Uma Chance Para O Amor escrita por Witter Dreams


Capítulo 1
1. A livraria, o confontro e a proposta aceita.




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"Não devemos ter medo dos confrontos... até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."

Havia três coisas altamente essenciais
na vida da Akayama Nirei.



Primeiro vinham os livros e
mangás. Ela não conseguiria, definitivamente,
manter sua sanidade mental sem eles, não quando era órfã e obrigada a morar na
casa da tia que, ela tinha certeza, além de odiá-la iria fazer de tudo para
ficar com a vasta herança que seus pais deixaram para si. Eles eram sua válvula
de escape, recarregavam suas energias ao fim do dia e a davam esperanças de um
futuro melhor.



Em seguida vinha seu emprego
secreto na pequena Akemy’s Library. Era graças a esse emprego que ela
conseguira juntar uma boa quantia de dinheiro para se manter na faculdade,
quando finalmente poderia se ver livre da tia, afinal eram poucas as chances de
ela poder ter posse de sua herança por direito.



E por ultimo...



A liberdade.



Certo. Ela estava longe de ser livre, se lembrava vagamente da
sensação de leveza e de poder fazer tudo que ela tinha até seus oito anos de
idade, quando seus pais morreram, mas ela estava mais do que decidida a
reconquistar sua leveza, a conseguir ser livre novamente.



Akayama suspirou, aliviada, assim
que chegou a livraria. Respirava rapidamente, denunciando que correra, os
longos cabelos roxos e desarrumados caiam como cascata em sua costa, sua
bochecha estava corada e o uniforme escolar verde de luxo encontrava-se
amassado.



- Boa tarde, Mayu – Falou entre
um arfado e outro – Me atrasei um pouco hoje, desculpe...



- Tudo bom – A loira, funcionaria
assim como Akayama e melhor amiga respondeu, com um sorrido – Não se preocupe,
hoje o movimento está meio lento.



- Onde está Akemi - san? –
Perguntou, olhando de um canto para o outro.



- Foi resolver uns assuntos
pessoais e volta logo – Colocou uma mecha atrás da orelha – Mas o que aconteceu
com você?



- Nada demais – Balançou a cabeça
e se dirigiu para trás do balcão, onde a amiga estava – É que essa semana está
cheia. Estava fazendo prova e acabei perdendo o tempo – Fez uma careta.



- Nee, Akayama – A menina corou –
Eu preciso ir mais cedo para casa, já falei com Akemy-san e ela deixou... Você
pode me cobrir, por favor?



Akayama se segurou para não rir
da cara encabulada da amiga. Mayu sempre fora tímida.



- Tudo bem, Mayu, não se preocupe
– Sorriu – Sem problemas.



- Muito obrigada! – Fez uma
exagerada reverencia.



- Relaxa, nós somos amigas – Riu –
Amigas ajudam uma as outras, certo?



- Certo! – A loira assentiu
e  pegou seus pertences – Até amanhã!



- Até!



Ao se ver sozinha a roxeada
observou o recinto. Ela simplesmente adorava aquele lugar. O cheiro de incenso
que emanava do local, as estantes cheias de livros, a escada de caracol que
levava ao segundo andar, que guardava os volumes raros, e a macia poltrona
posta ao lado da janela. Tudo emanava conforto. Seu lar.





...



Um ano havia completado desde que
o Host Club havia decidido repentinamente acompanhar Haruhi em sua viagem de
estudos em Boston. Um ano havia se completado desde que Haruhi  e Tamaki começaram a namorar.



Mas, por mais que esse tempo
tivesse passado Hikaru Hitachiin ainda era completamente apaixonado pela tanuki
desligada.



Ele já havia aceitado o fato da
garota ter sentimentos pelo amigo e, sinceramente, os apoiava. Mas doía. Doía
muito. Os primeiros meses tinham sido uma verdadeira provação, porém o costume com
a dor – porque, sim, ele se acostumou – de maneira alguma a atenuo. De modo que
uma onda de alivio invadiu quando ele, Kaoru – seu irmão gêmeo –, Kyoia, Hani e
Mori decidiram voltar para o Japão.



Talvez, ele esperava, ficar longe
dela fizesse com que o sentimento desaparecesse.



Ele até poderia por sua teoria em
prática.



O único problema era que Haruhi e Tamaki decidiram passar
uma semana antes de voltarem pare os Estados Unidos, por onde ficariam um bom
tempo fazendo faculdade.



  E era
justamente por querer ficar um pouco longe de toda “purpurina de amor”, como
Tamaki chamava, dos dois que ele decidira passear sozinho por Tokio. Estava com
saudades da cidade e andar por ela o faria bem.



O por do sol anunciava o final da
tarde a cada estante parecia que mais e mais pessoas surgiam. Lojas variadas –
desde de mangás até de roupas – e imensos prédios estendiam-se pelo centro da
cidade.



Por um impulso que ele não soube
explicar optou por uma ruela pouco movimentada e uma livraria que ficava entre
pequena e média, chamou sua atenção. Ela era marrom, tinha dois andares e uma
vidraça enorme expunha as coleções mais famosas.



Anos mais tarde Hikaru diria que
seu impulso, na verdade, era apenas o destino.





...





Quando o menino de cabelos
morenos de corte moderno , com roupas de marca e expressão, em sua opinião,
arrogante entrou em seu recanto Akayama reprimiu a vontade de sair correndo.



A Nirei odiava com todas as
forças o Ouran, o colégio que era obrigada a estudar por sua tia Ayame, e
qualquer coisa que fosse remotamente ligada a ele. O Ouran era o típico colégio
para riquinhos onde tudo o que importava era a aparência. Tudo era perfeito.
Todas as pessoas tinham a vida perfeita.



Era irritante.



Hikaru Hitachiin, vulgo garoto
que tinha acabado de entrar no local e a encarava com uma expressão maliciosa, infelizmente era de sua sala e
representava muito bem o tipo de pessoa que estudava naquele local. Membro de
um dos mais famosos grupos de lá, Host Club, e tendo sucesso com as meninas ele
era arrogante, orgulhoso e, principalmente, irritante.



Akayama quis  vomitar.



- Ora, ora – O garoto pôs as mãos
nos bolsos – Que surpresa! O que um membro da família Nirei faz trabalhando em
uma livraria de segunda?



A roxeada fez uma careta.



- E o que um filhinho de mamãe
como você faz andando sozinho? – Sorriu com escarnio – Pensei que andar
desacompanhado fosse perigoso – Fez uma expressão exagerada de surpresa – Não me
diga que você está crescendo! Oh, que emoção!



- Como sempre sarcástica,
Akayama-chan – Balançou a cabeça - O que diriam as pessoas se soubessem que
você trabalha? Ficariam chocadas. Principalmente, talvez, seus pais.



- Meus pais, com certeza não
ficariam chocados – Ela tentou falar sem emoção – Afinal, eles faleceram há
muito tempo.



A expressão de surpresa.



- Mas – Ela continuou antes que
ele falasse alguma coisa – Eu não posso deixar que minha tia saiba disso. Vamos
direto ao ponto. O que você quer que eu faça para que isso permaneça em
segredo?



- Eu quero... – Ele pôs as mãos
no queixo, fingindo pensar – Eu quero que você entre para o Host Club. Estamos
com três membros faltando.



 Ela não pensou duas vezes antes de responder.



- Eu aceito.



No momento em que tomou sua
decisão ela sabia que, no fim, boa coisa não ira acontecer.



Como sempre, ela estava certa.




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