O Deus Sem Nome e o Galho de Álamo escrita por Luiza


Capítulo 3
Dou uma espiada numa discussão familiar


Notas iniciais do capítulo

Descuuulpem a demora, mesmo! sabem como é... final de ano, muitas provas. eu REALMENTE não tive tempo. mas com o feriado eu vou conseguir tirar o atraso. pelo menos dois capitulos por dia, eu prometo! eu queria agradecer os reviews que recebi no primeiro capitulo também, obrigada!/ Lu



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Nós estávamos quase chegando na plataforma 9 ¾, e já eram uma cinco da tarde, então o sol começava a desaparecer no horizonte. Eu gosto de sol. Me faz sentir concentrada.

Havíamos detonado todas as guloseimas e os pacotes e embalagens estavam espalhados por toda a cabine. Era sempre assim na 13. Nós dávamos tanto trabalho para as faxineiras que elas nem limpavam mais, deixavam tudo por lá mesmo. Se quiséssemos ela limpa, nós mesmos teríamos que nos virar.

– É melhor limparmos tudo?- perguntei a Will.

– Nah!- ele respondeu, examinando uma embalagem de feijõezinhos- Ano que vem nós limpamos, na ida.

Eu ri. Dizíamos isso todas as viagens, fossem elas de ida ou de volta.

O trem parou e, imediatamente, um monte de crianças desesperadas saiu correndo das cabines, com os malões atravessados, correndo em direção aos seus pais.

– Queria que minha mãe e Richard estivessem aqui.- fale, pensando alto

– Eles vão estar no aeroporto, Rose- reconfortou-me meu amigo, botando a mão em meu ombro.

Eu essenti e pegamos nossas coisas.

Foi difícil abrir espaço entre tanta gente, mas conseguimos chegar ao portal que divide a plataforma do mundo dos trouxas. Eu tive medo de atravessar na primeira vez, mas agora era super natural. Nós passamos e fomos com nossos carrinhos até o ponto de taxi mais próximo.

Sempre quando atravessávamos, Will parecia nervoso e preocupado, olhando para todos os lados. Eu não sabia exatamente o porquê, mas não perguntava. Ele sempre fora bem misterioso. Ele fez uma coisa com a mão, formando uma garra de três dedos e as levando ao peito, como um sinal de proteção.

Fomos de taxi até o aeroporto em silêncio, e pagamos o motorista.

– Nosso embarque é no portão 29- falei, examinado as passagens.

– Tudo bem- respondeu Will, apressado- Vamos.

Minha mãe sempre conseguia o voo mais próximo do horário que chegávamos na estação, e o avião raramente atrasava. Fizemos o Check-In, despachamos nossas malas e embarcamos com a maior facilidade do mundo, já que fazíamos isso quase o tempo todo. Nos sentamos lado-a-lado na ultima fileira, onde só estávamos nós, e o avião decolou.

– Bom- falou Will, depois que a turbulência passou-, a viagem é longa daqui até Nova York, e eu vou aproveitar enquanto posso.

E com isso, virou para o lado e dormiu. Eu segui seu exemplo e, como sempre, os sonhos vieram

_______________

Um homem sentava-se em um trono ornamentado em uma sala bonita, com mais onze tronos, todos diferentes, mas o do homem ficava bem no meio. Eu não saberia dizer sua idade, mas não era velho e nem, bom... jovem, mas seus olhos eram cheios de rugas de preocupação e pareciam ter uns duzentos anos de experiência.

A sua frente, um garoto, que devia ter uns dezoito, dezenove anos, andava de um lado para o outro, tentando argumentar alguma coisa com o homem. Era alto e bonito, com profundos olhos azuis escuros que pareciam metal derretido... mas azul, exatamente como os meus.

O homem franzia a testa e suspirava constantemente, como se estivesse cansado do discurso do garoto. Imaginei se eles eram pai e filho. Eu não podia ouvir o que eles falavam, como se tivessem sido deixados no mudo.

De repente, o mais velho pareceu perder a paciência e levantou-se com raiva, ao mesmo tempo que raios iluminavam a sala. Ainda bem que eu não podia ouvir, pois tinha a impressão que o barulho dos relâmpagos teria estourado meu tímpano. O homem gesticulou bruscamente para que o garoto saísse da sala, e só sentou-se de novo quando ele o fez (depois de alguns momentos de hesitação), com um olhar preocupado, como se tivesse recebido uma bofetada no rosto. Eu até acharia merecida. Não sei, algo nele me incomodava. Ele dava a impressão de que poderia dar ordens a todos. Como se fosse mais poderoso do que todos.

E eu sentia um tanto de compaixão pelo garoto. Sei lá, ele tinha alguma coisa... familiar.



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Notas finais do capítulo

é isso gente, espero que tenham gostado, mas a ação só começa no próximo capitulo... mereço reviews?/ Lu