Up On Melancholy Hill escrita por Moon


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se ficou muito curto Ç.Ç é que eu fiquei sem idéias depois Ç.Ç



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Acordo com o simples barulho da chuva lá fora, meu sono é bem leve. Lembro-me do acordo com Murdoc ontem de noite e vou ate o quarto do cretino satanista.
Quando chego em seu cômodo, percebo que ele dormiu na mesma posição de antes. Abraçado a robô, com o rosto oculto.
- ei, cara... - eu o cutuco - é hora de cumprir o trato.
Murdoc grunhe e me dá um soco no nariz, depois volta a sua posição inicial.
- Ah, Porra, me deixe dormir...
- Murdoc! - berro
O baixista se volta para mim finalmente. Com uma expressão dura, mas se olhar em seus olhos com atenção, dá para ver que está sofrendo com a idéia.
- tudo bem... - diz de levantando e pegando a Cyborg no colo. Essa está com olhos falsos fechados, como se dormisse - vamos ao quarto de máquinas.
Pegamos o elevador para o andar do quarto. Murdoc olha com tristeza para a robô, depois mira o chão.
- sente muita falta dela? - pergunta o satanista.
- sim - respondo sentindo dor por não tê-la ao meu lado para dizer o que disse - eu... Gosto dela...
Murdoc me olha e levanta uma sobrancelha. Eu apenas assinto. E então chegamos ao andar do quarto das máquinas.
A nossa casa é cheia de vidros, portanto a maior parte dela é iluminada pelo sol. É o caso do quarto onde estamos. Dá para ver o leste inteiro da ilha.
Assim que chegamos no quarto, Murdoc se dirige a uma enorme capsula que mais parece um sarcófago egípcio, porém, esse é totalmente azul.
O cretino abre as portas da capsula e revela seu interior branco. Coloca a Cyborg la dentro e ordena que ela "acorde".
- Cyborg Noodle, - ele começa quando ela abre os olhos - ordeno que fique aqui até que eu solicite sua ajuda de novo.
- claro, senhor - ela diz com uma imitação perfeita da voz da verdadeira guitarrista. Esse fato me causa arrepios.
A farsa fecha os olhos e cruza os braços. Murdoc fecha as portas da capsula e mira o chão.
- vai ter que esquecê-la - digo.
- eu sabia que um dia eu teria que fazer isso...
Olho pela parede de vidros atrás de nós. Logo uma coisa surpreendente acontece. Vejo um gigante gordo e moreno emergir da água. Russel! E reparo no topo de sua cabeça uma silhueta magra de cabelos molhados, segurando uma arma.
Arregalo os olhos. A sombra do gigante faz o quarto ficar escuro e chama a atenção de Murdoc. Esse agora volta seu olhar para o causador da penumbra.
Não consigo acreditar no que estou vendo, pois quando o gigante se aproxima mais da ilha, consigo identificar a silhueta de antes. É Noodle.
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Russel finalmente põe os pés na margem da praia, mostrando seu tamanho gigantesco.
- Murdoc, - começo a dizer, nenhum de nós consegue mover um músculo - acho que deveríamos ir ate lá para evitar que Russel PISE em alguém.
Murdoc assente e nós dois corremos para pegar o jipe. Dessa vez, o cretino assume o volante. Fazemos o mesmo trajeto de sempre para descer a montanha, mas dessa vez, sem freiar muito.
Depois de descer a montanha em mais velocidade que o normal, atravessamos a cidade quase voando sobre os pneus. O trajeto todo deve ter durado cerca de um minuto e meio. Batemos um recorde.
Chegamos aos pés do gigante que ficou parado no mesmo lugar desde que saíram da casa. Parecia que o grandalhão estava admirado com o tamanho de Plastic Beach. E ele tem motivos para ficar admirado, pois, por mais isolada que seja, Plastic é do tamanho de dois terços da ilha de Macchu Picchu.
Paramos o carro e saímos. Eu e Murdoc nos entreolhamos e depois olhamos para Russel. "Como dizer para essa coisa enorme que estamos aqui?" Pensei.
Acho que Murdoc pensou o mesmo, pois pegou duas folhas de palmeiras ali perto da beira da praia e as quebrou no meio, fazendo uma ponta. Pareciam levemente com lanças agora.
-Faceache, - diz e me estende uma das lanças. - cutuque seu tornozelo.
- o meu tornozelo? - me assusto com a ordem.
- o seu, não! - ele ruge e bate em minha cabeça com a lança de palmeira - Porra, o de Russel!
- tudo.. Tudo bem...
Começamos a cutucar o tornozelo do gigante, mas ele não percebe. Murdoc ruge.
- porra, Russel! - ele grita e pressiona a "lança" com muito mais força no lugar onde estávamos batendo.
Russel dirige seu olhar para o chão e procura algo que tenha feito cosquinhas em seu pé. Logo o grandão avista o jipe e procura por nós. Eu e Murdoc começamos a gritar seu nome em vão até que Russel se ajoelha, me causando medo. "Que bom que ele não nos esmagou" penso aliviado.
O gigante ajoelhado finalmente nos enxerga, Noodle logo acima de sua cabeça.
- Russel! - Murdoc grita para que o grandalhão ouça - O que aconteceu?
- Uma longa história. Muito longa - o grandalhão repete. Sua voz é grossa e ficou mais alta junto com seu tamanho.
- Conte-nos tudo!
- Antes, - ele assume uma expressão dura - subam nas minhas costas. Precisamos sair daqui.
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Estamos agora, nas costas de Russel. Murdoc está apoiado em seu pescoço e eu estou à seu lado, Noodle está deitada com a cabeça sobre meu colo. Ela está adormecida.
Acaricio seu rosto. Essa é a verdadeira Noodle. Ela está aqui. Ela não morreu. Mas, como? Como ela sobreviveu? A ilha flutuante caiu e eu vi com os próprios olhos.
Estávamos gravando a música Feel Good Inc. Mas a pequena foi atacada pelo exército japonês, que já a caçava fazia tempo. Então a ilha flutuante onde ela estava, caiu.
Lembro da minha agonia naquele momento, minha angústia, minha enorme vontade de ir salvá-la. Mas eu não pude fazer nada. Apenas a assistir cair para a morte.
Mas ela está aqui. Não consigo acreditar de tão grande que é a felicidade que sinto.
Depois de alguns minutos nos afastando de Plastic Beach, Noodle começa a acordar e meu coração bate mais forte.
- 2... 2D-san... - ela fala ao abrir um pouco os olhos e me ver.
- Noodle.
Não me contenho, me abaixo e a beijo suavemente.
- Eu senti sua falta, miudinha. - eu a chamo pelo apelido que dei a ela quando nos conhecemos.
- N... Não sou... miudinha... - ela diz com uma voz fraca de sono.
- Sim, você é...
Eu a beijo de novo e dessa vez a ficha pareceu cair para ela. A japonesa cora.
- 2D-san, o que é isso?
- Noodle, eu... Eu senti sua falta mais que o normal... Eu... Te amo muito.
- 2D-san...
Eu coro e levanto a cabeça para que ela não veja meu rosto envergonhado.
- Já terminaram com o namorico? - Murdoc resmunga, mas assim que olho para ele, o mesmo desvia o olhar para o horizonte. - e você, pequena? Como sobreviveu?
- Bem... - ela começa a dizer - Eu não sei como sobrevivi à queda. Acho que fui salva por algum ferro ou algum pedaço da ilha deve ter caído antes de mim e amortecido minha queda.
- E essa roupa? - aponto para seu vestido branco, que acaba em seus joelhos e é cheio de bolsos.
- Russel me achou vagando por aí e nós fugimos para o interior do Japão, que era o lugar mas próximo de onde estávamos.
- Grande idéia - Murdoc diz, irônico.
- Era o lugar mais próximo - Noodle enfatiza.
- Mas pelo menos vocês sobreviveram.
Ao dizer isso, aliso seu cabelo e ela cora novamente. Ela fica linda assim.

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Notas finais do capítulo

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