabemos que você não pode continuar fugindo para sempre...

–Mas até agora -ela me interrompeu -eu tenho feito isso muito bem.

–Mas até quando vai continuar assim?

Ela olhou para o Fast atrás dela e suspirou.

–O que quer dizer?

–Eu vim ajudar você, pilha de bosta.

–Não preciso da sua ajuda, Mir.

O Fast pulou para perto de nós:

–Então esse é o Mir?

Franzi a testa.

–Você já ouviu falar de mim?

Ele assentiu e apontou para a Cris.

–Ela fala de você o tempo todo.

–DEU A MICAFONTE! -ela bateu na própria testa enquanto eu ria -NÃO PENSE MERDA, ADALGAMIR, NÃO PENSE MERDA! Eu só disse ao Fast que vocês dois são perfeitos um para o outro.

Eu a encarei, depois ao garoto, e então balancei a cabeça.

–Eu vou fingir que não escutei. Agora, vamos ao que interessa.

–Você já vai embora? -a Cris sorriu

–Anh...Não. -respondi -O que interessa, Cristal de La Luna, é que eu tenho...certas ordens para seguir.

Ela e o Fast trocaram olhares.

–Você...Não estava no Acampamento com a biscatinha da Amanda?

–Estava. -sorri e ela engoliu em seco -Eu e o Quíron conversamos. Eu pretendia vir de qualquer jeito, mas confesso...Era pra matar você.

Eu esperava qualquer reação, menos a que ela teve. A pilha de bosta começou a rir, se curvando enquanto agarrava a barriga.

–Você? Me matar? -ela questionou, sem conseguir parar de rir -Só que não!

Cruzei o braços.

–Eu mataria você sem hesitar, Cristal. Mas o Quíron disse que eu deveria te proteger.

–Mir, poupe o seu tempo. Eu e o Fast estamos melhor sem você.

–Anh...Cris -ele chamou -Acho que ele está certo.Não podemos fugir para sempre.

–Fast, seu aprendiz traidor! Eu sei que não! Mas o Mir não precisa saber disso!

Sorri, levantando para ficar cara a cara com ela.

–Mas agora eu sei, Pilha de Bosta. E caso não se lembre, eu sei como lidar com aberrações...como você.

Ela cravou os olhos nos meus, descendo da mesa.

–Não me surpreende. Você sempre teve que lidar consigo mesmo.

–Sou filho de Hades, Cristal. Um semideus. Mas você, é uma bastardinha de uma espécie sem nome.

Ela me encarou por um tempo e eu pensei que ela não tinha o que dizer, mas ela abriu um sorriso.

–Ótimo. Isso só prova a minha autenticidade. Céus, que palavra grande...Anota, Fast, porque vai demorar para eu conseguir de novo.

–Hum...Ok, mas...-ele a olhou -Você vai aceitar a ajuda, não vai?Cris, não podemos continuar assim, os Elfos estão no nosso p...

Ele não conseguiu terminar. Uma multidão de Elfos apareceu, berrando e atirando flechas em nós. Agarrei o braço dos dois e os puxei para as sombras, deixando os esqueletos para atrasar os Elfos antes que nos rastreassem novamente.

...

–Segura ela! -berrei. Eu havia invocado mais esqueletos para ajudar o Fast a segurar a Cris, que socava, chutava e esmurrava tudo o que via pela frente, gritando enquanto a gata dela arranhava a cara (ou o crânio) de todo mundo que tentava encostar na pilha de bosta.

Eu havia cometido a burrice de contar a ela a primeira coisa que eu faria para "ajudar": Queimar os pés dela, depois os do Elfo. Assim, os Elfos não iam reconhece-los quando pisassem no chão.

O Fast e os esqueletos a seguraram no chão, imobilizando os seus braços , mas ela continuou gritando e chutando. Agarrei seus tornozelos, prendendo-os.

–Adalgamir, não ouse... -ela me encarou.

Mas eu puxei um isqueiro do bolso e ascendi, encostando a chama em um dos seus pés enquanto tentava evitar que aquela gata possuída pelo meu pai arranhasse minha cara.

Ela continuou gritando e se debatendo mesmo quando eu havia acabado. Não podia culpá-la por aquilo, nem a mim, afinal, era o que eu tinha que fazer, mas o Elfo ficou tão culpado que queimou ele mesmo os próprios pés.

–Seu masoquista! -pilha de bosta acusou, tentando enxugar as lágrimas que escorriam dos seus olhos.

–Ele é mesmo um Elfo Negro? -sussurrei para ela, que deu um soco em meu queixo que cai para um lado.

–Ei! -reclamei, me levantando

–Maldito! -ela berrou -Nunca mais tente me ajudar, Adalgamir. É como eu disse. Estávamos melhor sem você!

Ela ia tentar levantar, mas desistiu quando colocou os pés no chão. Segurei seu braço.

–Me bata quando acabarmos, mas se os Elfos Negros pegarem você, vai acabar como todo mundo que você gosta. O Thiago, a Laura. O Pedro. Até com essa droga de Elfo que você arrumou.

–EI! -Fast se abraçou -Não precisa ofender, seu...seu...

Ficamos esperando ele arrumar algo para me xingar, mas não veio nada.

–Desisto! -ele declarou por fim -O que vem agora? Porque eu não consigo nem ficar de pé.

Enfaixei os pés dele, e a pilha de bosta pareceu ficar bem animada com o fato de que eu estava ajoelhado diante dos seus pés. Quando acabei, ela levantou a perna.

–Não quer beijá-los também, escravo?

–Há-há. Muito engraçado. Não sou seu "jegue de carga". E, por falar nele, você vai deixa-lo de lado.

Ela emitiu um grunhido.

–Como?

–Os Elfos não vão conseguir rastreá-lo. Vão reconhece-lo se verem, mas o cara está em Manhattan, sem saber o que fazer para encontrar você. Ele está procurando. Junto com a Laura, o Pedro, e os seus irmãos. Mas eles não vão encontrar. Você vai esquecer todos eles, Cristal. Ou você morre, eles morrem, todo mundo morre. O Thiago sua personalidade. Você sabe disso. Sem ele, os Elfos não podem fazer nada, e sem o seu sangue, muito menos. Juntos, vocês dois só vão nos afundar.

–Você não pode simplesmente chegar e me dizer uma coisa dessas depois de queimar os meus pés!

–Se quiser condenar a todos, vá em frente. -tirei um dracma do bolso e estendi para ela -Entre em contato.

Ela parecia querer me matar, mas afastou minha mão bruscamente.

–Fique com os seus dracmas. O que vamos fazer agora?

–Vocês dois ficam aqui. Não se preocupem, estamos no Mundo Inferior. -eles olharam em volta, com a testa franzida -Ou em uma parte dele. Interrompemos uma viajem nas sombras no meio. Nenhum Elfo Negro vai chegar aqui.

–Ok...-Cris me encarou -E você?

–Eu vou voltar para a superfície, arrumar roupas de gente para o seu amigo, umas para você, afinal ambos vão precisar se trocar e... Uma tesoura.

Pilha de bosta franziu a testa em minha direção.

–Uma tesoura?

De todos os meus sorrisos, acho que aquele foi o mais satisfeito:

–Espero que não seja muito apegada ao seu cabelo, Cristal, porque nós vamos cortar.


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Notas finais do capítulo

Cristal: Porque eu tenho a impressão de que vou me dar mal na mão do Mir?
Mir: Porque você vai! Muahahahahaha!
Fast: Tadinha da Cris, gente...Veio ao mundo pra se ferrar!



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