Ane estava sentada na cadeira de seu quarto, de frente para a janela, com os diário nas mãos.

Ultimamente, Ane o lia muito. Passava a tarde toda em seu quarto lendo, fugia de Renesmee na hora do intervalo... Tudo isso para não pensar em como Will fazia falta. Em como doía ficar sem ele.

"Querido diário,
Consegui um tempo longe de Rosalie, de Jacob - é ele voltou - e de Edward... Ele era o que mais me preocupava. Depois vinha Jacob, que odiava o meu pequeno EJ - Edward Jacob - igual a todos aqui em casa. Isso me deixa triste. Por que ninguém que ele, meu pequeno cutucador, é importante para mim? Eu o amo, já.
Edward ainda me olha com dor e Jacob, que sempre volta, não entendia que valia a pena morrer por ele.
Bem, até mais, Di."

O quê? Bella iria morrer? Ane não acreditava naquilo. Bella lutara tanto para ficar com Edward, que queria tanto manter sua amizade com jacob, ia morrer no final?

No entanto, Ane não entendia o coração de mãe. Não sabia como era ser uma, então não podia ficar que, quando se ama um filho, até morrer por ele, valia a pena.

Ane virou a página.

"Querido diário,
Eu. Estou. Gigante! E cada vez mais pior. Não sabemos o que meu bebê quer, então eu estou cehia de agulhas.
Edward não sabe que eu estou escrevendo aqui. Para ele, eu estou no banheiro. Rosalie também não sabe e quase não dá para escrever direito; minha barriga está grande e sinto... dor. Mas não me importo. Vale a pena. Eu amo tanto o meu bebê! Tão especial, tão querido! Por mim e por Rose. Embora nós duas o amamos, muitos não gostam dele. Do meu filho. Jacob deixou a matilha de Sam para me proteger - mesmo que isso custe muito para ele -,mas odeia o meu bebê. Mesmo assim, eu adoro que ele esteja aqui. Edward tentava esconder a dor de me ver assim, mas eu via como ele ficava toda vez que me ouvia arfar.
Por que todos acham que eu vou morrer? Prometi que manteria o meu coração batendo. E vou cumprir a minha promessa. Até o fim.
Até mais, Di."

Ane virou a página.

"Querido diário,
Desculpe a demora. Aconteceu tantas coisas. Jacob não foi embora... ainda. Minha barriga cresce em um ritmo bem rápido e - adivinha? - estou bebendo sangue! É isso que o meu EJ quer, então o fizemos. A ideia foi de Jacob... E, como eu o conheço bem, com certeza - ele admitiu isso depois - fez um comentário de escárnio. Mas isso salvou meu cutucador, então não importa.
Eu o amo tanto. Minha vida está tão completa! Mesmo que todos cismem que eu vou morrer, eu estou - de certa maneira - feliz. Todos que eu amo estão aqui. Edward, Jacob, Alice... Como eu poderia ficar infeliz?"

Ane estava tão absorta em sua leitura, que levou um susto ao ver que tinha algo arranhando a sua janela.

O medo espalhou-se por todo o corpo de Ane. Quem era?

A garota levantou-se da cadeira e andou lentamente até a janela. Seus dedos tremeram ao tocar o trinco: ela viu um vulto na escuridão. Por que mesmo ela se lembrou de Bella? Ane balançou a cabeça.

Abriu, então, a janela rapidamente e se escorou pela parede. Will entrou em seu quarto!

- WILL! - Ane gritou e logo tempou a boca. - Por que não entrou pela porta? - sussurrou a menina.

Will corou e abaixou a cabeça.

- Porque eu pensei que você não deixaria eu entrar - respondeu ele, olhando para Ane.

Ane suspirou e se sentou na beira da cama.

- Que coisa boba, Will. É claro que eu deixaria você entrar. - Falou Ane. O rosto de Will se iluminou, um pouco. Só um pouco. - Então, o que faz aqui?

Will suspirou e fechou a janela - entrava um vento frio - e hesitou ao olhar para Ane. A garota, porém, deu um sorriso pequeno e deu um tapinha no espaço vazio ao seu lado. Um convite para Will se sentar.

Will riu e balançou a cabeça, mas sentou-se ao lado da amada. Ane esperou.

- Desculpe-me - disse Will, olhando nos olhos de Ane. - Por... ter desaparecido essas semanas. Eu estava com... com medo - admitiu ele.

- Medo de quê? - sussurrou a garota.

- De você não quere mais me... ver - respondeu Will, com a cabeça abaixada.

Ane pegou o rosto dele nas mãos e o levantou para que este a olhasse.

- Eu nunca faria isso, William. - Disse Ane, com a voz firme. - Tá certo que, sim, fiquei com raiva por você não confiar em mim, mas... Eu nunca quis que você sumisse. Que coisa estúpida, Will! - Disse Ane. - Nunca mais faça isso, ok? Eu quase morri sem você.

Will sorriu, seu rosto ficando mais iluminado com as palavras de Ane.

- Você não está com raiva? - perguntou Will.

- Não. - Garantiu Ane. - Só... só curiosa. Sabe como eu sou. - Ela sorriu, Will a acompanhou.

- Claro. Por que não estaria?

Ane o olhou.

- Você não vai me contar nada, não é? - disse Ane.

- Desculpe - ele respondeu. Ane suspirou.

- Acho que eu já sabia disso. - Ane murmurou e depois o olhou novamente. - Não vou pressioná-lo, mas quando quiser contar sobre isso, eu vou estar aqui.

Will a beijou.

- Eu sei - ele disse, com a testa encostada na dela.

Ane sorriu, enquanto Will se enrijeceu.

- O que foi? - perguntou Ane ao mesmo tempo que sua mãe a chamava.

Will sorriu e falou:

- Te vejo amanhã - e pulou a janela, nas mesma hora em que a mãe de Ane entrava em seu quarto.

- Ane - disse Susana -, está tudo bem? Ouvi vozes.

- Sim, mãe. - Respondeu Ane. - Eu só... estava lendo alto.

- Ah - disse Susana. - Vem jantar.

- Claro, claro - falou Ane fechando o diário em cima da mesa e desceu logo atrás da mãe.