- Edward – eu chamei. Ele havia acabado de voltar do quarto de Renesmee, onde havia passado para ver se ela havia fechado a janela antes de dormir. Ela podia ser meio vampira, mas o medo de que ela ficasse doente nos atingia sempre – Eu não gosto dessa história. Não quero que ela chegue perto desse menino de novo. Nós não podemos nos mudar?

- É mesmo o que você quer? – Ele deu de ombros, deitando-se ao meu lado na cama.

Eu sabia que não era isso o que eu queria. Primeiramente porque isso iria magoar demais a minha filha, e depois porque eu sabia que essa não era a maneira certa de lidar com problemas. Além do mais, pensei, se nos mudássemos, poderíamos atrair ainda mais a atenção do tal vampiro. Dei de ombros e me aconcheguei no corpo perfeito do meu marido.

- Eu só não quero que ela corra perigo. – Sussurrei, com a boca colada no tecido da blusa dele.

- Ela não vai correr. – Ele sorriu e beijou o topo da minha cabeça. – E nem você. Eu não deixarei. Eu vou sempre proteger vocês, Bella.

- E eu vou proteger vocês. – Eu sorri, levantando a cabeça para beijá-lo. – Porque eu posso. – Eu ri levemente, contente por saber que eu não era mais indefesa.

- Você pode – ele me puxou para mais perto. – Mas não é isso em que eu estava pensando agora, senhora Cullen.

- Ah, não, senhor Cullen? – Fiz cara de desentendida. – Acho que você vai ter que me mostrar, porque eu não sei ler pensamentos.

- Com muito prazer. – Ele riu – Literalmente.

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Algumas horas depois, Edward e eu estávamos abraçados, sem dizer nada, até que ele sussurrou em meu ouvido.

- Ela está tendo sonhos profundos. Vai precisar que você a acorde.

- Eu quero saber sobre o que eles são? – Sorri, levantando e colocando uma blusa e a calça jeans.

- Nada demais – ele deu de ombros – só alguns pumas morrendo, o professor de matemática dando aula, e depois uma mistura dos dois.

Ri enquanto me dirigia ao quarto dela, revirando os olhos. Renesmee era uma ótima aluna, tinha facilidade em todas as matérias, mas isso não significava que gostava de todos os professores. “O sangue dele fede a álcool” ela costumava dizer.

- Renesmee – eu acariciei o ombro dela – Hora de acordar.

Ela abriu os olhos lentamente, esticando o braço para ver as horas.

- Já? – Ela esfregou os olhos com a mão. – Urgh, ok. Nós vamos caçar amanhã, certo? Estou começando a ficar com sede.

- Vamos sim, querida. – Sorri, olhando em seus olhos – Se você achar que não consegue aguentar ficar perto dos humanos, nós podemos faltar aula hoje.

- Não, não. – Ela bocejou. – Tenho que falar com o Matt, lembra? Só preciso comer alguma coisa. Tem panqueca?

- Eu faço. – Me levantei da cama dela, jogando um travesseiro em seu rosto. – E você acorda e se arruma.

Fui para a cozinha, onde Edward já me esperava com a frigideira e a massa de panqueca na mão.

- Eu faço, Edward – beijei sua nuca – Essa é a única coisa no mundo que eu faço melhor que você. Cozinhei por muito tempo, sabe?

Depois do café da manhã, que foi tranquilo com o clima leve de família do qual eu estava sentindo falta, fomos para a escola, e o dia se arrastou até a hora do almoço. Renesmee mais uma vez não se sentou conosco. Eu estava apoiada no ombro do Edward, escutando algumas piadas bobas que o Emmett tinha aprendido na noite anterior, na internet, quando percebi que o tom da conversa da Renesmee com o Matthew tinha mudado. Edward percebeu ao mesmo tempo, e pediu silêncio, provavelmente para que eu pudesse escutar melhor, já que ele podia perfeitamente entender os pensamentos deles.

- Claro que eles podem ir, Renesmee. – O menino sorria de orelha a orelha com a confirmação de que minha filha estaria lá. – Eu vou só avisar aos meus tios, mas amanhã eu confirmo tudo certinho com você.

- Amanhã eu não devo vir à aula. – Ela sorriu angelicalmente – Vai fazer sol, e nós vamos aproveitar para acampar.

- Sol? – Ele parecia espantado. – Com esse tempo que está agora, não parece que vai fazer sol por pelo menos uma semana. Eu estava até preocupado de chover demais e ninguém ir à festa. Em todos os canais a previsão do tempo está dizendo que deve chover até sexta.

Alice havia nos avisado quanto ao sol, e eu pude notar ela revirando os olhos diante ao discurso do humano.

- Como se eu fosse errar. – Ela sibilou e Jasper acariciou o braço dela, acalmando-a.

Eu estava mais preocupada em como Renesmee explicaria a ideia de que no dia seguinte faria sol.

- Vi na internet. – Ela explicou, sem deixar a ansiedade transparecer. – Sabe como é, um dos melhores sites e tal.

- Tem certeza que ela é sua filha, Bells? – Jacob riu, me cutucando. – Ela mente extremamente melhor do que você.

- Tenho quase certeza sim… – Eu ri, revirando os olhos – Acho que me lembro da gravidez… E do parto. É, deve ser minha filha.

O sinal tocou mais uma vez, indicando que deveríamos voltar às aulas. Renesmee se levantou calmamente e se dirigiu à saída do refeitório. Ela era linda, perfeita. Por mais que eu me lembrasse de cada segundo da vida dela, eu ainda tinha problemas em acreditar que aquele ser tão maravilhoso era, realmente, a minha filha.