Anoitecer escrita por Bellah_


Capítulo 6
perda


Notas iniciais do capítulo

Narração: JANE



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JANE

 

   Demorei apenas algumas horas para embarcar, um dos passageiros que havia reservado uma cadeira no avião contraiu uma espécie de gripe contagiosa. Ele acabou morrendo e teve que ceder sua cadeira para mim. Humanos frágeis.

   Seattle era exatamente como eu pensava que fosse, uma simples metrópole. Tinha muitas pessoas e cheiros diferentes. Em outra época, seria ótimo caçar lá mais agora eu não estava lá para caçar eu precisava encontrar Alec, esse pensamento trouxa á tona minhas preocupações. Depois que eu o encontrasse poderíamos fazer uma discreta carnificina na cidade, pensei tentando me distrair em vão.

  Peguei um táxi para o subúrbio da cidade, que ficava mais ao sul. Toda essa demora me fez perder a noite no avião. Os primeiros raios de sol batiam levemente no vidro do carro, alcançando minha capa. Não seria bom se eu começasse a brilhar aqui no táxi...

-Pode parar - eu disse ao motorista. Ele parou nas sombras de um prédio, o agradeci mentalmente por isso. Joguei uma nota de US$100 dólares e segui na sombra.

 

  Não queria ir para um hotel e, devido á minha pressa de sair á procura de Alec, não sobrou dinheiro para um hotel. Resolvi ficar em um beco escuro, não havia muita escolha.

  O beco estava quase deserto, exceto pelo bêbado que falava sozinho ao lado da lata de lixo:

-Stacy queriida, tiire meuus sapatoss...Você sabi quee eeu façuu de tuuudo pra noossa famíliia...nuum sabii?- Urgh, dava pra sentir o cheiro da bebida que o homem havia bebido, e ele continuava a dizer coisas sem nexo, coitada da Stacy!

  Vou ter que esperar até o anoitecer para procurar Alec. Tinha de encontrá-lo, ele era o único que sobrara da minha horrível família depois de tanto tempo...

 

Flash Back

   Eu escutava os gritos de tortura da minha madrasta.Minha mãe havia morrido há muitos anos atrás e meu pai há poucos meses.Minha madrasta nos odiava, ficava conosco apenas por causa do dinheiro da minha família.Eu tinha 12 anos.

  

   Uma vez eu estava indo em direção ao meu quarto quando escutei uma conversa baixa, olhei para o buraco da fechadura.  Era a bruxa da minha madrasta e seu advogado conversando sobre dinheiro.

-Quando receberei a herança dos pirralhos?- disse a megera

-Bem, a herança é  deles e só receberão quando tiverem 18 anos. No testamento, seu marido deixa tudo para Alec e Jane, portanto a única forma de você recebê-la seria a morte de seus enteados. Planeja matá-los?- sorriu sarcasticamente o advogado.

-Sim, exatamente como o pai - ela sorriu e beijou apaixonadamente o advogado.

   Naquele momento desejei poder matá-la com minhas próprias mãos. Queria se sofrimento, sua tortura.De repente o beijo da mulher com o advogado foi interrompido.Ela começou a gritar e a se contorcer no chão.O homem a olhava espantado sem saber o que fazer. O advogado desesperado saiu da sala em direção á porta que dava para a rua e fugiu. Louco para sair daquela casa.

  Ela continuava a gritar como se alguém a tivesse torturando. Alec chegou pouco tempo depois da gritaria, ele olhava estupefato para mim como se eu tivesse feito algo de errado.A minha madrasta parou de gritar de repente. O silêncio reinou alguns minutos até ouvir aquela voz irritante da mulher:

-Senhor Lodwook, traga-me um champanhe, quero do mais fino e mais caro!Ah, e senhora Wick, quebrei seu rubi ontem! Mas você me ama ainda, não é?- a mulher ria sozinha e gritava com seus amigos imaginários.

-Ela enlouqueceu! – eu disse desesperada a Alec.Ele por vez, não ligou.Chamei a polícia.

  Alec e eu fomos jogados em um orfanato da cidade, já que nossa tutora ficou louca e não tínhamos mais parentes para ficar com nossa guarda.

 

  Os anos se passavam e nós nunca fomos adotados.Éramos grandes demais.Costumávamos dizer que as crianças do orfanato eram como cachorros, todos queriam os filhotes. Foi assim até conhecermos Aro. Ele ‘’adotava’’ as crianças esquecidas como nós e as levava para morar na Itália. Soube depois o que acontecia á essas crianças em Volterra, elas nunca voltavam ou davam notícias. Eu teria o mesmo destino se não fosse por Eleazar:

-Nunca vi poder igual ao dessa jovem e seu irmão.Eles serão jóias preciosas em seu exército!

  Senti uma dor leve em minha garganta e o fogo começou.Lembro-me de ter implorado pela morte, seria melhor do que essa queimação intensa que me consumia aos poucos.Passou- se 3 dias e eu já estava quase enlouquecendo, mas o fogo começou a se esvair.Quanto mais se esvaia, mais forte eu me sentia.

  Aro estava sentado na ponta de minha cama e me explicou tudo. O que eles eram, o que eu era agora...No início, não acreditei.Mas minha sede, minha estranha palidez, meus olhos vermelhos e meu reflexo perfeito no espelho provaram isso.

 

  Ficar relembrando meu passado não me fez bem.Desejei ter Alec por perto e isso me deixava cada vez mais ansiosa.Não agüentei esperar até o anoitecer para poder encontrá-lo, o sol já estava se pondo, o que facilitou minha trapaça.Não havia ninguém na rua, então eu decidi sair.O bêbado que falava sozinho estava roncando dentro da lata de lixo, Stacy deve ter o colocado para dormir.

  Eu estava na entrada do beco. O último raio de sol tocou meu rosto por baixo da capa antes do sol acabar de se pôr.

 

  Ouvi um homem virar o quarteirão, ele vinha em minha direção na entrada do beco. Por um momento pensei se ele teria me visto brilhando então resolvi esperar o humano lerdo vir até mim para eu ver o que ele queria. Ele não era velho, uns 29 anos, cabelos curtos e despenteados. Seus olhos estavam cheio de malícia.

-E aí, gata?Quer dar uma volta? – o cheiro dele era maravilhoso, mas queria encontrar Alec logo.

-Não - eu respondi friamente. Eu já ia andando quando ele segurou meu braço.

-Wow, não vá embora assim tão rápido – ele me olhou de novo maliciosamente. Mal ele sabia que um puxão meu seu braço viria junto. Estava com sede e não resisti, entrei no beco de novo e o idiota me seguiu.Ele veio louco para me beijar, resolvi acabar logo com isso e mordi sua garganta.

  Era maravilhoso sentir o sangue humano descendo pela minha garganta, não matava minha sede fazia dias.Deixei o cadáver do homem lá e saí a procura de Alec.Toda essa demora de matar a sede levou uma hora, tempo suficiente para que se escurecesse.

 

  Corri o máximo que pude para o sul de Settle, como Demetri dissera poucos segundos antes de eu sair da sala. Me arrependi de não ter escutado o resto.Estava correndo tão rápido que nenhuma pessoa poderia me ver, afinal eu ia nas sombras..

  Ainda estava me chutando por dentro por não ter ouvido todas as instruções de Demetri até que senti um cheiro conhecido. Era de Alec,era fraco, fazia poucos dias.Mas era dele, disso eu tinha certeza.Continuei a seguir e logo estava saindo da cidade, estava indo para a estrada.

  Seu cheiro seguia para a floresta. Corri rapidamente, feliz para revê-lo mais seu cheiro parou.

   Achei estranho e resolvi voltar para verificar. Não, parava ali mesmo, numa parte coberta por cinzas. ’’têm que ter mais alguma coisa!’’ eu pensei, mas não tinha.

  Resolvi analisar a área melhor, era uma espécie de campina. Mas não era bonita, parece que foi devastada por algum tipo de queimada. Olhei para o chão e só via cinzas, peguei um pouco para cheirar, saber mais sobre a queimada.

   Estremeci quando senti o cheiro do Alec nela. Não podia ser. Ele não podia ter sido morto! As peças se juntaram como um quebra-cabeça. Heidi também não iria voltar, podia sentir levemente seu cheiro nessa terra amaldiçoada.

   Estava desesperada. Minha sede estava falando mais alto então decidi fazer uma carnificina na cidade. Mostrar quanto sou poderosa á todos aqueles humanos e beber o sangue de cada um deles.Mas desisti quando pensei que essa não seria uma vingança, só uma satisfação.

   Tiraram meu chão, levaram mais que um parente... Minha vingança teria que ser feita com quem havia matado meu irmão.Os Cullen vão pagar caro por isso!

 

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Queria agradecer aos meus leitoores queriidos pelos seus reviews passados e suas cobranças xD

 

Bem, espero que tenham gostado..Por favor não me matem !

 


 

 


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Notas finais do capítulo

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