Capítulo 61 – Pedido ao tio Dumby

POV. BELLE BLACK

Acordei cedo para me despedir do tio Aluado, coloquei minha camiseta preta com uma corujinha desenhada, peguei minha calça jeans justa, e peguei o meu sobretudo preto. Calcei minha bota e desci para o Salão Comunal.

_Bom dia! – desejei ao Fred, Jorge e Harry.

_Bom dia Belle. – disseram.

Fui caminhando até a porta quando Jorge perguntou-me:

_Onde está indo?

_Vou despedir-me do meu tio. – disse simplesmente.

_Eu estava indo para lá. – disse Harry.

_Então vamos. – falei e ele me seguiu.

Caminhamos lentamente e em silêncio até a sala dele, e assim que chegamos fomos bem quietinhos até o seu “escritório”, segurando os risos pelo fato de estarmos tentando assustar ele, mas quem se assustou fomos nós.

_Peguei vocês! – disse ele pulando a nossa frente.

_Meu Deus tio! – disse colocando a mão no coração e sentindo-o pular no lugar.

_Eu vi vocês entrando pelo mapa. – ele riu de nós.

_Eu esqueci que ele ainda estava com você. – falou Harry.

Eu dei um abraço nele e fiquei assim, abraçada com ele. Ele era alto e eu me sentia uma verdadeira anã perto dele.

_Viemos nos despedir. – disse – Dizer até logo na verdade, até o quarto ano.

_Bem... – disse largando-me e indo mexer em alguma coisa. – Sobre isso...

_O que foi Remo? – perguntou Harry confuso. – Vai nos dar aula ano que vem não é?

Ele não disse nada, apenas ficou nos olhando.

_Tio? – perguntei.

_Não. Eu não darei aulas para vocês ano que vem. – soltou de uma vez.

_Como não? Dumbledore te expulsou? – perguntei

_Não, eu me demiti. – explicou.

Olhei para Harry sem entender, e ele perguntou:

_Mas, por quê?

_Simples Harry. Porque deixaram a minha condição secreta escapar... Daqui a pouco estarão chegando corujas do Profeta Diário...

_Mas, o tio Dumby pode fazer alguma coisa, pode dizer que é mentira... – eu dizia desesperada.

Agora que eu havia encontrado meu pai ele já havia sumido de novo, não queria que o mesmo acontecesse com o meu tio. Ele era uma pessoa tão boa.

_Dumbledore já fez muito me deixando dar aula aqui esse ano, não quero que ele se arrisque mais por minha causa. – disse colocando algumas coisas em sua maleta. – Está decidido.

_Tio não pode nos deixar... Não pode me deixar, por favor. – eu pedi, ou melhor, implorei – Meu pai já sumiu novamente e o senhor vai sumir também? De que adiantou eu ter reencontrado vocês se irão embora novamente?

_Ei! – disse vindo até a mim me abraçar – Não vou sumir não vou te deixar, nunca irei. – disse afagando meus cabelos. – Eu prometo.

_Mesmo?

_Mesmo. – e completou – Mandarei cartas, te visitarei... Farei de tudo para continuar com você. Com vocês. – corrigiu olhando para Harry.

Ele olhou para nós dois e pegou o Mapa do Maroto e o devolveu para Harry.

_Não me sentirei culpado entregando isso a você. Não sou mais seu professor. – e antes de sair pela porta disse – Isso não é um adeus, é um até logo.

E então ele desapareceu de nossas vistas.

|| Um pouco depois... ||

_Vamos logo Belle. – apressou-me Hermione.

_Já estou indo, já estou indo. – disse já sem paciência.

Estávamos descendo as escadas para podermos sair do castelo e ir a estação de Hogsmeade, mas, antes eu precisava falar com o tio Dumby.

_Preciso falar com o Dumby. É urgente. – disse parando no caminho.

_Não temos tempo...

_Precisa falar comigo sobre o que senhorita Annabelle? – perguntou ele mesmo atrás de nós.

_Merlin! Professor da onde o senhor saiu? – perguntei assustada.

_Tenha modos Annabelle. – repreendeu-me Hermione.

_Desculpe. – disse sorrindo sem graça – Eu queria pedir ao senhor uma coisa.

_E em que eu poderia ajuda-la? – perguntou sorrindo sereno.

_Será que o senhor não conseguiria convencer o Ministro que o meu pai é inocente? – falei num sussurro quase inaudível.

_Vamos? – perguntou Harry aparecendo.

_Ainda não. – disse e olhei para Dumbledore esperando sua resposta.

_Eu poderia fazer isso, mas ele não acreditaria. – disse triste – Conheço bem o Cornélio, e ele diria que eu estaria gaga e não iria acreditar em uma só palavra. Mas, conseguiremos provas, senhorita Annabelle, fique tranquila. Seu pai ainda será um homem livre.

Eu fiquei triste, muito triste. Achei que se alguém fosse conseguir convencer o Ministro, esse alguém seria ele. Mas, eu não iria desistir de ajudar meu pai. Não mesmo.

_Tudo bem, obrigada mesmo assim. – disse pegando minha mala – Até o próximo ano letivo tio Dumby.

_Até mais Annabelle. – disse rindo do apelido.

Despedimo-nos e fomos andando até a estação, onde pegaríamos o expresso de Hogwarts que tinha destino à estação King’s Cross.

Assim que o trem chegou cada um foi entrando e procurando uma cabine para se sentarem, mas eu fiquei olhando para o nada e estava perdida em pensamentos que nem se quer tinham lógica, até que senti uma mão no meu ombro.

_Oi. – falou Malfoy.

_Ah, é você. – disse entrando no trem e ele entrou atrás de mim.

_Posso falar com você? – perguntou seguindo-me.

_Diz. – falei virando para ele e cruzando os braços.

_Eu apenas queria me despedir, sabe... Dizer que apesar de tudo que aconteceu entre nós eu ainda gosto de você. – falou olhando para o chão.

_Eu ainda gosto de você também, Malfoy, esse é o problema. – falei e me surpreendi em escutar-me dizendo a verdade – Mas, não tem como ficarmos juntos. Não daria certo, somos muito diferentes um do outro.

_Não acredito que isso seja verdade. – disse olhando para mim.

_Pois eu sim. E acho que é melhor não nos envolvermos novamente. – falei e esperei ele dizer algo, mas ele nada disse – Até logo.

Virei-me e fui ao encontro de Hermione, Rony e Harry que estavam na cabine esperando por mim. Entrei na cabine e me sentei, eles estavam conversando animadamente e nem notaram que eu estava meio quieta, o que foi ótimo, não estava a fim de falar sobre o que havia acontecido.

Eu gostava, gostava de verdade do Malfoy. Mas, isso não significava nada, eu só me magoaria e me arrependeria disso, ele era daqueles garotos que não ligam para os sentimentos das garotas, que sai por ai pegando e largando todas as garotas que dão bola para ele, e eu não queria ser mais uma para ele, não mesmo.