Harry Potter E A Pedra Filosofal escrita por lalapotter


Capítulo 6
6-O Embarque na Plataforma Nove e Meia


Notas iniciais do capítulo

Amigos...
Desse capitulo adiante os capitulos vão ser bem parecidos com o do livro.Então por favor não me processem.
Bjs...



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O último mês de Harry foi divertido conversava com os pais dos
livros que lia apredia os caminhos de Hogwats e ia com seus pais algumas vezes
no ministério pois seu pais voltaram a serem aurores.



Harry ficava em seu quarto, com a nova coruja.



Decidira chamá-la Edwiges, um nome que encontrara na História da
Magia. Seus livros de escola eram muito interessantes. Deitava-se na cama e lia
até tarde da noite. Edwiges voava para dentro e para fora da janela, quando
queria. Era uma sorte que sua mãe não brigava, porque Edwiges não parava de
trazer ratos mortos para o quarto. Toda noite, antes de se deitar para dormir,
Harry riscava mais um dia no pedaço de papel que pregara na parede, para contar
os dias que faltavam até primeiro de setembro.



No último dia de agosto ele achou melhor falar com os pais sobre a
ida à estação no dia seguinte, por isso desceu à sala de estar onde eles
estavam assistindo a um programa na televisão.



— Hum... Pai?



-Oi meu filho-Thiago desligou a televisão



— Hum... Preciso estar amanhã na estação para... Embarcar para
Hogwarts. Será que o senhor podia me dar uma carona?



-Que pergunta claro que eu e sua mãe vamos te levar e te escrever
todo mês.



Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado
excitado e nervoso para voltar a dormir.



Levantou-se e vestiu o jeans porque não queria entrar na estação
com as vestes de bruxo, mudaria de roupa no trem.



Verificou novamente a lista de Hogwarts para se certificar de que
tinha tudo de que precisava, viu se Edwiges estava bem trancada na gaiola e
então ficou andando pelo quarto à espera que os pais se levantassem. Duas horas
mais tarde, a mala enorme e pesada de Harry fora colocada no carro dos pais .



Chegaram à estação de King's Cross Thiago jogou a mala de Harry
num carrinho e empurrou-o até a estação



 Pelo grande relógio em cima
do quadro que anunciava os trens que chegavam, só lhe restavam mais dez minutos
para embarcar no trem de Hogwarts.



Naquele instante um grupo de pessoas passou as suas costas e ele
entreouviu algumas palavras que diziam..



— ... Cheio de trouxas, é claro...



Harry deu meia-volta. Era uma mulher gorda que falava com quatro
meninos, todos de cabelos cor de fogo. Cada um deles estava empurrando à frente
uma mala como a de Harry e levavam uma coruja. O coração aos saltos, Harry os
seguiu empurrando o carrinho. Eles pararam e ele também, bem próximo para ouvir
o que diziam.



— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe dos
meninos.



— Nove e meia — ouviu-se a voz fina de uma menininha, também de
cabelos ruivos que estava segurando a mão da mulher.



— Mamãe, não posso ir...



— Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Está bem,
Percy, você vai primeiro.



O que parecia o menino mais velho marchou em direção às
plataformas nove e dez. Harry observou-o, tomando o cuidado de não piscar para
não perder nada, mas assim que o menino chegou à linha divisória entre as duas
plataformas, um grande grupo de turistas invadiu a plataforma à frente dele e
sua familia e quando uma mochila acabou de passar, o menino havia desaparecido.



— Fred , você agora — mandou a mulher gorda.



— Eu não sou Fred, sou Jorge — retrucou o menino. — Francamente,
mulher, você diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge? — Desculpe,
Jorge, querido.



— É brincadeira, eu sou o Fred — disse o menino, e foi. O irmão
gêmeo gritou para ele se apressar, e ele deve ter atendido, porque um segundo
depois, sumiu, mas como fizera aquilo?



Agora o terceiro irmão estava se encaminhando rapidamente para a
barreira, estava quase lá e, então, de repente, não estava mais em parte
alguma.



E foi só.



A família todo foi para a parede e sumiu.



Harry e seus pais chegaram a plataforma e Thiago falou vamos
filho?



Harry assentiu virou o carrinho e encarou a barreira. Parecia
muito sólida.



Ele e seu pai comesarão a andar em direção a ela. As pessoas a
caminho das plataformas nove e dez o empurravam. Harry apressou o passo. Ia
bater direto no coletor de bilhetes e então ia se complicar, curvando-se para o
caminho ele desatou a correr, a barreira estava cada vez mais próxima. Não
poderia parar, o carrinho estava descontrolado, ele estava a um passo de
distância, fechou os olhos se preparando para a colisão..



E ela não aconteceu... Ele continuou correndo. Abriu os olhos.



Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma
apinhada de gente. Um letreiro no alto informava “Expresso de Hogwarts 11
horas”.
Harry olhou para trás e viu um arco de ferro forjado no lugar onde
estivera o coletor de bilhetes com os dizeres “Plataforma 9 e ½”. Conseguira.



A fumaça da locomotiva se dispersava sobre as cabeças das pessoas
que conversavam, enquanto gatos de todas as cores trançavam por entre as pernas
delas. Corujas piavam umas para as outras, descontentes, sobrepondo-se à
balbúrdia e ao barulho das malas pesadas que eram arrastadas.



Os primeiros vagões já estavam cheios de estudantes, uns
debruçados às janelas conversando com as famílias, outros brigando por causa
dos lugares. Harry, empurrou o carrinho pela plataforma procurando um lugar
vago. Passou por um garoto de rosto redondo que estava dizendo:



— Vó, perdi meu sapo outra vez.



— Ah, Neville — ele ouviu a senhora suspirar.



Um garoto com cabelos rastafari estava cercado por um pequeno
grupo de meninos.



— Deixe a gente respiar, Lino, vamos.



O menino levantou a tampa de uma caixa que carregava nos braços e
as pessoas em volta deram gritos e berros quando uma coisa dentro da caixa
esticou para fora uma perna comprida e peluda.



Harry continuou andando pela aglomeração até que encontrou um
compartimento vago no final do trem. Primeiro pôs Edwiges para dentro e começou
a empurrar e a forçar com a mala em direção à porta do trem. Tentou erguê-la
pelos degraus acima, mas mal conseguiu suspender uma ponta e duas vezes
deixou-a cair dolorosamente em cima do pé.Seu pai o ajudou dessa vez e
conseguiram.A família Potter começou a andar até que:



— Que é isso — perguntou de repente um dos gêmeos apontando para a
cicatriz de Harry.



— Caramba — disse o outro gêmeo. — Você é...?



— Ele é — disse o outro gêmeo. — Não é? — acrescentou para Harry.



— O quê? — indagou Harry.



— Harry Potter — disseram os gêmeos em coro.



— Ah, ele — disse Harry — Quero dizer, é, sou.



Os dois garotos olharam boquiabertos e Harry sentiu que estava
corando. Então, para seu alivio, ouviram uma voz pela porta aberta do trem.



— Fred? Jorge? Vocês estão ai?



— Estamos indo, mamãe.



Dando uma última espiada em Harry, os gêmeos saltaram para fora do
trem.



Harry sentou-se à janela onde, meio escondido, podia observar a
família de cabelos ruivos na plataforma e ouvir o que diziam. A mãe tinha
acabado de puxar o lenço.



— Rony, você está com uma crosta no nariz.



O menino mais novo tentou fugir, mas ela o agarrou e começou a
limpar aponta do nariz dele.



— Mamãe, sai para lá — Desvencilhou-se.



— Aaaah, o Roniquinho está com uma coisa no nariz? — caçoou um dos
gêmeos.



— Cale a boca — disse Rony.



— Onde está o Percy? — perguntou a mãe.



— Está vindo aí.



O garoto mais velho vinha vindo. Já vestira as vestes largas e
pretas de Hogwarts e Harry reparou que tinha um distintivo de prata reluzente
com a letra “M”.



— Não posso demorar, mãe — falou ele. — Estou lá na frente, os
monitores têm dois vagões separados...



— Ah, você é monitor, Percy? — perguntou um dos gêmeos, com ar de
grande surpresa. — Devia ter avisado, não fazíamos idéia.



— Espere ai, acho que me lembro de ter ouvido ele dizer alguma
coisa — disse o outro gêmeo. — Uma vez...



— Ou duas..



— Um minuto...



— O verão todo.



— Ah, calem a boca — disse Percy, o monitor.



— Afinal por que foi que o Percy ganhou vestes novas? — disse um
dos gêmeos.



— Porque é monitor disse a mãe com carinho — Está
bem, querido, tenha um bom ano letivo — mande-me uma coruja quando chegar.



Ela beijou Percy no rosto e ele foi embora. Então. Virou-se para
os gêmeos.



— Agora, vocês dois, este ano, se comportem. Se receber mais uma
coruja dizendo que vocês... Vocês explodiram um banheiro ou...



— Explodiram um banheiro? Nunca explodimos um banheiro.



— Mas é uma grande idéia, obrigado, mamãe.



— Não tem graça. E cuidem do Rony.



— Não se preocupe, Roniquinho está seguro com a gente.



— Cale a boca — mandou Rony outra vez. Já era quase tão alto
quanto os gêmeos e seu nariz continuava vermelho onde a mãe o esfregara. — Ei,
mãe, advinha? Adivinha quem acabamos de encontrar no trem?



Harry recuou o corpo rápido para que eles não o vissem olhando.



— Sabe aquele menino de cabelos pretos que estava perto da gente
na estação? Sabe quem ele é?



— Quem?



— Harry Potter!



Harry ouviu a vozinha da garotinha.



— Ah, mamãe, posso subir no trem para ver ele, mamãe, ali, por
favor...



—O coitado não e um bicho de zoológico para você ficar olhando. É
ele mesmo, Fred? Como é que você sabe?



— Perguntei a ele. Vi a cicatriz. Está lá mesmo, parece um raio.
Você acha que ele se lembra como era o Você-Sabe-Quem?



De repente a mãe ficou muito séria.



— Proíbo-lhe de perguntar a ele, Fred. Não, não se atreva. Como se
ele precisasse de alguém para lhe lembrar uma coisa dessas no primeiro dia de
escola.



— Está bem, não precisa ficar nervosa.



Sua mãe e seu pai finalmente o acharam Lilian já chorando falou:



-Se comporte faça vários amigos e quando chegar nós envie uma carta
contando tudo –a mãe lhe deu um beijo e sussurrou -eu te amo!



-Também! Mãe



Foi a vez do pai falar:



-Não duele até aprender tome cuidado com o professor Snape e tire
nota 10 filho no quadribol  !Te amo!



Ouviu-se um apito.



Lilian começou a chorar.



— Não chore mãe, vou lhe mandar um monte de corujas.



O trem começou a andar. Harry viu a sua mãe acenando. Harry
observou mãe dele desaparecerem quando o trem fez a curva. As casas passaram
num relâmpago pela janela.



Harry sentiu uma grande excitação.



A porta da cabine se abriu e o ruivinho mais moço entrou.



— Tem alguém sentado aqui? — perguntou, apontando para o assento
em frente ao de Harry — O resto do trem está cheio.



Harry respondeu que não, com um aceno de cabeça, e o garoto se
sentou. Olhou para Harry e em seguida olhou depressa para fora, fingindo que
não tinha olhado. Harry reparou que ele ainda tinha uma mancha preta no nariz.



— Oi, Rony, Os gêmeos estavam de volta.



— Escuta aqui, vamos para o meio do trem. Lino Jordan trouxe uma
tarântula gigante.



— Certo — resmungou Rony.



— Harry — disse o outro gêmeo —, nós já nos apresentamos? Fred e
Jorge Weasley. E este é o Rony, nosso irmão. Vejo vocês mais tarde, então.



— Tchau — disseram Harry e Rony. Os gêmeos fecharam a porta
da cabine ao passar.



— Você é Harry Potter mesmo? — Rony deixou escapar.



Harry confirmou com a cabeça.



— Ah, bom, pensei que fosse uma brincadeira do Fred e do Jorge e
você tem mesmo... Sabe...



Apontou para a testa de Harry. Harry afastou a franja para mostrar
a cicatriz em forma de raio. Rony olhou.



— Então foi aí que Você-Sabe-Quem...?



— Foi, mas não me lembro.



— De nada? — perguntou Rony ansioso.



— Bom... Lembro de muita luz verde, mas nada mais.



— Uau! — Ele ficou parado uns minutos olhando para Harry, depois,
como se de repente tivesse se dado conta do que estava fazendo, olhou depressa
para fora da janela outra vez.



— Todos na sua família são bruxos? — perguntou Harry que achava
Rony tão interessante quanto Rony o achava.



— Hum... São, acho que sim. Acho que mamãe tem um primo em segundo
grau que é contador, mas ninguém nunca fala nele.



— Então você já deve saber muitas mágicas.



Os Weasley aparentemente eram uma dessas antigas famílias de
bruxos de que o menino pálido no Beco Diagonal falara.



. — Sou o sexto de minha família a ir para Hogwarts. Pode-se dizer
que tenho de fazer justiça ao nosso nome. Gui e Carlinhos já terminaram a
escola. Gui foi chefe dos monitores e Carlinhos foi capitão do time de
Quadribol. Agora Percy é monitor. Fred e Jorge fazem muita bagunça, mas tiram
notas muito boas e todo mundo acha que eles são realmente engraçados. Todos
esperam que eu me saia tão bem quanto os outros, mas se eu me sair bem, não
será nada de mais, porque eles fizeram isso primeiro. E também não se ganha
nada novo quando se tem cinco irmãos. Uso as vestes velhas de Gui, a varinha velha
de Carlinhos e o rato velho do Percy..



Rony meteu a mão no bolso interno do paletó e tirou um rato
cinzento e gordo que estava dormindo.



— O nome dele é Perebas e ele é inútil, quase nunca acorda. Percy
ganhou uma coruja de meu pai por ter sido escolhido monitor, mas eles não
podiam ter...quero dizer, em vez disso ganhei Perebas.



As orelhas de Rony ficaram vermelhas. Parecia estar achando que
falara demais, porque voltou a olhar para fora pela janela.



Harry não achava nada de mais que alguém não tivesse dinheiro para
comprar uma coruja.



Aposto —falou Harry— Aposto que vou ser o pior da classe.



— Não vai ser não.



Enquanto conversavam, o trem saiu de Londres. Agora corriam por
campos cheios de vacas e carneiros. Ficaram calados por um tempo, contemplando
os campos e as estradinhas passarem num lampejo.



Por volta do meio-dia e meia ouviram um grande barulho no corredor
e uma mulher toda sorrisos e covinhas abriu a porta e perguntou:



— Querem alguma coisa do carrinho, queridos?



Harry, que não tomara café da manhã ergueu-se de um salto, mas as
orelhas de Rony ficaram vermelhas outra vez e ele murmurou que trouxera
sanduíches. Harry foi até o corredor.



Nunca tivera dinheiro para doces na casa dos Dursley e agora que
seus bolsos retiniam com moedas de ouro e prata, estava disposto a comprar
quantas barrinhas de chocolate pudesse carregar, mas a mulher não tinha
barrinhas. Tinha feijoezinhos de todos os sabores, balas de goma, chicles de
bola, sapos de chocolate, tortinhas de abóbora, bolos de caldeirão, varinhas de
alcaçuz e várias outras coisas estranhas que Harry nunca vira na sua vida.



Não querendo perder nada, ele comprou uma de cada e pagou à mulher
onze sicles de prata e sete nuques.



Rony arregalou os olhos quando Harry trouxe tudo para a cabine e
despejou no assento vazio.



— Que fome, hein?



— Morrendo de fome — respondeu Harry, dando uma grande dentada na
tortinha de abóbora.



Rony tirara um embrulho encaroçado e abriu-o. Havia quatro
sanduíches dentro. Abriu um e disse:



— Ela sempre se esquece que não gosto de carne enlatada.



— Troco com você por um desses — propôs Harry, oferecendo um
pastelão de carne. — Tome...



— Você não vai querer isso, é muito seco. Ela não tem muito tempo
— acrescentou depressa. — Você sabe, somos cinco.



— Come... Coma um pastelão — disse Harry, que nunca tivera nada
para dividir com alguém antes, aliás, nem ninguém com quem dividir. Era uma
sensação gostosa, sentar-se ali com Rony, acabar com todas as tortas e bolos de
Harry (os sanduíches ficaram esquecidos).



— Que é isso? — perguntou Harry a Rony, mostrando um pacote de
sapos de chocolate. — Eles não são sapos de verdade, são? — Estava começando a
achar que nada o surpreenderia.



— Não. Mas vê qual é a figurinha, está me faltando a Agripa.



— O quê?



— Claro que você não sabe, os sapos de chocolate têm figurinhas
dentro, sabe, para colecionar, bruxas e bruxos famosos. Tenho umas quinhentas,
mas não tenho a Agripa nem o Ptolomeu.



Harry abriu o sapo de chocolate e puxou a figurinha. Era a cara de
um homem. Usava óculos de meia-lua, tinha um nariz comprido e torto, cabelos
esvoaçantes cor de prata, barba e bigode. Sob o retrato havia o nome Alvo
Dumbledore.



— Então este é Dumbledore! — exclamou Harry.



— Não me diga que nunca ouviu falar de Dumbledore! Quer me dar um
sapo? Quem sabe eu tiro a Agripa. Obrigado.



Harry virou o verso da figurinha e leu:





Alvo Dumbledore, atualmente diretor Hogwarts.





Considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos.
Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das
Trevas, em 1945, por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão e por
desenvolver um trabalho em alquimia em parceria com Nicolau Flamel. O Professor
Dumbledore gosta de música de câmara e boliche.





Harry virou de novo o cartão e viu, para seu espanto, que o rosto
de Dumbledore havia desaparecido.



— Ele desapareceu!



— Ora, você não pode esperar que ele fique aí o dia todo. Depois
ele volta. Não, tirei a Morgana outra
vez e já tenho umas seis... Você quer? Pode começar a colecionar.



Os olhos de Rony se desviaram para a pilha de sapos de chocolate
que continuavam fechados.



— Sirva-se — disse Harry. — Mas, sabe, no mundo dos trouxas, as
pessoas ficam paradas nas fotos.



— Ficam? O que, eles não se mexem? — Rony parecia surpreso. — Que
coisa esquisita!



Harry arregalou os olhos quando Dumbledore voltou para a figurinha
e lhe deu um sorrisinho. Rony estava mais interessado em comer os sapos do que
em olhar os bruxos e bruxas famosas, mas Harry não conseguia despregar os olhos
deles. Logo não tinha só Dumbledore e Morgana,
como também Hengisto de Woodcroft, Alberico Grunnion, Circe, Paraceko e Merlim. Por fim ele
despregou os olhos da druida Cliodna
que estava coçando o nariz, para abrir o saquinho de feijõezinhos de todos os
sabores.



— Você vai ter que tomar cuidado com essas aí — alertou Rony. —
Quando dizem todos os sabores eles querem dizer TODOS OS SABORES. Sabe, todos
os sabores comuns como chocolate, hortelã e laranja, mas também. Espinafre,
fígado e bucho. Jorge achou que sentiu gosto de bicho-papão uma vez.



Rony apanhou uma balinha verde, examinou-a atentamente e mordeu
uma ponta.



— Eca! Está vendo? Couve-de-bruxelas.



Eles se divertiram comendo as balas. Harry tirou torrada, coco,
feijão cozido, morango, caril, capim, café, sardinha e chegou a reunir coragem
para morder a ponta de uma bala cinzenta meio gozada que Rony não queria pegar,
e que era pimenta.



Os campos que passavam agora pela janela estavam ficando mais
silvestres. As plantações tinham desaparecido. Agora havia matas, rios
serpeantes e morros verde-escuros.



Ouviram uma batida à porta da cabine e o menino de rosto redondo,
por quem Harry passara na plataforma 9 e ½, entrou. Parecia choroso.



— Desculpem, mas vocês viram um sapo?



Quando os dois sacudiram a cabeça, ele chorou.



— Perdi ele! Está sempre fugindo de mim!



— Ele vai aparecer — consolou Harry.



— Vai — disse o menino infeliz. — Se você vir ele...



E saiu.



— Não sei por que ele está tão chateado — disse Rony. — Se eu
tivesse trazido um sapo ia querer perder ele o mais depressa que pudesse. Mas,
trouxe Perebas, por isso nem posso falar nada.



O rato continuava a tirar sua soneca no colo de Rony.



— Ele podia estar morto e ninguém ia saber a diferença — disse
Rony desgostoso. — Tentei mudar a cor dele para amarelo para deixar ele mais
interessante, mas o feitiço não deu certo. Vou-lhe mostrar. Olhe...



Remexeu na mala e tirou uma varinha muito gasta. Estava lascada em
alguns pontos e havia uma coisa branca brilhando na ponta.



— O pêlo do unicórnio está quase saindo. Em todo o caso...



Tinha acabado de erguer a varinha quando a porta da cabine abriu
outra vez. O menino sem o sapo estava de volta, mas desta vez tinha uma garota
em sua companhia. Ela já estava usando as vestes novas de Hogwarts.



— Ninguém viu um sapo? Neville perdeu o dele.



Tinha um tom de voz mandão, os cabelos castanhos muito cheios e os
dentes da frente meio grandes.



— Já dissemos a ele que não vimos o sapo — respondeu Rony, mas a
menina não estava escutando, olhava para a varinha na mão dele.



— Você está fazendo mágicas? Quero ver.



Sentou-se. Rony pareceu desconcertado.



— Hum... Está bem.



Pigarreou.



— Sol margaridas, amarelo maduro, muda para amarelo esse rato
velho e burro.



Ele agitou a varinha, mas nada aconteceu. Perebas continuou
cinzento e completamente adormecido.



 — Você tem certeza de que
esse feitiço está certo? — perguntou a menina. — Bem, não é muito bom, né?
Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém na
família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão
contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, me
disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só
espero que seja suficiente, aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são?



Ela disse tudo isso muito depressa.



Harry olhou para Rony e sentiu um grande alivio ao ver, por sua
cara espantada, que ele não aprendera todos os livros de cor tampouco.



— Sou Rony Weasley.



— Harry Potter.



— Verdade? Já ouvi falar de você, é claro. Tenho outros livros
recomendados, e você está na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes das trevas e em
Grandes acontecimentos do século XX.



— Estou?Meu pai comentou isso mais não prestei muita atenção. —
admirou-se Harry sentindo-se confuso.



— Nossa, você não sabia, eu teria procurado saber tudo que pudesse
se fosse comigo — disse Hermione. — já sabem em que casa vão ficar? Andei
perguntando e espero ficar na Grifinória, me parece a melhor, ouvi dizer que o
próprio Dumbledore foi de lá, mas imagino que a Corvinal não seja muito ruim..
Em todo o caso, acho melhor irmos procurar o sapo de Neville. E é melhor vocês
se trocarem, sabe, vamos chegar daqui a pouco.



E foi-se embora, levando o menino sem sapo.



— Seja qual for a minha casa, espero que ela não esteja lá —
comentou Rony e jogou a varinha de volta na mala. — Feitiço besta. Foi o Jorge
que me ensinou, aposto que sabia que não prestava.



— Em que casa estão os seus irmãos? — perguntou Harry.



— Grifinória. — A tristeza parecia estar se apoderando dele outra
vez. — Mamãe e papai estiveram lá também. Não sei o que vão dizer se eu não
estiver. Acho que a Corvinal não seria muito ruim, mas imagine se me puserem na
Sonserina.



— É a casa em
que Vol... Quero dizer Você-Sabe-Quem esteve?



— É. — E afundou novamente no assento, parecendo deprimido.



— Sabe, acho que as pontas dos bigodes de Perebas ficaram um
pouquinho mais claras — disse Harry, tentando distrair o pensamento de Rony das
casas. — Então, o que é que os seus irmãos mais velhos fazem agora que já
terminaram?



Harry estava imaginando o que mais alem de auror fazia um bruxo
depois que terminava a escola.



— Carlinhos está na Romênia estudando dragões e Gui está na África
fazendo um serviço para o Gringotes.
Você soube o que aconteceu com o Gringotes?
O Profeta Diário só fala nisso, você recebe o jornal?



-Recebo.Mais não gosto de ler nem eu nem meu pai so minha mãe ler.



-Uns caras tentaram roubar um cofre de segurança máxima.



Harry arregalou os olhos.



— Verdade? E o que aconteceu com eles?



— Nada, é por isso que é uma noticia tão importante. Não foram
pegos. Papai disse que deve ter sido um bruxo das trevas poderoso para enganar Gringotes, mas estão achando que eles
não levaram nada, isso é que é esquisito. É claro que todo o mundo fica
apavorado quando uma coisa dessas acontece porque Você-Sabe-Quem pode estar por
trás da coisa.



Harry repassou as noticias mentalmente. Estava começando a sentir
um arrepio de medo toda vez que Você-Sabe-Quem era mencionado. Supunha que isso
fazia parte do ingresso no mundo da magia, mas tinha sido muito mais
confortável dizer Voldemort sem se preocupar.



— Qual é o seu time de Quadribol — perguntou Rony.



— Hum... Não conheço nenhum — confessou Harry.



— O quê? — Rony parecia pasmo. — Ah, espere ai, é o melhor jogo do
mundo — E saiu explicando tudo sobre as quatro bolas e as posições dos sete
jogadores, descreveu jogos famosos a que fora com os irmãos e a vassoura que
gostaria de comprar se tivesse dinheiro. Estava mostrando a Harry as qualidades
do jogo quando a porta da cabine se abriu mais uma vez, mas agora não era Neville,
o menino sem sapo, nem Hermione Granger.



Três garotos entraram e Harry reconheceu o do meio na hora: era o
garoto pálido da loja de vestes de Madame
Malkin
. Olhou para Harry com um interesse muito maior do que revelara no
Beco Diagonal.



— É verdade? — perguntou — Estão dizendo no trem que Harry Potter
está nesta cabine. Então é você?



— Sou — respondeu Harry. Observava os outros garotos. Os dois eram
fortes e pareciam muito maus. Postados dos lados do menino pálido eles pareciam
guarda-costas.



— Ah, este é Crabbe e este outro, Goyle — apresentou o garoto
pálido displicentemente, notando o interesse de Harry — E meu nome é Draco
Malfoy.



Rony tossiu de leve, o que poderia estar escondendo uma risadinha.
Malfoy olhou para ele.



— Acha o meu nome engraçado, é? Nem preciso perguntar quem você é.
Meu pai me contou que na família Weasley todos têm cabelos ruivos e sardas e
mais filhos do que podem sustentar. — Virou-se para Harry — Você não vai
demorar a descobrir que algumas famílias de bruxos são bem melhores do que
outras, Harry. Você não vai querer fazer amizade com as ruins. E eu posso
ajudá-lo nisso.



Ele estendeu a mão para apertar a de Harry, mas Harry não a
apertou.



— Acho que sei dizer qual é o tipo ruim sozinho, obrigado. — disse
com frieza.



Draco não ficou vermelho, mas um ligeiro rosado coloriu seu rosto
pálido.



— Eu teria mais cuidado se fosse você, Harry. — disse lentamente.
— A não ser que seja mais educado, vai acabar morrendo. Você se mistura com
gentinha como os Weasley e aquele Rúbeo e vai acabar se contaminando.



Harry e Rony se levantaram. O rosto de Rony estava vermelho como
os cabelos.



— Repete isso.



— Ah, você vai brigar com a gente, vai? — Draco caçoou.



— A não ser que você se retire agora — disse Harry com uma coragem
maior do que sentia, porque Crabbe e Goyle eram bem maiores do que ele ou Rony.



— Mas não estamos com vontade de nos retirar, estamos, garotos? Já
comemos toda a nossa comida e parece que vocês ainda têm alguma coisa.



Goyle fez menção de apanhar os sapos de chocolate ao lado de Rony.
Rony deu um pulo para frente, mas antes que encostasse em Goyle, este soltou um
berro terrível.



Perebas, o rato, estava pendurado em seu dedo, os dentinhos
afiados enterrados na junta de Goyle. Crabbe e Draco recuaram enquanto Goyle
rodava e rodava o braço, urrando, e quando Perebas finalmente se soltou e bateu
na janela, os três desapareceram na mesma hora. Talvez achassem que havia mais
ratos escondidos nos doces, ou talvez tivessem ouvido passos, porque um segundo
depois, Hermione Granger entrou.



— Que foi que aconteceu? — perguntou, vendo os doces espalhados no
chão e Rony apanhando Perebas pela cauda.



— Acho que apagaram ele — disse Rony a Harry. E examinou Perebas
mais atentamente. — Não... Não acredito... Ele voltou a dormir.



E dormira mesmo.



— Você já conhecia Draco Malfoy?



Harry contou o encontro deles no Beco Diagonal.



— Já ouvi falar na família dele — disse Rony sombrio. — Foram os
primeiros a voltar para o nosso lado depois que Você-Sabe-Quem desapareceu.
Disseram que tinha sido enfeitiçado. Papai não acredita nisso. Diz que o pai de
Draco não precisou de desculpa para se bandear para o lado das Trevas. — E
virou-se para Hermione. — Podemos fazer alguma coisa por você.



— É melhor vocês se apressarem e trocarem de roupa. Acabei de ir
lá na frente perguntar ao maquinista e ele me disse que estamos quase chegando.
Vocês andaram brigando? Vão se meter em encrenca antes mesmo de chegarmos lá!



— Perebas andou brigando, nós não — disse Rony, fazendo cara
zangada. — Você se importa de sair para podermos nos trocar.



— Está bem. Só vim para cá porque as pessoas nas outras cabines
estão se comportando feito crianças, correndo pelos corredores — disse Hermione
em tom choroso. — E você está com o nariz sujo, sabia?



Rony amarrou a cara quando ela se retirou. Harry espiou pela
janela. Estava escurecendo. Viu montanhas e matas sob um céu arroxeado. O trem
parecia estar diminuindo a velocidade. Ele e Rony tiraram os paletós e puseram
as vestes longas e pretas. A de Rony estava um pouco curta, dava para ver as calças.
Uma voz ecoou pelo trem.



— Vamos chegar a Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor,
deixem a bagagem no trem, ela será levada para a escola.



O estômago de Harry revirou de nervoso e ele reparou que Rony
parecia pálido sob as sardas. Os dois encheram os bolsos com o resto dos doces
e se reuniram à garotada que apinhava os corredores.



O trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou. As pessoas
se empurraram para chegar à porta e descer na pequena plataforma escura. Harry
estremeceu ao ar frio da noite. Então apareceu uma lâmpada balançando sobre as
cabeças dos estudantes e Harry ouviu uma voz conhecida.



— Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! Tudo bem Harry?



O rosto grande e peludo de Rúbeo Hagrid sorria por cima de um mar
de cabeças.



— Vamos, venham comigo. Mais alguém do primeiro ano?



Aos escorregões e tropeços, eles seguiram Hagrid por um caminho de
aparência íngreme e estreita. Estava tão escuro em volta que Harry achou que
devia haver grandes árvores ali.



Ninguém falou muito. Neville, o menino que vivia perdendo o sapo,
fungou umas duas vezes.



— Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em um segundo. —
Hagrid gritou por cima do ombro —, logo depois dessa curva.



Ouviu-se um ooooh muito alto.



O caminho estreito se abrira de repente ate a margem de um grande
lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas
cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e
torrinhas.



— Só quatro em cada barco! — gritou Hagrid, apontando para uma
flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Harry e Rony foram
seguidos até o barco por Neville e Hermione.



— Todos acomodados? — gritou Hagrid, que tinha um barco só para
si. — Então... VAMOS!



E a flotilha de barquinhos largou toda ao mesmo tempo, deslizando
pelo lago que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos, os olhos fixos
no grande castelo no alto. A construção se agigantava à medida que se
aproximavam do penhasco em que estava situado.



— Abaixem as cabeças! — berrou Hagrid quando os primeiros barcos
chegaram ao penhasco, todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram
uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram
impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo,
até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo em pedras e
seixos.



— Ei, você ai! É o seu sapo? — perguntou Hagrid, que verificava os
barcos à medida que as pessoas desembarcavam.



— Trevo! — gritou Neville feliz, estendendo as mãos.



Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando
a lanterna de Hagrid e desembocaram finalmente em um gramado fofinho e úmido à
sombra do castelo.



Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme
porta de carvalho.



— Estão todos aqui? Você aí, ainda está com o seu sapo?



Hagrid ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do
castelo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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