Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 14
Capítulo 14




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/284861/chapter/14

Para minha completa felicidade, por favor, percebam a ironia nessa frase, as férias chegaram e fui obrigada a voltar para casa principalmente devido ao casamento do meu irmão que aconteceria nesse período.

Quanto a Hogwarts, bem não tivemos mais problemas por lá embora eu tenha tido que suportar Tom reclamando por semanas que Dumbledore atrapalhara seus planos ao ficar de olho nele, mas para a minha sorte ele não fez nenhuma ligação desse fato a minha pessoa o que provavelmente explica porque ainda estou viva. Também devo comentar que prestamos os nossos NOMs e embora o resultado ainda não tenha chegado eu sei que me sai bem em todos os exames que realizei. Não que minha família, com exceção obvia de Othy, tenha achado isso um feito digno de honra, e afinal como eu poderia competir com o casamento do filho perfeito?

Irei confessar também que minha mãe está me deixando maluca, por conta desse maldito casamento e mal pude acreditar quando pela amanhã dei graças a Merlin por o dia ter finalmente chegado.  Mais alguns dias e acredito que nem mesmo Ink seria capaz de suportar as neuroses e os ataques dela, vale lembrar que ele vive para isso.

- Mirach, os convidados chegarão em alguns minutos. Saia desse quarto agora!

- Eu adoraria fazer isso mamãe, mas é humanamente impossível fechar, sozinha, esse vestido que a senhora desenhou.

- Eu não tenho tempo para isso! – Ela esbravejou. – Ink vá ajudá-la!

Prendi o riso que ameaçava escapar dos meus lábios quando um Ink esbaforido apareceu no meu quarto me encontrando sentada na cama com a maquiagem feita, os cabelos castanhos escuros presos e um coque, o vestido azul perfeitamente abotoado e um livro em minhas mãos.

- Ink pensou que a senhorita... – Coloquei meu dedo na frente do lábio indicando silêncio e ele imediatamente parou de falar.

- Precisa de uma folga da minha mãe ou daqui a pouco estará tentando se suicidar e eu sinceramente não desejo perder um dos poucos amigos que possuo. – Eu expliquei calmamente. – Só Merlin sabe o que você teve que suportar enquanto eu estive fora.

- Obrigado Mirach. – Ele comentou sentando na minha cadeira.

Eu sorria por dentro, foram precisos anos para convencê-lo de que possuía liberdade suficiente comigo e mais tempo ainda para que abandonasse o “senhorita” e me chamasse por meu nome, pelo menos quando estávamos a sós.

- Infelizmente não temos muito tempo antes de ela começar a nos procurar outra vez. – Murmurei suspirando, por mais que desejasse não tinha mais como evitar.

- Veja pelo lado positivo, sua amiga e seu namorado em breve estarão aqui. – Ele comentou ajeitando meu cabelo delicadamente. – Não ficará sozinha.

- Você tem razão. – Concordei dando um beijo no topo da sua cabeça, ato considerado repulsivo para quase a totalidade dos bruxos que conheço. – Eu consegui um presente para Liandan em Hogsmeade, iremos vê-la em dois dias, certo?

- Eu não perderia isso por nada. – Ele disse com um sorriso, nós dois adorávamos o meu aniversário porque era o dia em que escapávamos para vê-la.

E com esse comentário meu amigo desaparatou e sem nenhuma outra escolha me encaminhei para o quintal onde me sentei em uma cadeira ao lado de Othy, o único da família que se mostrava tão interessado quanto eu, ou seja, nada. Ficamos conversando sobre banalidades até o primeiro grupo de convidados aparecer e nós sermos literalmente obrigados a recebê-los e acomodá-los.

- Lembre-me de nunca me casar e deixar a mamãe controlar e organizar a festa. – Resmunguei quando depois de um longo tempo, consegui sentar novamente.

- Digo o mesmo. – Meu irmão murmurou se jogando ao meu lado.

A verdade é que depois de receber mais de mil bruxos qualquer um estaria exausto e olha que apenas metade desse número fazia parte da lista de convidados dos noivos. Por sorte Tom guardara os nossos lugares ou creio que mesmo sendo irmãos do noivo terminaríamos sem lugar para assistir a cerimônia.

- Eu achei que ela fez um ótimo trabalho. – Tom comentou com um de seus característicos sorrisos sarcásticos.

- Isso porque não foi você o responsável para recepcionar essa gente toda. – Eu murmurei rapidamente em resposta, pois meu irmão estava subindo no altar e se minha mãe me visse conversando nesse momento tão importante eu seria uma garota morta.

Agora eu não sei se era porque eu estava entediada ou se o padre era realmente lerdo, mas posso garantir que para mim aquela cerimônia durou uma eternidade, mas sou obrigada a admitir que quando a festa começou até consegui me divertir um pouco.  Claro que primeiramente tivemos que falar com Ignatio e com a nova integrante da família que se debulhava em lágrimas, eu a entendia, se casasse com o meu irmão também estaria chorando.

- Gostaria de dançar? – Tom perguntou quando nos afastamos.

- O senhor quer mesmo dançar comigo? – Perguntei de maneira brincalhona, lembrando-o de nosso primeiro baile.

Tom se limitou a revirar os olhos e me puxar para a pista, onde dançamos duas músicas até eu localizar Eillen me implorando com o olhar para que a salvasse.

- Preciso falar com Eillen. – Avisei já me soltando dele e caminhando na direção dela.

Não que Tom tenha se importado, a verdade, eu sabia muito bem, era que ele estava louco para estabelecer “contatos” importantes.

- Senhor e senhora Prince, sou Mirach Prewet, creio que Eillen já tenha falado de mim para os senhores. – Falei formalmente ativando uma de minhas máscaras.

- Com certeza que sim, me sinto honrada de finalmente conhecê-la. – A senhora Prince me respondeu, mas era claro que fazia isso apenas por educação. – O casamento do seu irmão foi realmente espetacular.

- Minha mãe certamente apreciará o elogio, senhora Prince. – Eu comentei com um sorriso inocente. – Mas por que os senhores não aproveitam a festa? Eu lhes dou a minha palavra de que não deixarei Eillen sozinha nem por um minuto.

Como para todos os efeitos Eillen era uma jovem solteira devia permanecer sempre na presença de um acompanhante como dizia a norma da nossa sociedade.

- Que gentileza a sua querida. – Ela falou se levantando rapidamente assim como fez o marido, provavelmente para não me darem tempo de mudar de ideia.

Sentei-me ao lado de minha amiga e esperei os pais dela se afastarem bastante para finalmente permitir que o meu riso surgisse.

- Mirach eu lhe serei eternamente grata. – Ela falou me abraçando tão forte que quase sufoquei. – Não sei se conseguiria aguentar mais um minuto ao lado deles.

- Embora eu não tenha muita experiência nesse assunto acredito que seja isso que os amigos fazem, não é?

- Sim, Mira, é isso que os amigos fazem, mas estou me sentindo uma péssima amiga por tê-la obrigado a se afastar do seu príncipe encantado.

- Tom? – Perguntei descrente e ela se limitou a revirar os olhos. – Você fez um favor a ele. Estava doido para fazer alguns bons contatos, afinal você sabe como ele é.

Nós duas passamos o resto da festa conversando, com exceção do momento em que tivemos que esconder Othy embaixo da nossa mesa para nossas parentas pararem de obrigá-lo a dançar com todas as garotas puro sangue presentes, o que não eram poucas. Por um lado eu fiquei com pena do meu irmão, mas por outra queria tirar uma foto para poder rir desse momento depois.

Quando depois de horas vi o último convidado partir corri para meu quarto e me joguei na cama, mas meu momento de privacidade durou pouco, pois Ink entrou no meu trazendo um envelope nas mãos.

- Isso chegou hoje à tarde, achei que gostaria de ver. – Ele falou me estendendo a carta.

Minha mão tremia ligeiramente enquanto segurava o envelope por mais que odiasse admitir estava apreensiva em relação às notas dos NOMs, visto que estas literalmente decidiriam o meu futuro. Acredito que é compreensível que desejasse abrir o envelope rapidamente e creio que teria feito isso se uma criaturinha chamada Othy não tivesse entrado a toda velocidade quase me derrubando.

- Vi a carta de Hogwarts na minha mesa e vim correndo para saber como você foi.

- Eu ainda não abri.

- E o que está esperando?

- Você calar a boca. – Retruquei irritada.

- Desculpe-me.

Finalmente rompi o lacre e ignorando a lista de materiais puxei minhas notas para fora.

RESULTADO NOS NIVÉIS ODINÁRIOS EM MAGIA

Notas de aprovação:                                              Notas de reprovação:

Ótimo (O)                                                               Péssimo (P)

Excede Expectativas (E)                                         Deplorável (D)

Aceitável (A)                                                           Trasgo (T)

RESULTADOS OBTIDOS POR MIRACH PREWET

Astronomia                                                             O

Aritimancia                                                              O

Defesa contra as Artes das Trevas                             O

Feitiços                                                                  O

Herbologia                                                              O

História da Magia                                                     O

Poções                                                                   O

Runas Antigas                                                         O

Transfiguração                                                        O

Trato das Criaturas Mágicas                                      O

- Mira, fala alguma coisa.

- Veja você mesmo. – Falei estendendo o papel para ele, aquilo era muito melhor do que qualquer coisa que podia esperar.

- Mirach Prewet, você conseguiu ótimo em todos os seus NOMs, eu achei que isso era humanamente impossível.

- Aparentemente não é e eu tenho quase certeza de que não fui a única a obter um resultado como esse.

- É verdade, seu namorado provavelmente também conseguiu porque vocês dois são estranhos. Mas você continua sendo meu ídolo, irmãzinha. – Ele falou com um sorriso de orelha a orelha. – É preciso ser um verdadeiro gênio para conseguir isso.

- Só um pequeno comentário Othy, eu sou mais velha que você.

- Ink sabia que conseguiria. A senhorita sempre foi muito inteligente e merece isso mais do que qualquer outro.

- Ele está certo, depois de tudo que você teve que passar essas notas são o mínimo que você poderia esperar em troca.

Eu realmente não costumo ser uma pessoa emotiva, mas abracei os dois fortemente, era verdade que eu não tinha uma família que me amasse e me apoiasse, mas aqueles dois eram o bastante para mim e eu não os trocaria nem mesmo por todo o ouro do mundo.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Na noite seguinte Ink foi até o meu quarto depois de todos terem dormido e juntos aparatamos para a casa trouxa onde minha irmã agora morava sem saber da nossa existência, mas nós nos lembrávamos dela e por esse motivo sempre íamos visitá-la em nosso aniversário.

Movendo-me silenciosamente para não acordá-la retirei o pequeno embrulho contendo o livro de contos de fadas e o coloquei sobre o criado mudo enquanto Ink permanecia olhando-a.

- Feliz aniversário irmãzinha. – Eu falei retirando uma mecha do cabelo castanho, nossa única semelhança, da frente do seu rosto. – Que você seja feliz nesse mundo.

- Ela nunca vai voltar para nós, não é mesmo?

- Quando eu era mais jovem acreditava que podia fazer isso, mas hoje percebo que mesmo que eu consiga refazer a memória dela preciso pensar que ela criou uma nova identidade e uma nova vida longe de nós e do mundo que representamos. Eu realmente devo parar de sonhar que algum dia as coisas poderiam voltar a ser como foram antigamente.

- Vai deixá-la, para sempre?

- Depois de todos esses anos eu jamais seria capaz de abandoná-la, mas talvez seja melhor para ela que continuemos a observá-la de longe como sempre fizemos desde que ela se foi.

- Ink sabe que é difícil para você, mas Ink acha que é a coisa certa a se fazer.

- Vamos para casa Ink. – Eu falei segurando a mão dele e lançando um último olhar para ela.

Nós voltaríamos em um ano, porque sentíamos falta dela, porque ao contrario do que acontecera com ela nossas memórias não foram apagadas. Porque eu precisava ter certeza de que mesmo estando distante a minha Liandan estava segura. Obviamente nos anos que se seguiram eu acabaria descobrindo que de todos nós ela era a Prewet que estava em maior segurança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da volta da Liandan, mesmo que ela tenha sido curtinha.