Eyes On Fire escrita por Carol M


Capítulo 2
Capítulo 2




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Ivy abriu seus olhos e tentou reconhecer o local em que se encontrava. Uma pequena casa cheia de crianças e adolescentes dormindo e, consequentemente, roncando. Estava no chalé de Hermes, é claro. Porém, não era manhã e a garota franziu o cenho. Por quanto tempo dormira? Massageando suas costas, levantou-se com cuidado para não acordar uma pequena menina que dormia na cama ao lado. Ela tinha aproximadamente dez anos, o que fez Ivy imaginar que tipo de vida todas essas pessoas estavam fadadas a ter, lutando para viver desde tão pequenas e carentes.

A garota andou pelo chalé até o banheiro que ficava espremido por várias camas e entrou o cômodo calmamente. Jogou água em seu rosto e fitou seu reflexo. Olheiras grandes como grandes bolsas abaixo de seus olhos, olhos grandes e castanhos como dois bombons de chocolate. Sempre odiara ter olhos tão saltados e chamativos, enquanto todas as pessoas que conheciam possuíam lindos olhos verdes ou azuis e que as faziam parecer deuses e deusas. Então, analisou o machucado coberto de sangue seco em seu braço, e logo começou a limpá-lo, com medo de que o mesmo se abrisse novamente. Não queria um motivo para ir à Enfermaria ou qualquer coisa do tipo. Além de que não tinha muitas bandagens e possuíam Harpias do lado de fora esperando para comê-la.

Quando finalmente deixou o banheiro, voltou para sua cama, porém não conseguiu fechar seus olhos pelos próximos minutos, portanto levantou-se de novo e andou até a enorme janela no final do chalé que se encontrava aberta para a ventilação do local.

- Não consegue dormir também? – sussurrou alguém, assustando Ivy que reprimiu um agudo grito. – Desculpe-me, não queria assustá-la. - Era Chris. Dando um leve sorriso, a garota sussurrou de volta.

- Não... Tudo é muito novo, ainda não assimilei muitas coisas. – explicou Ivy, dando um sorriso torto. Chris suspirou e assentiu, parecendo imergir em milhões de memórias, talvez de sua própria época de Indeterminado.

- Sei como é. Ser um Indeterminado é complicado, sabe? Pessoas ficam aqui por meses, semanas e até anos até completarem seus treze anos necessários. Porém, no seu caso, a coisa é ainda mais delicada. Seu pai ou mãe já deveria ter se apresentado como tal, e você poderia ter treinado por mais anos e sabido muito mais. Vamos dizer que seu progenitor está muito encrencado no momento.

- Entendo... Bom, ele se pôs nessa situação, não há nada que eu possa fazer, correto? – Chris assentiu – Então, minha missão aqui é simplesmente esperar para que, em um belo dia, ele ou ela resolva aparecer e me proclamar.

- É o que nos resta. – concluiu o garoto, encarando uma árvore do lado de fora. – E aí? O que achou de Clarisse?

Ivy piscou seus olhos repetidas vezes até entender o que Chris havia lhe perguntado. Perdida em devaneios, divagou mais um pouco e imaginou o que poderia responder sobre Clarisse. Não a conhecia, portanto não poderia falar algo mais pessoal, porém... Não gostava muito da garota. Achara-a muito carrancuda e estranha, tão diferente de quando estava com Chris. Ela mudava da água para o vinho.

- Achei-a interessante. Sabe que não posso falar muito, pois nem ao menos falei com ela, mas acho que ela realmente liga pra você do jeito que uma namorada deve. E isso é ótimo – comentou Ivy, resultando em um sorriso por parte do filho de Hermes. A garota sorriu de volta.

Por muitas horas, ambos conversaram sobre as atividades do Acampamento e as regras que não deveriam ser quebradas em nenhuma hipótese e como se dedicar era importante e necessário. Porém, quando os primeiros campistas começaram a bocejar e a se espreguiçar, os dois se dirigiram a suas camas para um último cochilo antes do dia cheio que os esperava.

Quando Ivy acordou novamente, muitos já haviam deixado o décimo primeiro chalé e ido provavelmente treinar antes da primeira refeição do dia. Pelo seu estômago reclamando, a garota finalmente se lembrou de que não comera quase nada no dia anterior. Arregalou seus olhos e caminhou até o banheiro, aonde enxaguou o rosto e colocou outra muda de roupas do Acampamento. Lembrava-se de que Chris lhe avisara que as atividades matinais seriam na Quadra de Vôlei, uma descontraída necessária em sua rotina de atividades.

A garota não sabia nada sobre o esporte, portanto decidiu explorar um pouco o local aonde viveria pelos próximos meses. Depois de passar pelo local das refeições, avistou ao longe o mar e caminhou ligeiramente até a quase deserta praia. O vento balançava seus longos cabelos cacheados em todas as direções, rebatendo em seu rosto como chibatadas.

Teria algumas horas para pensar em como viveria dali pra frente. E seu pai? Quem seria? Algum deus importante que tinha medo de sua reputação ou um deus menor que se preparava para o grande puxão de orelha? Ivy não sabia, mas queria suas respostas. Afinal, por que todas aquelas pequenas crianças tinham pais e mães e ela não? Por que era a única que tinha que se virar para poder ter uma vida segura?

Olhou para trás e viu muitos campistas se dirigindo ao refeitório, fazendo seu estômago roncar novamente. Rindo, caminhou até o local e sentou-se à mesa 11, que quase transbordava de tantas crianças e adolescentes sentados. Comeu de forma rápida, pois sabia que o espaço era necessitado e logo saiu andando até a próxima atividade do dia que seria treino com arco e flecha na Arena. Chegou antes mesmo do instrutor e chefe do chalé, afinal todos ainda estavam se deliciando de sua refeição.

Quando todos chegaram, cada um se apossou de um arco e algumas flechas e o treino começou. Chris, como no dia anterior, se aproximou e ensinou o básico de como atirar para matar. Ivy era terrível na pontaria, mas logo pegou o jeito e, ao final do dia, já conseguia acertar o alvo a 3 metros de distância.

- Muito bom para o primeiro dia, Ivy. Semana que vem treinaremos mais, então... – Chris parou de falar de repente e Ivy o encarou, franzindo o cenho. Logo, começou a tossir. Um cheiro muito forte de fumaça a inundou e começou a olhar em volta, procurando o incêndio. Porém, não havia nenhum.

- Chris? Que cheiro é esse? – perguntou, tapando o nariz com força. O garoto fez o mesmo e começou a caminhar mais rápido.

- São os filhos de Hefesto, eu acho. Meninos muitos dedicados, fazem armas todo dia nesse horário. Aquelas armas que usamos... Eles que fazem.

- Uau! Parece um grande trabalho... – comentou Ivy, arregalando seus olhos.

- Bom, são filhos do deus do fogo e das forjas. O que posso dizer? É como os filhos de Atena são ótimos em estratégias e como os filhos de Ares podem te matar em um piscar de olhos... Somos todos habilidosos em algo, mas é requerido algum treino.

Quando Chris parou de falar, uma leva de meninos rindo saiu pela porta do local e encarou o casal de amigos. Ivy encarou-os de volta enquanto continuavam sua caminhada e pôde perceber os olhares divertidos e calmos dos garotos, nada de segundas intenções ou maldade nos mesmos. Pareciam tão serenos. Forçou-se a sorrir um pouco.

- Parecem boas pessoas... – soltou Ivy enquanto ambos seguiam para o refeitório, aonde teriam sua próxima refeição. A garota sabia que haviam errado o caminho, e após comentar a gafe com o colega de chalé, ambos mudaram de direção rapidamente.

- E são. Na verdade, não se entrosam muito, são muitos reservados. Por isso, quase ninguém fala sobre os filhos de Hefesto, mas não é motivo de desconfiança.

- Certo. Bom saber.

Sentaram-se à mesa 11 depois de se servirem e começaram a enturmar com os outros filhos de Hermes e Indeterminados. Ivy já começava a se entender com algumas pessoas, sabia que se enturmar fazia parte e não adiantava fugir. Distribuía sorrisos convidativos e calorosos, que faziam com que muitos a olhassem por uma segunda vez ao invés de simplesmente deixá-la de lado. Conquistava-os pouco a pouco.

Após a refeição, todos os meninos e meninas do chalé 11 se dispersaram, e Ivy resolveu deixar Chris e sós com Clarisse depois do olhar fulminante da garota. Caminhando calmamente pelo extenso local, resolveu voltar onde os filhos de Hefesto estavam. Lá era bom e calmo, além de que Ivy amava o barulho do metal das espadas. Era reconfortante.

Sentou-se em uma pedra próxima e escorou a cabeça em uma árvore, fechando os olhos e deixando-se levar pelo barulho metálico. Então, ouviu um barulho próximo, e com certeza não era metálico. Havia alguém mexendo em folhas próximas. Abriu seus olhos de supetão e avistou um garoto um pouco mais velho que ela talvez. Tinha cabelos negros brilhantes de suor e tinha uma garrafa cheia d’água em sua mão. Deveria ser um dos filhos de Hefesto.

- Me desculpe, não sabia que tinha alguém aqui. – disse o garoto, virando-se para ir embora.

- Não, espere! – Ivy o parou antes que saísse da mata – Venha, não me importo com compainha.

O garoto deu uma ligeira risada e aproximou-se de Ivy, sentando de frente para ela. Sorrindo, Ivy resolveu prolongar a conversa.

- Então... Deve ser filho de Hefesto.

- Sim. – o garoto respondeu, franzindo o cenho e depois se olhando e percebendo os sinais. – Muitos nos reconhecem pelo Acampamento, até mais do que os filhos de Afrodite. Não é muito difícil de acertar, admito.

- Imagino. Faz armas há muito tempo?

- Desde que cheguei aqui, há mais ou menos cinco anos. – disse o garoto, dando um longo gole em sua garrafa. – Quer um pouco?

- Não, obrigada, acabei de comer. – recusou Ivy, educadamente. – Nossa, está aqui há muito tempo! Deve ter se cansado daqui já...

- É, podemos colocar assim. Mas... O Acampamento é minha primeira casa agora. Viver fora daqui parece algo tão remoto que nem o imagino. E você?

- Cheguei ontem. – disse Ivy, franzindo o cenho após ver o garoto fazendo o mesmo. – O que?

- É só que... Quase nenhum campista vem pra cá depois dos 13 anos e você não parece ter menos do que isso.

- Tenho 16. Por que isso? – perguntou Ivy, curiosa.

- Anos atrás, os deuses foram forçados a reconhecer todos os seus filhos aos 13 anos. Senão, coisas dariam erradas. Poucos filhos de deuses chegaram aqui depois dessa idade depois daquele ano, e as providências foram tomadas. É muito perigoso para os deuses esconder as identidades de seus filhos.

- Bom, acho que sou um caso à parte. – suspirou Ivy, sabendo que seria o caso à parte muitas vezes ainda. – Desculpe, ainda não sei seu nome, e nem me apresentei. Sou Ivy.

- Andrew. Está no chalé 11, certo?

- É... Experiência engraçada viver naquele chalé. Muitas pessoas amontoadas em um cubículo, mas, em dois dias, já me sinto em casa.

- Hey, Andrew! – uma voz preencheu o ambiente e a garota que a emitira apareceu no meio da mata, seus cabelos negros caindo sobre seus olhos. Tinha um lindo sorriso, Ivy tinha que admitir. Andrew a encarou de volta e a filha de Hefesto deu um sorriso ainda maior. – Ainda bem que o achei! Os meninos já acabaram, precisamos nos lavar para o jantar.

- Claro. – respondeu o garoto, olhando para Ivy de repente – Gostaria de se juntar a nós? Andar todo esse caminho sozinha deve ser extremamente estressante e juro que não somos tão barulhentos.

Ivy riu e levantou-se, seguindo os dois irmãos para fora dos arbustos. Havia, pelo menos, oito garotos e uma menina esperando Andrew e a garota que Ivy ainda não sabia quem era. Eram todos morenos e voltaram-se para a garota imediatamente. Ivy deu um pequeno sorriso e Andrew explicou que ela os acompanharia por ser nova no Acampamento e ter uma grande chance de se perder. Além disso, era muito perigoso. A ida fora bem calma, com vários comentários engraçados e descontraídos que a fizeram rir desde a saída até a porta do chalé 11, aonde se despediu de todos e agradeceu-os pela carona.

Quando entrou, avistou Chris conversando com dois meninos idênticos. Logo, viu que eram gêmeos e teve certeza quando Chris a chamou para conhecer os dois.

- Ivy, estes são Connor e Travis, filhos de Hermes.

- É um prazer conhecer vocês. – disse a garota, dando um largo sorriso.

- Igualmente, senhorita. – disse o da esquerda, beijando a mão de Ivy. A garota deu uma risada contagiante, que inundou o local.

- Meu irmão é tão insolente, sinto muito, doce madame. – disse o outro, levantando-se de sua cama e fazendo uma reverência.

- Nossa, isso é um recorde, Ivy! Dois rapazes te cortejando no segundo dia de Acampamento. – comentou Chris, impressionado. – Podia ter esperado para lançar seu charme em alguém que realmente valha a pena.

Os três meninos começaram a lutar de brincadeira e Ivy ria de toda a confusão, deixando-se levar pelo momento de descontração.

- Rapazes, ouçam! Precisamos nos arrumar para o jantar, então parem de brigar.

- Seu pedido é uma ordem, senhora. – gritou Chris e os três começaram a correr para o banheiro, congestionando o mesmo. Revirando os olhos, a garota correu até lá e expulsou os três, entrando primeiro. Tomou um rápido banho e colocou outra muda de roupas, saindo logo em seguida e encontrando um batalhão de meninos loucos para entrar no cômodo.

- Vão, lobos, sua carne está à espera! – indicou Ivy, rindo – De onde eu venho, meninos detestam banhos.

Quando praticamente todos do chalé já tinham saído, o último dos três garotos saiu e todos se encaminharam ao refeitório, sentando-se à mesa 11. O jantar foi outra selva, Ivy pensou. Eram tantas risadas, gritos e brincadeiras que seus ouvidos zuniam quando deixou o Pavilhão e todos se sentarão perto da praia para uma roda de canções e histórias.

Ivy quase dormia no meio de uma história de Quíron quando algo lhe despertou. Andrew sentou-se ao seu lado e a cutucou de leve, avisando-lhe que, caso dormisse, Quíron a deixaria de castigo. A garota sorriu imaginando tal cena e começou a prestar atenção. Era sobre a luta dos semideuses e deuses que ocorrera poucos anos antes. De tempos em tempos, muitos se viraram para um menino moreno de olhos claros. Parecia ter a idade de Andrew e sorria quando Quíron o chamava. Perry, Percy talvez. Ao seu lado, uma menina loira ria e agarrava seu braço. Ivy não tinha ideia de quem seriam aquelas pessoas, pois perdera o início da história, mas sabia que era importante. No final, todos bateram palmas e alguns se levantaram o gritaram o nome do garoto. Ivy continuou sentada, tentando entender todo aquele alvoroço e, por fim, saiu da roda e andou para a praia novamente, como alguns outros faziam.

- Ei! – chamou-a Andrew – Aonde vai?

- À praia. Está uma noite bonita. Quer ir junto? – perguntou Ivy, dando um leve sorriso.

-Claro. Não vou deixar você ir sozinha, obviamente.

Revirando os olhos, ambos caminharam até a imensidão do oceano, agora sutil e chamativo. Sentaram-se na areia e ficaram encarando a imensidão azul. Ivy divagava sobre sua antiga vida. O Acampamento era uma ótima casa, mas sabia que estaria muito mais feliz em seu antigo lar, com sua irmã e sua mãe. Sentia até falta do namorado de sua mãe, que tentava conseguir sua confiança de qualquer jeito. Fosse com piadas ou presentes, ele queria que as filhas de sua namorada o aceitassem. Ivy imaginava o que ele estaria passando agora. Sem ninguém. Assim como ela.

- No que tanto pensa? – Andrew quebrou o silêncio. Ivy estava tão imersa em seus pensamentos que logo respondeu.

- Minha mãe. Daria tudo para estar com ela. – Andrew assentiu e Ivy olhou para baixo, onde a mão de Andrew repousava. – O que aconteceu com sua mão?

O membro enfaixado de Andrew a fez franzir o cenho. O que será que ele fizera com a própria mão?

- Me machuquei fazendo as armas. É tudo muito afiado, sabe? Esse tipo de coisa é normal, não se preocupe.

- Isso é horrível! Não usam alguma coisa para segurança? – perguntou a garota, preocupada pela vida de todas aquelas pessoas tão receptivas.

- Não precisamos. Foi só um corte, está tudo bem. Olhe, todos se levantaram. Acho melhor irmos. – respondeu Andrew, levantando-se e estendendo a mão para que Ivy fizesse o mesmo. Os dois andaram até seus chalés, despedindo-se brevemente. Porém, antes de entrar no chalé 11, Ivy ouviu algo, um sussurro, talvez.

Passou a mão em sua perna e sentiu sua faca. Olhou para os lados antes de entrar na floresta, sabendo que o sussurro vinha dali. Caminhou por alguns metros, seguindo o som e terminou em uma clareira pequena e com pouca iluminação. Quando já pensava em voltar, algo se mexeu a sua frente. Olhou atentamente e percebeu um vulto se aproximando, o que a fez dar alguns passos para trás. Parou quando bateu em uma árvore e sentiu a pessoa muito próxima.

- Minha querida... – a voz era áspera sussurrou – Já deveria me reconhecer por agora, não acha?

- Sinto muito, Éris, não esperava sua visita tão cedo... Como está? – perguntou Ivy, sorrindo, tentando conquistar a deusa.

- Bem, obrigada. Sei que vim cedo, porém acho que quer acabar com isso logo, assim como eu, certo?

- Certo. Ela veio? – esperançosa, Ivy olhou para todos os lados à procura do que precisava. Porém, nada encontrou.

- Paciência, minha cara. Por que ter uma prévia se isso só a faria sofrer mais quando eu a tirasse de ti? Escute, chegou o momento de eu lhe contar sua maior missão, que acontecerá aqui dentro do Acampamento. Não posso entrar, senão eu mesma faria o serviço, mas é proibido. Portanto, aqui vai. – Ivy respirou fundo. – Precise que traga um semideus para mim.

- Um semideus? Qualquer um?

- Não, este é especial. Segundo minhas fontes, este é o único de que preciso.

- Certo, quem é?

- Chama-se Andrew, filho de Hefesto. Acho que não existem muitos filhos de Hefesto com este nome, portanto a busca será fácil. Isso se já não o conhecer... – divagou Éris, vendo a expressão de Ivy – Se já, imagine a balança. De um lado, o garoto que mal conhece e, do outro, o maior presente que jamais poderá ter de outro meio. E sabe do que estou falando.

Ivy sabia muito bem. Respirando fundo, assentiu e prometeu que faria de tudo para conseguir o menino.

- Ele é esperto, um dos mais espertos que já vi. Terá que fazer mais do que o chamar para fora do Acampamento, terá que seduzi-lo, levá-lo aonde eu quero. Acompanharei o que puder, e logo que estiver em uma fase avançada, digo o que tem que fazer. Porém, ande rápido. Sabe o que pode acontecer se algo der errado.

E Éris desapareceu. Atordoada, Ivy correu e pulou a janela do banheiro do chalé 11, antes que as Harpias sentissem seu cheiro. Tirou suas botas e enfiou-se debaixo das cobertas, fechando seus olhos. Porém, não conseguia dormir, não depois do que ouvira. Teria que sacrificar um garoto que a acolhera para ter o que mais queria. Teria que agir com sangue frio dessa vez. E prometeu a si mesma que seria a última.


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Notas finais do capítulo

Oie, de novo! Gente, obrigada por todos os reviews, significa muito :) E desculpa pela demora, mas meus pais tiraram meu pc de mim, então... Bom, o que acharam? :)



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