Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pessoal, tive alguns problemas e não consegui postar no final de semana como pretendia, mas aí está o capítulo. Queria também agradecer a Lucia Wisniewski pela linda recomendação que fez para a fic, obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/284861/chapter/27

Nós dois nos encaminhamos para a sala, a mesma que eu espiara quando chegara em casa, ambos em um silêncio absoluto e apenas depois de fechar a porta, mesmo que estivéssemos sozinhos na casa, que Tom se virou na minha direção.

- Eu não sei o que você ouviu, mas posso lhe garantir, não é o que está parecendo.

- Para o inferno com tudo, é exatamente o que está parecendo. – Eu soltei  irritada. – Eu não acredito e não admito que tenha mentido para mim, Tom, você me prometeu que pararia com isso se nos mudássemos para a Albânia, prometeu que deixaria toda essa loucura para trás.

- Você não entende? Isso não é uma loucura Mirach, eu estou prestes a me tornar o maior bruxo que a história já conheceu, maior até do que os quatro fundadores, não foi exatamente o que sempre desejamos?

- Não dessa maneira! Acabando com a vida de pessoas inocentes para ser conhecida através do ódio? Ser respeitada apenas por que as pessoas têm medo de mim? Não, Tom, assim eu não quero.

- Você realmente não consegue compreender a grandiosidade do que estou fazendo, às vezes até me perguntou como conseguiu parar na Sonserina, pois aparentemente você não tem o sangue frio necessário para alcançar seus objetivos.

- Aparentemente você tem o bastante para nós dois, não é mesmo?

- Eu sou o herdeiro de Salazar Slytherin, como esperava que eu fosse minha querida? – Ele me perguntou sarcasticamente. – Independente da sua vontade isso é algo que você jamais poderá mudar.

- E o que você ganhará com isso no final das contas? O mundo bruxo inteiro atrás de você pronto para lhe jogar em uma cela em Azkaban, preso para sempre por conta dos seus crimes? Você já matou pessoas até de mais, Tom, é hora de parar antes que você esteja tão envolvido com isso que não seja mais capaz de voltar atrás.

- Eu não vou voltar atrás porque não terei do que me arrepender.

- Nós temos uma família Tom, isso já não é o bastante para você? – Perguntei ignorando o seu comentário anterior e tentando mudar a minha estratégia. – Se continuar estará trilhando um caminho que não poderemos seguir, quer mesmo que a nossa filha cresça longe do pai assim como aconteceu com você? Quer que ela cresça tendo que esconder do mundo de quem ela é filha?

Ele ignorou as minhas perguntas e permaneceu em silêncio, mas eu continuei, talvez apenas talvez ainda pudesse dar certo.

- Não é preciso ser um bruxo das trevas para que seu nome seja lembrado pela história, basta apenas ser você mesmo ao em vez de um lunático com ideias obsoletas de como o mundo bruxo deveria ser, você é melhor do que isso Tom.

- Já chega Mirach, eu permiti isso por tempo de mais, não me chamará mais de Tom, me recuso a continuar usando o nome ridículo do meu pai trouxa que me abandonou como você fez o favor de lembrar, de agora em diante e para sempre eu sou Lord Voldemort e o mundo ainda aprenderá a respeitar e temer o meu nome!

- Voltamos a isso agora? – Perguntei sentindo o escapar cada vez mais por entre meus dedos. – Quando irá aprender que um nome não muda nada, que não importa da onde você vem e sim quem você é de verdade.

- Você é idealista de mais Mirach e está se tornando uma tola por conta disso, nós dois sabemos que na prática as coisas não funcionam dessa maneira e além do mais tudo que quero fazer é um favor ao mundo bruxo, me livrar dessa escória que suja nosso sangue e nos obriga a viver na clandestinidade.

- Não seja estúpido e não tente me enganar outra vez, tudo que você quer é poder! Mesmo que isso fosse uma coisa boa para a comunidade bruxa, coisa que não é, não seria esse o motivo que o levaria a praticar essa “boa ação” e sim a sua sede por poder. – Eu gritei finalmente perdendo o controle. – Dez anos atrás me prometeu que pararia com isso e mentiu para mim, passou todos esses anos armando pelas minhas costas, e você sabe melhor do que qualquer pessoa o quando eu detesto ser feita de boba. Eu nem mais sou capaz de reconhecê-lo, você mudou muito nesses últimos anos, se tornou mais louco a cada dia! Você não é mais o Tom Riddle com quem me casei e formei minha família.

- Seu desejo por uma família feliz é comovente, mas sinto lhe informar que ele não combina nem um pouco com você minha querida, afinal você e eu somos iguais, sempre fomos e sempre seremos, ambos buscamos a grandeza e o caminho para provarmos que somos superiores aos outros.

- A diferença é que eu não faço isso da maneira como você vem fazendo Tom. – Eu retruquei e vi uma careta se formar em seu rosto por eu continuar a usar o seu nome.

- Eu já lhe disse que faço isso apenas para o bem da comunidade bruxa, mas parece que como sempre você não irá me apoiar, pelo contrário, estará mais uma vez contra mim.

- COMO É? Que moral você tem para dizer isso? Fui eu que guardei todos os seus segredos obscuros ao longo de todos esses anos, eu sabia que você fora o responsável pela abertura da Câmara e pela morte daquela garota, não o Hagrid, eu sempre soube do seu interesse pelas artes das trevas e pelas horcruxes, ou já se esqueceu que eu estava lá quando você perguntou sobre elas para Slughorn?  Eu sabia que você matara seu pai e seus avós sendo seu tio completamente inocente desse crime.

A verdade, por mais que me doesse admitir, era que embora eu soubesse sempre tentei esquecer  porque eu gostava dele, era apenas com ele que eu me sentia especial, me tornei propositalmente cega a seus atos e ao fato de que mesmo tendo tentado mudá-lo de todas as maneiras ele permanecia sempre igual.

- Calada!

- Agora você diz isso, não é? Você passa de um hipócrita Tom Servolo Riddle, um garoto que passou a infância dentro de um orfanato trouxa, um garoto cuja tal família descendente de Salazar da qual você tanto se orgulha mal tinha dinheiro para se alimentar, isso sem contar o fato de que você não passa de...

- Não ouse terminar essa frase Mirach Prewet, ou eu lhe juro que não responderei pelos meus atos!

- Você não passa do filho bastardo de uma bruxa que precisou de uma poção do amor para conquistar o seu pai que vale lembra era um trouxa e você sabe tão bem quanto eu o que isso o torna. VOCÊ É UM MESTIÇO! E nada, nada do que você fizer poderá algum dia mudar isso.

- Mirach eu estou avisando. – Ele falou extremamente irritado, mas eu estava pouco ligando, agora que começara ele iria me escutar até o fim.

- Você tem talento, deve admitir, um talento como eu nunca vi, mas você escolheu usá-lo para fazer o mal e isso eu não vou aceitar, porque eu não me casei com Voldemort ou tive uma filha com ele, não eu fiz isso com Tom Riddle, e encarando friamente agora, começo a ter sérias duvidas se ele em algum momento gostou de mim ou se apenas me usou para alcançar seus objetivos. – Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas continuei a falar antes que ele tivesse essa chance. – Você não passa de um garoto mimado que se acha melhor do que os outros sem o ser de verdade, alguém que prega uma verdade da qual nem mesmo faz parte. Então vê se enfia nessa sua cabeça superdotada de uma vez que você é e sempre será um mestiço. – Falei entre dentes, nossos olhares não se desgrudando nem mesmo por um momento. – Se continuar assim acabara por perder tudo.

- Avada Kedavra. – Ele gritou se descontrolando e vi o jato verde partir em minha direção, apesar de tudo eu ainda alimentava a esperança de que não chegaríamos a esse ponto.

- Eu fui a única pessoa capaz de te amar Tom.

Eu vi o arrependimento surgir em seus olhos, mas já era tarde, com o resto de dignidade que me restava encarei a luz verde com os olhos aberto esperando pelo meu fim, afinal ninguém sobrevive a uma maldição da morte.

POV Tom Riddle/Voldemort

- Eu fui a única pessoa capaz de te amar Tom.

Suas palavras me atingiram como se fossem um feitiço tão ruim quanto à maldição da morte que eu lançara sobre ela, mesmo que tivesse me arrependido um segundo depois de proferir as palavras, mas elas não doeram tanto em mim quanto ver o seu corpo ser atingido e tombar no chão. Eu corri para perto dela, para perto da minha Mirach, mas o sopro da vida já a havia abandonado.

- Eu sinto muito. – Murmurei me sentando ao seu lado e apoiando sua cabeça em meu colo.

Os cabelos castanhos formavam um leque ao redor do seu rosto e os olhos cinza, da mesma cor que o céu em um dia de tempestade, permaneciam abertos naquela mesma expressão de desafio que eles ostentaram durante todos os anos que eu a conhecera. Os mesmos olhos que tinham um brilho próprio e um mistério, os olhos que me encantaram desde o primeiro momento em que os vi ainda no expresso de Hogwarts, estavam agora apagados como o espírito da própria dona. Senti uma única e solitária lágrima escorrer pelo meu rosto, mesmo que eu não me lembrasse de alguma vez ter chorado, mas não me importava com isso agora.

Com cuidado a deitei novamente no chão e fui até o armário onde guardara o diadema que eu finalmente encontrara naquela tarde, depois de anos de longa procura, nem mesmo houvera tempo para que ela o visse, embora eu soubesse que ela jamais imaginaria o que eu realmente pretendia fazer com o objeto, afinal ela nunca descobrira que eu já começara a confeccionar minhas horcrux. Mas eu sabia que apenas uma morte poderia preencher aquele objeto tão belo e delicado e guardar com sigo um pedaço da minha alma, para que a morte jamais me levasse da maneira como a levou. A morte dela, de Mirach Prewet Riddle, a única pessoa que eu já amara em toda a minha vida.

Realmente tudo havia começado por puro interesse na posição de sua família, mas conforme me aproximava dela sentia que cada vez mais estava sendo atraído por aquela personalidade única, com o tempo me vi aprendendo a amá-la e que irônica cruel que ela tenha perdido sua vida pelas minhas próprias mãos.

Só fui me lembrar da menina muito tempo depois de completar o feitiço, mas apesar de todas as minhas buscas não fui capaz de encontrar Liandan em lugar algum da casa e provavelmente foi melhor assim, jamais quis ter filhos e não seria capaz de cuidar de uma criança, não era compatível com quem eu era. Na verdade tudo que eu queria era provar para Mirach que meu plano daria certo quer ela acreditasse nisso ou não. Provar a ela que eu me tornaria o maior bruxo de todos os tempos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que não estejam querendo me matar, mas sempre imaginei o final dessa maneira até porque queria me manter o mais fiel possível a história original e como todos sabemos Voldemort não tem nenhuma esposa ou sequer alguém que goste.
Mesmo se quiserem me matar, vou lembrar que esse ainda não é o final, há o epilogo que preenchera alguns pontos soltos e espero realmente que vocês o leiam, tentarei postá-lo ainda hoje, mas não sei se vou conseguir.