Acorrentados escrita por Arwen


Capítulo 10
Ataque


Notas iniciais do capítulo

Odeio comentar antes do início do capítulo, mas queria dizer que o nível de complexidade da fic é exatamente o mesmo do anime. Quem viu o anime, com certeza vai entender a fic. Eu já revisei ela toda várias vezes, e não tem nenhum furo. Como o anime, talvez você precise ler várias vezes para entender, mas não é impossível. Não recebi nenhum comentário reclamando sobre a história estar muito difícil nem nada, mas eu sei que tem pessoas confusas, até porque o anime em si é confuso, e a fic baseada nele não poderia ser diferente. Talvez o fato de eu mudar de narrador várias vezes sem avisar esteja enrolando a cabeça de vcs. O narrador padrão é o Raito, mas vou tentar deixar mais claro quem é o narrador a partir de hoje. Não gosto de avisar quem é o narrador antes do capítulo começar, porque perde o impacto que eu quero causar.
O final da fic já está bolado, e ele vai explicar tudo o que falta. No caso deste capítulo, algumas coisas vocês só vão entender quando eu lançar o próximo.
Boa leitura (:



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Acordei em um belo dia de 30 de outubro. Os raios de sol atravessavam a janela e iluminavam as cortinas brancas. O céu estava azul e limpo, como uma pedra recém-lapidada. Levantei-me em um salto, e fui até o banheiro para meus hábitos matinais.

Dei uma rápida olhada no relógio, apenas para comprovar meu impecável horário biológico – 6 horas em ponto, como sempre.

Agarrei os óculos de cima do lavabo e ostentei-os em meus olhos. Em um dia comum, eu me dirigiria para a promotoria de justiça assim que tomasse meu pontual café da manhã. Mas, desde que deus me escolhera, meus dias não eram mais tão robóticos e opressivos.

Já fazia dois dias desde que um envelope de cor marfim chegara para mim do correio. Depois de tantas vezes comparecer a programas e manifestações benéficas ao Kira, finalmente deus me notou e enviou-me o caderno assassino. Era tudo o que um promotor vivente da justiça precisava.

Ontem passei a noite julgando criminosos que precisavam ser... deletados.

Agora eu tinha o poder do julgamento divino. Deus quer que eu julgue os criminosos por ele, para que no futuro nós possamos viver em um mundo de esplendor. Ele me escolheu para ser conivente com seu reino. E hoje é um dia especial, pois eliminarei alguém que está em seu caminho, e que também possui um caderno assassino.

Dirigi-me à cozinha, preparei torradas e um copo de café. Enquanto comia, observei os horários da academia de hoje à noite. Aparentemente, mais ninguém utilizava a academia às 21h em plena sexta feira além de mim.

Coloquei o paletó e arrumei uma gravata qualquer. Peguei minha maleta e dirigi-me porta a fora. Uma frente fria cobria o Japão desde a semana anterior, mas não havia nada com a qual eu devesse me preocupar.

Adentrei a Rua Oncato, direto para o prédio comercial Shinjuko. Era um dos sistemas de segurança mais sofisticados existentes na região central de Kanto.

Caminhei até a recepcionista; Loira, corpulenta e com olhos castanhos. Perguntou o meu nome com um terrível sotaque francês. Fiz questão de ver o dela; “Jolie Dubóis” flutuando acima de sua cabeça.

– Mikami Teru – respondi, observando-a revirar seus registros.

Percebi detectores de metais escondidos por trás de seu balcão.

Depois de procurar entre vários papéis, me pediu para aguardar um momento. Pegou o telefone e discou três números.

– Poderia me dar a sua ficha, por favor?

Abri minha maleta e estendi a papelada para ela. Total de cinco folhas. Ela leu atentamente meu perfil, e perguntou se eu tinha uma norma de confidencialidade, já que eu era promotor da área criminal. Respondi que sim.

– Aguarde um momento, por favor – ela disse, apontando gentilmente para os sofás da recepção com a cabeça. Caminhei até eles e me sentei.

Não tive que esperar muito tempo para ter a autorização concedida. Caminhei até o elevador mais próximo, e este estava no 22° andar.

E eu tinha certeza de que havia alguém me seguindo.

Virei-me subitamente, com os braços curvados a frente de meu tronco, em uma típica posição de defesa, e me deparei com a criatura mais estranha que já vi.

Cabelos revoltos, blusa branca, jeans e tênis surrado. O mais estranho nele nem eram seus olhos horripilantes ou sua postura curvada, e sim o fato de estar abraçado a um pote de geleia e com os dedos enfiados na boca.

– Ah, desculpe, assustei você – Ele recuou um passo para trás, e pude ver as letras que flutuavam acima de sua cabeça.

Tampouco havia sinal de seu tempo de vida restante. Era ele!

Não deixei de notar que ele também olhava para cima de minha cabeça, com um sorriso intrigante nos lábios, e o dedo indicador suspenso entre eles.

Agora ambos sabiam seus nomes, e ambos tinham o caderno assassino.

Ele entrou no elevador e apertou o botão do 13° andar. O mesmo andar que deus me induziu para ir. Depois de alguns instantes, ele recolocou os dedos na boca e pendeu a cabeça para o lado, com um olhar curioso:

– O senhor não vai entrar? – perguntou.

– Ah... Sim, desculpe.

O elevador parou no 5° andar. Sai calmamente e me dirigi para o corredor. Assim que estivesse sozinho, estaria livre para por um fim nele.

– Hmm, engraçado, tenho coisas a fazer neste andar também – Beyond saltou do elevador, mergulhou as mãos nos bolsos e saiu arrastando os pés.

Era evidente que ele desconfiava de mim. Estaria me observando a partir de agora, mas ele não tinha nada em mãos a não ser um pote de geleia; Pobre garoto, estava completamente desprevenido.

Caminhei descaradamente através do saguão do 5° andar. Ele estava relativamente vazio, salvo algumas pessoas que estavam na fila do elevador. Eu tinha que encontrar algum lugar totalmente remoto onde fosse seguro puxar o caderno assassino da maleta e matar o meliante. Seria fácil, ele não tinha como se defender.

Eu ouvia passos arrastados atrás de mim. Decidi correr, e ele correu também. E ele era rápido, bem mais rápido que eu.

Senti sua mão fria agarrar meu braço esquerdo. Virei-me e acertei um chute preciso em seu abdômen. Ele puxou minha perna direita enquanto caia, me levando junto.

Ele saltou para cima de mim, agarrando meu pescoço e atacando a jugular. Seus métodos de luta eram a de um assassino treinado, atacando sempre os pontos frágeis, e tentando esmagá-los com uma força totalmente desproporcional à sua aparência. Ele atacava para matar.

Assim que consegui afastá-lo de meu pescoço, coloquei todos os meus anos de autodefesa em prática e prendi seu pescoço entre minhas pernas. Ele era forte, não ficaria ali agonizando por muito tempo, então recorri ao método mais prático.

Puxei minha maleta e ostentei o caderno assassino de dentro dela. Peguei a caneta e pus-me a escrever seu nome. Ao perceber meu movimento, ele pendeu as pernas para trás, em uma cambalhota, e prendeu meus braços junto ao corpo enquanto chutava o caderno para longe. Ele correu para pegá-lo, e agarrei sua perna antes que conseguisse. Ele não era habilidoso para lutar, mas era inteligente em seus golpes.

Nós parecíamos dois famintos atrás do último pedaço de pão. Ele queria o caderno tanto quanto eu; Mesmo eu não sendo tão inteligente nos golpes, minha força era muito maior que a dele. Acabei por chutá-lo para longe, e ele deslizou pelo linóleo. Arrastei-me para o caderno e empunhei a caneta, enquanto ele corria em minha direção.

– Deletar! – gritei, anunciando o fim do bastardo Beyond Birthday.



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Notas finais do capítulo

Vocês devem estar se perguntando "Mas então porque raios Beyond Birthday deu o endereço de onde ele estava pro Raito sabendo que ia acabar morrendo?"
Bom, BB nunca faria isso nas mãos dos autores, então na minha fic ele também não faria. Lembrando que eu tento ao máximo manter a personalidade original dos personagens.
No próximo capítulo vocês vão saber o que realmente aconteceu. *risada maligna*