–Não importam as condições, Lestat... Eu quero que você a proteja, e que não deixe nada de mal acontecer a ela. Você é o jovem mais forte que eu já treinei, sei que vai proteger ela com a sua vida. - Um homem de voz grossa, e cabelos castanhos lisos, de pele parda, e olhos cor de avelã disse.

Cloud Janicki, um vampiro, que tinham se relacionado com uma humana ao auge de seus 220 anos, que tinha um filho, e uma neta, híbridos, o filho não se aproximava dele, e a neta se quer lhe conhecia.

Mas que há muito tempo, salvava híbridos da raça, os acolhia e cuidava deles, com o tempo viraram uma organização independente que ajudava o resto dos híbridos, já que os vampiros os achavam a escória da raça, e mais do que tudo queriam que eles desaparecessem.

O fato, era que agora que tinha sucumbido á sua natureza híbrida, a neta dele corria perigo, os vampiros logo iriam atrás dela, e a matariam, como eles estavam fazendo com qualquer híbrido que encontravam.

Sentado em uma poltrona espaçosa e confortável, Cloud estava de frente pra uma lareira, numa sala grande, onde só se encontravam ele, e o jovem Lestat.

Lestat, era um jovem híbrido de 18 anos, que tinha sido vítima da tirânia vampira, seus pais foram mortos, e só ele e sua irmã escaparam, graças a Cloud, que os salvou. Ele era um jovem alto, de olhos azuis intensos, sua pele era pálida, seus cabelos eram negros e chegavam ate seu pescoço.

–Onde eu posso encontrar ela?. - Lestat perguntou por trás da poltrona de Cloud.

–Ela está em Malibu com os pais, a corporação a afastou do campo das caçadas, mas eu sei que ela não vai parar, ela ainda é muito teimosa, e imprudente, vai precisar de alguém por perto que cuide dela. - Cloud disse calmo, mas apreensivo por dentro.

–Eu não vou deixar que nada aconteça a ela, Senhor. - Lestat disse submisso ao pedido de Cloud.

–Agora vá, você não pode perder tempo.

Lestat apenas acenou com a cabeça, e caminhou até a porta, pegou sua mochila de um sofá, e pôs a chave de sua moto no bolso de sua calça, e então saiu pela porta, e quando o fez, deu de cara com a feição preocupada de sua irmã.

Amanda era uma garota de 16 anos, não era alta, tinha cabelos castanhos que passavam de seus ombros, olhos castanhos esverdeados, e sua pele era clara.

–Amanda, eu vou me ausentar por um tempo, fique longe de problemas. - Ele disse sem expressões em seu rosto, enquanto caminhava pelo corredor, mas ela lhe segurou pelo braço.

–Eu sabia! Cloud vai mandar você pra longe, não vá! É perigoso Lestat, eu não posso perder você também, Cloud pode mandar outra pessoa. - Ela disse birrenta enquanto se abraçava a ele.

–Não exagere. E eu tenho que ir, um pedido de Cloud é uma coisa que eu não posso recusar, você sabe. - Lestat disse sério, tentando não ceder ao pedido da irmã.

–E quando você vai voltar?. - Ela perguntou se soltando do abraço, com os olhos marejados.

–Eu ainda não sei, mas eu tenho que ir, não se preocupe, eu só tenho que cuidar da neta dele, e ela não pode ser tão problemática assim. - Ele brincou.

Depois disso, ele saiu caminhando pelo corredor, com uma mochila nas costas, e antes que amanda se desse conta, ele já não estava mais lá, então, ela suspirou pesado, e só pôde torcer pra que seu irmão voltasse intacto pra ela.

Enquanto isso, em Malibu, Samuel, Nolan, Aaron, Liam e Lila tomavam café da manhã, descontraídos, até que Dominick chega até a cozinha praticamente bufando fogo, e joga um jornal com muita força, e raiva, sobre a mesa.

–Agora já foi demais! Dois pescadores e um mergulhador desapareceram essa manhã, agora já deu pra mim!. - Ela praticamente berrou, totalmente irritada.

–Segura essa TPM aí, Dominick. - Nolan disse sério enquanto pegava o jornal, pra ler as notícias.

Nolan suspirou pesado, realmente a situação não estava boa, eles tinham que dar um jeito na situação, e logo, principalmente, porque se quisessem resolver logo isso, tinha que ser antes que a central da corporação mandasse outra equipe pra lá.

–TPM o escambau! Quatro pessoas já desapareceram, eu tenho dois Deeva's comigo, mas não deixaram a gente fazer nada ate agora. - Ela disse séria, se inclinando na mesa, e olhando pra Nolan.

–Nolan... Ela tem razão. - Samuel disse no seu canto, meio sem jeito, afinal, nunca gostava de admitir aquele tipo de coisa.

–Tudo bem... Vamos dar um jeito nisso hoje. - Nolan disse enquanto se levantava da cadeira.

–Onde você vai?. - Dominick perguntou já mais calma.

–Alugar um barco, afinal, nós vamos pra mar aberto, não é?. - Nolan disse calmo, enquanto saía da cozinha.

Silêncio na cozinha quando Nolan se retirou, até o barulho da cadeira de Samuel se arrastando no chão, e ele dizer.

–Eu vou preparar o arsenal de hoje á noite. - Disse descontraído.

Samuel saiu da cozinha, e foi rumo ao porão da casa, que era onde eles estavam guardando as armas, que era aparentemente o lugar mais seguro pra elas.

Enquanto isso na cozinha...

–Aaron. Liam. Eu vou até a praia, vocês vem comigo?. - Dominick perguntou calma enquanto olhava pra os dois.

–Mas eu nem acabei de comer ainda. - Liam choramingou.

Dominick revirou os olhos.

–E você, Aaron?.

–Eu vou. - Ele disse se levantando da mesa.

Os dois colocaram roupas leves, e foram até a praia, chegando lá, começaram a caminhar, ao chegar lá examinaram o perímetro onde as pessoas tinham desaparecido, engraçado, era que os ataques se concentraram apenas naquela praia.

–Dominick, eu andei pesquisando... E.. Você já ouviu falar das Sirens?. - Aaron indagou enquanto eles olhavam pra o mar.

–Sei pouco sobre elas, são umas sardinhas comedoras de gente. - Dominick retrucou desdenhosa. - Lembram o que o povo gosta de chamar de sereia, mas na verdade, são criaturas horríveis, tem dentes grandes e afiados, e garras horríveis nas mãos, o rosto daquelas coisas é simplesmente horrível.

–Sabe, eu estive pensando, talvez seja isso. - Aaron disse enquanto olhava pra ela de lado.

–É, talvez.

Um tempo depois, os dois já estavam de volta á casa, e quando chegaram, também encontraram com Nolan chegando, eles se reuniram na sala com Samuel, e Liam, pra discutir o que seria feito aquela noite.

–Eu já deixei tudo preparado, qualquer coisa que nós possamos vir a precisar, coloquei tudo numa bolsa. - Samuel disse enquanto se sentava no sofá, ficando do lado de Liam.

–Nós partimos assim que anoitecer, fiquem sabendo que não vai ser fácil. - Nolan disse isso sério, enquanto olhava para os presentes na sala.

Caiu a noite, e eles estavam se preparando pra sair, Samuel apenas precisou pegar "A bolsa", e Nolan, antes que saísse, deu um beijo em Lila.

–Tenha cuidado. - Ela disse quando se afastaram.

Ele deu um sorriso pra ela, e nesse meio tempo Dominick passou por Lila, sem dizer nada, sem falar nada.

–E você venha cá, seja minha filha uma vez na vida. - Lila disse enquanto a puxava por trás, e dava um beijo em sua cabeça.

–Que é isso, Mãe?!. - Ela indagou baixo.

–Vá com cuidado. - Lila disse enquanto ela se afastava.

Dominick andou até Samuel, Nolan, Aaron, e Liam, e logo andaram até o cais, que não ficava nada longe, pegaram o barco, arrumaram o que tinham pra arrumar, e logo saíram nele.

Nolan levou eles até o lugar onde os ataques estavam se concentrando, e pararam lá. Logo Samuel abriu sua bolsa, e tirou de lá pequenas bolas de ferro, pretas.

–O que é isso?. - Liam perguntou.

–Eu achei que reconhecesse uma bomba quando visse uma. - Samuel disse irônico enquanto pegava mais algumas na bolsa.

–Eu devia estar dormindo quando ensinaram isso na academia... - Liam retrucou envergonhado.

Dominick se aproximou de Samuel, e se sentou perto dele, observou bem dentro da bolsa, tinha alguns cartuchos de munição, uma faca, e uma arma simples, ele tinha ocupado quase todo o espaço da bolsa com aquelas bombinhas.

–Você vai me ajudar com isso. - Samuel disse dando uma cotovelada leve em Dominick.

–Como assim?. - Ela perguntou confusa.

–Eu quero colocar isso em volta dá área, quando a gente coloca na água, elas vão ficar boiando, se alguma coisa submergir, é só apertar um botão. - Samuel explicou, enquanto mostrava a estrutura das bombas pra ela.

Assim eles já estavam se organizando, Aaron e Liam carregavam suas armas, e Nolam guiava um feixe de luz grande que iluminava toda a região, já Dominick e Samuel, ficavam de um lado pra o outro no barco, ele colocavam as bombas na água, e lhes davam um impulso para que ficassem a uma distância considerável do barco.

Samuel, e Dominick, deixaram as bombas distribuídas em volta do barco, á uma certa distância, se qualquer coisa aparecesse, daria certo, e se não desse, eles tinham armas, e não tinham medo de qualquer coisa.

Depois de um tempo, nada tinha acontecido, porém, Nolan sempre continuava guiando o feixe, mas não via nada.

Três horas da manhã, e ainda não tinha acontecido nada, até que Nolan escuta um ruído medonho, como se alguém estivesse rouco, ou arfando, Nolan se concentrou no ruído, tentando saber de onde vinha.

Até que o barulho ficou mais forte, como se estivesse se aproximando. Era como se Nolan estivesse em transe enquanto escutava atentamente aquilo, mas deixando aquele estado, ele avisou aos outros pra que tomassem cuidado.

–Tenham cuidado, fiquem de olhos abertos! Seja lá o que for, deve estar perto. - Nolan os alertou temeroso pelo o que podia acontecer.

Nesse momento, todos começaram a olhar com atenção pra água, não iriam se deixar ser pegos de surpresa, até que chegou um momento, em que Dominick também conseguia escutar aquele ruído, aquilo a deixou perturbada, e mais atenta ainda.

Eles estavam de pé no barco, cada um em uma parte, apontando suas armas pra água, firmes, e fortes. Eles estavam parados, apenas esperando, mas Nolan e Dominick, continuavam a ouvir os ruídos.

Então, por um momento, os ruídos pararam, Dominick abaixou sua arma, e disse.

–Parar... - Ela tentou dizer.

Algo bateu com força no barco, e como estava distraída, Dominick se desequilibrou, e caiu de frente do barco.

Nolan se desesperou, soltou o leme do barco, e o feixe de luz, andou rápido até onde Dominick estava, e gritou por seu nome.

–Dominick!? Nick!?. - Ele berrava.

Dominick emergiu da água, ficando apenas com os braços e a cabeça fora da água, os dentes dela trincavam, a água estava tão fria.

Nolan suspirou aliviado, e Dominick nadou até a borda do barco, ela se agarrou com os braços á borda, Nolan se aproximou, e esticou o braço.

–Me dê a sua mão. - Nolan disse.

Quando Dominick estava pra ser puxada por Nolan, ela foi puxada pra baixo, e tudo o que viram, foram bolhas emergindo na água.

Nessa hora, todos se desesperaram, e antes que pudessem fazer alguma coisa, sentiram alguma coisa bater forte no barco, o barco sacolejou, e a sorte deles foi que se seguraram firme pra não cair.

Nolan começou a tirar a camisa que usava, e Samuel olhou pra ele, entendendo o que ele estava pretendendo fazer.

–Você quer ir lá embaixo?. - Samuel questionou alterado.

–Ela pode morrer!. - Nolan disse apreensivo e preocupado.

–Você não vai ficar numa situação muito melhor que a dela. - Samuel berrou. - Fiquem firmes, preparem a mira. - Samuel disse a Aaron e Liam.

Aaron estava mais do que preocupado, mais um minuto daquilo e ele ficaria louco, mas era melhor manter a calma naquela situação, ou seria muito pior.

Lá em baixo, Dominick tinha sido levada por uma siren, eram exatamente como ela imaginava, lembravam um humanóide, mas eram como peixes da cintura pra baixo, garras grandes e afiadas, e fileiras de dentes pontiagudos, e eram praticamente esqueléticas, para a felicidade dela, o feixe de luz estava iluminando o local, e por mais que não fosse muito, dava pra ver alguma coisa.

Duas daquelas sirens começaram a nadar em volta de Dominick, como se a qualquer momento estivessem pretendendo atacar.

Enquanto que outras três estavam rondando o barco, e dando batidas fortes nele.

Dominick levantou sua arma, era a unica coisa que podia fazer naquele momento, tentar se defender, e poupar o máximo de ar que pudesse.

Enquanto isso no barco, as sirens deram as caras, e eles começaram a atirar, mas elas sempre iam pra dentro da água.

Depois de muito tempo naquela brincadeira, e das Sirens baterem muito no barco, Nolan apelou.

Ele foi para a borda do barco, pegou e cortou o braço com as unhas, e deixou o sangue dele cair na água, as sirens iam ficar completamente loucas e desorientadas, só iam querer saber de pegar alguém.

Assim elas emergiram da água, e até uma das que estavam rondando Dominick.

Foi então que Samuel aproveitou, ele apertou o botão do controle das bombas, e todas começaram a explodir sistematicamente.

As sirens explodiram junto, partes do corpo delas se soltaram, e ficaram boiando na água.

Enquanto aquilo, a siren que estava com Dominick, avançou pra cima dela, levou ela até um ponto de pedras na água, tentou arranhar e morder Dominick, mas graças ao vampirismo, Dominick estava mais forte, e não ia ser tão fácil, mas a siren conseguiu deixar uma marca em Dominick, ela acabou arranhado de leve na perna direita de Dominick.

Nada muito serio, mas Dominick já estava ficando sem ar e sem tempo, então ela sacou a arma, e atirou na cabeça dela, e siren caiu sem vida pra um lado, e quando Dominick estava pra nadar pra sair dali, se deu conta de que seu pé tinha ficado preso numa fenda entre as pedras.

Ela se desesperou nesse momento, tentou tirar o pé, mas não conseguiu, ela acabou esgotando todo o ar, e por fim, desmaiou na água.

Nesse meio tempo, alguém já estava nadando em direção a ela, esse alguém se aproximou e puxou o corpo dela com força, o pé se desprendeu, ele segurou ela, e nadou rápido com ela para fora do mar, não tardou, eles já estavam na areia da praia.

Ele a deitou na areia, e começou a massagear seu peito, tentando reanimar ela, foi então que ele reparou melhor em seu rosto, não era tão parecida com Cloud quanto pensou que poderia ser.

Do barco, aproveitando sua visão, Nolan conseguiu ver que tinha alguém na areia da praia, e só podia torcer pra ser Dominick, ele deu volta no barco, e foi rápido pra areia.

Enquanto isso, na areia da praia, aquele rapaz ainda tentava reanimar Dominick, ele caiu sobre ela, e lhe fez respiração boca a boca, alternando também pela massagem cardíaca, mas uma vez fez a respiração boca a boca, e viu ela abrir os olhos devagar.

Quando abriu os olhos, tudo o que Dominick conseguiu ver foram os olhos intensamente azuis, e brilhantes, a pele pálida, os cabelos negros molhados, e o rosto que lhe parecia tão bonito, ela olhou curiosa pra ele, mas antes que se desse conta, ele foi embora rápido.

E logo, Nolan se aproximou dela, a fez ficar sentada na areia, o desespero dele era tão grande, que mesmo tendo vendo aquela figura misteriosa ao lado dela, não iria ligar, ela era mais importante naquele momento.

Enquanto isso, afastado deles, o rapaz apenas observava, ele tinha conseguido salvar a vida daquela a quem estava encarregado de cuidar, e olhando assim pra ela, uma garota tão jovem, e que parecia ser tão frágil, mas que se metia em tantos problemas.

–Vai ser interessante cuidar de você, Dominick.. - Ele disse baixo pra si mesmo, de maneira calma, mas também animada.