Nem Tão Óbvio Assim escrita por Kalhens


Capítulo 2
Era agora. Era? O quê?


Notas iniciais do capítulo

Mais repostagem sem betagem.
Near
Matt
Mello
Narração
Na dúvida, leia de novo.
E, por favor: leu?
Seu dedo não vai cair de deixar review.
E, por favor,
Seja cruel.



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Estava no lugar combinado, esperando.

A luz daquela ensolarada tarde de sábado lhe incomodava um pouco.

Falta de hábito.

Aliais, não deveria ter descido para a grama de meias!

Arrependia-se, sentindo os pés úmidos.

Chegou a pensar em esticar um pouco as pernas, em direção a tão incomoda luz, para aquecê-los.

Mas achou melhor não.

Mello poderia ver... E...

Não deixava de ser patético.

Pensar que realmente não se sentia em condições de encarar Mello. Não depois de tudo oq eu acontecera na noite passada. Ao menos, não sozinho.

Por isso, continuava esperando.

Poderia inserir os mais diversos diminutivos, dignos da cena de uma garota apaixonada de coração acelerado, tal ele realmente chegava a se ver.

Mas o máximo que fazia era contornar os lábios lentamente, pensativo.

Ainda... Sentia o gosto.

Misturado.

Impuro, contaminado.

Uma cruza de tabaco com cacau irritantemente óbvia.

De certo modo, se tornara claro que aquilo era um jogo.

Só não gostava de ser uma peça.

                        .

            .

–Chuta!- uma voz qualquer gritou.

Não chegou a impedir-se na corrida desenfreada, mas deu àqueles garotos o tempo de uma pirueta, suficiente apenas para um chute e um aceno.

Num, giro, seguiu seu caminho.

Estava focado.

Sequer percebeu algo lhe caindo do bolso

Ali estava seu alvo, a maior árvore do jardim.

A mesma sensação.

Sorriu.

A deliciosa sensação.

Não tinha como evitar.

Não quando sentia toda aquela liberdade que só o mal-feito te concede. Que só a trapaça desperta.

Que só a traição permite.

Permitiu-se o luxo de experimentar a pele cuja posse reinvidicara, e passou os lábios pela bochecha, sentindo o corpo contorcer-se numa reação que até mesmo já se tornara familiar.

É.

Era um sorriso esculpido em malícia que enfeitava aquele rosto.

                                   .

                        .

            .

– Ei, Mello, quer jogar?

Ter passado reto, em silêncio, foi quase uma mostra de bom-humor e piedade para com aquele merdinha que ousava falar consigo quando sua existência, definitivamente, sequer interessava.

Manteve os dentes trincados, na falta de algo para mastigar.

Abaixou-se, pegando aquilo que vira brilhar da janela do orfanato, no chão.

Quase quebrou a tela do portátil familiar.

Só para desforrar, jogou-o de uma vez, com fúria, na grama.

Queria mais era que quebrasse mesmo.

Olhou ao redor.

Sua reação natural seria gritar pelo nome daquele desgraçado.

Mas a cena não lhe saia da cabeça.

As cenas. Os gestos.

O sorriso. O maldito e sacana sorriso.

O sorriso que ouvira, não muito longe.

Não custou a encontrar com a ponta de uma manga listrada escapando da árvore.

Talvez pudesse encostar-se no largo tronco, e olhar lentamente, sem alarde.

Talvez pudesse pular, com o prazer de surpreendê-los, dramático e escandaloso.
.

Travou, antes que pudesse tomar qualquer uma das decisões.

Um ofego, quase um gemido, menos que um grito.

E reconheceu-o, mais do que gostaria de admitir.

MATT!- berrou à distância mesmo.

O som parou. Pode ouvir uma risadinha. Outra.

 Andou, pesado, até o tronco, massacrando a grama que ousava estar em seu caminho, as palavras, não sabia bem quais, afogadas no maxilar trancado.

Não sabia o que fazer.

Mas precisava fazer.

E ali estavam eles.

– E ai, Mello?- o ruivo ainda teve a cara-de-pau de perguntar.

E o outro não sabia o que fazer.

Ali estava a manga listrada em sua totalidade, envolvendo os ombros de um Near meio oculto.

Os cabelos brancos se perdiam em meio ao pescoço do maior que, por sinal, não fazia a menor questão de refrear um sorriso que fosse.

Não podia ver o rosto de Near.

Mas via claramente as mãos, os dedos entrelaçados.

– Então, vocês estavam aqui....- afirmou com rancor, olhando-os de cima.

– Você acordou agora ou é só impressão?- Matt perguntou deixando a cabeça pender um pouquinho pro lado num quase interesse.

E Mello não conseguia ignorar a mão do amigo tocando a pele que tão bem conhecia. Mas com carinho. Diferente.

E o outro nada fazia.

E o loiro não conseguia fazer nada.

– Mello, diz logo o que você quer. Se não reparou eu estou- o mesmo maldito som de deboche...Não. Do prazer que se sente no deboche- ... ocupado.

E o que ele queria?

Near- chamou, furioso, vendo o outro encolher-se com o baque das palavras- vem comigo!

Um gesto antigo. Estendeu a mão, agarrando o braço coberto por aquele maldito pijama de botões. O puxaria pra cima, e teriam uma conversinha.

Mas ele não veio.

Matt segurou seu braço, impedindo a violência.          

Mello segurava Near.

Matt segurava Mello.

E Near não segurava ninguém.

– Me solta- sibilou, olhando feio para o ‘’amigo’’.

– Não.- e seu rosto estava sério- Não vou deixar você continuar maltratando o Near.

E o coraçãozinho, pois agora se dava ao direito de usar um diminutivo, disparou.

– Resolveu ficar do lado desse maldito, Matt?

– É. Eu estou do lado do meu namorado, algo contra?

Os olhares se cruzaram, profundos. Decididos.

Um quê de indignação pairava no ar, tentando digerir a palavra tão estranha ali.

Namorado?

– É. Namorado. Ou será que ainda não caiu a ficha?

Não, não caiu.

Depois de tudo aquilo!

Todas aquelas noites!

Franziu o cenho, a pressão na testa denunciando o quão próximo de simplesmente explodir se encontrava.

Matt adoraria sentir algo vindo de Near. Um tremor qualquer. Um encolher de ombros. Um puxãozinho delicado em sua manga.

Mas nada veio.

Sabe quando chega aquele momento, em que você sabe que tem que escolher o que vai fazer, tendo a noção de que, independentemente, nada será como antes?

Pois é.


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Notas finais do capítulo

Uma das coisas que mais me irritava antes, era o tanto que eu estava distorcendo as personalidades.
Estou tentando arrumar isso mas a senhorita Konan, minha beta-ultra-blaster-oficial-quebra-galho, está acamada e ocupada.
Então, qualquer toque ou sugestão, será muitíssimo bem-vinda.
Tentei arrastar um amigo para me ajudar com a trama. Mas depois de me ouvir duas literais horas falando ininterruptamente de Death Note, ele desconversou xD
Meu outro beta tava morrendo também, e quase me mata junto ao dizer que o capítulo estava ...bom. Só meio chato
Portanto, toques, sugestões, reclamações são e serão sempre muitíssimo bem-vindos.
Mas comentem, pelo amor de Mello
Essa é a única fanfic na qual eu me sinto no direito de exigir reviews, deu pra entender??
Beeeijos :3
Kalhens.