Lovesick escrita por LittleCrush


Capítulo 7
Not this time


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora



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... Rachel

Precisava vê-la, e precisava agora, queria saber o quê aconteceu. Teria ela a beijado e esquecido do ato? Só existia uma suposta explicação, algo que já não acontecia á tempos. Precisava contá-la, afinal, era algo tão intimo, diria até mesmo peculiar. Não podia deixa-la em prantos sem saber o que houve, não podia deixa-la pensar que não teve valor, como se nada significasse a mesma.

Corria em qualquer direção, decidida a encontra-la, só precisava explicar, só isso, mesmo que fosse duro dizer, que fosse duro admitir... Um sorriso da baixinha faria tudo valer a pena.

Passava por portas e corredores, sem saber precisamente para onde iria, deixava seus pés caminharem por si, certa de que hora ou outra, por ventura, a avistaria. Talvez sentada no saguão, talvez se recompondo no banheiro, recebendo ordens de Richard na diretoria de serviços, comprando alguma sobremesa vegan na cantina; ou em ultimo caso, teria ido embora, simples assim, sem dizer "tchau" ou procurar saber como estava sua paciente.

Já havia passado por tantos setores, estava cansada, mas não o suficiente para desistir de sua busca, precisava encontra-la, essa era sua certeza, talvez se parasse um pouco, só para descansar, só talvez, a encontraria.

Caminhava até o saguão a procura de um banco.

- Quinnie! - Ouviu alguém chamá-la. Não, não era Rachel, a baixinha não teria um tom de voz tão grave, tão seco e severo. Também não poderia ser seu cavalheiro, afinal, não era sempre que ele aparecia, ainda mais com todos olhando. Lucy fez de conta que não ouviu, seguiu em frente, nada a atrapalharia. - Lucy Quinn Fabray, não finja que não me ouviu lhe chamar.

Quinn voltou-se para quem lhe chamava disposta a transformar este encontro naqueles nada duradouros.

- Russell?! Não esperava vê-lo por aqui.

- Não lhe avisaram que teria visitas hoje?

- Disseram que minha família me visitaria.

- Então por que não esperava minha presença?

- Você deixou de ser da família, no momento em que cruzou aquela porta carregado de malas, gritando feito louco, dizendo que não se importava, falando que não voltaria. Deixando de lado toda uma vida que construiu, aliás,medeixando de lado. Como se não fosse nada. Como se fossemos brinquedos velhos, que depois de um tempo, já cansado de brincar, os brinquedos estão desgastados e você os joga fora.

- Você me deve respeito, Lucy. Ainda sou seu pai

- Meu pai? Você se considerameu pai?

- Ora, ora. Decidiu mostrar as garras agora? Se não fosse por mim, você jamais teria nascido. Nunca deixei de lhe faltar com nada. Não tem do que reclamar.

- Talvez na questão financeira, mas de tão tolo que é, certamente não pensou no que um filho realmente precisa. Não é o dinheiro que importa, não são as coisas materiais que possuímos a única coisa que precisei durante toda minha vida foi de afeto. E como um bêbado inconsequente que é, nem homem o suficiente para honrar as próprias calças e dá-lo você foi. Sim, tenho muito do que reclamar. Acha que vindo até aqui agora, fazendo o papel do bom pai, que se importa com sua filha, vai conseguir devolver todo o tempo que precisei de você? Se veio até aqui por isso Russell, está muito enganado.

Certamente Russell não esperava ouvir tais palavras. Quinn se preparava para ir embora, dando-lhe as costas e prosseguir com sua procura, quando Russell a agarrou pelo braço, usando de uma força inexplicável, causando lhe marcas assim que tocada.

- Me solta, agora.

- Acha que pode dizer tudo isso e ir embora simplesmente, pequena Quinnie? - Russell ria uma risada sarcástica de botar medo em qualquer um. - Se achou isso, então a única enganada aqui é você, querida.

O homem estava vermelho, o odio exposto em seus olhos. Levantara a mão que estava livre, pronto para machuca-la ainda mais.

- Você me deve respeito Lucy, lembra? Querendo ou não, ainda sou seu pai. Se essa foi uma lição que ainda não aprendeu, estou disposto a ensinar-lhe agora.

Então deu o primeiro tapa. Quinn ameaçava gritar de dor.

- Shiiiiiu, garota. Ou posso piorar ainda mais.

Veio então o segundo tapa.

- Se não aprendeu a vida toda, espero que isso te ensine. Como nos velhos tempos...

Os tapas ganhavam frequência, não só frequência como força. Russell prosseguia, não tinha um objetivo em foco, não queria dar-lhe lição alguma, jamais apareceria novamente, queria somente machuca-la, como nos velhos tempos.

Quinn reprimia o choro, uma tarefa muito difícil quando se trata de Russell. Isso só piorava o que sentia.

- Você disse velhos tempos? - Disse com a voz fraca entre soluços e gemidos de dor. - Não dessa vez.

Então gritou, gritou chamando a atenção de todos no saguão. Todos inclusive Rachel.

Algumas pessoas corriam pelo corredor, entre elas os seguranças, alguns doutores que estavam sem fazer nada no momento, e Rachel. Os seguranças tiraram Russell de cima da garota, segurando seus braços atrás das costas. Rachel correu em direção em direção a garota. a colocara em seus braços, tendo protegê-la de um perigo antigo, mas que agora já estava sendo levado para longe.

- Você está bem? - Perguntava apertando-a em um abraço desajeitado

- É, estou. - Respondeu com os olhos marejados, em parte pela dor que Russell lhe causara, em outra agradecida por ser Rachel que a socorrera, esquecendo completamente dos seguranças que o tiraram dali. - Obrigada. - Dizia constantemente, puxando Rachel o mais próximo que conseguia.

- Quinnie, seu rosto. Vem, você precisa de alguns curativos.

Rachel levava de volta a seu quarto, Quinn precisava descansar, estava sobrecarregada da situação.

- Deita um pouco, você precisa descansar.

- Rachel, eu...

Quinn mal começara a falar e a baixinha já a interrompeu.

- Descansa, vou chamar alguém pra cuidar dos seus hematomas.

- Por favor, não sai daqui.

- Mas você precisa.

- Então telefone, interfone, grite no corredor, mas, por favor, não saia de perto de mim.

- Tá bom, eu ligo. Mas por que não quer que eu vá?

- Tenho medo de que vá e não volte. Não posso te deixar ir, Rach. Simplesmente não posso.

- Eu jamais iria embora, talvez no fim do dia, quando acabasse meu expediente, mas não agora.

Quinn sorriu, não sabia o motivo, mas sorriu. Um sorriso de canto, tímido, doce, sereno.

Rachel estava ao lado do interfone presente no quarto de cada paciente. Discava o ramal da sala de Richard.

- Raymond? É, sou eu. Pode enviar alguém do ambulatório até o quarto de Lucy Fabray? Por favor, o mais rápido possível. Obrigada.

Não demorou pouco mais de dois minutos até que alguém do ambulatório chegasse para atendê-la.

- Que corte feio - Disse o rapaz que não deveria ter mais de 20 e poucos anos, ao limpar o corte no nariz de Quinn. Corte este provocado pela unha de Russell, que  costumava manter a unha do mindinho maior do que as demais. - Como foi que conseguiu isso?

Quinn estremeceu com a  pergunta, buscava Rachel com os olhos esperando que a morena fizesse algo.

- Não é da sua conta, Charlie. Só termine com isso logo e vá embora.

Mais alguns minutos se passaram, até que Charlie fosse embora.

- Rachel, precisamos conversar.

- Não agora, no momento a mocinha precisa descansar.

- Eu só quero saber o que..

- Outra hora falamos do que você quiser, mas agora, descanse.

- Mas...

- Sem, mas, se quiser, fico aqui do seu lado.

- Promete não ir embora?

- Prometo.

Quinn deitou-se novamente enquanto Rachel aproximava a poltrona da cama da mesma.

- Tenha bons sonhos, pequena. - Rachel disse pegando a mão da garota ainda atordoada.

- Obrigada, meu anjo.


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Notas finais do capítulo

E então?



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