Me vejo sentada ao chão a 15 metros da cerca que dividia o distrito e a floresta densa com dois corpos mortos, um a minha frente e outro no meu colo.

-Vamos embora. – grita Adrian ainda segurando o arco, ele acabara de matar uma pessoa – Vai amanhecer vão achar que você matou esses dois, vamos logo.

Me levanto e vou até ele, não corro nem vou devagar, vou andando normalmente.

-Interessante – eu digo – acabei de perder um irmão que eu tinha acabado de descobrir que tinha.

Ele abre e fecha várias vezes a boca para falar algo e no fim desiste e apenas passa seu braço por cima do meu ombro.

-E aí traidor – me permito um leve sorriso – para onde vamos?

-Provavelmente? Lugar nenhum. Vamos ir andando e ver aonde nós chegamos, quem sabe a sorte não está ao nosso favor e o D13 existe mesmo.

-Então vamos logos. Daqui a pouco chega uns pacificadores pra conferir mais um trabalho fracassado da dona Meryl .

Vamos um pouco mais rápido até não enxergarmos mais a cerca, a partir daí começamos a andar mais devagar.

Caminhamos por mais de 6 horas parando algumas vezes para descansar. Não sabia onde estávamos era tudo floresta, podíamos, por exemplo, estar andando em círculos.

-A que legal – Adrian resmunga – A água está quase acabando, vamos morrer de sede.

Caio deitada na terra que está fria e fico imaginando vários jeitos de morrer, e de sede não é o mais legal.

Olho para cima e vejo em uma brecha entre as copas das altas árvores, uma fumaça no céu. Fogueira.

-Tem alguém aqui perto – eu falo.

-Pode ser que estejam indo em direção ao Distrito 13 também. – Adrian faz uma suposição.

-Ou não – eu digo – Vou ir ver e você fica aqui caso algo dê errado.

-Sempre eu, fazer o que né, vai lá dona sabe tudo.

Dou um sorriso pego em minha mochila duas facas e vou em direção a fumaça.

Vou andando lenta e disfarçadamente entre ás arvores, não quero que me veja quem quer que fosse.

Não ando nem 5m quando vejo uma garota um pouco mais baixa que eu e morena vindo em minha direção com alguns galhos na mão. Ela se assusta e tenta voltar para o local de onde ela estava vindo, mas não da muito certo ela tropeça em um dos galhos que ela jogou no chão e cai. Eu rapidamente vou até ela e a ameaço.

-Quem quer que for você não me ataque ou você poderá ser gravemente ferida.

Ela me olha assustada e grita:

-Rachel!Rachel!

Eu a levanto rapidamente passo meu braço por seu pescoço colocando uma faca em seu pescoço e a outra na sua barriga.

-Se sua amiguinha chegar e me atacar você morre. E aliás eu também tenho um amigo.

Uma garota loira, menor do que eu também, chega correndo.

-Solta ela! O que você quer? – ela grita.

-Ficar viva. O que vocês estão fazendo aqui? – respondo e pergunto em seguida.

-Você é da Capitol, veio nos prender? – a loirinha pergunta. E eu solto a garota, e faço uma cara de indignação. A morena corre em direção a loira e antes de elas saírem correndo eu digo:

-Eu por acaso tenho cara de quem trabalha pra Capitol? – suspiro e me viro para ir embora, talvez elas não representassem perigo.

-Garota ! – a morena chama e pergunta um pouco assustada– Você ia me matar mesmo?

Me viro e digo:

-Não sou assassina, mas se eu visse que você representasse perigo quem sabe – e dou um risinho. Agora é a vez da Rachel, a loira,  reclamar:

-Quer dizer que você não acha que nós somos perigo para você?

-Para quem enfrentou um bando de Pacificadores? Não. Posso saber seus nomes?

-Quem sabe, não sabemos se podemos ou não confiar em você – a morena diz.

-OK. Desde que vocês não me causem problemas finjo que nunca as vi.

Começo a voltar para onde Adrian estava e percebo que ela continuam cochichando.

-Você está indo para aonde?

-Depende de quem quer saber. – respondo ainda de costas.

-Eu sou Lauren – a morena diz – E ela Rachel, estamos indo para o Distrito 13, mas nós nos perdemos…

Eu me viro e faço uma cara de quem está prestando atenção.

-Saímos do D11 ontem, e não sabemos onde estamos, você poderia nos ajudar/

-Olha, decidiram rápido se confiam ou não em mim. – digo irônica e elas percebem minha auto confiança – Saí ao amanhecer do D2, não é possível que estou no Distrito 11 tão rápido, mas seja qualquer a nossa posição, vocês estão indo para o lado errado. Acabei de vim de lá – aponto para trás, apesar de está apenas supondo uma situação afinal nós viemos de onde o sol se põe- E o D13 não é para lá.

-Obrigada pela ajuda. – elas dizem ao mesmo tempo e eu sumo entre as arvores.

Encontro Adrian com o arco pronto para atirar e quando apareço entre as arvores ele me olha feio.

-Que foi? – pergunto.

-Você acabou de espantar a minha primeira vitima. Um esquilo. Encontrou alguém?

-Sim, duas garotas assustadas e perdidas, nada de problemas, mas com certeza mais peso se elas vierem atrás de nós.

-Duas?- ele pergunta curioso.

-Sim, acho que você ia gostar delas, sabe, magras, um pouco mais baixas que você, até que eram bonitinhas.             Estavam indo pro D13 também.

-Por que você não as convidou para vir com a gente.

-Por ali- eu aponto para onde eu acabara de sair é só seguir reto e você as encontra.

-Não precisa – alguém diz – Nós estamos aqui.

Adrian as encara e da um leve sorriso. E corto o clima de olhares:

-O que vocês querem?

-Vocês podem nos ajudar, não podem? Estamos indo pro mesmo lugar.

-Vocês sabem onde achar água? – Adrian me ignora.

-Sabemos, há um rio aqui perto. – Rachel diz.

-Rhymer, não há problema algum em irmos juntos.

-Falo nada – eu suspiro – Faça o que você quiser, sou indiferente.

-Levem-nos até o rio, precisamos de água, então apartir de lá nós vamos descobrir para onde fica o d13, beleza?

-Beleza – as duas dizem ao mesmo tempo.

-Muita gente nunca dá certo, isso ainda ia acabar mal para alguém. – sussurro, mas não há ninguém para escutar, afinal, Adrian já está seguindo as duas do 11.