ERAGON acordou ainda debaixo da asas de Saphira. O que, de certa forma, era reconfortante.

Bom dia, ele disse a ela com a mente. Bom dia, ela disse também.

Saphira levantou a asa devagar e Eragon levantou cobrindo o rosto com a mão, pois o sol estava meio alto. Mais ou menos umas oito e meia da manhã, ele presumiu.

Ele se esticou enquanto os olhos se acostumavam com a luminosidade repentina.

Saphira finalmente se levantou e arqueou as costas como um gato, e deu um bocejo de dar medo. Ela sacudiu a cabeça e escorou-a no ombro e Eragon, que fez um carinho no lado oposto que estava em seu ombro.

Eu estou com fome, Saphira disse levantando a cabeça e olhando a margem esverdeada. Só então Eragon notou a paisagem. Era bela e no entanto, assustadora. Pois contrastava com uma ferocidade incrível com a outra margem de pedra e cascalho.

Eragon cumprimentou os elfos e desceu para tomar café com eles. Saphira avisou que sairia para caçar e Eragon pediu para não desviar a mente da dele.

Nossas mentes são suas, Saphira. Os Eldunári também haviam dito.

Desajeitadamente, por ter espaço limitado, Saphira se abaixou (cuidando para não grudar as garras na madeira do barco, e pegou impulso.

Ah! Era simplesmente ótimo abrir as asas e sentir o vento a seu favor. Saphira fechou os olhos e sentiu o ar. Deixou-se planar por alguns momentos e depois tornou a bater as asas. Ela deu um rugido de prazer.

Saphira deu algumas cambalhotas e fez acrobacias no ar, e ao perceber como sentia-se bem fazendo isso, uma coluna de chamas azuis jorrou de sua boca para o céu infinito.

Ela voou mais para dentro da margem verde e saudável. Ela correu os olhos por todos os lugares. Até que enfim encontrou o que procurava: um veado gordo e de aparência suculenta. Não, não era uma fêmea, e então não estava prenhe. Saphira chegou a acreditar que a grama deveria ser muito boa para engordar veados assim. Ou então.... mas não poderia ser... Não... isso era impossível.

O dragão azul continuou voando com incredulidade pelos campos da margem esquerda. E olhou uma vez para trás. O navio ainda estava perto. Por isso, sentia-se segura. Isolou o pensamento que tivera de Eragon e dos Eldunári, precisava analisá-lo primeiro.

E mergulhou, agarrando o veado gordo com suas garras de cor marfim.

Eragon ficou muito agradecido como delicioso café da manhã. Todos os doze elfos riam e conversavam alegremente e Eragon, entrou nessa também.

Mas em um momento, sentiu um vacilo na mente de Saphira, mas foi por apenas alguns quartos de segundos. Iria mandar alguma pergunta para ela, mas então tirou uma conclusão, que ela deveria ter perdido alguma presa de vista.

Terminado o excelente café da manhã, Eragon levantou com dez dos elfos. Os outros dois cuidariam da limpeza.

Os onze (com Eragon) subiram as escadas até a parte de cima do navio. Olharam ao redor. Ainda estavam cercados pelas duas margens totalmente distintas.

-Bem - Blödhgarm falou -, isso prova que estamos entrando em um lugar... diferente.

Eragon olhou mais para a margem da esquerda, onde Saphira saíra para caçar. E a viu, a poucos metros de distância, deliciando-se com um veado. Ela comia devagar, como se quisesse sentir bem o gosto e aproveitar uma refeição normal.

Vendo-a, Eragon sentiu-se mais calmo. Assim ele sabia que Saphira estava segura, mesmo que estivessem ligados pela mente.

Eragon discutiu alguns pontos importantes com os elfos (quanto tempo mais duraria a viagem, o tempo necessário; teriam suprimentos até lá, não; demorariam para construir o fortaleza, sim; e outras perguntas com respostas ainda mais desagradáveis) e logo Saphira voltou.

Como foi sua refeição?, Eragon perguntou.

Deliciosa, ela respondeu, era um veado bem... cheio. Ela disse. Eu gostaria de dar mais uma volta. Detestei ficar parada nesse pedaço de madeira que balança mais do que um cavalo.

Eragon sorriu. Tudo bem então.

E Saphira pegou um impulso e se jogou para o céu bem azul enquanto Eragon conversava com os elfos.