Plus Que Ma Propre Vie. escrita por Isabella


Capítulo 2
Capítulo 2




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Não sei exatamente quanto tempo se passou enquanto eu ouvia, de longe – porém extremamente altos –, os soluços de minha filha. Edward havia me abraçado assim que eu sentei na cama, e estávamos congelados nessa posição desde então. De vez em quando eu sentia a mão dele acariciando meu cabelo, mas meu choque me impedia de retribuir. Eu sabia que não deveria descontar nele a frustração que me tomava, mas era inevitável. Eu queria conversar com ele, mas não tinha vontade nenhuma de falar. Afastei o escudo e pensei.

Ela me odeia

- Claro que não, meu amor. – Ele ainda acariciava meu cabelo – Eu tenho certeza que não.

Edward, você ouviu o que ela falou? Viu o rosto dela? Ela me odeia!

- Bella – ele me afastou do seu abraço e me posicionou de uma maneira que deixava meu rosto exatamente em frente ao dele. – Sua filha não te odeia. Ela está apenas chateada. Exatamente como você. E você não está errada em nenhum ponto da história, meu amor. Ela não deveria ter saído sem avisar, nem ter dito aquelas coisas para nós.

Talvez…

- Isabella – ele me encarou. Fiz biquinho pela segunda vez na noite. Não importava como eu estivesse me sentindo, a menção do meu nome completo sempre me causava essa reação. Achei engraçado que eu tivesse capacidade de me importar com uma coisa tão boba num momento tão sério, e Edward riu. Lembrei que ainda estava sem o escudo, e por isso ele havia ‘escutado’ essa discussão interna, só então percebi que o esforço de manter o escudo afastado estava cansando minha mente, então o coloquei de volta. – Você não precisa se martirizar à toa. Sua filha adolescente está estressada com o mundo, jogando tudo nos pais. Acontece no mundo inteiro, nós não seríamos uma exceção para isso. E, como em todas as outras famílias – ele sorriu – ela não vai escapar de uma conversa. As atitudes que ela teve são erradas, de meninas mimadas. E nós combinamos de, apesar de tudo, não deixá-la se tornar uma menina mimada.

- Você sempre consegue me fazer sentir melhor. – Eu dei um leve beijo em seus lábios, e ele sorriu.

- É meu trabalho.

- Ainda me sinto mal por ela, no entanto.

- Isso vai passar, querida. – ele me abraçou de volta.

Mãe, pai… Eu sinto muito, de verdade.

Eu havia ficado tão distraída com minha conversa com Edward, que nem percebi que o choro dela havia cessado.

- Quer que eu vá? – Edward perguntou, numa voz doce.

- Não – eu sorri, balançando a cabeça. – Eu preciso fazer isso.

Soltei-me de seu abraço e fui caminhando em velocidade humana até o quarto dela. A porta estava fechada, do jeito que Edward deixara. Suspirei alto, mesmo que não fosse necessário. Em parte para aliviar minha tensão, em parte para demonstrar minha aproximação. Bati à porta.

- Posso entrar?

Por favor.

Abri a porta devagar, sem fazer nenhum ruído. Lembrei da época em que eu morava com Charlie, todas as portas e janelas da casa eram extremamente ruidosas, e fiz uma nota mental para visitá-lo nos próximos dias. Renesmee estava com os olhos castanhos totalmente encharcados, a esclerótica completamente rosada, quase vermelha, e não branca, como deveria ser. Eu sabia o motivo de ela decidir não usar sua voz. Ela sabia que essa não sairia sem tremores, cortes ou soluços.

- Renesmee – eu me sentei ao seu lado na cama, passando a mão por uma de suas pernas, encarando seu rostinho triste – você sabe que eu odeio ver você chateada, mas o que você fez foi errado, filha. Muito errado. Primeiro você simplesmente sumiu, o que quase me fez ter um ataque do coração, e não é a coisa mais fácil de fazer. – Eu não pude evitar o sorriso que surgiu no meu rosto nesse momento. Essas palavras me remetiam a minha antiga vida, outra era. Essas palavras foram parte do início da minha eternidade. – Depois você diz coisas tão duras… Nós nunca tivemos a intenção de sufocar você…

Eu sei disso, mamãe… Eu sei. Eu cometi dois erros horríveis, e me arrependo muito deles. Por favor, por favor, me desculpe.

- Querida – eu sorri – eu desculpei você no segundo em que eu percebi que havia algo a ser desculpado. Esse é um dos problemas de se amar alguém demais.

Ela se sentou e chegou mais perto de mim, me abraçando.

Eu também te amo, mãe. Muito mesmo. Prometo que isso não vai acontecer de novo.

- É claro que  não vai – Edward disse, entrando no quarto – porque você está de castigo.


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