Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 11
Capítulo 11




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Eu sabia perfeitamente bem que Tom ainda não havia desistido daquela loucura, mas por a que houvesse um convívio pacifico entre nós fingia não saber de nada até porque esperava fervorosamente que ele desistisse da ideia, na verdade ele precisava desistir dela. Ele por sua vez também não tocava no assunto quando eu estava por perto e nem tentava mudar minha opinião como tentara algum tempo atrás.

Obviamente isso não nos impedia de arranjarmos motivos para começarmos uma discussão, para dizer a verdade eu acho que não saberíamos conviver sem elas e nosso
relacionamento definitivamente não teria a mesma graça.

Outro fato interessante é que de alguma maneira louca minha família sequer desconfiava sobre nosso envolvimento, ao que me parecia os outros alunos tinham muito medo de mim ou de Tom ou até mesmo de nós dois para arranjarem coragem de falar alguma coisa, pois eles sabiam que teriam que acertar contas conosco depois. Mas eu realmente já havia começado a pensar em levar Tom para conhecê-los durante o feriado de Natal que seria em dois dias, ou pelo menos esse era o plano até aquela tarde.

Eillen e eu estávamos andando pelos corredores de Hogwarts em direção ao jardim, um dos nossos lugares preferidos em todo o castelo, principalmente no inverno quando ele ficava deserto.

- Então eu disse para ele que se quiser sair com uma Prince terá que fazer por merecer.

- Eillen assim nenhum homem irá querer você. – Comentei imitando o tom que minha mãe costumava usar quando falava isso para mim.

- Falou a garota mais independente e exigente de toda a escola. – Ela falou rindo. –Sinceramente não sei como conseguiu fisgar o Riddle.

- Essa é uma pergunta fácil Eillen, ele é igual a mim. – Comentei também rindo, Eillen era uma das únicas pessoas para quem eu me permitia mostra o meu lado bem humorado, mas foi quando eu escudei um barulho vindo de um dos corredores paralelos. – Ouviu isso?

- Pensei que ninguém usasse esse corredor desde que Slughorn convenceu Dippet a lhe dar uma sala maior. – Eillen comentou parando ao meu lado. – Quem quer que esteja ai não quer ser visto.

- O que estamos esperando? – Perguntei com um pequeno sorriso.

Uma pequena explicação: para os alunos da Sonserina os segredos são moedas de troca, quanto mais deles você conhece maior será sua influência e por esse motivo, mesmo achando um sistema completamente idiota, tenho uma porção bem grande deles guardados a sete chaves e nunca é ruim conseguir mais um para coleção. Ao menos era o que eu pensava.

Conforme fomos nos aproximando pudemos escutar o som de beijos, mas precisamos chegar bem perto para podermos identificá-los como uma garota do sétimo ano da Sonserina, se não me falha a memória o nome dela é Galatéia Wink, e...

- Tom Riddle! – Eu gritei fazendo os dois se separarem. – Eu não posso acreditar que fez isso comigo.

- Mirach eu posso explicar...

Eu estava furiosa e como a maioria das pessoas, principalmente ele, deveria saber isso não é muito saudável para o alvo da minha fúria. Eu me aproximei com passos decididos e coloquei toda a força que eu possuía no tapa que lhe desferi.

- Eu não quero as suas desculpas, pode ficar com elas, porque para ser sincera eu não quero nem mais olhar para a sua cara Riddle. – Falei com uma voz calma e gélida o que assustou mais a acompanhante dele do que quando eu gritei. – Vamos Eillen, não tem mais nada que valha apena por aqui.

Minha amiga me seguiu em silêncio embora eu soubesse que ela esperava que eu desabasse a qualquer momento, mas eu não era o tipo de garota que chorava pelos cantos por conta de um garoto e muito menos era alguém que demonstrava emoções facilmente. Mas se eu por acaso fizesse isso não seria tristeza o sentimento demonstrado e sim ódio. Ódio por ter sido enganada e feita de boba, ódio por ter acreditado que ele poderia realmente me amar, um ódio enorme por ter permitido me guiar pelas emoções ao em vez de pela razão que nunca me desapontara.

- Mira, se você quiser conversar saiba que amigas são para isso.

- Não se preocupe Eillen, eu estou bem, afinal eu já deveria ter notado que não daria certo. Quem já ouviu falar de um casal onde os dois são iguais?

Ela aparentemente não encontrou uma resposta já que permaneceu calada e da minha parte eu também não tinha nenhuma vontade de prolongar o assunto.

Nos dias que se seguiram eu evitei Riddle completamente, mas como estávamos perto do natal eu não creio que já tenham notado em nosso súbito afastamento. Mas foi somente sentada na cabine do trem voltando para casa que comecei a notar o quanto sentia a falta dele, talvez por termos passado muito tempo junto desde que começamos nossa amizade, principalmente depois que Eillen me deixou para conversar com o novo namorado.

- Mira? Posso entrar? – Othy perguntou colocando a cabeça dentro da cabine.

- Não devia estar com Aurora, aproveitando esses últimos momentos juntos?

- Você me ensinou quando eu era menor que quando respondemos uma pergunta com outra pergunta estamos apenas nos esquivando da resposta. – Ele começou me fazendo revirar os olhos, mas fiz com a cabeça para que ele entrasse. – E só para você saber ela vai ficar na escola esse ano porque os pais estão viajando a trabalho.

- Ela parece ter mais sorte do que nós, não acha? Eu realmente não sei se serei de aguentar uma festa de Natal com Lucretia e a família dela.

- Isso é verdade, talvez no ano que vem eu resolva ficar com ela. – Ele comentou com um sorrisinho e houve um longo silêncio antes que ele criasse coragem para continuar. – Você está bem?

- Por que eu não estaria? – Eu perguntei inocentemente. – E antes que você comece com a história de responder com outra pergunta eu estou bem.

- Admito que você seja boa em esconder as suas emoções o que explica muita coisa sobre a nossa infância, mas não adianta esconder dessa vez, Eillen já me contou.

- Eu vou matar aquela cobra desgraçada, ela me prometeu que não contaria a ninguém.

- Não deveria fazer tão pouca fé da sua amiga, ela só me contou porque estava preocupada com você. – Ele falou me fazendo sorrir, é claro que no fundo eu sabia que ela era uma boa amiga. – E só para lhe lembra, minha cara irmã, você é tão sonserina quanto ela.

- Isso é verdade, mas às vezes me pergunto se o chapéu não me colocou na casa errada.

- Eu acho que não Mira, pelo menos posso lhe garantir que você não tem o perfil dos alunos da Lufa-lufa como é o meu caso. – Nós dois rimos por conta disso, Othy dera muita sorte de nossos pais não serem familiarizados com a cultura de Hogwarts ou o fato de meu irmão ter ido parar na Lufa-lufa não teria passado em brancas nuvens. – Mas sabe talvez você deva dar uma chance a ele.

- Eu dei todas as chances, na verdade dei mais chances do que ele merecia, mas o que ele fez dessa vez é imperdoável. Eu não admito que me usem, me façam de boba e brinquem com as minhas emoções.

- Mira acredite, eu sei disso, e estou quase indo partir a cara desse desgraçado por ter te magoado e partido o seu coração, mas o que eu quero dizer é que talvez exista uma explicação para o que você viu. – Ele falou segurando a minha mão. – Eu sei que você odeia admitir, mas vai ter que concordar que apesar de tudo você ama Tom Riddle ou pelo menos ama alguma coisa nele. Não tem como contestar isso maninha.

- Gosto da maneira como ele respeita a minha opinião, gosto que ele aja como se eu fosse igual a ele, gosto que ele tenha sido a primeira pessoa a acreditar no meu potencial, entretanto isso não quer dizer que ele mereça uma nova chance, não depois de tudo que eu já relevei.

Meu irmão apenas balançou a cabeça em negação como se ele entendesse mais do assunto do que eu, o que numa situação normal seria uma ideia absurda e inaceitável, mas talvez por eu ter bloqueado minhas emoções a maior parte da minha vida isso possa ser verdade nesse caso.

- Mirach querendo ou não você o ama e nessas horas a sua inteligente brilhante não pode ganhar do seu coração, ninguém pode fazer isso nem mesmo você. Não deixe que seu orgulho a faça perder alguém que você ama.

- Talvez, apenas talvez, eu possa deixar que ele se explique, mas é só isso que eu posso lhe prometer Othy.

- Bom, já é mais do que você estava disposta a fazer quando eu entrei aqui. – Ele falou com um sorriso sapeca. – Então o que você está esperando? Vá falar com ele.

- Othy, Tom ficou em Hogwarts, como sempre faz.

- Ele não vai passar o Natal com a família nunca?

- Ele não tem família, é órfão. Só poderei falar com ele quando retornarmos para a escola.

- Não precisa se preocupar Mira, não vou deixar você mudar de ideia durante o feriado.

- Por que será que não imaginei que faria? – Perguntei enquanto bagunçava o cabelo castanho arruivado do meu irmão.

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Graças ao meu irmão e ao casamento idiota dele fomos obrigados a passar o natal na casa dos Black, o que foi uma verdadeira tortura, mas como recompensa pelo nosso bom comportamento nosso pais decidiram que passaríamos a virada do ano em família embora eu não tenha certeza se isso é realmente um prêmio. Eu fora obrigada a ajudar minha mãe com os preparativos para a ceia muito embora minhas habilidades culinárias, na melhor das hipóteses, possam ser consideradas como aceitáveis e para ser sincera também não se tratava de um assunto pelo qual eu fosse interessada.

- Mirach por que você não vai atender a porta? – Minha mãe falou se aproveitando do barulho da campainha para se livrar da minha presença nem um pouco prestativa na cozinha.

Eu passei pela sala de visitas onde Argos e Ignatio conversavam sobre quadribol, o que não era nenhuma novidade visto que eles só falavam disso, já meu pai estava falando algo com Othy, mas pelo jeito que a pena do meu irmão caçula voava pelo papel eu acho muito mais provável ele estar escrevendo uma carta para Aurora do que prestando atenção no nosso pai. Quando finalmente cheguei ao hall de entrada e abri a porta encontrei a única pessoa, que jamais esperaria ver durante as férias, parada bem na minha varanda.

- O que está fazendo aqui Riddle? Pensei que iria passar o seu feriado na escola.

- Goyle me convidou para me juntar a celebração de natal na casa dele e em detrimento de minhas obrigações me vi obrigado a aceitar.

- Não respondeu a minha pergunta mais importante.

- Bem levando em conta o fato de que não deixou que eu me aproximasse de você na escola para explicar o que aconteceu e nem respondeu minhas cartas, achei que a melhor maneira de fazê-la me escutar seria vindo até aqui. – Ele falou e imediatamente me lembrei da pilha de cartas ainda fechadas sobre minha escrivaninha.  – Então quando Orion me escreveu dizendo que ele e a família passariam essa noite no clube eu soube que você estaria em casa.

- Se não ficou em Hogwarts por que não falou comigo no trem?

- Eu tentei, mas você estava com o seu irmão e o assunto que temos a tratar diz respeito apenas a nós dois. – Ele falou apontando para o jardim. – Será que poderíamos?

Eu olhei para trás por um momento com medo que alguém fosse perceber, mas logo me lembrei que minha família costumava não notar minha ausência. Então peguei uma capa no cabide e jogando-a por cima do meu vestido segui-o até o velho balanço onde eu costumava brincar quando criança.

- Seja rápido Tom, não posso ficar aqui fora por muito tempo. – Falei me virando para encará-lo, possivelmente se não fosse pela promessa que fiz a Othy jamais teria saído de casa.

- Eu sei muito bem o que você viu Mirach e não vou mentir dizendo que você imaginou tudo aquilo ou que estava alucinando, mas quero deixar bem claro que eu não tenho absolutamente nada com Galatéia. Ela disse que precisava conversar comigo e quando vi, ela estava me beijando. – Ele contou, mas não demonstrei nenhuma reação. – Ao que parece ela havia apostado com umas amigas e você minha querida sabe que não sou de ferro e não mentirei para você, ela beija bem.

- Então por que você... – Ele colocou o dedo na frente dos meus lábios em um sinal claro de que queria silêncio.

- Mas eu ainda prefiro os seus, entenda Mirach que eu nunca a traí ao menos não por escolha própria. – Eu continuei a encará-lo. – Ao menos dessa vez acredite em mim.

Eu permaneci em silêncio apenas observando seus olhos, era quase impossível saber quando Tom estava mentindo ou quando falava a verdade, mas eu conhecia uma maneira, seus olhos, mesmo que apenas rapidamente sempre o entregavam. Eu pelo menos era capaz de ver isso e por esse motivo que fui capaz de convencer a mim mesma que ele não havia me enganado.

- Eu acredito.

Nunca antes eu havia visto o rosto de Tom com um sorriso como o que ele tinha quando
correu na minha direção, um sorriso que não era irônico ou falso, um sorriso de pura felicidade. E foi com esse sentimento que nos beijamos novamente, no meu jardim coberto de neve e para dizer a verdade eu não estava ligando nem um pouco se alguém iria nos ver, mas por sorte já havíamos nos separado quando meu irmão apareceu.

- Mira, a mamãe está te cha... – Othy não terminou o que estava dizendo ao em vez disso apenas me lançou um sorriso aprovador.

- Acho que é melhor eu ir.

- Não fique! – Falei segurando o braço dele. – Não pense que vou deixar você passar a noite do seu aniversário sozinho.

- Como você sabe disso?

- Realmente acho que fosse o único a ter contatos? – Perguntei arqueando uma sobrancelha.

- Eu tenho que parar de subestimar você. – Ele comentou enquanto caminhávamos de volta para casa.

Othy esperou para que nós três entrássemos juntos e nos encaminhamos para a sala de jantar onde minha mãe, meu pai e meus dois irmãos já estavam sentados.

- Mirach, quem é esse? – Meu pai perguntou e pelo seu tom de voz eu soube que estava furioso comigo o que não era exatamente nenhuma novidade.

- Esse é Tom Riddle papai, ele...

- Orion vive falando de você. – Ignatio me cortou e pela primeira vez não fiquei furiosa com isso.

- Somo amigos. – Tom respondeu normalmente e mais uma vez me surpreendi com sua habilidade para mentir.

- Acho que me lembro disso. – Papai falou e notei sua expressão começar a mudar. – Você não é o garoto que descende de um dos fundadores de Hogwarts?

- Sim senhor, sou descendente de Salazar Slytherin, o fundador da casa onde eu e Mirach estudamos.

- Muito interessante. – Ele comentou com um sorriso e dei graças aos céus por ele não ter se prendido ao fato de Riddle não ser um nome bruxo. – O que está esperando para colocar um lugar na mesa Katillyn?

Minha mãe se apressadamente conjurou uma cadeira e a louça para que Tom pudesse se sentar enquanto eu respirava profundamente para me manter calada.

- Mirach da próxima vez você poderia ao menos avisar que teríamos convidados.

- Não foi culpa dela, eu realmente não havia confirmado se poderia vir uma vez que estou como hospede na casa da família Goyle. – Ele falou rapidamente me impedindo de responder e evitando a provável bronca que eu levaria por isso.

O jantar transcorreu de maneira normal e em menos de uma hora Tom conseguira conquistar toda a minha família, principalmente o meu pai. Enquanto fui buscar a sobremesa encontrei com Ink que lavava a louça do jantar.

- Ink, está feliz porque a senhorita se acertou com ele.

- Obrigada. – Comentei sorrindo para ele antes de voltar para a sala.

Ao chegar lá aproveitei a distração deles para subir até o meu quarto onde peguei o livro que havia comprado para presentear Tom antes de toda essa confusão acontecer.

Tom foi embora muito depois da meia noite e eu o acompanhei até a porta onde nos despedimos com um beijo, mas ao fechar a porta e me virar me deparei com o meu pai parado atrás de mim.

- Parece que você finalmente fez alguma coisa certa. – Ele falou e tive que usar toda a minha força de vontade para me manter muda. – Acho bom que continue com ele, pois a maioria não aceitar uma mulher como você e como bem sabe não queremos um escândalo na família tendo uma filha encalhada.

- É não queremos. – Eu respondi rispidamente dando as costas para ele e me encaminhando para o meu quarto.

Othy estava certo no que disse quando iniciamos nosso ano letivo, não importava mais o que fazíamos, nós já estávamos destinados a nos tornar as ovelhas negras da família desde o momento em que criamos nossa própria opinião porque não conseguiríamos acompanhar as expectativas deles. Porque para os nossos pais tudo o que contava era que fossemos exatamente como eles sonharam e sinceramente eu não nasci para seguir o sonho dos outros.


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