Memories Of The Past escrita por Ayemiss


Capítulo 7
Capítulo VII




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– Né Itachi... Você já viu o mar? – Uma fina voz soara sonolenta quebrando o silêncio.

– Hm, já. Foi ano passado nossa família viajou até a praia pela primeira vez. – Estava cansado, porém conseguira notar o brilho que os pequenos olhos perolados emitiam. – Você nunca viu?

– Não... Mas, como é? – Indagara com um brilho curioso em seu olhar.

– Sei lá. É calmo e a areia é macia, como se estivéssemos pisando em nuvens. – Um sorriso moldara-se em seu rosto ao lembrar-se da sensação da areia em seus pés descalços.

– Nuvem? Deve ser bom. – Falara sonhadora imaginando-se pisar em algo tão fofo como uma nuvem deveria ser. Apenas notara que deveria estar fazendo uma expressão vergonhosa quando ouvira alguns risos abafados do Uchiha mais velho, assim ficando levemente emburrada para em seguida rir de si mesma.

– Nós podemos ir juntos algum dia, quando eu estiver melhor. – Sorrira olhando para a pequena deitada em seu leito.

– Promete? – A pequenina esticara um de seus braços em direção do leito do garoto, o mesmo não demorara a entender o ato da pequena, assim esticando seu braço em direção da mesma. Entrelaçaram os dedos mindinhos balançando três vezes suas mãos no ar, como se assim firmassem um contrato que nunca deveria ser quebrado.

– Prometo. – Concluíra o garoto deixando a Hyuuga mais tranquila com a promessa que nunca deveria ser quebrada.

~**~**~

– Usotsuki*... – Sussurrara tentando conter as inúmeras lágrimas que teimavam em escapar-lhe. Suas palavras foram abafadas com soluços das pessoas presentes naquele local fúnebre.

Por que aquilo tinha de acontecer? Por que ele tinha de partir? Por que aquela doença havia escolhido ele? Por que alguém tão bom como ele tinha que sofrer tanto? Por que Deus o tirou de seu alcance? Por que ele não pode ficar ao seu lado para sempre? Por quê? Eram as inúmeras perguntas que se fazia encolhida em um canto daquele local.

Não queria olhar para ele daquela forma, não queria tocá-lo, não queria chegar perto. Por que se o fizesse, seu pequeno coração iria dilacerar-se em pequenas partículas. Queria apenas mantê-lo como era antes em suas memórias, com seu rosto corado, com o leve brilho em seu olhar, com o sorriso gentil em seus lábios, com suas mãos aconchegantes e calorosas.

Tivera que despedir-se do garoto quando Mikoto a chamara, sem outra escolha aproximara do Uchiha mais velho. Não acreditara no que vira. Aquele não era o mesmo garoto de antes. Seu rosto estava pálido, não havia mais aquele sorriso gentil em seus lábios, e seus olhos estavam fechados em um profundo sono eterno. Quando tocara levemente a mão do rapaz sentira que não emitia mais aquele calor, aquele aconchego que sempre sentia quando estava por perto. Agora elas estavam frias, tão frias quanto seu pequeno coração e, novamente as lágrimas voltaram a escapar-lhe descontroladamente, seu coração fora espremido e novamente as feridas já cicatrizadas começara a lhe assombrar. Novamente estava perdida naquele frio sem fim, onde a saída era algo desconhecida para a garota.

~**~**~

Diga, você sabia... Que cada jogo tem regras?

Regras que são feitas para serem quebradas.

Existem regras para aqueles que não jogam o jogo, também.

Aguardo a sua participação. Você não pode recusar.

Então... Que comece o jogo.

Amassara aquele pedaço de papel, estava irritada e com seu psicológico abalado. Queria saber quem era o desgraçado que estava brincando com ela, como se fosse o passatempo de algum desocupado daquela escola. Não estava mais suportando tudo aquilo, já fazia mais de quatro semanas que estava sendo perturbada. Não tinha mais forças para aguentar toda aquela pressão que nem ao menos sabia de onde estava vindo.

~**~**~

As aulas correram normalmente naquela semana, já estava mais tranquila por não ter recebido nenhum papel ou ameaça. Levantara-se indo ao banheiro durante o horário de educação física, não estava a fim de fazer aqueles exercícios exagerados daquele professor ridículo.

A Hyuuga vendo que a mesma iria cabular aula indo até o banheiro fingira tropeçar durante a corrida, assim fazendo seu corpo ir de encontro ao chão, colidindo com o mesmo. Machucara seu joelho, o que garantiria sua ida até a enfermagem e o resto do tempo descansando em algum lugar de sua preferência.

A ruiva após ir ao banheiro fora direto para a enfermagem iria dar alguma desculpa para que pudesse ficar deitada em algum leito e descansar. Abrira a porta lentamente deparando-se com Hinata sentada em uma cadeira e Shizune enfaixando o joelho da mesma. Não dera muita atenção, apenas falara que não se sentia bem para a enfermeira e deitara em um dos leitos.

Não demorara muito para a mulher sair do local e ir para a diretoria a chamado de Tsunade, só restando assim as duas naquele local. A morena levantara-se deixando sua mochila no chão escorada na cadeira onde antes estava, andara em direção da porta trancando a mesma, por fim retirara a chave da porta colocando-a em um de seus bolsos.

– Hey, você sabia?... – Ficara alguns momentos em silêncio o que deixara a ruiva sem entender o que ela queria dizer. – Que cada jogo tem regras? – Completara vendo a expressão assustada da garota a sua frente, um sorriso sádico moldara-se em seus lábios no mesmo instante.

– Então, era você esse tempo todo? – Perguntara levantando-se da pequena cama, iria ir para cima da garota se algo que a mesma tirara da mochila não a impedisse.

– Eu não imaginava que você realmente era capaz de vender seu corpo. – Seus olhos perolados percorreram uma foto onde a ruiva saia de um motel com um homem desconhecido ao lado. – E ainda, tão barato... – Rira ao ver a expressão irritada da ruiva. – Aqui. – Jogara várias notas de vinte reais em direção da garota, as mesmas esvoaçaram caindo perto de seus pés. – Você têm duas opções, ou pega esse dinheiro e vai ao vestiário masculino nua, ou... – Retirara uma câmera fotográfica de dentro da mochila. – Apenas pode fazer algumas poses comprometedoras, e quando eu digo comprometedora... – Levara uma mão até sua mochila novamente retirando da mesma uma caixa mediana. Jogara a mesma em direção da garota, que pegara antes da caixa cair no chão. – É disso que estou falando. – Um pequeno sorriso de canto formara-se ao ver a expressão incrédula de Karin ao abrir a caixa.

– E se eu não escolher nenhuma das opções? – Perguntara com uma expressão raivosa.

– Me pergunto o que as pessoas desse local fariam ao ver essas fotos espalhadas por todos os corredores. – Jogara algumas das fotos onde a mesma entrava e saía de motéis com vários homens diferentes. – Mas você já teve uma pequena amostra observando o que fizeram com a rosada. Mas, a diferença é que com você seria mil vezes pior, ou, estou errada? – E, novamente, lá estava o sorriso sádico estampado em seus lábios.

– O que você fará com as fotos? – Olhara para o que continha naquela caixa com uma expressão derrotada.

– Quem sabe? Eu posso pendurá-las por todos os corredores do colégio, ou simplesmente colocar em algum site. Faça as suas regras, ruiva. – Encarara-a com seus perolados sem qualquer resquício de sentimentos, estava cansada de brincar com aquela garota, iria por um fim em tudo aquilo, para assim poder ir para algo maior, a vingança que passara a sonhar em realizar todos os dias de sua vida, em todas as horas que se encontrava naquele local úmido e escuro.

– Você não poderá mostrar para ninguém dessa escola, ninguém daqui poderá nem se quer imaginar que essas fotos existem. – Falara encarando a morena com ódio, como se assim fosse conseguir fazê-la fraquejar e desistir de tudo aquilo.

– Tanto faz. Então... Que comece o jogo. – Pegara a câmera enquanto esperava a jovem de madeixas escarlate arrumar-se, afinal havia inúmeras fantasias comprometedoras em sua mochila.

~**~**~



Caminhara pesadamente até a escola, não conseguia acreditar que aquela garota aparentemente frágil era daquele jeito. Apenas sabia que agora, provavelmente, tudo estaria acabado e ela finalmente estaria livre de tudo aquilo. Um calafrio lhe percorreu o corpo ao adentrar naquele local, estava com um péssimo pressentimento e, aqueles cochichos com olhares incrédulos das garotas e um pouco idiota dos garotos piorara ainda mais, aquela garota não poderia ter feito nada certo? Afinal, ela havia imposto regras naquele jogo idiota.

Regras que são feitas para serem quebradas.

Aquela frase invadiu seus pensamentos sem permissão, suas pernas tremeram com a hipótese daquelas fotos estarem espalhadas por todos os corredores. Dera alguns passos até onde um amontoado de pessoas estava, percebendo de longe as fotos que estavam expostas e, lá estava. Ela fazendo algumas poses sensuais com aquelas fantasias minúsculas e um vibrador em mãos. Até mesmo uma em que fora obrigada a se masturbar e colocar o vibrador entre suas pernas.

Além dessas fotos havia as que ela saía e algumas que estava entrando em motéis com diversos homens diferentes. Não conseguia raciocinar, estava perdida com tudo aquilo. Rapidamente fora até o mural e arrancara todas aquelas fotos expostas. Risadas eram ouvidas por todo o local, piadas de mau gosto por parte dos garotos eram frequentes. Ela apenas queria sumir de lá, desaparecer da face da terra, até que todos esquecessem o que ocorrera.

Correra até o terraço do prédio mais afastado do local, abrira a porta do mesmo com brusquidão indo em direção as grades de proteção. Pulara com certa dificuldade por ela, assim subindo no pequeno muro que ainda havia, segurava-se com certa força enquanto observava a altura do local.

– Você provavelmente ficará em coma se pular dali. Não é uma altura muito grande para te matar. – Uma voz ecoara o local até em tão silencioso e tranquilo.

– Você... Sua desgraçada. Você disse que não iria expor aquelas fotos. – Sua expressão era um misto de cansaço e raiva.

– Eu? Não disse nada disso. O problema não é meu. – Um riso formara-se em seus lábios ao ver a decadência daquela que se julgava inabalável. – As pessoas são fracas demais, quando a opinião dos outros é mais importante que o resto, aqui... – Apontara para sua cabeça encarando a garota a sua frente. – Vira um verdadeiro inferno sem fim. – Completara para então deixar o local.

Um sorriso psicótico moldou-se em seus lábios quando inúmeras lembranças do que havia lhe acontecido naqueles últimos dias invadiu-lhe sua mente. Um calafrio percorreu por seu corpo ao pensar no que lhe esperava nos próximos dias. E, assim, deixara seu corpo amolecer entregando-se para aquele espaço vazio, sentiu seu corpo mais leve por alguns segundos, o vento batendo-lhe em sua face deixando seus cabelos esvoaçarem para trás.

Um grito fora ouvido quando o delicado corpo colidira com o chão daquele local, tingindo-o com um liquido escarlate.


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Notas finais do capítulo

Usotsuki = Mentiroso.
Espero que gostem, foi feito meio que na correria =p