P.O.V. Annabeth

Em um segundo Thalia estava paralisada ao meu lado, e no outro ela estava correndo sei lá pra onde. Eu até que tentei segui-la, mas quando passei em frente á uma sala onde ainda havia alunos, todos eles saíram, me fazendo perder Thalia de vista.

Quando percebi que não adiantava mais procura-la, fui até o refeitório onde meus amigos me esperavam na mesa de sempre. Os cumprimentei e fui me servir. Estava morrendo de fome, então resolvi pegar uma porção de batatas com queijo cheddar. PÉSSIMA IDEIA!

Estava andando calmamente até minha mesa quando esbarro em alguém e minhas batatas com cheddar sujam toda sua roupinha de líder de torcida, provocando risos dos que estavam próximos a nós.

- OLHA OQUE VOCÊ FEZ SUA TAPADA! –Gritou Rachel.

Pelos Deuses! Como a voz dela pode ser tão irritante?!

- Me desculpe Rachel – disse calmamente – Não foi de propósito.

- Mais é claro que foi! Você sempre faz de tudo pra me ver passar vergonha! – á esse ponto todos no refeitório já estavam olhando para nós – Mas pode apostar que eu não vou deixar isso passar em branco, vai ter volta Annabeth!  Vai ter volta!

Com essa ameaça ridícula ela deu meia volta e saiu do refeitório.

- E oque vocês estão olhando?!  - Berrou Luke, que havia parado de se agarrar com Drew no pátio e se juntara a nós á algum tempo.

Depois do berro de meu irmão, todos que ainda estavam me encarando voltaram á comer.

Fui até o lixo e joguei lá oque restara das minhas batatas (eu é que não iria comer aquilo depois de ter tocado o corpo de Rachel e, por causa de seu barraco, perdi até a fome).

Em seguida fui até a mesa onde meus amigos, que me olhavam espantados, estavam.

Naquela hora percebi que, além de Thalia, Leo não estava em lugar algum. Teria de investigar aquilo mais tarde. Sentei-me calmamente na mesa e no mesmo segundo Piper falou:

- Como odeio aquela garota! Bem que você fez em jogar seu almoço nela!

- Mas não foi de propósito Piper – Disse.

- De propósito ou não, ela não tinha o menor direito de te ameaçar Annabeth – Disse Percy, que até então não havia se pronunciado – Minha primeira impressão sobre ela estava certa: ela é mesmo uma patricinha do caramba.

Impressão minha ou ele havia ficado bravo por ouvir Rachel me ameaçando? Deve ser só coisa da minha imaginação.

- Eu juro que se essa garota encostar um dedo em você eu mato ela! – Disse Silena, exagerada como sempre.

- E eu ajudo! –Completou Bianca.

- Okok gente, eu sei que vocês me amam, mas podemos falar de outra coisa? – Disse.

 - Já que você quer assim... – Disse Luke – Alguém viu Thalia?

Ninguém respondeu.

- Você não teve a mesma aula que ela Annabeth?

Eu não podia falar para Luke que ela tinha sutada ao ver ele e Drew se beijando (lê-se agarrando) e saiu correndo, então tive que inventar uma desculpa.

- Tive, mas no meio da aula ela começou a se sentir mal e acho que o professor a mandou para casa.

- Tá bom então... – Disse Luke um pouco desconfiado – E Leo? Ele também estava com vocês na aula.

- Desse aí não sei nada – Respondi.

Quando o sinal do fim do intervalo tocou, nos dirigimos para nossas respectivas salas. O resto das aulas passou em um piscar de olhos e não vi nem Leo nem Thalia em momento algum.

Teria de voltar sozinha para casa, pois Silena e Piper passariam à tarde no shopping escolhendo uma roupa para usarem-na grande festa que seus pais dariam no sábado, Bianca ficaria na escola fazendo um trabalho e Thalia continuava sumida.

Estava indo em direção ao estacionamento quando ouço alguém gritando meu nome.

- Annabeth! Encontrei um de seus cadernos nas minhas coisas, achei que o peguei por engano na aula de história – Disse Percy se aproximando e me entregando meu caderno.

- Ah! Obrigado Percy – agradeci – Você vai voltar a pé para casa?

- Na verdade sim – Respondeu-me ele.

- Você não gostaria de ir comigo? – era o mínimo que eu podia fazer depois de ele ter se preocupado em devolver meu caderno e se importado comigo quando Rachel me ameaçou.

- Se não for incômodo...

- Claro que não! Vamos!

Ao chegar perto de meu carro percebi de cara que os QUATRO pneus estavam furados, e digamos que eu surtei:

- Aquela... Aquela... AHHHHH!!

- Calma Annabeth – Disse Percy tentando me acalmar – Tudo que ela quer que você faça é se rebaixar ao nível dela.

- Você tem razão, não vou dar esse gostinho á ela.

- O que acha de, para mim te ajudar a relaxar um pouco, eu te levar no meu lugar favorito? – perguntou-me Percy – Não é muito longe daqui então podemos ir a pé.

“CLARO QUE SIM!” era o que eu tinha vontade de dizer (lê-se gritar), mas me contive e simplesmente assenti com a cabeça e logo estávamos andando em direção ao que Percy disse ser o lugar mais perfeito e relaxante do mundo.

Estávamos andando e rindo de uma piada que Percy havia contado, quando ele para de caminhar e fala:

- Agora feche os olhos e só abra quando eu mandar, OK?

- OK.

Faço o que ele manda e voltamos a andar. Depois de alguns minutos Percy para novamente e me manda abrir os olhos. Quando o faço, meus olhos são preenchidos com o que eu poderia chamar de a vista do lugar mais perfeito que já vi em minha vida.  

Estávamos em um parque que, mesmo eu morando nessa cidade desde que eu nasci, nunca tinha visto ou ouvido falar na vida.

No centro do parque havia um lago enorme com alguns patos e pedalinhos na água. O lago era cercado por alguns bancos de madeira, os mais diversos tipos de flores e um grande gramado. Para completar, um pouco mais afastado do lago havia uma pequena floresta onde se podia ouvir o canto dos mais diferentes tipos de pássaros.

No gramado, vários casais de todas as idades faziam piquenique e algumas crianças corriam atrás dos pássaros da floresta. Estava hipnotizada com a vista quando a voz de Percy me trouxe para a realidade:

- E aí? O que achou?

- Pelos Deuses Percy! É perfeito! Como descobriu este lugar?

 - Costumava vir aqui com meus pais quando era pequeno – Respondeu-me – E após a morte de minha mãe tenho vindo aqui todos os verões, principalmente á noite, hora em que não há nenhum segurança, pois gosto de mergulhar no lago e digamos que não é muito aceitável fazer isso de dia – Complementou – Sabe, a água me ajuda á pensar, quando estou submerso tudo fica mais claro em minha mente.

Depois do que Percy disse, ficamos um tempo em silêncio, sentados em um dos bancos de madeira ao redor do lago. Logo voltamos a conversar e ele disse:

- O que acha de andarmos de pedalinho?

- Eu acho uma ótima ideia!

E assim passamos à tarde. Após andarmos de pedalinho, alimentamos os patos, procuramos formas nas nuvens (antiquado mais muuito fofo), tomamos sorvete e acima de tudo rimos.

Conhecia Percy á apenas um dia, mas era como se fôssemos amigos de infância. Quando estava á seu lado era como se todos meus problemas de repente desaparecessem.

Quando começou a escurecer decidimos apostar uma corrida até a frente de minha casa e adivinhem quem ganhou? Isso mesmo que vocês estão pensando... EU!!!

- Você... É... Muito... Lerdo... cabeça-de-algas – Disse enquanto pegava fôlego.

- Cabeça-de-algas?! – Perguntou Percy indignado.

- É isso mesmo que você – Respondi – Esse é seu novo apelido.

- OK então, mas pode crer que eu vou achar um apelido igualmente ridículo pra você – Disse ele tentando soar ameaçador – Boa noite Annabeth.

- Boa noite cabeça-de-algas – Respondi-lhe e ele fez uma careta, que logo em seguida se desmanchou quando depositei um beijo em sua bochecha, este que o fez corar levemente também.

Entrei em casa e logo percebi que nem meu irmão nem minha mãe estavam em casa e sabia que não voltariam tão cedo. Mamãe provavelmente havia ido jantar com um de seus clientes e Luke á balada com seus amigos.

Fui direto para meu quarto. Resolvi ligar para Thalia para ver o que havia acontecido com ela e contar-lhe sobre minha tarde com Percy, mas o telefone chamou várias vezes e ela não atendeu.

Então, tomei um banho demorado, pus meu pijama favorito (uma camisola não muito curta de corujinhas e fui me deitar).

Fiquei uma meia hora deitada na cama tentando dormir e nada. Desci então até a cozinha, preparei um chocolate quente e subi novamente para meu quarto. Peguei um de meus livros e me deitei novamente.

Quando me dei conta já era uma da manhã, já havia tomado todo meu chocolate quente, estava no fim de meu livro e nem sequer sabia sobre o que se tratava a história.  

Geralmente ler me ajuda a pensar, mas desta vez era exatamente sobre oque eu estava pensando que me impedia de prestar atenção na história.

Aí vocês me perguntam: No que você estava pensando Annabeth?

Simples, eu estava pensando no meu novo vizinho, Perseu Jackson, também conhecido com cabeça-de-algas ou, se você preferir, o garoto pelo qual estou me apaixonando cada vez mais.