O Vírus Misterioso escrita por Tokii


Capítulo 2
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/284865/chapter/2

Meu nome é Peter, eu tenho dezenove anos e eu sou da cidade de Goldenrod, a maior cidade de Johto. Não, eu não vou começar uma jornada pokémon, porque sabe, há pokémons zumbis lá fora e daí fica complicado. Mas cara, como eu gostaria de começar minha própria jornada.

Desde que o surto do Vírus Misterioso começou há mais ou menos três anos, os pokémons infectados invadiram a cidade e para a segurança geral, todos foram movidos para a Torre de Rádio, onde foi feito um abrigo improvisado. Moro nesse abrigo desde então, mas não é de todo ruim. Foi aqui que eu conheci minha melhor amiga, Karen, uma garota de dezessete anos que, assim como eu, também quer mais que tudo começar sua jornada pokémon.

Mas enfim, todos da cidade estão concetrados aqui na Torre de Rádio, onde racionamos comida e água, mas mesmo assim de vez em quando somos obrigados a deixar a torre e ir atrás de mais comida e água, então vivemos sempre com medo. Para mantêr a ordem, duas pessoas foram eleitas como moderadores do abrigo: a líder de ginásio, Whitney; o renomado pesquisador e criador do sistema de PCs, Bill.

Todos os dias costumam ser iguais nesse mundo pokémon pós-apocaliptico, todos os dias eu e Karen sentamos juntos e lemos livros velhos que contam história de treinadores pokémon incríveis e lendas envolvendo os pokémons. Mas aquele dia em especial, todos estavam eufóricos, pois Bill e Whitney haviam chamado todos do abrigo para uma reunião de emergência no térreo ao final da tarde, mas não havia explicação do porquê. Eu e Karen tínhamos algumas teorias, mas elas não valem a pena ser comentadas. Estavamos todos no térreo, muito apreensivos, quando Bill e Whitney pararam de pé na frente de todos, pediram por silêncio e Bill começou a falar:

– Recebemos esta manhã uma transmissão de rádio vinda de Kanto. Parece que o Professor Carvalho precisa saber como andam as pesquisas do Professor Elm quanto ao Vírus Misterioso. – Finalizou ele.

– Mas nós estamos sem contato com a cidade de New Bark há meses e não há previsão de que conseguiremos contato tão cedo. – Complementou Whitney. – É por isso que precisamos montar uma equipe que vá até New Bark e colete informações sobre a pesquisa do Professor Elm para que possamos transmitir a mensagem à Kanto. – Concluiu.

A esse ponto todos ali presentes já começaram a discutir e comentar sobre a situação. "Quem seria louco de fazer isso? É suicídio!", alguém comentou. "Por que você não vai, Whitney? Você já foi líder de ginásio!", outro reclamou.

– Entendam, eu iria se pudesse! – Whitney responde às críticas. – Mas eu não posso deixar a Torre de Rádio, tenho deveres aqui que devo cumprir e gostaria que entendessem. Não precisamos de uma equipe grande, duas pessoas já é o suficiente.

Eu e Karen nos olhamos e nosso pensamento era mútuo naquele momento. Enquanto todos conversavam e faziam uma barulheira, nós levantamos a mão e eu disse, mesmo com vergonha da situação, com a voz mais séria que consegui fazer:

– Nós topamos.

Todos pararam de falar e nos olharam, provavelmente indignidos, ou talvez achassem engraçado, já que eramos apenas crianças. Mas nós estavamos falando sério. Sempre foi nosso sonho começar uma Jornada Pokémon, mesmo que fosse apenas para ir até New Bark e voltar.

– Me desculpem, mas vocês são apenas crianças. – Disse Bill, que me parecia desapontado em dar aquela resposta. – Vou precisar da permissão dos seus pais se estiverem mesmo dispostos a fazer isso.

Karen baixou a cabeça e eu tive que dizer, meio constragido com a situação, ali, para todos, que o meu o pai e a mãe dela haviam morrido durante o surto dos pokémons infectados, antes de cidade se estruturar na Torre de Rádio. É uma história que eu talvez conte alguma outra hora.

– Bom, nesse caso... – Bill parecia confuso com as palavras. – Eu não sei o fazer. Não seria prudente mandar duas crianças até New Bark nessas situações...

– Nós não somos mais crianças! – Gritou Karen, assustando a todos, inclusive a mim. – Eu faço dezoito anos em quatro meses e o Peter já tem dezenove! Minha mãe morreu tentando me salvar e desde então eu quero poder salvar a todos e essa é minha oportunidade! Então por favor, nos deixe ir...

Bom, foi um belo discurso, mas não sei se convenceria os juízes. Bill e Whitney olhavam desconfiados para nós e as pessoas no térreo não faziam um barulho sequer. Eu estava vermelho feito Charmander, por chamar tanta atenção. Bill e Whitney viraram as costas para nós e começaram a cochichar algo. Ficaram cerca de um minuto conversando e se viraram para nós novamente.

– Eu e Bill precisamos discutir sobre a situação. Quando tivermos chego a uma conclusão sobre a situação de vocês, avisaremos. – Falou Whitney. – Bom gente, por hoje é isso. Caso não haja mais voluntários, estão dispensados.

Aos poucos todos saíram da sala térreo, inclusive Bill e Whitney, que foram discutir a situação em particular e só ficamos eu e Karen na sala, que vazia e durante a noite, sem luz e com apenas algumas velas iluminando o local, era meio assustadora. Não ajudava pensar que a qualquer momento um pokémon zumbi furioso podia detonar a porta, entrar ali e matar a todos nós. Mas enfim, comecei a falar.

– Puxa, você foi bem corajosa quando disse aquilo na frente de todos. – Tentei quebrar o clima pesado. – Você geralmente é tão tímida e reservada, mais do que eu.

– Não enche. – Ela respondeu, fazendo biquinho.

– Olha, não tem problema se não pudermos fazer isso, nós...

– Tem problema sim, Peter! – Ela me interrompeu. – Eu não aguento mais ficar nesse lugar, onde todo dia é a mesma coisa. Onde eu não consigo esquecer da minha mãe... – Eu pensei que ela fosse chorar. – Mas eu não posso sair sozinha, por isso eu quero que você vá comigo e essa pode ser nossa única chance.

Eu fiquei meio encabulado, mas sabia o que dizer.

– Bom, já que é tão importante pra você, eu vou conversar com o Bill. – Disse, com um sorriso constrangido no rosto.

– Obrigada...

Subi até o quinto andar do prédio, onde Bill e Whitney estavam e eles me viram chegar. Pediram que eu entrasse e que chamasse Karen para vir comigo. Eles pareciam sérios e sobre a luz de velas, até assustadores. De novo, outro pokémon zumbi podia entrar voando pela janela e matar a todos nós, então isso não era novidade. As noites sempre eram difícies. Mas então, Whitney começou a falar.

– Eu e Bill discutimos muito sobre a situação de vocês e decidimos que vocês podem ir, afinal New Bark não é tão longe e vocês já não são mais crianças, como apontou Karen. – Whitney olhou para ela, que ficou envergonhada.

– Eu tenho aqui comigo dois pokémons que são resistentes ao vírus misterioso. – Ele tirou duas pokébolas, meio sujas, de uma mala. – Eu ia usá-los para pesquisas sobre o vírus, antes da cidade ser atacada, mas não tive oportunidade. Vou dá-los à vocês para que possam se protejer nessa joranda. – Concluiu.

– Mas não se exaltem. – Completou Whitney. – Os pokémons infectados pelo vírus misterioso são muito mais poderosos que os comuns, se não tomarem cuidado, seus pokémons podem vir a sofrer feridas letais.

– Além desses pokémons, irei dar à vocês cinco pokébolas, caso encontrem pokémons que sobreviveram ao surto durante sua joranda. Mas é impossível capturar mais de seis pokémons atualmente. Como sabem, os servidores dos PCs estão sem energia para funcionar e as pokébolas não funcionarão depois de seis pokémons. É triste, mas não há nada que se pode fazer. – Terminou.

Era difícil esconder a animação, apesar de tudo, estavamos indo para uma jornada pokémon! Bill deve ter percebido nossa animação quando nos entregou as pokébolas, pois ele sorriu com o canto da boca e então disse:

– Peter, dentro dessa pokébola há um Pikachu. E Karen, dentro dessa há um Eevee. – Bill sorriu. – Sabe, vocês me lembram de dois treinadores que conheci há vinte anos, coincidentemente, eles também tinham um Pikachu e um Eevee. Eles foram capazes de grandes feitos, mesmo tendo idade menor que a de vocês na época. Posso sentir que vocês também farão coisas grandiosas!

– Bom, sem mais falação. – Interrompeu Whitney. – Vocês partem amanhã pela manhã, assim que o Sol nascer. Então estejam prontos!

– P-pode deixar, Sra. Whitney. – Disse Karen, meio encabulada.

– Ora! Não me chame de senhora, eu não sou tão velha assim! – Resmungou Whitney.

Nos despedimos de Bill e Whitney e fomos para o nossos dormitórios, que infelizmente ficavam em andares diferentes da Torre de Rádio. Eu e Karen nos despedimos quando descemos as escadas.

– Então, nos vemos amanhã! – Disse, animado.

– Logo pela manhã, assim que o Sol nascer! – Respondeu ela, também bem animada.

Fomos cada um para uma direção e eu não sei quanto a Karen, mas eu não consegui dormir nada aquela noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Vírus Misterioso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.