Quando os Deeva's chegaram em sacramento já era de madrugada, e se hospedaram no primeiro hotel que encontraram.

–Eu só acho que não é porque já é tarde que nós devemos parar de investigar!. - Dominick disse exaltada no quarto de hotel.

"Eu nunca mais deixo essa menina tomar energetico..." Samuel pensou consigo mesmo, sentado em um sofá tentando relaxar, ele estava recostado aos braços do sofá, de olhos fechados, e com uma das mãos massegeava a cabeça.

–Dominick... Eu vou falar, e vou falar só dessa vez. - Ele disse com o tom de voz calmo e suave. - Vá dormir!. - Ele disse mudando totalmente seu tom de voz, para o que era um timbre alto.

Eles chegaram em Sacramento por volta das duas horas da manhã, e Samuel achou que seria muito insensato caçar ou investigar alguma coisa naquele momento, e concordaram com ele Aaron e Liam, mas Dominick era a parte hiperativa do grupo naquela noite, motivo que a deixou assim foram as latinhas de energetico que ela tinha tomado.

Mas a verdade sobre aquele dia, era que ela só queria ocupar a mente e o corpo com algo, principalmente porque aquele era um dia de lembranças ruins pra ela...

Dominick estava andando de uma lado para o outro no quarto de hotel, tinha se passado meia hora desde que Samuel e os garotos tinham ido dormir, mas ela não estava conseguindo, e nem queria também.

Enquanto isso, no quarto em que dormiam os homens da casa, Aaron estava agitado em sua cama, ele não estava conseguindo dormir direito, ele abriu os olhos, e encarou o teto do quarto por alguns segundos, até que ele sentiu sua garganta seca, com cuidado ele se levantou do quarto para não acordar Samuel e Liam, mas aqueles dois tinham sono pesado, segundo o que Dominick disse a ele um dia desses, "Nem que eu toque bateria no ouvido deles...", eles não acordam com nada, definitivamente!.

Aaron saiu do quarto, e logo que fechou a porta e se virou, ele viu Dominick, sentada no sofá, com os olhos fixos na parede branca a sua frente.

–Dominick?... - Ele chamou ela, sua voz saiu rouca e grave, por cincustância de sua sede.

Dominick escutou a voz de Aaron lhe chamar, então ela virou sua cabeça pra o lado, e viu ele parado a frente da porta do quarto, usando uma calça de nilon cinza, e nada mais.

–Aaron... O que você faz acordado á essa hora?. - Ela perguntou calma, apertando seus olhos de curiosidade.

–Eu só vim pegar água. - Ele falou sorridente, depois disso, foi até um freezer da sala, e pegou uma garrafa de água.

Aaron a abriu, e deu três longos goles, depois disso, fechou a garrafa com a tampa, e a colocou de volta no freezer.

Aaron se virou de novo, e Dominick já estava sentada novamente no sofá, ele a pegou olhando pra ele, ele deu um sorriso leve, e caminhou até o sofá, quando chegou até lá, ele se sentou ao lado dela.

–Mas e você, o que ainda faz acordada?. - Ele perguntou com o tom de voz calmo, enquanto arqueava uma sobrancelha.

Dominick suspirou.

–Eu não consigo dormir de jeito nenhum, até tentei dormir no sofá... - Ela falou com o tom de voz baixo, enquanto olhava para os proprios pés. - Eu até tentei contar carneirinhos, mas eles fugiram de mim!. - Ela falou em um tom dramático.

Aaron segurou o riso, ele deslizou a mão por seus cabelos, os colocando pra trás, mas eles logo voltaram pra frente.

Aaron olhou para Dominick, ela estava olhando para os proprios pés, e ela parecia estar desanimada, ele logo pensou em algo que pudesse fazer ela dormir, e depois, mesmo que ela não dormisse, não custava nada tentar.

–Vem cá. - Ele falou em um tom de voz suave, enquanto pegava Dominick pelos ombros, e tentava fazê-la deitar a cabeça em seu colo.

–O que você vai fazer?. - Ela perguntou relutante.

Ele a puxou com mais força, e conseguiu deitar a cabeça dela em seu colo.

–Relaxe... - Ele disse com a voz baixa.

Aaron pôs sua mão na cabeça de Dominick, e começou a deslizar a mão pelos cabelos dela.

–O que você ta fazendo?. - Ela perguntou.

–A minha mãe fazia isso comigo quando eu era criança... As vezes eu ficava muito agitado quando ela saía pra caçar, muitas vezes ela passava meses longe de casa, e pra me acalmar ela fazia isso... - Ele respondeu, enquanto sorria olhando pra o nada, lembrando de sua infância.

–A sua mãe ainda caça?.

–Não, ela deixou isso a algum tempo, ela preferiu deixar aquela vida agitada pra cuidar da família... Em casa somos eu, meu pai, minha mãe, e meu irmão mais velho, mas ele vai se casar no final do ano, então não vai sobrar muita gente em casa. - Ele disse rindo.

Dominick deu um leve sorriso.

–Mas e sobre a sua família?. - Ele perguntou, ainda deslizando a mão sobre seus cabelos, e olhando para o rosto dela que estava de perfil, já que ela estava deitada de lado.

Dominick deu um leve suspiro.

–Nós costumavamos ser uma família... Éramos eu, minha irmã, e meus pais, eu e minha irmã mais velha eramos muito unidas... - Ela falava triste.

–E o que aconteceu?. - Aaron perguntou receoso, já que Dominick poderia se afastar outra vez.

–Eu aprendi a usar armas com oito anos, eu nunca soube porque, mas a minha família corria perigo, eu nunca me interessei pela caça, não queria essa vida pra mim, ao contrario de Edelin, ela era uma das melhores, ela ia entrar pra o controle da corporação naquele ano... Mas uma coisa entrou dentro da nossa casa, eu me lembro de Edelin me escondendo num armário, e me pedindo pra ficar calada, e não sair de lá de jeito nenhum, eu fiquei lá por alguns minutos, até que eu escutei Edelin gritar...  - Falou com embargo na voz, em seguida, deixando uma lágrima escorregar por seus olhos. - Eu fiquei morrendo de medo, e comecei a chorar, alguns minutos depois, eu saí do armário, e procurei por ela por toda a casa, eu fui encontrar ela no quintal... Morta, e toda ensanguentada. Depois daquele dia, eu mudei, minha infância e uma das pessoas que eu mais amava foram arrancadas de mim. - Dominick falou, estava triste de lembrar daquilo, mas ela queria mesmo desabafar com alguém, principalmente naquele dia em que completava cinco anos que Edelin tinha morrido.

Aaron ficou boquiaberto com aquela história, nunca imaginou que uma coisa assim pudesse ter acontecido com Dominick.

–E depois... O que aconteceu com você?.

–Eu  não me lembro bem, nós estavamos no quintal de casa, meus pais não estavam em casa quando aconteceu... Estava chovendo muito, eu a encontrei ensanguentada, com cortes no rosto, no pescoço, e nos braços, mas alguém abriu um buraco no abdomem dela... Desde então, tudo o que eu queria era ser forte, me tornar melhor, e ir atrás do assassino dela, eu vou tirar tudo dele, assim como ele fez comigo.

Dominick estava se segurando pra não chorar, mas foi em vão, as lágrimas escaparam dela, Aaron estava desmoronado diante daquela situação, em um movimento rápido, Dominick se sentou, e abraçou Aaron, naquele momento, ela não queria sozinha, e acima de tudo queria sentir que alguém estava por perto.

–Eu não queria ser tão vulneravel assim, mas a lembrança dela ainda me deixa muito fragil!. - Ela sussurrou aos soluços.

Aaron sentiu as lágrimas de Dominick passarem quentes por seu pescoço, ele nunca pensou que fosse vê-la chorar daquele jeito.

–Sh... - Ele ele disse. - Calma, eu vou ficar com você. - Ele sussurrou no ouvido dela, numa tentativa de acalmá-la.

Dominick ainda continuava a chorar, e a soluçar. Sem saber o que fazer, Aaron pegou Dominick no colo, e foi com ela até o quarto dela, depois disso, ele tentou colocar ela na cama, mas ela se agarrou ao pescoço dele.

–Não! Eu não quero ficar aqui sozinha! Não, Aaron!. - Ela dizia, ainda chorando.

–Tudo bem, tudo bem... Eu não vou embora. - Ele disse se sentando na cama.

Dominick se tranquilizou, e se deitou na cama, já mais relaxada, porém ainda chorando, ela pegou Aaron pelo braço, e fez ele se deitar também, tudo pra não ficar sozinha, pelo menos não naquela hora.

Aaron viu e sentiu o quanto ela estava fragil, e por nada naquele mundo deixaria ela, ainda mais naquele estado, e automaticamente, um instinto protetor tomou posse dele, ele aninhou Dominick em seus braços, envolvendo ela num abraço quente, ele sabia que ela ainda estava chorando, porque ele sentia as lágrimas dela no seu peito nu, mas ela já não soluçava mais.

Aaron ficou lá com ela, "protegendo" ela, e cuidando dela, ele acariciou os cabelos dela, até que ela pegasse no sono, e logo depois de alguns minutos, ele caiu em um sono profundo também.