Pov: Dalila
Arrumamos os quartos antes de sairmos, rumo a Manaus, só que antes fui falar com os meninos, para ver se eles precisavam de ajuda para arrumar as coisas deles.
_Precisam de ajuda?_ perguntei.
_Claro!_ respondeu Áurio
Abri o guarda roupa para ver o que faltava colocar na mala e reparei que eles mal tinham pegado a primeira fileira de roupas ali presentes.
_Vocês não vão fazer suas malas?_ perguntei.
_Eles não querem que vocês desfilem por isso estão enrolando!_ falou César calmamente.
_Seu dedo duro!_ falou Vitório irritado.
Olhei indignada para eles, saí e fui ver se outros queriam ajuda de verdade.
_Vocês também precisam de ajuda?_ perguntei a Murilo.
_Não obrigado!_ disse ele fechando a bolsa.
_Então, tudo bem!_ disse eu saindo do quarto e indo para a sala.
_Cadê os meninos? Vamos nos atrasar!_ disse Cecília pegando as chaves.
_Aqui estamos nós, descendo as escadas para ir a um desfile, aonde nossas namoradas vão se expor pra todo mundo ver!_ disse Áurio para os garotos que estavam atrás dele de cabeça baixa.
_Pronto todos no carro!_ disse Cecília_ E sem moto!
_O quê?_ perguntei irritada.
_Isso mesmo, se não, pobre dos cabelereiros!_ repreendeu Cecília.
_Ótimo!_ resmunguei_ Tudo bem!
Fui ao carro de Hugo, que estava alarmado quando soube que o desfile era ao ar livre.
_Pronto você não vai desfilar!_ disse ele.
_Se continuar, eu te deixo agora mesmo!_ retruquei.
_Ok, tudo bem!_ disse ele com tom de rendição na voz.
_Vamos logo, o caminho é muito, muito longo!_ nos lembrou Luna.
_Eu vou de moto!_ falou Hugo.
_Oba! Posso ir com você?_ perguntou Luna a ele.
_Claro!_ Vitório jogou um capacete para ela.
_Não, não, não e não! Se eu não posso ela também não pode!_ falei tirando o capacete da mão dela.
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Cecília iria dirigir o carro de Hugo, o que me deu um tempo a sós com ele antes do desfile. Guilherme foi no banco da frente, e os outros, foram no carro com Áurio.
_Por que vocês estão insistindo tanto neste desfile?_ perguntou-me Hugo.
_Você tá com ciúme tá?
_Não!
_Não fique bravo, você quer um consolo?_ perguntei com voz infantil.
_Não!
_Não fica assim!_ dei um beijinho na bochecha dele.
_Você não vai conseguir me comprar tão fácil!
_Que tal isso?
Dei mais um beijinho na bochecha dele, mas quando fui chegando perto ele virou o rosto me fazendo dar um selinho nele.
_Ei não vale roubar!_ falei irritada.
_Isso me deixou um pouco contente, sabe?!_ disse ele sorrindo maliciosamente.
_Não achei nada disso engraçado! Você extrapolou os limites!_
Saí andando com ele atrás de mim, pensei que ele realmente estivesse chateado, mas eu fui realmente muito tola em acreditar naquela conversinha dele.
_Cuidem precisamos ir!_ gritou Vitório.
Corri para o carro e saímos. Ficamos mais de 02h30min na estrada até chegar ao aeroporto, claro, em alta velocidade.
Compramos as passagens e embarcamos no avião meia hora depois.
POV: Luna
Quando fui para minha poltrona Guilherme vinha atrás de mim.
_Por que você ta me seguindo?_ perguntei.
_Minha poltrona é ao lado da sua!_ explicou ele.
_Legal!
Encontrei minha poltrona e me sentei, Guilherme se sentou logo depois. Fiquei entre Guilherme e outro homem, mas, olhando bem reconheci o homem.
_João é você?_ perguntei ao homem.
_Sim e quem é você?_ perguntou ele confuso.
_Sou eu, Luna, lembra-se de quando brincávamos lá em casa quando éramos pequenos?
_Luna é você?
_Oi como você está? Já faz tanto tempo que não nos vemos.
_Desde os dez anos, lembra de quando brincávamos de cozinheiros e acabamos por tocar fogo no quarto da sua mãe?
_Meu irmão quase nos matou depois disso!
_É...
_Ainda bem que meus pais tinham aquela casa na praia!
_Realmente, seu irmão se chama Hugo não é?
_É ele veio comigo e a namorada dele também!
_Show! O que vieram fazer aqui?
_Viemos pra tocar!
_Tocar?
_Nós temos uma banda!_ explicou Guilherme inquieto em sua poltrona.
_Pra quem vocês vão tocar?
_Vamos fazer a abertura de um show para amigo do Áurio... Um colega nosso!
_Quem é que vocês vão...
_Faremos a abertura do show da Pitty!
_Legal!
_É...
Passei o resto da viagem conversando com João, mas percebi que Guilherme estava um pouco irritado, depois de algumas horas de voo aterrissamos.
_Tchau João!_ nos despedimos com um beijo na bochecha dele.
Guilherme me olhou feio e saiu andando em direção a saída do aeroporto.
_Ei o que você tem?_ perguntei correndo atrás dele.
_Vai embora!_ respondeu ele ríspido.
_Ei, o que eu fiz pra você?
Ele me ignorou completamente, depois entrou num táxi e seguiu em frente.
_Hugo pega a moto!_ mandei.
_Deixa que eu te levo!_ disse Dalila.
_Segue o Guilherme!
O alcançamos em poucos minutos e o seguimos até uma casa de dois andares bem simples, mas sofisticada.
Entrei e o encontrei na porta do segundo andar, esperei ele abrir a porta escondida e esperei que ele a abrisse, quando o fez, e entrei na sala fazendo-o ficar surpreso.
_O que você tem?_ perguntei gritando.
_Você nunca percebeu?_ rebatou ele também gritando.
_O quê?
_Eu sempre te protegi ás vezes, fiquei mudo, te admirando, pensando em você e me perguntando se gostava de mim, mas... Você não demonstrava nada.
_Que papo é esse? O que você quer dizer?
_Que eu te amo!_ gritou ele.
Fiquei boquiaberta com o que ele acabara de falar.
_Eu também tenho que dizer...
_Diga se sou correspondido ou não!_ falou ele com a voz embargada.
_Eu sinto, eu não...
Ele deixou as lágrimas caírem-lhe na face, ele desabou no sofá ainda chorando.
Senti meu coração pequenininho no peito, como se ele se desfizesse em milhares de pedacinhos.
_E-eu não te amo simplesmente, eu sempre fui, e sempre vou ser apaixonada por você!
Ele se levantou do sofá e veio em minha direção, ele me abraçou e eu ri, ele se aproximou mais de mim e eu também, foi como se nós tivéssemos virado um só corpo e nossos lábios se tocaram, e eu finalmente pude sentir seu gosto em minha boca, aquele momento ficaria guardado comigo para sempre.
Eu o amava, eu o beijei mais uma vez e me aconcheguei em seus braços.