A noite é sempre mais escura, quando é molhada pelo sangue derramado pelas lâminas, não importando o motivo a lua sempre estará manchada pelos cortes e fraturas que decorrem naquele local. Em seu país, chamado Garram, o céu já deixará de ser azul e passará a ser vermelho, o tão temido deserto de Heien, onde os ossos são brinquedos e as almas são rotinas.

Os deuses olham aquele local com grande desprezo, a morte é tão avassaladora nesta terra que é inimaginável uma pessoa andar por lá. Os próprios habitantes daquela nação relutavam-se quando eram mandados, e o que fazia um garoto estrangeiro naquela região. Ao andar sozinho e passos lentos, uma criança não agüentaria um deserto tão escaldante, porém sua aparência lembrava a de um nômade de Inllas e este talvez fosse o principal motivo de este estar de pé até agora. É triste o destino daqueles que se perdem sobre Heien, mas às vezes a sorte pode aparecer não tão distante dali, três sombras se movem e começam a ecoar sons que não fazem sentido ao garoto. Desespero e Alivio, são os sentimentos que uma criança toma numa situação como essa ao mesmo tempo onde ele esta deixando de estar sozinho, há um trio de seres desconhecidos chegando a sua direção.

- Nigel-san como é lastimável, uma pessoa se perder aqui Falou um homem que não aparentava ser tão velho e embainhava em suas costas uma enorme espada. Seus olhos eram castanhos e todas suas vestes negras, apenas o rosto estava à amostra, mas era fácil de notar que não HAVIA hostilidade em seu ser. Seus cabelos eram brancos como a neve, uma visão muito rara a se ver de uma pessoa tão jovem nessa região desértica.

-Hien, Hien, Hien. Ele é tão fof...- Interrompendo o falar do membro mais jovem, que aparentava ter a mesma idade da criança, um rugido toma som naquele ermo.É irônico que apesar de duas pessoas terem dialetos diferentes ainda conseguirem se comunicar. O estomago é o órgão mais sincero do ser humano, ele grita quando deseja atenção e te mata quando recebe uma resposta negativa. Comovido pelo rugido Marcel, conhecido como o rato das duas adagas, abre sua bolsa e joga um pedaço de pão. Numa reação imediata o garoto começa a comer, como se nunca tive-se provado algo antes. Heien causa isso ao individuo, todas as desejos se tornam se tornam mais aguçados, sede, fome e sono, não há como escapar disso lá.

-Nii-chan, Nii-chan ele já é domesticado me deixe ficar com ele, juro que desta vez cuidarei certo. -continuou Marcel.

-Deixe de ser estúpido só por causa de você ter dado um osso a ele não significa que ele possa ser seu cachorro. E você sabe muito bem seu idiota não nos cabe decidir o futuro deste garoto e sim a Nigel, pois ele foi incumbido a esta causa-. Tão belo e tão estressado Archel mostra seu verdadeiro tom de ser.

-Irmãozinho você é tem que relaxar mais.. hien hien hien- insatisfeito responde Marcel.

Enquanto aquelas sombras decidiam o que fazer ao garoto, este enfim se voltou a face do desespero, estático de terror ele já perdeu a noção da situação onde se encontrará. Com a duvida em sua mente virou-se e começou a andar cada vez mais rápido, acelerando, chorando, uma pena ao olhar humano.

- Tch , que garoto mais mal agradecido-. O rato reclama novamente.

-Então Nigel-san o que você ira fazer-. Pergunta Archel que já parece estar entediado com a situação.

E a terceira sombra finalmente mostra sua feição. Rindo como um bêbado infame, notara uma coisa que aquelas duas almas não perceberam, no pescoço do garoto havia a marca e isto era o suficiente para deixa-lo feliz. Como num grunhido de um demônio ele finalmente da-lhes o prazer de sua voz.

- Esse garoto realmente tem muita sorte- a euforia era facilmente notável em sua face- pois ele falecera sobre minha lâmina e não sofrera mais-.Os dois homens sabiam o que isso significava, não havia escapatória. Num único ato Nigel puxou sua Katar e se posicionou ao lado do fugitivo e passou a navalha o separando em dois.

O sangue jorrava como era normal naquela terra, mas o que fazia três sombras no deserto...