War Of The Union escrita por GreenTop


Capítulo 7
Amor ou admiração?


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna, eu to enrolando demais para chegar a uma determinada parte da fic, uma parte que eu acho que vocês vão gostar, mas preferi fazer assim para mostrar mais os sentimentos da Lucy. Enfim, boa leitura



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Deitei-me ao lado de Natsu, olhando para sua face. Sua expressão enquanto dormia era tão serena, calma. Podia-se dizer que ele ficava ainda mais fofo dormindo. Minhas mãos pareceram se mover automaticamente, indo em direção ao seu sedoso e exótico cabelo rosa. Só me dei conta do que estava fazendo quando elas passeavam pelos fios rosados, incrivelmente macios.

Quando percebi o que fazia rapidamente retirei minha mão, com o rosto corado e torcendo para que Natsu não tivesse acordado com o meu ato repentino. Ao olhar para ele meu coração disparava e eu automaticamente sentia vontade de sorrir. Se isso era somente admiração ou um sentimento a mais... bem, teria de descobrir com o passar do tempo, mas a dúvida pairava em minha mente.

Estar apaixonada por ele me parecia uma ideia maluca, afinal o conhecia há pouco mais de uma semana apenas; como tirar tal conclusão de forma tão precipitada e como sentir um sentimento como esse por uma pessoa que mal se conhece? Algo assim seria possível? Eu me perguntava sobre isso, e a minha resposta era certamente não. Em um tempo tão curto me parecia impossível amar alguém, algo totalmente maluco, então supus que era apenas admiração. Talvez realmente pudesse ser outra coisa, afinal, o amor é meio maluco, e as pessoas dizem que o tempo não importa para os sentimentos; mas ainda não poderia chegar a essa conclusão com precisão.

Devo confessar que também sentia medo. Depois do ocorrido com os meus pais eu adquiri esse medo, de me aproximar demais de uma pessoa e perdê-la. Tornei-me mais cautelosa com relação aos meus sentimentos, talvez por isso também quisesse negar a possível existência de algo a mais que admiração com relação ao Natsu.

Experiências traumáticas costumam deixar marcas, um fardo doloroso, alguns piores que outros, que a pessoa é obrigada a carregar até superá-lo, ou em vários casos, até o momento de sua morte. A marca que a guerra havia me deixado até aquele momento era o medo de me apegar às pessoas e perdê-las, assim como perdi meus pais. 

Os primeiros raios de Sol começavam a se mostrar, anunciando o início do dia. Desde que meus pais foram mortos eu não via o nascer do Sol. Adorava assisti-lo quando eles ainda estavam vivos. Acordava sempre muito cedo apenas para ir até a sacada do meu quarto contemplá-lo. Vê-lo novamente me trouxe várias lembranças, a maior parte boa, mas dolorosas.

Erza sempre nos acordava antes do nascer do Sol, o que significava que provavelmente ela já havia notado nossa ausência. Assim como Natsu, não me importei, afinal, ela no máximo iria nos fazer treinar mais duro do que os outros, um preço baixo a se pagar por toda a felicidade que aquele momento em que infringimos suas regras havia me proporcionado.

Já estávamos em uma grande confusão de qualquer maneira, por isso decidi deixar Natsu descansar. Dormi ao seu lado sem querer. Sua tranquilidade era contagiante, quando percebi, já estava dormindo.

Lentamente abri os olhos quando senti alguém empurrando levemente meu braço.

― Ei Lucy, acorde.

Aquela voz... eu amava ouvi-la, porque em todos os momentos me confortava. Mas isso não era o mais importante no momento. Quando olhei para cima estava a centímetros do rosto de Natsu, ele estava sorrindo. Quando me dei conta de onde estava meu rosto adquiriu uma coloração vermelha, eu estava deitada sobre o peito dele. Era tão macio e tão quente, mas ainda assim era muito constrangedor estar deitada sobre ele. Como fui parar ali eu não faço ideia, mas rapidamente me afastei, com o rosto ainda mais vermelho do que o cabelo de Erza, sem exageros.

― N-N-N-N-Natsu. E-E-Eu não... quer dizer eu...

As palavras pareceram desaparecer da minha mente. Como explicar a ele o que eu estava fazendo deitada sobre ele? Simplesmente não fazia ideia de como fazer isso. Ele se sentou e sorriu mais ainda, tive a impressão de que ele também estava corado, mas logo descartei essa ideia, com certeza era só impressão.

― Tudo bem, mas acho melhor voltarmos logo para o acampamento.

― Bem... a Erza vai nos matar de qualquer forma. Mas valeu a pena. ― Eu disse, meu rosto já retornava a sua coloração original. Natsu sorriu.

― Fico feliz que você realmente tenha gostado, mas só de pensar na Erza quando nos vir eu já quase sinto meus músculos completamente doloridos por causa dos exercícios a mais que ela vai nos mandar fazer.

― Por favor, nem me lembre disso. ― Eu disse com o desânimo expresso em minha voz. Ele tinha razão, ela iria nos matar com tantos exercícios extras.

Andávamos tranquilamente entre as árvores, sem presa para chegar ao acampamento. A meu ver Natsu estava bem calmo, ou poderia ser somente uma impressão, afinal, era quase impossível ficar calmo quando se sabia que iria encontrar a Erza irritada.

Já nos aproximávamos do acampamento. Podíamos ver nosso grupo treinando, sendo comandados por Erza.

― Lucy, queria dizer que foi muito bom te conhecer. ― Natsu brincou.

― Digo o mesmo para você.

Poucos passos foram suficientes para que entrássemos no campo de visão da Erza.

― VOCÊS DOIS! ONDE ESTAVAM E COM QUE PERMISSÃO SAIRAM?!

― Desculpe, Erza-sama ― Erza-sama, era esse o tratamento que Natsu dava a ela quando ela se encontrava irritada ― É que hoje é aniversário da Lucy, então eu quis chamá-la para dar uma volta e perdemos o horário. Me desculpe, a culpa é minha.

O que ele estava fazendo? Entendia a parte de omitir que ele pegou comida escondido, mas a parte de tentar levar toda a culpa não compreendia. A culpa não era dele, afinal ele havia feito aquilo por mim, sendo assim a culpa era minha também. Tentei dizer alguma coisa, mas Erza me interrompeu.

― Natsu, como castigo por ter saído sem permissão seu horário de treinamento será estendido até meia-noite. Aniversário da Lucy, é? Bem, sendo assim te darei um presente Lucy, você se juntará ao Natsu. ― Ela disse sorrindo, acho que realmente acreditava que aquilo era um presente.

― O-Onde isso é um presente? ― Natsu perguntou.

― É claro que é um presente, se ela treinar mais estará mais preparada do que os outros caso algo aconteça. O presente é uma chance a mais de sobrevivência. Agora se juntem aos outros.

Eu e Natsu obedecemos. Erza realmente parecia orgulhosa de sua “bondade”. Todos os dias acordávamos no mesmo horário; treinávamos até o horário de almoço, quando podíamos ficar uma hora fazendo o que quiséssemos; depois voltávamos a treinar até às sete horas da noite, o horário do jantar, podíamos fazer o que quiséssemos até às cinco horas da manhã do dia seguinte. Esse era o cronograma normal, eu e Natsu teríamos que treinar cinco horas a mais que todos.

Pensei que não fosse ser tão difícil, mas quando chegamos ao fim do treinamento eu estava morta de cansaço, Natsu também. Estávamos ambos deitados no chão, ofegantes e suados.

― Finalmente.... acabou. ― Ele disse.

― Sim.

- Eu estou tão cansado... que nem tenho vontade de ir até o dormitório.

Eu concordava com ele, mas ainda queria tomar um banho, apesar do cansaço. Decidi fazer isso.

― Eu vou tomar um banho e dormir. ― Eu disse, me levantando com um pouco de dificuldade. Ele acenou com a cabeça. 

― Volte aqui depois.

― Tudo bem.

Tomei um banho não muito demorado. Estava tão cansada que mal conseguia ficar em pé. Voltei até onde Natsu estava, como ele disse. Não havia entendido o porquê dele ter me pedido para voltar ali, mas quando cheguei já estava dormindo. O empurrei levemente para que acordasse.

― Natsu, acorde.

― O que foi? ― perguntou sonolento.

― Eu é que pergunto, você me pediu para voltar aqui.

― AH, é mesmo, desculpe, acabei dormindo. É que eu pensei que poderíamos dormir naquele lugar. É mais legal dormir olhando as estrelas.

O lugar que ele falava era onde havia feito aquela surpresa para mim.

― Tudo bem, mas temos que voltar para o dormitório antes das cinco da manhã. E tome um banho.

― Acordamos antes disso. Preciso mesmo tomar banho?

― Sim!

― Ahhh, ok.

Ele se levantou reclamando e se dirigiu até o banheiro. Fiquei esperando-o ali. Quando voltou fomos juntos até aquele mesmo lugar e nos deitamos. Natsu dormiu rapidamente, estava muito cansado, além do treinamento excessivo ele mal havia dormido na noite passada.

Eu demorei mais para conseguir dormir, enquanto o sono não vinha fiquei observando tudo ao meu redor. A luz da lua refletia na água do pequeno riacho. Estava tudo tão silencioso, somente de vez em quando podia-se ouvir o piar das corujas ou o estridular dos grilos.

Tudo ali era tão calmo que se tornava difícil não conseguir pegar no sono, mas algo me incomodava, ainda minha dúvida sobre Natsu. Eu não deveria pensar tanto naquilo, mas mesmo assim aquele assunto não saia da minha mente, independente dos meus esforços.

Mesmo com meus pensamentos me perturbando consegui dormir, graças ao cansaço. Nunca pensei que ficaria tão contente por estar tão cansada. Aqueles assuntos me perturbando... simplesmente odiava aquilo e dormir era a única forma de parar de pensar neles.

Na manhã seguinte Natsu me acordou. Quando tentei me levantar senti praticamente todos os músculos do meu corpo doloridos. Caminhei até o riacho, colocando minhas mãos dentro da água, para pegar um pouco dela e lavar meu rosto.

― Lucy, faz uma massagem em mim? ― Natsu pediu. Ele estava sentado perto do riacho. Não sabia exatamente o que responder, apenas corei.

― O-O que?

― Eu estou todo dolorido, por favor.

Ele implorava, resolvi ceder, afinal se ele estava com o corpo dolorido era por minha culpa. Fora por ter feito aquela surpresa para mim que tivemos que treinar por mais tempo.

― Tá, tudo bem.

Ele sorriu.

― Obrigado, Lucy. Você é a melhor

Caminhei até ele, ainda mais corada, colocando minhas mãos em seus ombros. Meus batimentos cardíacos aumentaram. Eu realmente tinha um problema, a cada minuto que se passava meus sintomas aumentavam as chances de que o que eu sentia por Natsu era mais que admiração.


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Já faz três meses desde que cheguei ao acampamento. Naquele lugar eu mal me lembrava de que havia uma guerra acontecendo. Era como se fosse uma nova vida. Consegui novas amizades, me tornei mais forte, e consegui um amor.

Sim, minhas suspeitas se confirmaram, o que eu sentia por Natsu Dragneel não era uma simples admiração. A cada dia que se passava meus sentimentos com relação a ele só aumentavam.

Se ele sentia o mesmo não sei, provavelmente não, ou se sim demonstrava muito pouco. Natsu estava sempre comigo, ou com a Lisanna. Erza e Gray ficavam conosco algumas vezes, eles dois e Natsu eram as pessoas com quem eu mais conversava.

Vários grupos se formaram, e alguns casais também: Laxus e Mirajane e Evergreen e Elfman, apesar destes dois últimos viverem brigando. Esses eram os casais oficiais. As duplas impostas por Erza no segundo dia continuavam as mesmas.

Tudo estava tão bem para mim, até aquilo acontecer...


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Notas finais do capítulo

Acho que esse capitulo ficou muito monótono, mas enfim, minna preciso da ajuda de vocês, vocês, como leitores, preferem histórias em 1ª ou 3ª pessoa? É que eu to com ideias para uma nova fic mas não sei se escrevo em 1ª ou 3ª pessoa então gostaria de saber o que os leitores preferem. Bem, consegui deixar vocês curiosos com esse final? Se gostaram do capitulo deixem reviews.